O escritório dinamarquês BIG se uniu às companhias APM Terminals e Maersk para repensar o futuro da indústria naval. A firma liderada por Bjarke Ingels propôs um plano diretor para o Terminal Portuário de Aqaba, na Jordânia, previsto para ser implementado até 2040. Considerado um dos portos mais estratégicos do país e uma importante porta de entrada do Oriente Médio, o projeto de três quilômetros quadrados mesclará diferentes abordagens estratégicas em escala regional, começando pela reforma do terminal existente, expansão das funções logísticas e conexão com a comunidade portuária e o ambiente natural como um todo.
O plano diretor para o porto de Aqaba se alinha com a meta global de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2030, para a qual BIG contribuiu ativamente com projetos como a CapitaSpring Tower em Cingapura, em parceria com Carlo Ratti Associati, e a recém-anunciada comunidade impressa em 3D no Texas, co-projetada com ICON.
Historicamente, os portos têm sido o centro do desenvolvimento das cidades e, mais do que nunca, o mundo atual depende dos terminais marítimos devido à crescente comercialização de produtos e matérias-primas. Apesar de seu papel crucial no desenvolvimento mundial e das cidades, os portos também contribuem para as desigualdades sociais e impactos ambientais graves, significando a perda de habitats e danos às comunidades vizinhas.
Nascido da ambição da APM Terminal de otimizar e zerar as emissões de carbono do porto e a da sua logística, o plano visa voltar a tornar o porto um centro da vida urbana através do crescimento sustentável e da inovação. Considerando o aumento da segurança e eficiência operacional, a abordagem da APM será modificar sua infraestrutura com instalações solares e coberturas que permitem funções portuárias com emissão zero e a utilização de guindastes, veículos e estações de carregamento totalmente eletrificados.
Paralelamente, o BIG entregará aspectos sociais e econômicos ao projetar instalações otimizadas reunindo agentes e expedidores para garantir uma distribuição mais rápida de mercadorias. Ao realocar as instalações alfandegárias para mais perto do porto, o processo é otimizado e diretamente vinculado às instalações logísticas próximas - uma área onde serão oferecidas oportunidades comerciais para a economia em geral, conectando-se com empresas da região. As comunidades locais podem se associar à indústria por meio de centros de treinamento, espaços recreativos e parques, transformando as partes cinzentas de nossas cidades em centros verdes.
O Terminal de Contêineres de Aqaba é um exemplo de como uma infraestrutura limpa, silenciosa e segura pode criar novas formas de ambientes urbanos sustentáveis. Como planejadora urbana e arquiteta paisagista, a colaboração foi uma chance única de explorar o potencial oculto por trás das áreas industriais e repensar a infraestrutura como um catalisador para a transformação urbana e sustentável. Giulia Frittoli, Sócia, BIG – Bjarke Ingels Group
BIG – Bjarke Ingels Group já trabalhou em um Plano para o Planeta – um masterplan onde a empresa tentou projetar pragmaticamente uma presença humana sustentável na Terra. Reimaginar os portos de contêineres como centros para o crescimento sustentável no futuro "nos permitiu vagar muito além do nosso território normal e mergulhar de cabeça em nossa paixão por usar arquitetura e planejamento para resolver desafios complexos em grande escala”, apontou Bjarke Ingels. A estrutura do Terminal de Contêineres de Aqaba, na Jordânia, representa um grande passo para a sustentabilidade e para repensar a profissão de arquiteto ao trabalhar nas partes frequentemente negligenciadas das cidades, como Ingles continuou, “o plano ativa essas zonas para desempenhar um papel crucial na urgência e necessária transformação energética de nossa sociedade”.
O plano diretor da Maersk e da APM Terminals vem junto com o recente anúncio da construção de 100 casas impressas em 3D no Texas. Em colaboração com a pioneira em impressão 3D de grande escala, ICON, e Lennar, o projeto visa apoiar a crise imobiliária em Austin e servir como um modelo de construção rápido, acessível e com baixo teor de carbono. A colaboração ativa entre BIG & ICON em parceria com SEArch+ (Arquitetura de Exploração Espacial) também abriu a possibilidade de trazer técnicas de construção aditiva para o espaço sideral na exploração da lua pela NASA.