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2020: O fim do século XX na arquitetura

Toda vez que nos aproximamos do final do ano ouvimos as pessoas dispararem aos quatro ventos: “o mundo já não é mais o mesmo”. Acontece que, no epílogo do ano de 2020, esta profecia parece enfim, soar como algo verdadeiro. Embora tenhamos visto centelhas de esperança ao longo dos últimos meses, a pandemia de coronavírus definitivamente está provocando uma mudança de paradigma na arquitetura.

Na minha opinião, 2020 representará o fim do século XX na arquitetura. Isso porque mudanças radicais na nossa disciplina nunca coincidem com datas exatas e números redondos. O modernismo, como exemplo máximo disso, nasceu em um momento onde as monarquias ocidentais estavam em queda e com a efervescência de um mundo imerso em plena revolução industrial. É importante lembrar que o modernismo na arquitetura é uma decorrência deste contexto e não a sua razão.

Continuidade e simplicidade: NEXXA, a nova maçaneta assinada por Zaha Hadid Design

Uma maçaneta de linhas simples porém, muito difícil de executar. Motivados por este desafio, a equipe de projeto do escritório Zaha Hadid Design uniu forças com a especialista em ferragens arquitetônicas izé para criar esta peça de design escultural e ergonômica.

Soluções tradicionais em projetos contemporâneos: proteção solar e ventilação natural

Históricamente, persianas leves e brises de madeira estão a serviço da arquitetura como alguns dos mais importantes elementos de proteção—desde épocas remotas produzidas com fibras vegetais, galhos e bambu—os quais permitiam, através de mecanismos de grande simplicidade, filtrar a luz do sol e proteger os espaços interiores das intempéries. Amplamente utilizadas ao longo da costa mediterrânea e outras zonas tropicais e sub-tropicais do planeta, além de oferecer proteção a incidência direta dos raios de sol, estas estruturas permitem controlar o grau de privacidade sem abrir mão da ventilação natural constante.

12 Interiores brasileiros com estrutura aparente

No campo da arquitetura, é comum notar em muitos projetos uma certa predileção dos arquitetos pelo emprego de materiais e elementos arquitetônicos em seu estado aparente ou bruto, como alguns preferem chamar. Com o intuito de expor a materialidade da estrutura de um edifício, é frequente, sobretudo em projetos de reformas, um processo de retirada de forros e revestimentos. Essa busca pela retomada de um estado anterior da construção — ainda sem o acréscimo de elementos para cobrir a estrutura, tubulações, canos e eletrodutos — transforma esses espaços em lugares onde não há nada a esconder.

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Quando o sonho americano se tornou o pesadelo do planejamento urbano

Ao longo de quase um século, o maior sonho do americano médio era comprar uma casa com jardim, garagem e uma cerquinha branca. O sonho da casa própria e a ideia de viver em um bairro familiar afastado da agitação da centro da cidade eram considerados o estilo de vida ideal e o auge do sonho americano. Mas com o passar do tempo e as sucessivas crises econômicas e sociais que abalaram os Estados Unidos ao longo das últimas décadas, as autoridades locais começaram a perceber que bairros suburbanos exclusivamente residenciais não necessariamente eram um sonho, mas sim, um pesadelo.

Pisos de concreto polido: 18 projetos que unem estética, durabilidade e facilidade de execução

Além do apelo estético, a utilização de materiais em suas formas brutas, aparentes, podem representar uma economia de recursos materiais para uma edificação, ao dispensar revestimentos e processos adicionais. Esse tipo de solução usualmente era utilizada em edificações utilitárias, como de infraestruturas, fábricas e depósitos. Os pisos de concreto aparente, por exemplo, que antes eram mais vistos em indústrias, mercados, estacionamentos e postos de gasolina, vêm ganhando cada vez mais espaço em obras de diversos programas, por conta de sua aparência, durabilidade, resistência e possibilidades de acabamentos. Mas quais são os principais fatores a atentar ao especificar um piso de concreto aparente em um projeto?

O que é urbanismo open-source?

Iniciativas ao redor do mundo têm, ultimamente, se voltado a imaginar formas de intervir no ambiente urbano a partir da atuação dos seus próprios habitantes, seja na concepção, construção, ou gerenciamento dos projetos. Compartilhando desta ideia, o urbanismo open-source, ou urbanismo de código aberto, tem buscado potencializar o papel de mudança dos cidadãos a partir da prática colaborativa.

Enquanto conceito elaborado e discutido em profundidade mais recentemente, é possível encontrar textos que abordam, em diferentes medidas, o conceito de urbanismo open-source com significados diversos. Mas, de forma geral, uma definição comum pode ser esboçada a partir do entendimento do urbanismo open-source como uma co-produção de bens urbanos comuns de código aberto.

