Dentro do escopo da construção, o orçamento, que é uma peça técnica utilizada para planejamento, prevê as despesas que ocorrerão na obra, unindo material, mão de obra, gastos mensais e custos indiretos. Ainda assim, muitos se arriscam a começar a construir sem um orçamento detalhado, caindo muitas vezes nos riscos de uma obra sem planejamento que sempre é mais cara e mais demorada do que o imaginado.
Para a construção civil, o orçamento é um documento que demonstra todos os serviços que serão executados durante a obra, somando os materiais que serão necessários com a mão de obra requerida. Além disso, o orçamento pode também considerar os custos mensais fixos da obra, como luz e energia ou ainda prever uma porcentagem extra para possíveis imponderáveis.
Sua execução parte do projeto completo de arquitetura e seus complementares, sendo possível de ser elaborado em todas as etapas. A diferença é que quanto mais avançado o projeto estiver, mais preciso será o orçamento, sendo o projeto executivo o mais indicado para servir de base para o orçamento, já que nessa etapa o projeto está definido e quantificado.
Além de utilizar os projetos completos como base, o orçamento também pode ser elaborado de diferentes formas. Para obras menores é possível fazer uma consulta em lojas e fornecedores com uma lista elaborada a partir do projeto. Essa consulta pode identificar os fornecedores mais próximos, apresentando o cenário real daquela obra. Ao mesmo tempo, é um processo trabalhoso e dependendo do tamanho da obra a lista pode acabar sendo muito extensa.
Para obras maiores, existem bancos de dados públicos que fazem essas consultas periodicamente e sistematizam os valores. A Caixa Econômica Federal junto do IBGE, por exemplo, mantém a SINAPI, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, base utilizada para todas as obras públicas do país. Além dela existem outras bases públicas, que podem ser estaduais ou municipais, ou ainda algumas privadas.
Além de manter um banco de dados de custo de insumos, as bases orçamentárias também fazem composições somando o custo da mão de obra de cada serviço, garantindo assim um valor para o orçamento que contemple o material, mão de obra e impostos envolvidos. Ainda que exista essa base de dados, é importante considerar que as obras estão sempre sujeitas a imponderáveis, causadas pelas condições climáticas ou até por possíveis acidentes.
Para se prevenir, é importante incluir no orçamento uma porcentagem de BDI. No mercado, o BDI é definido como bônus e despesas indiretas e é onde as empresas incluem seu lucro em um orçamento. Para uma obra essa precaução é fundamental. Deve-se focar nas despesas indiretas para cobrir os possíveis acidentes e atrasos sem que isso seja uma surpresa para os clientes. Assim, os orçamentos acrescentam uma porcentagem ao valor final calculado que representa esses custos.
Por menor que seja a obra, o orçamento é sempre elaborado junto do projeto. É uma peça técnica que permite o planejamento financeiro e é importante ter acesso a ele antes da obra ser iniciada. A partir dele é possível estabelecer estratégias de enfrentamento financeiro, como busca por financiamentos ou, inclusive, a adequação do projeto. Com um orçamento de obra, reduzimos significativamente o risco de gastos exorbitantes e inesperados.