No design de interiores – e em muitas outras disciplinas de design – é muito mais fácil ser insustentável. Comprar ou desenvolver soluções personalizadas para um espaço geralmente exige menos tempo e pesquisa do que a aquisição de materiais de segunda mão e de uma preocupação com o fluxo de resíduos e a economia circular.
Mas a indústria da construção civil e da decoração não pode mais se dar ao luxo de ignorar os impactos ambientais causados por suas atividades.
"A cidade é conflito, assim como a sociedade é conflito, mas que conflitos são moldados e expressos em cada cidade fala de como é cada uma delas", diz a antropóloga urbana María Cristina Cravino quando se refere ao direito à cidade na América Latina. Em um contexto crescente de cidades com processos de gentrificação, onde os altos preços dos terrenos e da habitação expulsam os moradores de baixa renda, o novo bairro Maestranza Ukamau oferece um exemplo interessante que tem muito a dizer sobre possíveis caminhos de acesso à moradia pública em Santiago do Chile.
O projeto, localizado nos terrenos da antiga Maestranza de Ferrocarriles San Eugenio, no centro, entre as ruas Santiago Watt e Exposición no bairro da Estación Central, não foi projetado apenas pelo arquiteto Fernando Castillo Velasco nos últimos anos de sua vida e continuado por seu filho Cristián Castillo junto com Elías Becerra e Pamela González, mas também pela comunidade de famílias organizada nas assembléias do Movimento Social e Popular Ukamau, onde deliberaram e discutiram passo a passo o projeto de suas casas. São quase 3 hectares de terra, 424 apartamentos.
Se uma pessoa é instigada a imaginar um cenário de completo relaxamento, é mais provável que a primeira imagem que vem à mente seja um lugar cercado pela natureza, algo próximo a uma floresta, montanhas, mar ou prado. Você dificilmente imaginará um escritório ou um shopping center como fonte de conforto e relaxamento. Mesmo assim, a maioria das pessoas passa quase 80-90% do tempo dentro de edificações, movendo-se entre suas casas e seus locais de trabalho.
Arquitetos e designers agora estão procurando soluções que ressoarão bem no futuro, voltando-se para a 'biofilia' como uma importante fonte de inspiração que promove o bem-estar, a saúde e o conforto emocional.
Um novo tipo de arquitetura que se distingue por características regionais únicas surgiu em meados da década de 1990, quando, na China, os arquitetos começaram a projetar independentemente dos institutos administrados pelo governo. Os principais arquitetos chineses desta época conseguiram coletivamente produzir um corpo de trabalho arquitetônico único quando muitos edifícios construídos ao redor do mundo não estavam mais enraizados em seu lugar e cultura.
Em China Dialogues, Vladimir Belogolovsky traça um panorama da arquitetura chinesa através das palavras de seus principais participantes, levantando o véu sobre uma prolífica nova geração de arquitetos, cada um compartilhando uma compreensão altamente intelectualizada e conceitual da profissão. Seguindo o curso de 21 entrevistas acompanhadas por mais de 120 fotografias e desenhos de projetos lindamente executados em todo o país desde o início dos anos 2000, o China Dialogues apresenta o processo de pensamento dos principais arquitetos do país, fornecendo uma visão de suas ideias e intenções invulgarmente reveladoras e sinceras.
Os jardins e plantas de interiores trazem diversos benefícios para a vida cotidiana. O projeto paisagístico de interior, também chamado de plantscaping, é muito mais que simplesmente alocar plantas nos espaços internos; envolve a localização estratégica de espécies vegetais dentro de uma obra, buscando potencializar e destacar certos aspectos do projeto arquitetônico.
Habitualmente, os tijolos têm sido usados na arquitetura para cumprir uma dupla função: estrutural e estética. Enquanto atuam como uma solução modular eficaz e resistente nas estruturas dos edifícios, suas faces podem ser visíveis para constituir sua imagem arquitetônica, gerando fachadas ricas em textura e cor, graças ao ferro presente na argila que os compõe.
