Nem todos projetos buscam uma conexão constante com exterior, ao menos não em sua fachada frontal. Apesar de uma aparência não tão comum, são diversos os motivos para criar uma fachada opaca: privacidade, segurança, redução do consumo de energia, proteção contra as intempéries. Mais comum em edifícios governamentais, culturais ou religiosos, esta solução também é encontrada em alguns casos residenciais.
Se a privacidade é buscada perante os olhos da rua, a construção de uma fachada opaca muitas vezes esconde um oásis interior que mantém um constante contato com o exterior, brindando iluminação e ventilação naturais para o interior do edifício. Além disso, esse elemento pode ajudar a reduzir o consumo de energia de um edifício ao trabalhar com a inércia térmica. Afinal, em climas quentes, paredes opacas bloqueiam o calor do sol e colaboram para um interior mais fresco, reduzindo a necessidade de ar condicionado. Em climas frios, elas ajudam a reter o calor do edifício, reduzindo a necessidade de aquecimento. Entre outros benefícios como a redução do ruído externo e proteção perante condições climáticas mais adversas como ventos fortes e tempestades, fechar a fachada pode configurar uma solução bastante eficiente em alguns casos. Abaixo, apresentamos sete residências brasileiras que optaram por ela.
Casa Galeria / BLOCO Arquitetos
"As laterais envidraçadas e esquadrias são protegidas da insolação excessiva através de uma grande parede ligeiramente suspensa do piso, sustentada pelos mesmos pilares de um dos lados das vigas principais. Ela tem a função de bloquear o sol direto da tarde no seu horário mais quente, ainda que o espaço livre entre ela e as esquadrias onde se localiza um jardim descoberto, permita a entrada de luz natural indireta."
Casa Altos de Trancoso / Gema Arquitetura
"Um eixo central em passarela direciona o usuário e amarra os volumes que compõem a residência, criando uma trajetória bem demarcada em toda a extensão do terreno. O bloco de serviços participa no fechamento frontal do lote, com volume em cor terrosa que recebe o pedestre por um lado e esconde os carros de outro. A passarela rompe o bloco social, generoso, e segue rumo ao bloco dos quartos, abrindo-se ao grande jardim central que culmina no fim do lote, em direção à mata nativa preservada."
Casa da Ponte / Leo Romano
"A fachada principal, sem aberturas, afasta os olhos dos curiosos e mantém total privacidade dentro da casa. Esta, por sua vez, se abre na totalidade para o jardim, outra grande paixão do profissional."
Casa Jatobá / Studio Guilherme Torres
"Um grande muro feito em taipa, feito com areia e terra do próprio local, contorna toda a casa e também toma parte na estrutura. Esta técnica milenar cria uma identidade única, pois não existe nada igual em todo o mundo tanto em questão estética – a coloração e espaçamento das camadas – como em tamanho."
Residência R2 / F:Poles Arquitetura
"Com a volumetria resolvida, a escolha da materialidade deste grande volume [um monolito e a sensação de bloco único] se deu inicialmente pela vontade de que o bloco fosse todo construído em concreto, mas no final por opção do cliente, a casa foi construída em alvenaria e revestida com placas de concreto ripado."
Casa Naves / BLOCO Arquitetos
"A cobertura da Casa Naves é formada por uma sequência de vigas paralelas e lajes em concreto aparente com diferentes alinhamentos entre si. Os desencontros entre estes elementos criam aberturas para a entrada de luz natural direta e indireta", garantindo o conforto para os moradores que possuem uma fachada frontal opaca.
Casa NZ / Aguirre Arquitetura
"A residência que possui uma implantação em 'U' permite uma setorização bem definida em um único pavimento, trazendo os espaços de lazer e convívio como peça central da dinâmica da casa", sendo que a base do U conforma a fachada opaca que traz privacidade para todo o espaço construído.