A cada ano, a equipe de Curadoria de Projetos do ArchDaily rememora a vasta gama de obras publicadas ao longo desse período, apresentando retrospectivas que permitem não apenas identificar tendências e variações na produção arquitetônica, mas também reconhecer de que forma impactam a nossa audiência. No ArchDaily Brasil, a seleção anual de melhores casas – que ano após ano, segue permanecendo como nossa categoria de projeto mais popular – representa uma amostra das variadas soluções, estratégias, técnicas e materiais encontrados na arquitetura residencial dos países de língua portuguesa.
A equipe de curadores do ArchDaily se esforça diariamente para apresentar aos nossos leitores os projetos mais significativos, inspiradores e inovadores a fim de expandir o conhecimento e repertório de estudantes, arquitetos e arquitetas do mundo todo. De pequenas reformas até projetos criados do zero, a arquitetura residencial está presente no cotidiano da maioria dos escritórios e, ano após ano, podemos observar o interesse que a tipologia desperta no público: a categoria é a mais popular entre a nossa audiência.
Com a chegada do fim de mais um ano, a equipe de curadores do ArchDaily tem o prazer de apresentar a seleção dos melhores desenhos arquitetônicos publicados ao longo de 2023, sem os quais o entendimento dos projetos certamente não seria o mesmo.
A representação gráfica desempenha um papel fundamental tanto no processo projetual - desde os primeiros croquis até os mínimos detalhes construtivos - como na apresentação do projeto a um público mais amplo. Assim, durante o processo de seleção, pudemos observar um rico e variado conjunto de desenhos que fizeram parte das mais de quatro mil publicações de projetos neste ano e, entre eles, tivemos a difícil tarefa de chegar aos mais representativos e inspiradores.
Para muitos arquitetos e arquitetas, a forma mais instintiva de passar uma ideia para o papel é através do desenho. Desde rápidos esboços no guardanapo durante a pausa para um café até diagramas mais elaborados que sistematizam uma série de soluções arquitetônicas, os desenhos são ferramentas recorrentes e essenciais no processo de um projeto de arquitetura, mas nem sempre os traços dão conta de transmitir com a clareza desejada determinado conceito.
Sons, cheiros, sentimentos e sensações dificilmente costumam ser traduzidos apenas na forma de desenho. Escalas humanas nem sempre dão conta de passar a dimensão de determinados elementos, exigindo o auxílio de indicações numéricas mais precisas. Legendas costumam ser usadas para definir espaços e especificar elementos arquitetônicos e, quando o celular ou a calculadora não está ao alcance, os desenhos também podem dividir o espaço do papel com cálculos rápidos. Muitas são as situações em que a escrita é combinada ao traço em uma ferramenta de comunicação híbrida, em que a subjetividade ou abstração do desenho é amparada por uma certa assertividade das palavras e números.
Após 8 anos da última inauguração de uma galeria permanente no Inhotim, no dia 15 de julho o instituto inaugurou a GaleriaYayoi Kusama, que abriga as instalações imersivas “I'm Here, But Nothing” (2000) e “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009) da artista japonesa conhecida mundialmente pelo seu trabalho diverso e criativo envolvendo obras como pinturas, esculturas, instalações e performances.
O projeto arquitetônico da GaleriaYayoi Kusama começou a ser desenvolvido em 2016 pelos escritórios MACh Arquitetos e Rizoma Arquitetura. Com uma área de 1.437 m2 em que a arquitetura e o paisagismo são pensados, executados e transformados de forma indissociada, a galeria pode ser definida como uma espécie de espaço de transição — um mediador entre interior e exterior —, mas também um espaço em transição, que transforma-se à medida em que a vegetação se desenvolve com o passar dos anos e toma conta da cobertura.
Voltada para desenvolvimento de projetos de arquitetura em favelas e periferias, a atuação do Coletivo LEVANTE tem demonstrado grande sensibilidade às características e particularidades desses contextos. Segundo o grupo, "o reconhecimento do que já existe e é atribuído de valores vividos e conquistados pelos moradores das favelas — paisagem, construções, identidades e relações" é o que buscam como matéria-prima dos projetos,umaabordagem que pode ser reconhecida em projetos como o Centro Cultural Lá da Favelinha e aCasa no Pomar do Cafezal, ganhadora do Prêmio Building of the Year 2023 do ArchDaily.
Dos painéis figurativos retratando cenas históricas às composições geométricas abstratas modernistas, os azulejos são frequentes em diferentes expressões e momentos da arquitetura brasileira ao longo dos séculos. Hoje, há muitas possibilidades de composições não apenas pela disposição - aleatória ou não - das peças entre si, mas também pela vasta gama de cores e padrões oferecidos pelos fabricantes.
