Para a 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia, o Pavilhão da Lituânia apresentará uma exposição intitulada "Floresta das Crianças", com curadoria de Jurga Daubaraitė, Egija Inzule, e Jonas Žukauskas. A intervenção visa tornar-se uma paisagem lúdica, reconhecendo as perspectivas únicas através das quais as crianças observam e interagem com o ambiente. O projeto busca explicar o ecossistema da floresta, reunindo trabalhos e descobertas desenvolvidas em paralelo às atividades ao ar livre, realizadas com crianças nas florestas da Lituânia e Finlândia. Educadores ambientais, ativistas, arquitetos e silvicultores discutirão a ideia das florestas como espaços negociados onde todos os atores desempenham um papel importante. O pavilhão estará aberto para visitação de 20 de maio a 26 de novembro de 2023.
Uma instalação interativa ativará o espaço do pavilhão, localizado em frente à entrada do Arsenale. Concebida como um objeto arquitetônico e uma estrutura conceitual, a intervenção visa estimular diferentes formas de discussão, comunicação e brincadeira. O principal material de construção será a madeira coletada ao longo de vários anos em um arquivo da Nida Art Colony of Vilnius Academy of Arts como parte do projeto Neringa Forest Architecture. A estrutura sinuosa será acompanhada com instalações de filmes, mesas de trabalho e estruturas lúdicas.
Os elementos arquitetônicos transmitirão a experiência das crianças que participaram nos eventos anteriores, onde aprenderam sobre florestas antigas, paisagens pantanosas e o longo processo de formação geológica. Através destas atividades, as crianças exploraram a floresta em várias escalas, investigando a poluição química através da realidade aumentada, examinando os padrões de crescimento dos líquens, e descobrindo as reverberações sonoras da madeira. O objetivo da exposição é expandir estes ensinamentos e investigar as formas como as intervenções humanas, tecnologias, indústrias e instituições influenciam os ambientes naturais e sua biodiversidade.
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Tudo o que você precisa saber sobre a Bienal de Arquitetura de Veneza 2023A exposição é concebida como uma ferramenta educacional com potencial para criar conexões com outros elementos espaciais e temáticos. Após o encerramento da Bienal, a instalação voltará às florestas do Curonian Spit, fonte original da madeira, onde servirá como destino para caminhadas na floresta e oficinas de educação ambiental. O pavilhão é organizado pelo projeto Neringa Forest Architecture, que foi iniciado em 2020 para refletir sobre o agenciamento de práticas e instituições culturais no enquadramento das relações ambientais.
O tema da educação é recorrente em muitas outras exposições de pavilhões nacionais propostas para a edição deste ano da Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia, como uma continuação natural do tema escolhido pela curadora Lesley Lokko, O Laboratório do Futuro. O Pavilhão da Bulgária apresentará a exposição intitulada "Educação é o movimento da escuridão para a luz" para explorar o abandono escolar e o declínio urbano. Em uma nota semelhante, o Pavilhão Australiano se propôs a explorar temas de descolonização com uma exposição intitulada "Unsettling Queenstown", enquanto o Pavilhão dos Países Nórdicos, representando Finlândia, Noruega e Suécia, traz a Veneza um arquivo de livros e materiais explorando a arquitetura e o design indígena Sámi, o conhecimento tradicional da construção, o ativismo e a descolonização.