Atualmente, há produtos que permitem mesclar a aparência atraente dos tijolos com outros sistemas estruturais, separando suas funções e entregando a liberdade necessária para que as fachadas possam mover-se criativamente em favor das condições de cada projeto e dos requisitos de seus usuários.
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seu nariz o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, no lado leste, e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida”.
Assim é retratado o Jardim do Éden no primeiro livro da bíblia, Gênesis, que descreve a origem do universo e o local paradisíaco onde Adão e Eva foram colocados. Tal paraíso, apesar de pouco caracterizado nas palavras originais, há séculos povoa a imaginação dos fiéis e demais entusiastas do assunto. As cenas desse lugar idílico, reforçadas pelas pinturas e esculturas criadas ao longo tempo, apresentam uma paisagem tida como ideal, uma natureza edênica, expressada muitas vezes pelo colorido vibrante e sem contorno – tal qual um quadro de Monet –, enfatizando provavelmente a representação do mundo espiritual, onde a imagem é vista através do contraste de cores, sombras e luzes.
A população mundial está envelhecendo e uma das grandes questões que se abrem com essa nova composição etária, com mais idosos que crianças pequenas, é se os municípios estão adequados para que esses cidadãos possam usar os espaços urbanos com segurança e acessibilidade e sentirem-se incluídos na vida social e cívica de suas comunidades.
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o número de indivíduos com 65 anos ou mais deve duplicar até 2050, passando de 727 milhões (dado de 2020) para cerca de 1,5 bilhão — representando 16% do número total de pessoas no planeta.
https://www.archdaily.com.br/br/981114/como-tornar-uma-cidade-amigavel-para-os-idososSomos Cidade
O escritório Equipo de Arquitectura foi fundado por Horacio Cherniavsky e Viviana Pozzoli em 2017. Do Paraguai, suas obras como Caixa de Terra ou Casa Intermediária traduzem a visão de uma arquitetura que aborda o primitivo e o essencial. De uma arquitetura que busca constantemente integrar o ambiente natural existente com o artifício, o construído. Em particular, uma prática que acredita na verdade material como uma ética de projeto.
O grupo foi escolhido pelo ArchDaily como um dos Novos Escritórios de 2021, e realizamos a seguinte entrevista para saber mais sobre todas as suas inspirações, motivações e formas de trabalho.
Verão, carnaval e aumento da passagem: o começo de ano no Brasil é geralmente quando as prefeituras e governos estaduais anunciam o aumento das tarifas de transporte público. Com a pandemia de coronavírus essas tarifas foram congeladas em 2021, porém muitas cidades voltaram a sofrer esse aumento agora em 2022. Entenda o impacto do aumento das tarifas de transporte público na nossa sociedade.
Ser quadrado não está com nada! Ao menos, é o que nos conta as tendências de 2022. O relatório realizado pelo Pinterest aponta o design curvo como o futuro da decoração, seja nos objetos ou até mesmo a partir da arquitetura. Por essa razão, buscamos por projetos residenciais brasileiros que traçam paredes curvas em seus desenhos. Os motivos são os mais variados e os resultados brindam uma composição única: como partido arquitetônico, para contrastar com a ortogonalidade de outras paredes ou para gerar espaços ímpares.
A arquitetura em seu sentido mais amplo se preocupa com a criação de estruturas que são permanentes, cimentando-se no contexto cultural e histórico maior de sua humanidade, porém, onde inserimos a criação de estruturas projetadas com a intenção de serem desmontadas. Qual o significado e valor podem ter estas estruturas, sabendo que nunca foram projetadas para durar, mas para simplesmente ocupar o espaço por um momento?
