Durante um longo período os automóveis foram os maiores protagonistas das grandes cidades. O resultado dessa priorização são territórios ocupados majoritariamente por rodovias, pouco convidativos para as pessoas. Nos últimos anos, contudo, muitas cidades passaram por transformações em seu território, buscando transformar também a relação com os automóveis e priorizar o pedestre e a escala humana.
Desde o início do século XX, os territórios foram aos poucos se transformando, abrindo espaço para os automóveis circularem na cidade. Com os avanços tecnológicos e as mudanças culturais, os carros se tornaram os grandes protagonistas de algumas cidades, as quais tiveram seus territórios cortados e amarrados por grandes rodovias, avenidas e viadutos. Apesar da conectividade proveniente desse modelo ter se tornado fundamental para a sociedade, as consequências negativas disso também tiveram impacto.
As vias largas, com pouca vegetação e quase sem calçadas, movimentadas por carros, motos, caminhões e ônibus, tornam os espaços públicos desagradáveis às pessoas. Quase um século após este sistema ter sido amplamente difundido por cidades em todo o mundo, algumas delas compreenderam que não se consegue construir relações pessoais numa escala tão distante do ser humano. Buscaram, portanto, transformar a paisagem urbana, criando mais espaços públicos e reduzindo o trânsito de automóveis.
Cidades como Madrid e Paris realizaram recentemente reformas urbanas, alterando seus fluxos e suas dinâmicas de transporte público para garantir melhor qualidade de vida. O impacto dessas mudanças na paisagem e no cotidiano das pessoas é evidente: criam-se espaços de estar, aumenta-se a quantidade de vegetação e o contato com o verde, ampliam-se as possibilidades para outros meios de transporte mais sustentáveis, implantam-se mobiliários que qualificam os espaços, construindo-se assim uma nova forma de viver a cidade.
Casos como o de Nova York, que há anos se estrutura para reduzir o uso do automóvel particular, e o de Amsterdã e outras cidades dos Países Baixos, que incentivam o uso de bicicletas e de transporte público, evidenciam as transformações a partir de um aumento do uso dos espaços públicos, inclusive enquanto apelo turístico, como é o caso da Times Square em Nova York e das ruas e canais de Amsterdã.
Outras cidades têm feito esse mesmo esforço a partir de intervenções urbanas de larga escala que suprimem viadutos, revelam rios e convertem estacionamentos em outros programas. Veja a seguir essas alterações vistas de cima: