Localizada na parte sul da República do Benin, perto da cidade portuária de Cotonou, Ganvie é a maior vila flutuante da África. Situada no meio do Lago Nokoué, é caracterizada por casas coloridas sobre palafitas de madeira construídas ao redor de ilhas artificiais do século XVII.
Essa arquitetura única nasceu da história da tribo Tofinu, que a construiu como um refúgio contra o comércio de escravos. Foi mantida ao longo do tempo pelos seus sistemas socioecológicos aquaculturais comunitários e hoje se tornou uma atração turística do país. A vila foi reconhecida como patrimônio cultural mundial pela UNESCO em 1996, atraindo até 10.000 visitantes anualmente. No entanto, esse fluxo de turistas impactou os moradores e as práticas socioecológicas que sustentam esse ambiente aquático. A aquacultura tornou-se cada vez mais desafiadora de manter, pois a vila luta para sustentar sua base econômica. Além disso, as práticas tradicionais de construção foram substituídas por modernas, e a vila enfrenta desafios ambientais contínuos. No entanto, o estilo de vida único dos moradores em torno da água ainda pode oferecer muitas lições para o design de futuras cidades flutuantes.
Mais do que apenas esconder e proteger instalações, o forro pode transformar toda a percepção de um ambiente. Combinando funcionalidade e estética, este elemento, além de servir de suporte para a iluminação, pode adicionar camadas de textura e cores que aprimoram a qualidade e o conforto dos interiores. Fatores que se alteram conforme o material escolhido. Por isso, compreender as diferenças, benefícios e desvantagens de cada tipo de forro é fundamental na hora de conceber os espaços internos.
Há algo muito atraente na combinação entre vegetação exuberante e a aspereza do concreto aparente. É isso que se propõe a investigar o livro Concrete Jungle: Tropical architecture and its surprising origins, publicado pela editora alemã gestalten. A publicação traz uma leitura sobre "arquiteturas tropicais" modernas, apresentando casas situadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio e suas relações com seus meios culturais, construtivos e ambientais de origem. Mobiliza diversos projetos e arquitetos, num longo período de tempo que vai desde os anos de 1950 até os dias de hoje, traçando um panorama multifacetado que abrange construções residenciais localizadas em regiões tão distintas quando o Brasil, México, Índia e Quênia.
Existem estilos arquitetônicos mal-quistos no decorrer histórico. Em geral, o apogeu de um movimento significa o ocaso de outro. Com o passar do tempo, pode ser que a situação se inverta, como no caso do pós-modernismo, que divide opiniões desde seu surgimento, mas que experimentou um revival nas primeiras décadas dos anos 2000 (ou talvez não). O distanciamento temporal contribui para a revisão da relevância de certos estilos, e avaliação de suas qualidades – ou problemas.
Quando se trata de resistência sísmica, existem vários mitos que questionam a capacidade da madeira de desempenhar um papel adequado no caso de um terremoto. No entanto, sua ductilidade permite que ela se deforme plasticamente sem quebrar, absorvendo e dissipando a energia gerada pelo movimento e vibração. Além disso, ao contrário do aço ou concreto, a madeira é um material leve com uma boa relação resistência-peso, permitindo que suporte forças sísmicas sem adicionar cargas excessivas à construção. Isso foi amplamente verificado em residências ao redor do mundo. No entanto, como se comporta um edifício de madeira engenheirada de grande altura diante de um terremoto?
Para dissipar dúvidas, o Projeto Tallwood recentemente construiu um prédio de 10 andares feito de madeira laminada cruzada (CLT) na Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). A estrutura foi testada em uma mesa de vibração que simulou o terremoto de Northridge de 1994, que teve magnitude 6,7, e o terremoto de Chi-Chi em Taiwan em 1999, com magnitude 7,7.
