O campus universitário tem uma tipologia espacial distinta. Estabelecidos como microcidades, esses ambientes independentes estão sujeitos a suas próprias regras e sistemas. Eles são projetados como um desvio das cidades que o hospedam para permitir o crescimento e a proliferação do conhecimento fora do status quo. Centrados na troca de informações, os centros acadêmicos estão se tornando cada vez mais relevantes para o urbanismo. Os campi e suas cidades evoluem para imitar a estrutura uns dos outros, criando oportunidades para a renovação urbana.
O rótulo “cidade universitária” surgiu do fenômeno crescente de moradias e economias que brotavam em torno dos campi universitários. Essas cidades tendem a ser dominadas por uma população estudantil, e oferecem oportunidades de emprego relacionadas à universidade e seus campos de estudo. Faculdades antigas como Cambridge deram origem a moradias dessa maneira, com sua estrutura dispersa determinando o plano atual da cidade. Com o tempo, o tecido urbano se enredou com as faculdades agrupadas para criar uma rede de conhecimento. A simbiose entre campus e cidade definiu a cultura da região por meio de um estilo arquitetônico, tendências e espaços sociais.
A fundação de uma instituição educacional em uma região em desenvolvimento vem acompanhada de considerável crescimento social e econômico. O campus demanda habitação, comércio, serviços, transporte e espaços de lazer, expandindo assim o crescimento relacionado à infraestrutura. Os campi educacionais estão enraizados em suas comunidades. Os campi suburbanos são geralmente a instituição dominante na área, enquanto os campi urbanos existem ao lado de outras instituições, organizações e bairros.
Conscientes de sua posição como administradores das comunidades locais, as instituições educacionais estão engajadas no planejamento urbano moderno. Na Europa, as universidades estão reformulando sua posição na sociedade, assumindo reorganizações e ampliações de suas estruturas físicas. Na Ásia, campi universitários abertos e interativos estão sendo montados ao lado de instituições de acesso restrito. Um debate sobre a exclusividade das universidades em suas comunidades locais continua pautando novos empreendimentos neste domínio.
As vantagens de integrar as universidades às cidades podem ser percebidas na estrutura das próprias faculdades. A escala de operação dos campi - em arquitetura e urbanismo simultaneamente - permite que eles atendam às necessidades sociais de uma forma que as cidades lutam para conseguir. Em vez de existir como uma “cidade isolada dentro da cidade”, a extensão do campus em seus arredores é benéfica para o desenvolvimento cultural e econômico.
Como uma prática positiva de planejamento urbano, as estruturas da cidade podem ser projetadas como sinônimos da estrutura dos campi. A diferença fundamental entre instituições e cidades é a escala. As universidades são projetadas em escala humana, facilitando relacionamentos e conexões. Ao contrário dos layouts das cidades, centrados no carro, os campi universitários priorizam a caminhada e as ruas como espaços públicos.
O capital social dos campi é reforçado pela proximidade de casas, locais de trabalho e amenidades. Traduzindo o conceito para as cidades, os edifícios de uso misto contribuem para as pessoas caminhem em um local, ao mesmo tempo em que utilizam a área disponível de forma eficiente. Tais projetos integram o campus e a comunidade, oferecendo oportunidades de acesso a diversas populações. Edifícios ricos em densidade e verticalmente escaláveis reduzem a expansão urbana e se fundem no tecido existente do bairro.
Muitas universidades são construídas em torno de um corredor principal onde coexistem o corpo estudantil e a vizinhança. Esses corredores e condições facilitam o crescimento e a conexão por meio da transferência de ideias e recursos. Os espaços públicos neste limiar sustentam a relação correlativa e mutuamente benéfica entre a instituição e a sociedade. Programas que atendem tanto às necessidades da universidade quanto do bairro – como habitação popular, comércio e espaços recreativos – estimulam a interação e ajudam a integrar a “microcidade” dentro da macrocidade.
Muitas universidades são construídas em torno de um corredor principal onde coexistem o corpo estudantil e a vizinhança. Esses corredores e condições facilitam o crescimento e a conexão por meio da transferência de ideias e recursos. Os espaços públicos neste limiar sustentam a relação correlativa e mutuamente benéfica entre a instituição e a sociedade. Programas que atendem tanto às necessidades da universidade quanto do bairro – como habitação popular, comércio e espaços recreativos – estimulam a interação e ajudam a integrar a “microcidade” dentro da macrocidade.
Oportunidades para manter a essência das “univer-cities” podem surgir na forma de preservação histórica e adaptação de locais históricos e culturalmente relevantes para reutilização, o que pode incluir a manutenção de sua escala, aparência e a promoção da educação sobre o legado compartilhado.
A relação entre o campus e sua cidade oferece um microcosmo complexo no qual ideias e conexões podem evoluir. O campus universitário não é uma entidade autônoma, mas sim um catalisador do progresso no planejamento urbano e na sociedade humana. Através da formação de um valor relacional entre um campus e seu ambiente urbano, as cidades universitárias tornam-se vibrantes centros de conhecimento em escala humana.