Os projetos de estrutura têm como premissa garantir a estabilidade da construção proposta a partir dos materiais e técnicas construtivas escolhidos. Para isso, eles devem levar em consideração em seus cálculos diferentes tipos de ações, como o peso do próprio material, o uso e a forma de ocupação da edificação, que podem ser classificados como variáveis ou permanentes.
Uma etapa fundamental do projeto de um edifício é o cálculo estrutural. O projeto de arquitetura define a base com a qual a engenharia civil trabalhará para encontrar os elementos construtivos necessários para estruturar e garantir a estabilidade da edificação. Para isso são consideradas diversas formas de ação diferentes, que recentemente foram revistas e reorganizadas na NBR 6120 de 2019. A última versão da norma datava de 1980 e tinha brechas importantes causadas pelas transformações nos nossos hábitos de vida nos últimos anos.
A norma tem uma relação de diferentes tipos de programas, considerando tanto os equipamentos necessários para tal quanto sua lotação, em momentos de pico ou vazios. Para uma biblioteca, por exemplo, a norma fala quanto a estrutura precisa aguentar de carga por metro quadrado, considerando as estantes, os livros, as mesas e as pessoas utilizando. Esse tabelamento de dados foi atualizado para os parâmetros atuais, considerando as transformações vindas principalmente da internet e dos computadores.
As ações variáveis são essas que consideram o uso da edificação, bem como seu fluxo de pessoas, ou também algumas forças da natureza como o vento ou a temperatura. São ações que apresentam variações significativas durante o tempo de uso da edificação, a longo prazo. Segundo a norma, seus valores podem variar de 25 a 35% em 50 anos. Já as ações permanentes são aquelas que permanecem constantes ou têm pouca variação durante o tempo de vida da edificação, como o peso próprio da estrutura ou o peso de equipamentos fixos, por exemplo.
Esses valores são utilizados para calcular a dimensão de pilares, vigas, suas armações, espessura de laje, entre outros elementos. Para espaços residenciais os valores variáveis giram entorno de 150 Kgf/m2, enquanto para espaços como uma biblioteca com estantes e livros, o valor a ser considerado é de no mínimo 600 Kgf/m2. Além desses também soma-se as cargas permanentes, que dependem do tipo do material e do sistema construtivo a ser utilizado. A partir desses valores, o projeto de estruturas pode reunir as especificações necessárias para a construção.