A bicicleta não é mais utilizada apenas para esportes ou atividades recreativas. Cada vez mais, as pessoas optam por ela como principal meio de transporte.
A arquitetura cumpre um papel fundamental no incentivo do uso da bicicleta, já que uma cidade equipada com ciclovias seguras, bicicletário e áreas livres para lazer inspira as pessoas a deixarem seus automóveis.
Embora a arquitetura em si seja universal, a prática do dia-a-dia ainda varia em todo o mundo influenciada por uma ampla gama de fatores, desde os requisitos profissionais e responsabilidades de um arquiteto, o ambiente local, história e costumes de construção, às prioridades locais e desafios. Em um mundo hiperconectado, onde a arquitetura parece se tornar mais uniforme, como os contextos e características locais moldam o ambiente construído? Este artigo explora as semelhanças e diferenças dentro da profissão de arquiteto.
Em tempos de grande esforço comercial, onde cada vez mais, ideias em Arquitetura parecem inclinar-se a representação hiperrealista, na tentativa de convencer seus clientes (ou júri, no caso de concursos de arquitetura) de que a futura execução trará tamanha qualidade quanto a fantasia da imagem, os renderings assumem alto grau de importância na apresentação dos projetos.
Por esta perspectiva, é comum que anualmente haja novas atualizações, bem como o surgimento de novos programas especializados em renderizações, ferramentas capazes de atingir resultados tão impressionantes que chegam a confundir as imagens finais com fotografias, cruzando o irreal com a noção de ultra realidade.
Kosovo - Implementation during Covid-19. Image Courtesy of UN-Habitat, Global Public Space Programme
A UN-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo principal foco é encontrar soluções para os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de crescimento e expansão urbana em países de economias emergentes, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas no usuário e nos processos participativos. Pensando nisso, o ArchDaily associou-se a UN-Habitat para trazer notícias, artigos e entrevistas semanais que se destacam neste setor, disponibilizando a nossos leitores conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
A medida que a luta contra o coronavírus parece ainda muito distante de um final feliz, as restrições impostas para tentar minimizar o risco de contágios e consequentemente, de hospitalizações e mortes, continua a castigar muitas cidades ao redor do mundo. Neste contexto, a necessidade de se criar instrumentos alternativos que possam ajudar as entidades urbanas e governos locais a sair desta situação parece mais urgente do que nunca. Embora a pandemia tenha provocado uma mudança drástica na maneira como nos relacionamos uns com os outros e principalmente no modo como nos apropriamos dos espaços públicos, a demanda por mais áreas verdes e espaços abertos não diminuiu, muito pelo contrário. As pessoas, mais do que nunca, precisam sair, se exercitar, ter um contato mínimo com a natureza, poder se locomover, trabalhar, estudar e socializar com outras pessoas para manter um estado mental minimamente saudável. Pensando nisso, a UN-Habitat está lançando uma campanha que procura apontar os possíveis caminhos para se estabelecer uma resposta urbana eficaz em combate à Covid-19, delineando ferramentas que podem ajudar os governos locais a prevenir a disseminação e propagação do vírus além de desenvolver estratégias de resiliência urbana para encarar possíveis situações similares no futuro.
Não se pode negligenciar o efeito de uma crise econômica na arquitetura. É o que nos lembra o artista Jorge Isla com sua série de fotografias do Centro Desportivo de Alto Desempenho do Balneário de Panticosa, na Espanha, projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza. Um edifício que teve suas obras iniciadas nos primeiros anos deste século e que foi abandonado devido à crise financeira do país.
O último ano colocou em destaque a emergência climática e a injustiça racial. A preocupação com o estado do meio ambiente nunca foi tão expressiva. Graças ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre) e a outros relacionados que clamam por justiça, vozes que foram tragicamente marginalizadas por muito tempo finalmente estão sendo ouvidas. Ainda assim, alguns dos ativistas mais fervorosos consideram essas lutas separadas.
https://www.archdaily.com.br/br/961347/nao-existe-justica-climatica-sem-justica-racialManish Bapna e David Lammy
É possível entender que nossos antepassados preservavam um profundo conhecimento a respeito das condições ambientais e das necessidades físicas do ser humano em sua busca por abrigo. Apesar dos avanços tecnológicos e da evolução da forma de se observar o mundo ao redor, esse tipo de conhecimento, e relação com o entorno, ainda pode ser empregado atualmente e adaptado às nossas realidades. Isso pode ser observado ao explorar o uso das pedras naturais na arquitetura, evidenciando as suas várias formas de atuação.
Quando pensamos em Nova York, pensamos em Manhattan e seus arranha-céus super altos. Como resultado, acreditamos que a cidade é um dos lugares mais densos da Terra: uma Hong Kong no Hudson. Mesmo assim, olhar para cima desvia nossa atenção de outro fato: Nova York não é tão densa quando você olha para sua área territorial em extensão. Depois de sair de Manhattan e passar pelos bairros históricos periféricos, você encontrará uma cidade distintamente suburbana. A paisagem compreende quarteirões e mais quarteirões de casas unifamiliares, shoppings e ruas largas que não permitem carros. Nova York é, portanto, um conto de duas cidades — dos skylines e do espraiamento.
Qual a importância da acústica para a arquitetura? Ruídos indesejados podem trazem efeitos extremamente negativos ao nosso organismo, tais como: perda auditiva, doenças cardiovasculares, hipertensão, dores de cabeça, alterações hormonais, doenças psicossomáticas, distúrbios do sono, redução do desempenho físico e mental, estresse, agressividade, e desconforto em geral.
A lista que apresentaremos a seguir é uma espécie de índice de artigos sobre acústica na arquitetura publicados aqui no ArchDaily, os quais abordam desde estratégias de projeto até novos materiais e a sua aplicabilidade.
A arquitetura é moldada por seu ambiente e forças naturais. Inerentemente, a disciplina se concentra no projeto de objetos sobre sistemas, na morfologia formal sobre redes ou ecologias. No entanto, nenhum edifício existe fora de seu contexto; cada estrutura está situada entre climas e condições culturais em constante mudança. A forma como os arquitetos respondem e se conectam a esses sistemas maiores, pode mudar radicalmente a natureza e a qualidade de seu trabalho. Frequentemente, são as grandes restrições que produzem soluções inovadoras.
Embora o uso de arcos na arquitetura remonte ao segundo milênio a.C., foram os romanos que os solidificaram como um elemento de engenharia e um símbolo de vitórias militares, que agora vemos excessivamente como arcos memoriais. Pouco depois, diferentes civilizações e culturas adotaram o arco para seus próprios fins, unindo a necessidade estrutural e estética. Neste artigo, veremos como os arcos evoluíram de elementos estruturais significativos para detalhes decorativos cativantes.
O papel do arquiteto nem sempre foi o que é hoje. Historicamente, e quase desde o seu início, era visto como um “show de um homem só”, onde o arquiteto era o artista, o escultor e o visionário de uma estrutura. À medida que a prática continuou evoluindo, ela se tornou uma profissão muito mais colaborativa e muito menos individualista por natureza, compreendendo continuamente a importância de considerar as perspectivas externas - mesmo aquelas tradicionalmente não treinadas dentro da arquitetura.
A experiência do usuário facilmente pode se contrapor aos ideais de um projeto, principalmente quando espaços devem ser pensados para comunidades. Sendo assim, recorrer a uma arquitetura na qual os futuros usuários possuem poder de decisão representa um movimento no qual distintos pontos de vistas podem se aliar ao olhar do arquiteto para gerar um partido inovador.
Visto que seres humanos passam a maior parte de suas vidas em ambientes fechados, não nos surpreende o fato de que determinadas características do espaço construído têm um impacto significativo em nosso comportamento psíquico. A psicologia ambiental é, de fato, a disciplina que estuda o comportamento humano em suas interrelações com os espaços onde a vida humana transcorre. Condições de iluminação, de escala e proporção assim como os materiais e suas texturas são características espaciais que emitem informações para nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacionamos com o espaço, produzindo um sem fim de sensações e reações.
Determinadas características do espaço construído são capazes de induzir sensações de tranquilidade e segurança, de fazer com que as pessoas se sintam bem e relaxadas ou até aumentar a concentração e a produtividade dos usuários em seu ambiente de trabalho. Independente de qual sejam as sensações que eles nos provocam, não se pode negar que as características dos espaços em que vivemos – ou trabalhamos – desempenham um papel fundamental na maneira como as pessoas se sentem e como elas se relacionam com o espaço; e portanto, a psicologia ambiental pode ser uma importante aliada no desenvolvimento de projetos que proponham soluções para promover uma maior qualidade de vida aos seus usuários.
Por mais clichê que a frase possa parecer, há duas coisas que agradam muito os arquitetos: concreto aparente e a cor preta. Enquanto que o concreto oferece uma estética bruta aos espaços, salientando as tonalidades, as texturas e as superfícies que moldam a mistura, a sobriedade que a cor preta proporciona permite evidenciar justamente as características que o arquiteto busca. Combinar os dois parece natural. Mas o concreto pigmentado de preto não é tão comum como poderíamos imaginar. A seguir falamos um pouco do processo de produção do concreto negro e alguns projetos que o utilizam.