Com sede em Belo Horizonte, em Minas Gerais, o escritório de arquitetura Arquitetos Associados apresenta um modo dinâmico e variado de tratar cada projeto. A partir de uma organização de trabalho própria e específica para cada caso, que permite uma equipe variada incluindo colaboradores externos, a forma de trabalho do escritório reflete em seus projetos singulares.
A narrativa é, sem dúvida, uma das ferramentas informativas mais antigas; uma linguagem universal que transcendeu gerações e culturas e foi adaptada para diferentes mídias, como videogames, teatro e cinema. Independentemente da idade das narrativas, o sucesso dessas adaptações depende muito da produção - os elementos visuais e sonoros - e sua capacidade de permitir que os espectadores mergulhem totalmente no enredo. Neste artigo, exploramos o mundo mágico e cativante do Universo Cinematográfico Marvel e como a arquitetura desempenhou um papel importante na contribuição para as histórias notórias dos filmes.
Florestas cobrem cerca de um terço do Planeta e desempenham papel fundamental para a vida. Segundo Peter Wohlleben, autor do livro “A vida secreta das árvores”, por meio de tramas de fungos, as espécimes de uma floresta podem se comunicar umas com as outras, inclusive trocando nutrientes, ajudando as mais fracas, e organizando estratégias de sobrevivência, o que é imprescindível para o crescimento saudável dos indivíduos. A preservação das florestas existentes e a criação de novas são imprescindíveis para a biodiversidade, recuperação natural e sequestro de carbono, mas também para atender à demanda pelo uso de madeira. Um relatório da WWF (World Wide Fund for Nature) estima que a quantidade de madeira retirada no mundo deverá triplicar até o ano de 2050, com o aumento da população e da renda nos países em desenvolvimento, além de ser estimado um maior uso da madeira para fabricar biocombustíveis, produtos farmacêuticos, plásticos, cosméticos, eletrônicos de consumo e têxteis. Buscar substitutos ao material pode ser um caminho inteligente para um futuro sustentável, sobretudo se estes utilizam-se dos resíduos gerados por alguma outra indústria. Pyrus, por exemplo, é um material de madeira sem petróleo produzido de forma sustentável com resíduos de celulose bacterianos reaproveitados da indústria de kombucha.
As edificações inteligentes estão cada vez mais em pauta, para a elaboração delas, alguns materiais tem sido desenvolvidos para atender a objetivos específicos durante o seu uso sem a necessidade de serem operados por alguma pessoa ou equipamento. Auto-manutenção, limpeza do ar, trabalhar o conforto do espaço, eficiência energética, são apenas alguns dos benefícios que podem ser alcançados ao adotá-los.
Lidamos com edifícios todos os dias. Nós dormimos neles, trabalhamos neles, vivemos nossas vidas usando suas acomodações. Mas como uma música ou uma pintura, uma pessoa geralmente ajuda a criá-los, juntamente com quem os usa e constrói. Mas antes de serem construídos, os edifícios são apenas ideias.
Durante o período moderno observou-se a mudança do protagonismo dos edifícios que utilizavam os tradicionais telhados inclinados com telhas, escoando as águas o mais rápido possível, para dar lugar às conhecidas ‘lajes planas impermeabilizadas’. Ao mesmo tempo que essa solução proporciona uma estética limpa e austera ao projeto, proporcionando a utilização da última laje como um espaço de estar e contemplação, ela pode ser uma tremenda dor de cabeça aos futuros ocupantes da edificação, quando a execução e o detalhamento não forem cuidadosos. Não é por acaso que histórias de infiltrações em famosos edifícios modernos são conhecidas, como na Ville Savoye e na Casa Farnsworth, de grandes mestres da arquitetura. Atualmente, a indústria da construção civil já desenvolveu produtos e técnicas mais sofisticadas que reduzem drasticamente as possibilidades de infiltrações posteriores. Mas pode-se dizer que lajes planas impermeablizadas continuam sendo pontos frágeis nas edificações. O escritório Brasil Arquitetura aprimorou uma solução inventiva e muito simples para evitar infiltrações em lajes planas, muito usada na década de 70 por arquitetos como Paulo Mendes da Rocha, Vilanova Artigas e Ruy Ohtake, preenchendo-as com vegetação. Conversamos com eles para entender melhor o sistema.
