O período compreendido pelo século XX foi palco de mudanças que vão desde o surgimento e consolidação da arquitetura moderna à difusão de críticas e teorias ao movimento tão diversas quanto a produção arquitetônica do mesmo período. A expressão e experimentação de arquitetos refletiram em interiores que hoje consideramos “clássicos”, devido à relevância que tiveram para o debate e produção das décadas seguintes.
Os espaços internos de museus, por meio de exposições, constroem narrativas que atribuem lógica e sentido (em outros contextos talvez não existentes) aos objetos expostos. Isto é, os recursos utilizados em uma mostra são capazes de conferir significados à medida em que são estabelecidas as conexões não só entre as peças expostas, mas também entre o projeto expográfico e a obra de arte.
Entre 1928 e 1930, na cidade de Praga, capital da então Tchecoslováquia, Adolf Loos, com colaboração de Karel Lhota, projetou uma de suas mais influentes obras: a Villa Müller. A casa se tornou não só um marco na trajetória de Loos e na história da arquitetura, mas também um símbolo da expressão do Raumplan, caracterizado por Loos como uma sequência de espaços que, em diferentes níveis e variados pés-direitos, se relacionam e interagem uns com os outros.
Assim como paredes e lajes, os móveis podem delimitar e definir um espaço. No entanto, ao contrário dos elementos construtivos, que fazem a distinção de ambientes de forma mais permanente, o mobiliário pode estabelecer limites entre um espaço e outro de maneira facilmente adaptável.
Diferentemente das portas comuns, o sistema de abertura de portas pivotantes dispensa a necessidade de dobradiças. Os pivôs, ferramentas que possibilitam a rotação deste tipo de solução, não são visíveis como as ferragens usuais e ficam localizados tanto na parte superior da porta quanto na inferior, criando assim um eixo vertical em torno do qual a folha gira. Com possibilidade de localização dos pivôs próximos ao caixilho ou no centro da folha, a porta pivotante normalmente apresenta medidas maiores que as usuais devido à diminuição da passagem provocada pelo deslocamento, em relação às portas com dobradiças, do seu eixo de rotação.
O uso da luz e sua manipulação são capazes de alterar a percepção do espaço; os usuários percebem e sentem o espaço de formas diferentes dependendo de fatores como o acionamento e desligamento de fontes luminosas, variação de cores e composições. Como elemento constituinte em instalações temporárias, a luz atravessa os limites não só entre a arte e a arquitetura, mas também entre o tangível e intangível, podendo transformar os componentes do projeto e criar novas formas e padrões.
As vigas invertidas, como o próprio nome sugere, se diferem das usuais por um deslocamento de posição, invertendo a ordem geral da estrutura convencional que tem a viga abaixo da laje, passando, então, a ter aquela acima desta. Dito de outro modo, sua base, que usualmente fica abaixo do nível da laje, fica neste caso alinhada à sua face inferior. Formalmente, a estratégia cria a ilusão de um vão contínuo sem vigas quando visto dos ambientes internos do edifício.
No período de formação e prática da arquitetura, nos deparamos com inúmeros exemplos de obras que, pelos mais variados motivos, marcaram a história da disciplina. Tais exemplos se tornam grandes referências no repertório de um arquiteto, influenciando sua maneira de ver e projetar arquitetura. No entanto, a compreensão de um lugar é incompleta sem a sua experiência presencial e por isso, durante viagens, buscamos conhecer obras icônicas no intuito de aprofundar nosso repertório.
Porém, nem sempre essas obras são facilmente acessíveis ou próximas aos roteiros pré-estabelecidos, o que pode resultar em verdadeiras peregrinações para conhecê-las.
A ação do tempo é inevitável para qualquer obra arquitetônica: todos os edifícios estão sujeitos, em maior ou menor grau, às consequências das condições atmosféricas e dos diferentes usos que lhes são atribuídos ao longo do tempo. Como alternativa para “dar vida” a edifícios sem uso, o reuso adaptativo tem ganhado força nas últimas décadas. Mas apesar de sua grande difusão, a aplicação prática deste conceito não é simples.