Poucas coisas irritam mais que a exposição a ruídos excessivos, por longos períodos de tempo ou a incapacidade de entender o que precisamos ouvir. Seja uma obra próxima, o tráfego de uma rodovia, o ar condicionado ou o vizinho aprendendo saxofone, pesquisas mostram que ruídos podem contribuir para doenças cardiovasculares, aumento de pressão, dores de cabeça, alterações hormonais, distúrbios no sono, redução no desempenho físico e mental e a redução do bem-estar. Por outro lado, em um ambiente acusticamente "confortável", além de ouvirmos o que desejamos, nos concentramos melhor e nos sentimos mais calmos.
A preocupação com a criação de ambientes acusticamente confortáveis é geralmente relegada a cinemas, salas de concertos e estúdios de gravação. Mas é particularmente importante em ambientes de aprendizado, como salas de aulas, já que influencia diretamente na relação ensino-aprendizagem. O desconforto acústico pode prejudicar o processo de aquisição de conhecimento, interferindo na atenção e piorando a comunicação entre aluno e professor.
Os telhados verdes são compostos por uma série de camadas que permitem que a vegetação cresça corretamente, evitando infiltrações que podem causar danos à estrutura do edifício. Embora haja uma grande variedade de opções para construí-las, hoje apresentamos um sistema composto de uma base de argamassa, uma camada de emulsão asfáltica, duas membranas asfálticas impermeáveis, uma camada de drenagem e o substrato que permitirá o crescimento das espécies vegetais.
Para impermeabilizar as áreas de sumidouros, parapeitos e outros pontos críticos, também inclui uma membrana líquida de poliuretano, que permite vedar todo o sistema. Verifique, abaixo, algumas teclas de aplicação dos diferentes componentes de um telhado verde e os benefícios desta última camada impermeável a líquidos.
Após o período da revolução industrial, muitas cidades europeias testemunharam um crescimento em ritmo acelerado, intensificado pelo movimento das pessoas do campo para os centros urbanos na busca por maiores oportunidades.
Mas, se de um lado as cidades tornavam-se cada vez mais atrativas, também se intensificaram problemas como a poluição e o crescimento das ocupações irregulares. Em outro contexto, se o campo permitia o contato próximo à natureza e uma abundância de recursos naturais, também sofria com certo isolamento e redução nas possibilidades de emprego.
Richard Buckminster Fuller certa vez resumiu o seu conceito de Dymaxion da seguinte forma: “construir o maior espaço e a estrutura mais sólida com o menor uso de material”.
A humanidade passa cada vez mais tempo em espaços fechados, seja no trabalho ou em casa. Estudos mostraram que passamos 87% de nossas vidas em ambientes internos. Enquanto interiores agradáveis podem influenciar positivamente no humor e no bem-estar de seus ocupantes, locais mal iluminados, desconfortáveis podem tornar as vidas miseráveis. Por isso, o ofício de projetar interiores é tão importante, mesmo que muitas vezes seja considerado menor por alguns profissionais. Ao desenhar um projeto de interiores, o arquiteto tem o poder de influenciar a maior parte das variáveis. Seja a iluminação artificial, a luz natural, as proporções, os materiais, todos os elementos influenciam nas sensações que a arquitetura passará aos seus ocupantes.
Alexandria Park Tiny Home Village. Image Cortesia de Lehrer Architects
A Lehrer Architects converteu uma série de terrenos baldios de Los Angeles em espaços para micro-moradias voltadas a acolher pessoas em situação de rua—um modelo experimental concebido para combater a falta de moradia na cidade. Trabalhando em parceira com o Departamento de Obras e Engenharia da cidade de Los Angeles, a Lehrer Architects desenvolveu um projeto bastante simples porém eficiente. Casas construídas com estruturas de paletes reutilizados foram pintadas em cores vibrantes para promover o sentido de comunidade e restaurar a dignidade da população em situação de rua através da arquitetura.
"Me senti como Nino Rotta e Oscar Niemeyer como Felini, eu fazendo uma música importante naquela obra." Athos Bulcão, renomado artista plástico, usa essa comparação entre o compositor italiano e o diretor de cinema para fazer alusão à relação entre seu trabalho nos azulejos e o projeto arquitetônico. Tal fusão entre arte e arquitetura marcou um importante período na história do Brasil utilizando a mescla entre as duas disciplinas para lançar luz à assuntos como fortalecimento da identidade nacional, massificação da arte e estratégias arquitetônicas relacionadas ao clima tropical.
O que define um museu nos dias de hoje: seu conteúdo ou sua arquitetura? Lauren McQuistion, arquiteta e doutoranda da Universidade da Virginia, explora os possíveis novos significados das instituições de arte na contemporaneidade em seu artigo recentemente publicado pelo Architect's Newspaper.