Romullo Baratto é arquiteto e urbanista, doutor em arquitetura e cinema pela FAU-USP. Project Manager do ArchDaily, também trabalha como fotógrafo de arquitetura. Integrou a equipe curatorial da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo em 2017. Siga-me no instagram: @romullobf
Em entrevista ao jornal português DN, Daniel Mòdol, presidente da Fundação Mies van der Rohe, fala sobre os desafios da arquitetura contemporânea -- que está a entrar numa nova era, com um papel mais social --, a emergência de uma nova geração de arquitetos e a atenção à memória dos lugares, que são fortemente identitários na era das redes sociais.
Em relação ao estado da profissão, Mòdol diz que "as condições sociais atuais, muito marcadas na Europa pela crise econômica, obrigam a priorizar a responsabilidade social e impõem-nos a otimização de recursos e um enfoque nos projetos desde a intervenção estritamente necessária. Obviamente isto afeta a produção arquitetônica, em que atualmente o supérfluo não tem lugar, ganhando mais importância a qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs, e a cidade."
Fotos de pretendentes vão surgindo na tela do celular, e você diz se tem ou não interesse. É assim que funciona o aplicativo Tinder; e é dessa forma que a cidade de Santa Monica, nos EUA, resolveu descobrir o que os seus habitantes pensam. Parece simplista, mas foi o jeito encontrado para consultar a população sobre temas pertinentes (sem apelar à burocracia das leis municipais). A tecnologia não é a solução para todos os problemas urbanos, mas pode ser uma aliada do velho sonho de tornar os governos mais democráticos e abertos à opinião de seus cidadãos. Tem até “Pokemon Go” do urbanismo na lista de possibilidades.
O “tinder” de Santa Monica – batizado CitySwipe, algo como “deslizar a cidade” – não é um aplicativo para celular, mas uma página na internet. A pessoa informa se é moradora da cidade, do entorno ou turista. Sempre com perguntas de “sim” e “não”. Em seguida vem uma pesquisa de mobilidade urbana: anda a pé? De transporte público? Carro? Táxi ou Uber? E aí questões sobre preferências urbanísticas. A pessoa responde se um ou outro edifício é condizente com a paisagem local, se gostaria de ver bares com mesas na calçada etc.
Seis meses após a pira olímpica ter sido apagada, os locais dos Jogos, que antes reuniam turistas, locais e atletas do mundo inteiro em uma festa global, mostram agora uma realidade diametralmente oposta: sem manutenção, os equipamentos lembram ruínas, fantasmas do que foram há menos de um ano.
O que restou dos Jogos Olímpicos inundou as páginas da mídia internacional, que através de fotografias registraram o estado de conservação dos estádios, quadras, piscinas e campos que receberam a maior celebração do esporte mundial em 2016.
"É com enorme honra que a Casa da Arquitectura se junta à Porto Academy, potenciando, assim, a reflexão e divulgação da arquitetura neste evento internacional", revelou o diretor executivo da instituição, Nuno Sampaio, durante a apresentação da parceria no Rivoli-Teatro Municipal do Porto, que decorreu esta semana.
As favelas de São Paulo apresentam situações bastante diversas. Enquanto algumas delas possuem indicadores de acesso a água encanada, esgoto e coleta de lixo praticamente universalizadas, em outras a situação é similar a de Melgaço, no Pará, que possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Os dados fazem parte de um estudo obtido pelo jornal El País feito durante o ano passado pelo Centro de Estudos da Metrópole, ligado à Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Prefeitura de São Paulo, para orientar as políticas de habitação da cidade.
"Pudemos perceber que o processo de favelização continua acontecendo. Continua havendo um crescimento da população favelada e dos domicílios em favela em um ritmo superior ao da população geral do município. Mas, apesar de ser maior, esse crescimento é baixo. Não há um processo intenso de favelização", comentou Eduardo Marques, professor de ciências políticas da USP.
A Escola da Cidade compartilhou conosco mais um de seus vídeos do Baú da Escola, desta vez, com o cineasta, psicólogo e professor Tales Ab’Saber, convidado pelo Seminário de Cultura e Realidade para discutir sobre o Minhocão e lançamento do seu livro Conciliação, Regressão e Cidade.
Com o propósito de fortalecer os mecanismos de representatividade e a promoção à participação, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo dá início ao Processo de Chamamento Aberto para profissionais de arquitetura e urbanismo com interesse em representar o IABsp em instâncias de participação social.
O fortalecimento dos instrumentos e instâncias de diálogo entre o Poder Público e a sociedade civil, respaldados pela Política Nacional de Participação Social é ação fundamental para consolidação da democracia participativa no país. Trata-se do entendimento da participação social como um direito fundamental à cidadania, garantindo o envolvimento da sociedade civil na formulação, acompanhamento e implementação de políticas e programas públicos, meio pelo qual é possível exercer o controle social e a gestão democrática.
O artista e fotógrafo Rob Carter compartilhou conosco um vídeo em que, através de montagens e colagens digitais, mostra o crescimento urbano da cidade de Charlotte, no estado da Carolina do Norte, EUA. O vídeo, intitulado Metropolis, é "uma narrativa abreviada da cidade [...] que usa animação em stop-motion para manipular fisicamente imagens aéreas, criando uma paisagem em contante movimento."
Charlotte é uma das cidades que crescem mais rápido nos EUA e a produção de Carter apresenta as mudanças ocorridas nos últimos anos em sua região central. Verticalidade e densidade de edifícios (não necessariamente de pessoas) seguem marcando a urbanização de cidade.
O CAU/SP vai receber, até o dia 24 de fevereiro, propostas de Organizações da Sociedade Civil (OSC) de projetos ou atividades que favoreçam a promoção da Arquitetura e Urbanismo e a valorização do exercício profissional de arquitetos e urbanistas.
O Edital de Parcerias deste ano conta com uma verba orçamentária de R$ 1,45 milhão, e tem por objetivo apoiar a difusão de conhecimento técnico, científico e cultural.
Paulo Mendes da Rocha talvez seja o arquiteto brasileiro mais reconhecido em território nacional, porém, sua reputação internacional ainda está sendo construída e prova disso são os três recentes prêmios que recebeu: o Leão de Ouro na Bienal de Veneza 2016, a RIBA Gold Medal 2017 e o Prêmio Imperial do Japão.
A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a criação do projeto "Profeta Gentileza". O projeto é uma resposta afirmativa da política cultural da PBH, de fomento e valorização das artes visuais, e, de forma especial, a arte urbana. O objetivo é apoiar os artistas de rua, que poderão desenvolver seus trabalhos em espaços públicos e privados da cidade. Ainda em fevereiro, haverá uma reunião pública para discussão e debate sobre arte urbana e que contemplará as ações do Edital Profeta Gentileza, que será lançado em março.
Segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, “o projeto Profeta Gentileza é um reconhecimento ao grafite, uma das maiores expressões artísticas da rua, um fenômeno mundial. Ele estimula essa produção e reconhece nela um dos marcos fortes da nossa cultura e do nosso tempo”.
O presidente da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), Luís Natal Marques, afirmou durante o seminário "Mobilidade e Qualidade de Vida nas Cidades", que a rede de bicicletas compartilhadas da capital portuguesa irá iniciar sua fase de teste em março ou abril, e em junho estará pronta para funcional plenamente.
Alvar Aalto é frequentemente lembrado como um dos maiores nomes da arquitetura moderna, tendo, talvez como nenhum outro, mesclado com sucesso elementos de sua própria cultura e território - Finlândia - com referências de diversas partes do mundo. Dedicado tanto à arquitetura como ao design de móveis e utensílios, Aalto escapou da frieza, da arestas e da ordem cartesiana impostas pela modernidade e inclinou sua produção a um caminho que considerava as formas naturais dos lagos, troncos de árvores e a "perfeita imperfeição do natural": sua obra buscava o real.
Iniciaram nesta semana as inscrições para a chamada pública de patrocínio de 2017 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO). Feiras, palestras, cursos, exposições, publicações e produções audiovisuais podem se candidatar para receber apoio financeiro da autarquia. As inscrições devem ser realizadas até 17 de março, na sede do Conselho, mediante a entrega de toda a documentação exigida.
O papel das mulheres na arquitetura e no urbanismo (ainda!) é frequentemente diminuído ou esquecido em detimento das contribuições masculinas à disciplina. Muitas mulheres, contudo, ajudaram a desenhar prédios, lugares e paisagens mundialmente famosos, como o MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - um dos principais cartões postais da capital paulista.
Em reportagem para a BBC Brasil, Lais Modelli aborda a contribuição da arquiteta Lina Bo Bardi, da artista plástica Tomie Ohtake e da paisagista Rosa Kliass na construção da paisagem urbana de São Paulo. Responsáveis pela concepção e construção de alguns dos principais espaços públicos da maior metrópole brasileira, "estas três mulheres e suas obras ajudam a descrever a diversidade cultural de São Paulo."
Concedida em reconhecimento ao conjunto da obra, a Royal Gold Medal é dada a uma pessoa ou grupo de pessoas que tiveram uma significativa influência "seja direta ou indiretamente no avanço da arquitetura". Concedida desde 1848, entre os premiados em outros anos estão Zaha Hadid (2016), Frank Gehry (2000), Norman Foster (1983) e Oscar Niemeyer (1998), único brasileiro além de Mendes da Rocha a receber a honraria.
Em um canteiro de obras em Xangai, na China, o projeto executivo da nova base brasileira na Antártida começa a sair do papel. Projetada pelo escritório curitibano Estúdio 41, a nova Estação Antártica Comandante Ferraz está sendo construída em uma versão protótipo em território chinês pela empresa Ceiec, que venceu a licitação para a execução do projeto.
Segundo os arquitetos João Gabriel Cordeiro, Fábio Faria, Emerson Vidigal, Eron Costin e Martin Goic, a estrutura temporária está sendo construída a fim de testar os melhores materiais e soluções de engenharia, antes de ser efetivamente construída no rigoroso clima polar. Paralelamente, a fundação da base definitiva na Antártida já está sendo feita e a previsão é de que o projeto fique pronto até março de 2018.
Mato Grosso terá em 2017 o primeiro estádio-escola, uma iniciativa inédita que será realizada a partir da reutilização de parte da estrutura da Arena Pantanal, em Cuiabá. O projeto “Arena da Educação” foi anunciado pelo secretário de Estado de Educação, Esporte e Lazer, Marco Marrafon, na quinta-feira da semana passada.