A quadra é um elemento tipicamente urbano que, historicamente, apresentou-se sob diferentes formas e desenhos, fazendo parte, de maneira estrutural, das diretrizes de planejamento das cidades. A partir da observação de alguns tecidos urbanos de cidades como Barcelona, na Espanha, Paris, na França, e Copenhagen, na Dinamarca, é possível perceber a grande variação entre os modelos de quadras, em inúmeros aspectos, definindo suas próprias paisagens e dinâmicas. Alterações de estilo e formato, mudanças volumétricas na relação entre cheios e vazios, e modificações entre as conexões de acesso com o entorno, são alguns exemplos de particularidades tipológicas que as diferenciam. Assim, muitas vezes, em suas especificidades, as quadras constituem-se enquanto características emblemáticas e representativas não somente de determinados modelos de planejamento urbano, desenvolvidos ao longo da história, mas também das próprias cidades.
Um dos elementos arquitetônicos que, em suas dimensões e configurações, possuem um vínculo íntimo com as quadras urbanas são as habitações coletivas. A partir de suas características projetuais, esses conjuntos, muitas vezes, acabam por definir a quadra urbana de diferentes formas, através de aspectos distintos, sendo capazes de criar diversos ambientes no espaço urbano. Ademais, eles também permitem uma reflexão mais ampla acerca da relação entre habitação, paisagem, sociedade e dinâmicas urbanas.
A seguir, elaboramos uma lista com seis exemplos de quadras distintas, formadas a partir de habitações coletivas variadas e em diferentes locais e períodos, que nos mostram como esse elemento urbano é dinâmico e pode ser pensado de inúmeras maneiras, afim de constituir-se não somente enquanto um espaço de fluxo e de uso privativo, mas também enquanto um importante conector entre as esferas pública e privada na cidade, possibilitando a apropriação coletiva.