A origem dos pátios internos é antiga. Eles serviam como uma forma de abrigo, segurança e proteção e, ao mesmo tempo, visavam o conforto e o bem-estar internos por meio da inserção de elementos externos. Nas habitações contemporâneas, há uma ampla gama de usos e atividades que promovem a relação entre o ambiente interno e o exterior e, ao mesmo tempo, incorporam noções de eficiência energética, regulação térmica, ventilação e iluminação naturais, entre outras.
Ambientes que inspiram, promovem o bem-estar e estimulam a conexão com a natureza. O paisagismo biofílico em espaços de aprendizagem reconhece a importância desse vínculo para o desenvolvimento dos estudantes, uma vez que ele beneficia o bem-estar, o desempenho acadêmico e a saúde das pessoas. Selecionamos oito projetos que trazem elementos naturais para a sala de aula, ou que a colocam diretamente na natureza, para ilustrar as qualidades que estes espaços podem conter.
Profissionais das indústrias de arquitetura, engenharia e construção estão bem cientes dos problemas que afetam o ambiente construído. A indústria da construção civil ser a maior consumidora de materiais e também responsável por 40% de todas as emissões de carbono é um fato conhecido. O trabalho de construção também é um grande gerador de resíduos e poderia se beneficiar muito dos princípios do design circular. Quase três quartos de todos os projetos de construção tendem a exceder o orçamento, e quase metade dos gastos em edifícios são destinados às despesas gerais. Em um mundo acelerado com desafios multifacetados, a tecnologia e a digitalização buscam fornecer soluções significativas.
Boa comunicação é a chave para construir e manter relacionamentos de trabalho, sejam eles pessoais, românticos, empresariais ou políticos. A importância da comunicação e do respeito pelos vizinhos é uma lição que tem sido enfatizada em muitos textos e ensinamentos de todas as religiões e culturas por milênios, possivelmente dando início à civilização.
Algumas economias estão ansiosas para gritar do alto de seus telhados verdes sobre o ambientalismo, oportunidades de investimento atraentes e cena arquitetônica em ascensão. Também para manter viva a história e a cultura de seu passado e construir ambientes socialmente ativos.
Esses quatro projetos da Ásia Oriental e Europa convidam visual e simbolicamente os hóspedes para ver como eles operam, construindo relacionamentos positivos com os moradores do prédio e da cidade, e visitantes de outros lugares.
O design, como prática de trabalho, foi profissionalizado ao longo dos anos, mas cada vez mais a alfabetização em design ou pensamento visual, ou seja, a capacidade de se entender e compreender de recursos visuais é inegociável em muitos locais de trabalho – mesmo para aqueles que não se consideram designers.
O pensamento visual é como se chama a ferramenta de pensar através do processamento visual usando a parte do cérebro que é emocional e criativa para organizar as informações de uma forma intuitiva e simultânea através de desenhos, gráficos e embasadas com uma boa qualidade de pregnância estética e colorimetria.
Yasmeen Lari, reconhecida como a primeira arquiteta do Paquistão, teve um impacto significativo tanto em seu país de origem quanto internacionalmente devido à sua abordagem inovadora e socialmente consciente em relação à arquitetura. Através de uma visão sistemática, o trabalho de Lari leva em consideração a cultura local, as oportunidades específicas da região e os desafios. Nascida no Paquistão em 1941, Yasmeen Lari mudou-se para Londres com sua família aos 15 anos. Depois de se formar na Oxford Brooks School of Architecture, ela voltou ao Paquistão aos 23 anos para iniciar a Lari Associates com seu marido, Suhail Zaheer Lari. O casal se estabeleceu em Karachi. Ali, ela começou a estudar as cidades antigas do Paquistão e a arquitetura vernacular de terra, despertando seu interesse pelo patrimônio arquitetônico e pelas técnicas tradicionais de seu país. Em 1980, ela cofundou a Heritage Foundation of Pakistan com seu marido, uma fundação ativa na preservação do rico patrimônio cultural do Paquistão.