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Beerseba: arquitetura brutalista do deserto de Israel, pelas lentes de Stefano Perego

Beerseba: arquitetura brutalista do deserto de Israel, pelas lentes de Stefano Perego - Image 15 of 4
Monumento a la Brigada Néguev - Dani Karavan (1963-1968). Image © Stefano Perego

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Localizada a pouco mais de 100 quilômetros de distância de Tel Aviv, Beerseba (Be'er Sheva) é considerada uma das cidades mais antigas do Estado de Israel. Ainda que tenha sido fundada a mais de dois mil anos, a cidade de Beerseba foi destruída e reconstruída muitas vezes ao longo de sua vasta história, de forma que a sua identidade hoje pode ser definida por uma sobreposição de diversas camadas temporais. Uma das principais forças que veio a transformar a estrutura urbana da cidade de Beerseba foi o avassalador crescimento populacional da década de 1950 (logo após o estabelecimento do Estado de Israel em 1948). Naquele momento, o governo israelense decidiu por expandir e revitalizar a estrutura urbana da cidade, a qual passou de um pequeno vilarejo de pouco mais de 4.000 habitantes—em sua maioria militares—, para um dos maiores e mais importantes centros urbanos junto ao deserto de Negev. Desta forma, Beersheba, como muitas outras cidades do país, se transformou em um canteiro de obras a céu aberto, um lugar onde muitos jovens arquitetos modernistas puderam explorar a nova forma de se fazer arquitetura.

Como as cidades estão usando a arquitetura para combater inundações

Quarenta por cento da população mundial vive próxima à áreas litorâneas, em uma faixa de no máximo cem quilômetros de distância à partir da costa, sendo que dez por centro delas ocupam áreas apenas dez metros acima do nível do mar. Este é um dado importantíssimo a se considerar quando pensamos em como as mudanças climáticas podem afetar a vida nas cidades. Hoje em dia, estima-se que até 2050 o aumento dos níveis das marés e as recorrentes inundações possam custar anualmente mais de um trilhão de dólares às cidades litorâneas do mundo todo. Não podemos negar que a humanidade está chegando a um impasse, um momento onde nunca estivemos tão vulneráveis às consequências das mudanças climáticas.

A evolução no entendimento das escalas humanas na arquitetura

“A mão inteira será a décima parte do homem; Da parte inferior do queixo ao topo da cabeça é um oitavo de sua altura; Dos mamilos ao topo da cabeça será a quarta parte da altura.” Se você continua aqui sem ter ido buscar uma trena, essas frases foram escritas por Marcos Vitrúvio Polião, arquiteto romano que viveu no século I a.C., cujo maior legado foi o tratado escrito em latim “De Architectura Libri Decem” (em português, traduzido para Tratado de Arquitetura). Os dados apresentados por Vitruvius foram compilados e desenhados cerca de mil e quinhentos anos depois por Leonardo Da Vinci, em seu célebre trabalho “L’Uomo di Vitruvio”, intensamente reproduzido em diversos contextos, de capas de livros a aventais de cozinha.

Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050

É inegável que a inteligência artificial está transformando a maneira como projetamos e construímos nossos edifícios e cidades. Acredita-se que nos próximos trinta anos, até 2050, a incorporação de tais avanços tecnológicos serão amplamente sentidos em todos os aspectos da nossa vida cotidiana. Tendo em vista todos os desafios que se desenham à nossa frente, incluíndo as mudanças climáticas e a dificuldade cada vez maior de acesso à moradia, a inteligência artificial – se utilizada da maneira certa –, pode ser um dos nossos principais aliados para transformar um potencial futuro distópico e um mundo habitável e sustentável. Ao imaginarmos o futuro hoje, é impossível não tentar prever como será a vida daqui a trinta anos, e está cada vez mais difícil, dissociar a imagem do futuro como uma realidade definitivamente entrelaçada e dependente das novas tecnologias.

Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050 - Image 1 of 4Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050 - Image 2 of 4Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050 - Image 3 of 4Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050 - Image 4 of 4Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050 - Mais Imagens+ 6

TikTok: o novo aplicativo favorito de arquitetos e designers?

Em um mundo que já foi tão obcecado por imagens, ou por uma arquitetura que apenas servisse para alimentar o feed do “insta”, a ascensão do TikTok está criando uma reviravolta na forma como experimentamos e consumimos arquitetura. Em se tratando de números, podemos dizer que o TikTok já não é mais apenas uma modinha: só com a hashtag #architecture podemos acessar mais de 950 milhões de vídeos carregados, frequentemente utilizados para apresentar edifícios e obras de arquitetura segundo um tema ou interesse específico. Com a disseminação deste fenômeno, talvez estejamos assistindo ao fim da era do “edifício instagramável” e presenciando um momento em que o TikTok chegou para provocar uma transformação na maneira como nos conectamos e nos relacionamos com a arquitetura.

Por que optar por construções modulares?