Rotação, deslocamento e intercalação de blocos são algumas das operações que possibilitam a diversidade de composições com o uso de tijolo aparente na arquitetura. A conformação destes elementos individuais, usualmente utilizados para a construção de paredes, tem sido explorada de forma criativa para compor fachadas de edifícios residenciais, representando a identidade formal do edifício em si e sua relação com o contexto em que está inserido.
Tradicionalmente feito em madeira, o pergolado também pode ser composto por materiais como concreto, bambu e chapas metálicas. O espaçamento e a disposição dos seus elementos horizontais são variáveis em cada projeto, proporcionando sombra à medida da necessidade do ambiente em que será localizado, sem necessariamente configurar uma cobertura completa.
Um dos materiais construtivos mais antigos, a pedra perdurou na história da arquitetura por suas características de resistência e durabilidade. Frequentemente utilizada em estruturas de proteção, como fortificações e muros, a pedra também é, historicamente, a base para uma série de construções com diferentes fins, como o residencial, na qual foi empregada desde os primeiros abrigos.
A laje grelhada, ou nervurada, é um sistema eficiente para vencer grandes vãos, pois a seção em “T” constituída pelas mesas e nervuras funciona como um conjunto de vigas, representando assim uma economia de pontos de apoio quando comparada à laje maciça. Apesar da possibilidade de acrescentar aos vazios formados pela grelha materiais leves ou isolantes, é comum encontrar lajes nervuradas aparentes e sem preenchimento, o que também atribui à esse sistema construtivo um aspecto estético.
Não por acaso, as formas curvas na arquitetura fazem parte do imaginário da arquitetura brasileira ao redor do mundo. As curvas, formas que invariavelmente evocam a obra de Oscar Niemeyer, são marcas emblemáticas dos conjuntos arquitetônicos da Pampulha e de Brasília, mas também de exemplos no âmbito da arquitetura residencial, como a Casa das Canoas, no Rio de Janeiro.
Como locais de abrigo para diferentes práticas, os ginásios esportivos demandam projetos que envolvam mais do que o cumprimento de padrões normativos de dimensionamento e posicionamento de quadras, pistas, piscinas, etc.: desafios como a previsão de espaços flexíveis e integração entre eles, cálculo de arquibancadas a partir da capacidade de espectadores e a inserção no contexto urbano são algumas das muitas variáveis de projeto que atuam para a elaboração dos mais diversos partidos arquitetônicos.
Diante de dados que apontam uma crise climática que atinge todo o planeta há décadas, as perspectivas de reação podem parecer desanimadoras. Mas, ao mesmo tempo em que as notícias indicam um aumento das médias de temperatura globais, o foco político na crise climática também se intensifica, conforme relatório da ONU Meio Ambiente divulgado em 2019, o que se reflete não apenas na ocorrência de manifestações e protestos ao redor do mundo, mas também na expressão da chamada arte ativista.
Assim como o cobogó e o brise-soleil, o muxarabi é um elemento arquitetônico com a função de diminuir a incidência solar no interior das edificações, atuando como um “filtro” que deixa livre a circulação do ar. Por serem constituídos tipicamente por treliçados de madeira, os painéis de muxarabis possuem a vantagem de serem mais leves e possuírem uma aplicação mais limpa quando comparados aos cobogós, por exemplo, já que não é necessário o uso de argamassa para fixar os elementos.
Surgido em 1981 com a publicação do ensaio “The Grid and the Pathway” de Alexander Tzonis e Liane Lefaivre, foi com a publicação “Towards a Critical Regionalism: six points for an architecture of resistance” de Kenneth Frampton, em 1983, que o termo “regionalismo crítico” ganhou maior repercussão. O ensaio foi publicado na coletânea “The anti-aesthetic: essays on Postmodern culture” organizada pelo crítico e historiador Hal Foster e abre um debate retomado na publicação "Prospects for a Critical Regionalism", também escrita por Frampton no mesmo ano, na revista Perspecta.