A Transportation Alternatives e o Massachusetts Institute of Technology iniciaram uma nova ferramenta digital, o Spatial Equity NYC, para ajudar os usuários a entender como o restrito espaço da cidade de Nova York é distribuído. A ferramenta avalia o uso de ruas, calçadas e espaços públicos - fatores que influenciam dados como poluição, fatalidades no trânsito, acessibilidade ou qualidade do ar. Os dados coletados mostram uma correlação direta entre bairros com comunidades de baixa renda e de cor e as formas prejudiciais em que o espaço público é usado, que acarretam em problemas de saúde e mobilidade.
A maior parte do espaço público na cidade de Nova York é composta de ruas e calçadas. A largura de uma rua, a presença de mobiliário urbano, como bancos, ou a lateral de parques e áreas verdes afetam a saúde, a acessibilidade e a resiliência de qualquer comunidade. Na maioria das vezes, ruas mais largas têm mais faixas de tráfego, levando à poluição e mortes no trânsito. Além disso, o aumento das superfícies asfaltadas contribui para o efeito de ilha de calor urbana. Os dados mostram que ruas mais estreitas podem significar travessias mais seguras, ar mais limpo e acesso mais fácil a instalações de recreação ao ar livre.
O Spatial Equity NYC avalia vários fatores e ajuda os usuários a comparar dados de diferentes áreas e bairros. Os dados são divididos em três categorias principais: saúde, meio ambiente e mobilidade. O quarto conjunto de dados mostra a composição social de cada área usando os dados do censo dos EUA: raça e etnia, nível de pobreza, propriedade de veículos e meios de transporte predominantes. Os dados de saúde medem poluição sonora, poluição do ar, asma, lesões causadas por acidentes de trânsito e mortes. De acordo com o site, mais de uma em cada 10 crianças de Nova York tem asma, uma condição associada a faltas na escola e no trabalho, e até mesmo a ataques com risco de vida. Essa taxa é ainda mais alta em bairros negros e latinos de baixa renda.
Os dados coletados sobre questões ambientais mostram correlações com a incidência de problemas de saúde. O site revela áreas coberta por copas de árvores, que podem purificar o ar, reduzir sua temperatura e aumentar a permeabilidade do solo, além de manter o escoamento de águas pluviais e a poluição das ruas fora dos cursos de água. Áreas de superfície permeável e a distribuição dos parques, bem como sua acessibilidade, também contribuem para esses fatores. O site também fornece dados sobre a temperatura das superfícies, intensificada por maiores áreas de espaço viário, maior densidade de tráfego e falta de espaços verdes. Em Nova York, bairros negros e de baixa renda são até 13 graus mais quentes do que outros bairros, levando a mais mortes relacionadas ao calor.
A parte da mobilidade analisa uma infinidade de fatores, como o acesso a bicicletários, quantidade de faixas de ônibus, exclusivas ou não, o volume de tráfego e a distribuição de assentos públicos. Cada um desses conjuntos de dados revela aspectos da cidade que impactam na qualidade de vida dos moradores. O site também descreve possíveis soluções e formas de aliviar algumas das dificuldades impostas pelas condições atuais para cada conjunto de dados. Isso inclui a criação de infraestrutura de redução de tráfego, o desenvolvimento de zonas de baixa emissão, a transformação de antigas rodovias em cinturões verdes ou a construção de bicicletários seguros nas ruas.
O Spatial Equity NYC também é um chamado à ação. Uma ferramenta que incentiva os moradores a desafiar as condições de seus bairros e pressionar por políticas que abordem o uso desigual do espaço público.