Como os profissionais do setor sabem, construir pode ser um desafio que custa muito dinheiro e tempo. Atrasos são quase mais frequentes do que construções dentro do prazo e podem ser induzidos por extensos requisitos burocráticos, clima e outras circunstâncias inesperadas, planejamento inadequado, pessoal insuficiente ou uma série de outras causas. Projetos de construção longos também podem impactar negativamente a percepção pública de um projeto antes mesmo de ele ter sido concluído, especialmente se ocorrerem atrasos ou causar inconvenientes para aqueles que moram ou trabalham perto do local de construção. Além disso, alguns projetos simplesmente precisam ser construídos em um cronograma mais enxuto do que normalmente é viável para um projeto de construção tradicional. Felizmente, existe uma solução para quem busca reduzir drasticamente o tempo de obra: construções modulares

Projetando com baixo custo: 6 instalações urbanas e pavilhões construídos com paletes reciclados

Comumente utilizados como suportes de armazenamento para mercadorias em estoques de supermercados e feiras livres, os paletes tem como característica a versatilidade, e após inutilização em sua função primária é cada vez mais comum sua reutilização para outros fins, sobretudo como matéria-prima para a criação de mobiliários e decks, colaborando ativamente para a diminuição da quantidade de resíduos descartados. No entanto, indo além dos tradicionais móveis comumente destacados em tutoriais DIY no youtube, estas estruturas vem ganhando espaço como principal materialidade na construção de arquiteturas efêmera, a exemplo de pequenos pavilhões e instalações urbanas, de modo que as peças de pequenas dimensões podem ser empilhadas e unidas umas às outras de maneiras e padrões diversos. 

Como o espaço público mudou em 2020?

A pandemia proporcionou uma circunstância única para experimentos em escala urbana com relação à mobilidade, enquanto as respostas imediatas mostraram o poder transformador do urbanismo tático. Em muitas cidades, as medidas destinadas a garantir o distanciamento social devem ser mantidas após a pandemia, abrindo caminho para a recuperação com menos trânsito e mais atividades ao ar livre. Como a pressão de repensar ruas, funções e sistemas de transporte transformou o espaço público em 2020?

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Casas brasileiras: 12 cozinhas externas e churrasqueiras

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Em uma grande porção do território brasileiro, o clima permite o uso cotidiano nas áreas externas. Desde os quintais mais simples até edículas com churrasqueiras e fornos, cozinhar em ambientes abertos é algo presente na nossa cultura e este ato deverá ganhar cada vez mais evidência após lições que estamos aprendendo com a pandemia, uma vez que espaços ao ar livre tendem a ser mais seguros. Sendo assim, reunimos doze cozinhas externas, ou que se abrem completamente para áreas livres, para agregar algumas referências quanto a este tipo de ambiente.

Arquitetura e natureza dão forma à capela isolada no Líbano

Escondida sob as árvores densas da floresta Al-Ozer no Norte Líbano, a Capela da Terra é um santuário criado pelos arquitetos e artistas visuais do JPAG Atelier, um escritório com sede na cidade libanesa de Byblos. Como um santuário sagrado, a Capela da Terra é um edifício único que permite aos visitantes vivenciar ao mesmo tempo a simplicidade da arquitetura e a beleza da paisagem única do Monte Líbano.

A ascensão do co-living como resposta à vertiginosa urbanização na China

Espera-se que ao longo dos próximos dez anos nossas cidades passem por um processo de transformação sem precedentes. Segundo estimativas publicadas pela ONU no ano passado, até 2030 no Planeta Terra existirão 43 megacidades — aquelas com pelo menos 10 milhões de habitantes. Além disso, o estudo indica que a maioria delas se concentrarão em países considerados subdesenvolvidos. Até meados do século XXI, passaremos de cinquenta para setenta por cento da população mundial residindo em áreas urbanizadas. Somando-se a isso, espera-se que a África e a Ásia juntas sejam responsáveis por até 90% deste vertiginoso crescimento populacional.

As tendências de arquitetura potencializadas ou reconsideradas em 2020

O ano de 2020 provavelmente será difícil de esquecer, um ano onde tudo parece ter virado de cabeça para baixo, transformando nossas rotinas e a maneira como nos relacionamos com as outras pessoas e com os espaços construídos. A atual crise sanitária mundial trouxe à tona uma série de especulações sobre como será a nossa vida no futuro. Neste momento de encerramento e recomeço, percebemos cada vez mais que a pandemia foi responsável por acelerar algumas das tendências que já se desenhavam no campo da arquitetura e mais do que isso, questionando muitas ideias já bem estabelecidas.

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Como os erros do passado nos ajudarão a moldar as cidades do futuro?

Como seriam nossas cidades se deixássemos de experimentar e explorar novas soluções sempre em busca de uma melhor qualidade de vida para seus habitantes? Por mais que estejamos sempre trabalhando e desenvolvendo projetos e estratégias urbanas que nos permitam qualificar nossos espaços e, desta forma, construir cidades mais humanas, nem todas as iniciativas no campo da arquitetura e do urbanismo foram assim tão bem-sucedidas, as quais foram deixadas de lado para desaparecer na profundidade da nossa memória. Enquanto procuramos melhor compreender como será o futuro das nossas cidades, talvez seja importante analisar as lições que aprendemos com o tempo, para que os nossos erros históricos não voltem a se repetir mais adiante.

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