Dois mil e quinhentos reais é o preço médio de um bom óculos para realidade virtual. Se você optar pela experiência completa, desembolse mais quatro mil reias e adicione sensores e controles. Esses modelos precisam ser conectados a um computador de alto desempenho para processar as informações e transformar os espaços em modelos 3D que custará pelo menos cinco mil reais. Além dos óculos, sensores e computador, será necessário também um software, com licenças anuais que atingem igualmente a casa dos milhares. Ou seja, é um tanto quanto oneroso ser tecnológico hoje em dia.
Arquitetos e designers, assim como psicólogos e sociólogos, reconhecem que a estética e sua filosofia subjacente têm o poder de mudar a maneira como percebemos o mundo ao nosso redor. Portanto, uma compreensão mais profunda do que é belo tem o poder de mudar as respostas das pessoas ao seu ambiente.
Explorar os diferentes significados da estética na arquitetura, da "forma segue a função" à estética do metaverso, pode nos ajudar a entender as potencialidades de nossos ambientes físicos e virtuais no caminho para um mundo melhor.
Muito já foi escrito sobre o assunto, mas agora queremos abrir o debate para vocês, nossos leitores. Compartilhem suas opiniões sobre o que torna um edifício ou uma cidade bela.
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Na teoria, o planejamento urbano é um processo de elaboração de soluções que visam tanto melhorar ou requalificar uma área urbana já existente, como também criar uma nova urbanização em determinada região. Como disciplina e como método de atuação o planejamento urbano lida com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano. Nesse sentido, seu objetivo principal é sinalizar quais são as medidas que devem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida dos habitantes, incluindo questões como transporte, segurança, oportunidades de acesso e até mesmo a interação com o meio ambiente natural.
No atual cenário de uma crise climática, pensar um projeto de arquitetura sem definir diretrizes ecológicas tornou-se praticamente inadmissível. Um dos principais emissores de gás carbônico e outros poluentes, o setor da construção civil busca cada vez mais por novos caminhos e formas que possam tornar as obras mais sustentáveis e, de alguma forma, mitigar os danos ao meio ambiente. Pensar em materiais ecológicos pode ser um dos passos fundamentais, mas, afinal, quais são eles?
Béton brut ou "concreto bruto" é um material naturalmente poroso que oferece muitas vantagens para o projeto e a construção de um banheiro. Como material impermeável e resistente à pressão, é fácil de limpar, não se deteriora, previne o fungo do banheiro e possui uma baixa manutenção. Atraente e funcional, o concreto é versátil tanto para mobiliário no local como para o revestimento de parede, pisos e até pisos de áreas molhadas. Além disso, devido à sua massa térmica, o concreto é um excelente material para aquecimento de piso.
https://www.archdaily.com.br/br/915413/banheiros-de-concreto-aparente-brutalismo-no-espaco-intimoMartita Vial della Maggiora
Assim como grande parte da cultura popular, durante muitos anos do século XX a divulgação da arquitetura era feita a partir de revistas vendidas em bancas de jornal e mercados, por onde via-se o que estava sendo construído, acompanhava-se as inovações tecnológicas e, de alguma forma, popularizavam-se as discussões arquitetônicas, levando-as para fora do ambiente acadêmico e elitista das universidades e congressos. Com a internet, o formato dessa informação mudou e encontrou novas maneiras de acessar a população. As redes sociais e os sites especializados se tornaram importantes meios de divulgação de informações e serviços e conseguiram expandir o acesso das pessoas às questões da arquitetura. Hoje, em todas as grandes redes sociais há perfis dedicados exclusivamente à arquitetura, adequando a cada veículo o tipo de conteúdo divulgado.