“O sabor da maçã está no contato da fruta com o paladar, não na fruta em si”, disse uma vez Jorge Luis Borges. O gosto não é algo em si, sua experiência é o resultado de um encontro. Da mesma forma, as emoções não estão contidas na arquitetura, mas são sentidas apenas a partir do encontro do corpo com o espaço, quando este se torna um lugar. Como o ambiente afeta o modo como nos sentimos? Essa é a pergunta que move a dupla de artistas e cineastas Ila Bêka e Louise Lemoine em seu mais recente empreendimento, o livro The Emotional Power of Space, que será lançado no dia 17 de maio em evento que antecede a abertura da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023.
No Dia da Terra, a Vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, destacou os muitos benefícios das soluções baseadas na natureza e reconheceu o importante papel dos arquitetos paisagistas neste trabalho. Na Universidade de Miami, ela também anunciou US$ 562 milhões em financiamento para projetos de resiliência costeira, apoiando 149 projetos em 30 Estados, por meio da Iniciativa de Prontidão Climática das Costas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). As observações da Vice-Presidente Harris se baseiam no apoio da administração Biden-Harris ao planejamento e ao design com sistemas ecológicos de maneira equitativa.
O arquiteto italiano e historiador de arquitetura Paolo Portoghesi, primeiro diretor da Bienal de Arquitetura de Veneza, faleceu aos 92 anos de idade em Calcata, na Itália, conforme informado pela própria organização hoje, terça-feira, 30 de maio.
A madeira é o concreto do futuro. Provavelmente você já deve ter ouvido essa frase, visto que, as apostas nas construções em madeira estão cada vez mais altas. Entretanto, não estamos falando das técnicas construtivas tradicionais que utilizam madeira, mas sim, desse conhecido material aliado à tecnologia de ponta.
Existe uma compreensão subjetiva que nos orienta quando pensamos sobre valores de imóveis. E esse entendimento está basicamente conectado à fórmula como os mercados moldam as cidades. Enquanto uma distribuição espacial dos preços nos sugere valorizar mais as terras dispostas nos centros urbanos, o mesmo modelo econômico faz um contraste e propõe valores menores aos espaços mais afastados.
Historicamente, zonas centrais portuárias foram as responsáveis pelo desenvolvimento de muitas cidades em polos comerciais, que se expandiram também por princípios geográficos e econômicos. Em um modelo urbano padrão, é a partir do centro que as forças de mercado distribuem os preços das terras e suas densidades, que, certamente, consideram os custos de transporte, a renda e a população total.
Entroncamentos rodoviários evoluíram de infraestruturas para distribuir o tráfego a marcos que definem e rasgam a paisagem das cidades. Essas intersecções envolvem viadutos, rotatórias e pontes, podendo ter muitos níveis. Elas se torcem, viram e fazem voltas, criando áreas vazias entre as pistas e em seus baixios. Esses espaços podem ser vistos como liminares e de transição, sem um uso específico. Na sua imprecisão, contudo, podem ser transformados em lugares mais amigáveis à escala humana, voltando a fazer parte dos tecidos urbanos.
A urgência das pautas ambientais e do aumento da temperatura do planeta não são novidade. São muitos os fatores que contribuem para o desgaste ambiental corrente, mas existem dois que podem ser tomados como representantes de pontos críticos do sistema de funcionamento do mundo atual: o plástico e o descarte de resíduos — mais conhecidos como lixo.
Não se deve tomar esses dois exemplos como os maiores e nem os únicos fatores problemáticos da crise ambiental, eles serão usados aqui como exemplos para mobilizar questões que envolvem agentes múltiplos, materiais e métodos diversos e que se desdobram em consequências por ora devastadoras, e cada vez mais próximas de irreversíveis.
“Você pode me ajudar a projetar minha torre residencial? São 30 andares e está localizada no Brooklyn, em Nova York.” A resposta do ChatGPT pode ser surpreendente. Dado que o robô não tem experiência em arquitetura e certamente não é um arquiteto licenciado, ele foi rápido em listar considerações para o meu edifício. Códigos de zoneamento, funcionalidade da planta, códigos de construção, materialidade, design estrutural, espaços de comodidades e medidas sustentáveis foram apenas alguns dos tópicos sobre os quais o ChatGPT compartilhou informações.
