Quando pesquisamos 'moradia em Copenhague' no Google, a primeira coisa que aparece são as perguntas mais comuns feitas pelos usuários: quanto custa morar em Copenhague? É difícil encontrar moradia em Copenhague? É verdade. Viver aqui é significativamente mais caro do que a média europeia, especialmente em Indre By, o bairro central. Embora os preços das moradias sejam adequados aos salários de seus cidadãos, e o índice de qualidade de vida seja condizente com esse alto custo, ainda é complexo para um estrangeiro se fixar definitivamente na cidade.
No entanto, as autoridades e as partes interessadas estão seriamente comprometidas em abrir a cidade para novos habitantes, oferecendo moradias acessíveis projetadas por seus melhores arquitetos – tanto nos subúrbios quanto em áreas centrais reformadas. Em 2023, Copenhague será a Capital Mundial da Arquitetura UNESCO-UIA e anfitriã do Congresso Mundial de Arquitetos da UIA. Portanto, muitas pessoas poderão ver em primeira mão como é morar nos projetos de grande qualidade arquitetônica da cidade, que além de integrar a vida urbana vibrante, também propõem formas inovadoras de viver.
Edifícios residenciais como destinos atrativos
Com foco em tipologias coletivas, as tentativas de construir moradias bem projetadas e acessíveis estão espalhadas pelos bairros de Copenhague, aproveitando a eficiente rede de transporte público. Essa boa conectividade possibilita ativar bairros além do distrito de Indre By, revitalizando subúrbios abandonados e reabilitando áreas industriais decadentes. Grupos multiétnicos e de baixa renda se beneficiam da chegada desses novos projetos habitacionais, uma vez que eles agregam valor não apenas individualmente, mas também comunitariamente. Misturando funções públicas e privadas, seu design conta com novos espaços públicos para cada bairro, que se integram ao entorno e melhoram os equipamentos urbanos existentes. Com o tempo, muitos desses projetos se tornaram destinos atrativos, pois oferecem uma arquitetura marcante que permite espacialmente novas situações comunitárias.
O Tietgen Dormitory, projetado pelos arquitetos Lundgaard & Tranberg, cria um novo bairro universitário que hospeda 400 estudantes. Localizado em um local próximo à Universidade de Copenhague em Ørestad North, o projeto tem forma circular e possui uma praça central, proporcionando um espaço generoso de convivência para moradores e visitantes. Na parte noroeste da cidade, as Casas para todos, do Bjarke Ingels Group, é como uma parede porosa que se curva para criar uma praça pública na frente e um pátio mais íntimo na parte de trás. A maioria desses novos projetos abrem seus níveis mais baixos, gerando corredores públicos que permitem que pedestres e ciclistas atravessem os edifícios livremente e facilitando uma conexão fluida entre diferentes áreas, circuitos e usos.
Construção modular e materiais simples
Os projetos habitacionais recentes não só inovam na sua implantação urbana, como apresentam estratégias construtivas e materiais que permitem entregar soluções de melhor qualidade, respeitando as restrições orçamentais. Em geral, os arquitetos têm priorizado os sistemas modulares e pré-fabricados, “empilhando” de maneira fácil e rápida as unidades habitacionais que reduzem sua escala. No caso das recém mencionadas Casas para todos do BIG, os módulos são dispostos de tal forma "que permitem a cada segundo módulo um metro extra de altura da sala, tornando as áreas de estar e a cozinha extraordinariamente espaçosas". Além disso, sua configuração geral dá a cada unidade seu próprio terraço.
Os materiais utilizados são modestos e simples, deixando expostas sua textura e coloração naturais, tanto por dentro quanto por fora. Respeitando a tradição e a arquitetura local, o tijolo é um dos materiais mais utilizados nas fachadas. A Amaryllis House, projetada por Tegnestuen LOKAL + Mangor & Nagel, brinca com uma paleta de tijolos vermelhos e marrons, associada ao passado industrial da área de Grønttorvet. A Theodora House da ADEPT, por sua vez, reinterpreta a imagem do bairro próximo a Elephant Gate and Tower, utilizando tijolos personalizados com um padrão diferenciado em seus primeiros níveis.
Tipologias inovadoras que atendem às necessidades dos cidadãos
A construção cuidadosa e as estratégias urbanas não apenas respondem bem aos regulamentos locais, mas em muitos casos também integram a participação dos moradores nas tomadas de decisão relevantes. No projeto do Edifício Krøyer, de Vilhelm Lauritzen Architects + Cobe, por exemplo, a comunidade local ajudou a definir a altura dos edifícios e selecionar os materiais, aumentando seu senso de propriedade e compromisso com o ambiente.
As necessidades dos habitantes, específicas de cada área, refletem-se em cada uma das suas tipologias inovadoras, que vão além da configuração do típico apartamento, apontando para uma vida compartilhada e mais acessível. No Tietgen Dormitory, as unidades residenciais estão dispostas radialmente no edifício cilíndrico, incluindo um banheiro, terraço e móveis flexíveis. Cada seção de 12 unidades é organizada em torno de uma cozinha e uma área comum. Outro caso interessante é o projeto Signalhuset, de autoria dos arquitetos da NOBEL, onde os andares são concebidos de acordo com "o princípio 'quatro em um', o que significa que é relativamente simples converter quatro unidades menores numa única e tradicional unidade para uma família." Em outros projetos, residências convencionais dividem áreas comuns como estufas e pomares, que são cuidados pelos vizinhos.
Copenhague expressa o conceito geral de moradia compartilhada de várias maneiras, jogando com habilidade entre os limites do privado e do público. Permeando os princípios básicos de seus mais recentes projetos habitacionais, os arquitetos dinamarqueses apostam em uma convivência bem planejada, que não só torna a cidade mais acessível, mas também mais aberta, democrática e socialmente sustentável.
Para mais informações e dicas sobre a cidade, acesse VisitCopenhagen.