Apesar de todas as conquistas das mulheres na sociedade e os avanços da própria, a cidade ainda continua sendo planejada e produzida pela ótica do patriarcado. O planejamento urbano não leva em consideração as demandas da população no que refere a inclusão de pluralidade de raça, gênero e classe social, que, desse modo, influenciam no uso do espaço e no traçado urbano.
A violência urbana sofrida por mulheres está para além da criminalidade, essas situações são ainda mais reforçadas por espaços urbanos mal planejados, como terrenos abandonados, iluminação pública precária, parques sem segurança, itinerários de ônibus mal planejados, entre outros. A forma como a cidade é planejada interfere diretamente na vida das mulheres, por conseguinte, quando o planejamento não as inclui, o espaço torna-se inseguro.
A cidade é um reflexo da sociedade, por isso é importante conceder espaços inclusivos, acessíveis, que incentivem as lutas feministas a favor da igualdade de gênero, que permitam que o lugar feminino nos espaços públicos seja livre, as circulações e percursos sejam ilimitados e seguros.
A cartilha Cidade Delas: espaços urbanos mais seguros para meninas e mulheres, busca informar sobre as problemáticas relacionadas ao desenho, usos e ocupação do espaço público que atravessam as representações sociais de gênero, pois assim como ele, a cidade também é uma construção social.
A cartilha apresenta como a ausência ou a violação de cada elemento que compõe o direito a cidade pode afetar a vida e as experiências urbanas das mulheres