O fundador da SpaceX e fã de ficção científica, Elon Musk, está tentando tornar o sonho das viagens espaciais uma realidade científica. "A fim de salvaguardar a existência da humanidade", explica ele, "precisamos nos tornar uma civilização multiplanetária." Musk diz que está focado em garantir a construção de um segundo lar em outro lugar no espaço, e está de olho em Marte. E ele não está sozinho, claro. O recém-lançado Moon to Mars Architecture Concept Review da NASA é um “estudo das ferramentas e das operações necessárias para missões humanas à Lua e Marte”, que pode levar a descobertas científicas de longo prazo e, finalmente, à ocupação de outros lugares do espaço.
Mas há um longo caminho a ser percorrido antes de chegarmos lá – e não apenas os 60 milhões de quilômetros (distância média até Marte). O maior desafio para a habitação e eventual colonização de Marte é a própria humanidade e nossa indecisão. Muitos de nós questionamos por que deveríamos investir tanto de nossa energia – tanto esforço quanto recursos – em tal tarefa, quando há muitos assuntos mais urgentes para resolver aqui na Terra?
Plantas antigas e compartimentadas, aberturas pequenas, pavimentos inferiores que recebem pouca iluminação. Os desafios para aprimorar a iluminação natural em um apartamento podem ser os mais variados. No entanto, algumas estratégias podem ajudar a maximizar a entrada de luz nos interiores e trazer benefícios como: conforto, sensação de amplitude, bem-estar e economia de energia.
Seguindo as descobertas de um estudo publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution em abril, tornou-se conhecimento público que a ilha artificial de lixo plástico conhecida comoGreat Pacific Garbage Patch (uma área de mais de 1,6 milhões de quilômetros quadrados entre a Califórnia e o Havaí) serve como lar de um ecossistema costeiro inteiro. A vida marinha está usando a enorme área aglomerada de resíduos plásticos humanos como habitat flutuante, e os cientistas ficaram chocados com o número de espécies que conseguiram estabelecer vida nesse ambiente hostil.
A notícia mais uma vez traz à tona não apenas questões urgentes de mudanças climáticas e poluição do oceano, mas também a questão da migração induzida pelo meio ambiente, mesmo em nível microbiano. A arquitetura está se movendo cada vez mais para reinos experimentais quando se trata de considerar locais para as comunidades do nosso futuro. O aumento do nível do mar colocou a água ao topo da lista desses locais. Mas essas deliberações não são tão recentes quanto se poderia pensar: cidades flutuantes existem há séculos e casas na água são comuns em áreas do Benin, Peru ou Iraque, entre outros.
Torres, passarelas, decks, cabines e casas de árvores. Desde o ano de 2010, o Festival Hello Wood tem erigido dezenas de construções temporárias, com um denominador comum: a madeira. Trata-se de uma iniciativa que busca democratizar o conhecimento em torno deste material, que apresenta um grande potencial para o futuro, mas que ainda sofre com inúmeros preconceitos na indústria da construção. Através da conexão entre designers e artistas de diferentes origens culturais, acadêmicas e profissionais, o evento utiliza a construção como plataforma para inovação, discussão e conhecimento. Oferece aos participantes a oportunidade única de experimentar métodos de design e construção sustentáveis, incentivando a aprendizagem através da experiência, realizado em uma área florestal próxima a Budapeste, Hungria.
Cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água para atender as necessidades diárias de consumo e higiene. No entanto, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia, de acordo com a Sabesp. Devido à pressão da água em edifícios e apartamentos, o consumo pode ser maior. Além disso, o país perde cerca de 40% de toda a água potável captada, segundo dados levantados pelo Instituto Trata Brasil em 2022. Mas, ao menos dentro de casa, é possível amenizar esse gasto de água limpa inserindo algumas mudanças simples.