O uso da luz em construções religiosas, enquanto elemento de associação ao divino, perpassa a história da humanidade. Historicamente, uma série de templos, das mais variadas religiões, se utilizaram deste artifício enquanto tentativa de aproximação visual e perceptível do ser humano à uma dimensão sagrada e intangível. A luz costuma ser dotada de uma conotação espiritual e força simbólica significativa, que é capaz de modificar a relação, percepção e experiência das pessoas com os ambientes. Deste modo, ela é um elemento que foi, e ainda é, utilizado pela arquitetura para criar cenários e efeitos em muitos espaços religiosos, especialmente nas igrejas.
A Igreja Católica, em suas muitas tipologias e estilos arquitetônicos ao longo tempo, acompanhou e se associou à essa relação luminosa, desde suas construções da era clássica, como o óculo no Panteão romano, ou seus vitrais coloridos das igrejas góticas, como a Catedral de Notre-Dame de Paris. Nas décadas mais recentes, sobretudo após o modernismo, muitos arquitetos incorporaram a iluminação em seus projetos de igrejas, reiterando essa relação histórica entre luz e divino ao criarem ambiências e cenários com efeitos luminosos monumentais. Jogos de luz e sombra, feixes luminosos coloridos ou aberturas e esquadrias que criam efeitos formais de luz no interior das igrejas são algumas das linguagens e estratégias utilizadas, que também colaboram para reafirmar a monumentalidade associada a esses espaços.
A seguir, elaboramos uma lista com 5 exemplos de igrejas modernas que utilizam a luz de maneira cênica e simbólica, na tentativa luminosa de unir arquitetura e divino, visível e intangível.
Capela de Ronchamp / Le Corbusier
Igreja em Firminy / Le Corbusier
Catedral de Brasília / Oscar Niemeyer
Igreja do Centro Administrativo da Bahia / João Filgueiras Lima (Lelé)
Igreja da Luz / Tadao Ando Architect & Associates
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