No dia 08 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data lembrada há anos como um símbolo da luta pelos seus direitos. No entanto, apesar da legislação de muitos países estabelecer direitos iguais para homens e mulheres, a desigualdade de gênero e todas as suas consequências ainda são sentidas diariamente por meninas e mulheres em diferentes partes do mundo. O sistema patriarcal, enraizado em muitas sociedades ao longo dos séculos, foi responsável por uma desigualdade de poder entre os gêneros que, nos casos mais extremos, reflete-se na violência e no feminicídio.
Brasília, Distrito Federal, Brasil. Created by @benjaminrgrant, source imagery: @digitalglobe
Em 1972 foi criada a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco, que vincula os conceitos de patrimônio cultural e natural da humanidade e estabelece uma série de procedimentos envolvidos na sua conservação e preservação. A partir do entendimento de que os sítios e monumentos estão sujeitos à ação do tempo e à eventual deterioração ou desaparecimento, a organização determina que aqueles de valor universal excepcional merecem uma proteção especial contra as ameaças às quais estão submetidos. Assim, o trabalho de identificação, proteção, conservação e valorização dos sítios incluídos na lista visa salvaguardar e transmitir às gerações futuras o patrimônio cultural e natural da humanidade.
Com o fim de mais um ano, a equipe do ArchDaily reúne os destaques da arquitetura em uma série de retrospectivas que buscam resgatar o conteúdo apresentado no período que se encerra. Como parte deste esforço, nossa equipe de projetos se volta para uma das categorias mais populares entre os leitores, a arquitetura residencial, com o objetivo de reunir aqueles que representam o melhor de uma vasta produção arquitetônica mundial a partir do olhar da nossa audiência.
Seja para um momento de pausa, descontração ou até mesmo para um wifi gratuito, as cafeterias costumam abrigar uma série de situações que envolvem mais que apreciar uma xícara de café. Um lugar tranquilo e agradável, que além de tudo ofereça uma boa bebida quente, é um grande atrativo para quem busca por uma cafeteria para passar algumas horas.
Nesse sentido, um projeto paisagístico que integre o verde a estes ambientes pode aumentar significativamente o conforto dos clientes, ao amenizar temperaturas e oferecer uma barreira contra a poluição atmosférica, sonora e visual. Além disso, após as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, espaços abertos, com ventilação natural e jardins passaram a ser prioridades para muitos projetos, inclusive cafeterias.
Como ponto de partida para projetos de arquitetura, o terreno e a sua topografia apontam os direcionamentos que a distribuição do programa poderá seguir. Entre elas, uma solução se destaca pela continuidade entre a topografia e a arquitetura, a partir do rebaixamento do nível da construção e avanço do terreno sobre a cobertura. A partir deste teto jardim criado com as mesmas características do entorno, o resultado causa a impressão de uma intervenção quase inexistente.
A incorporação do terreno como elemento arquitetônico retoma, de certa maneira, o conceito das cavernas, reforçando uma ideia de abrigo e acolhimento a partir de um híbrido entre a configuração inicial e natural e a intervenção arquitetônica.
Enquanto catalisadores democráticos, os espaços educacionais desempenham um papel fundamental na formação de indivíduos e comunidades como um todo. Estes lugares, onde os estudantes passam uma parte significativa do tempo desenvolvendo suas capacidades, habilidades e competências, são mais do que um pano de fundo para a promoção de um direito fundamental, eles são elementos-chave para proporcionar igualdade de oportunidades para todos.
Instalações de livre acesso e de uso comum, tais como pátios escolares, quadras e auditórios são grandes exemplos de como os espaços podem encorajar estudantes, professores, pais e membros da comunidade a aprenderem uns com os outros em um diálogo ativo. Flexibilidade e acessibilidade são dois outros pontos-chave para promover a democratização tanto da arquitetura quanto da educação, como visto em programas que vão além do horário escolar pré-estabelecido e incentivam as comunidades a se envolverem, por exemplo.
Assim como muitas decisões projetuais no campo da arquitetura, a escolha de elevar uma casa em relação ao terreno não tem impactos apenas estéticos, mas também - ou sobretudo - funcionais. Elevar um edifício do solo ajuda a afastar a umidade e melhorar a circulação do ar, ao mesmo tempo em que minimiza seu apoio no plano e, consequentemente, a necessidade de movimentação de terra para executar a obra. Assim, lajes suspensas são simultaneamente soluções arquitetônicas e bioclimáticas passivas, adequando-se bem ao clima quente e úmido que caracteriza a maior parte do Brasil.
A concepção das janelas de um edifício é fator determinante para a salubridade e conforto térmico dos ambientes. No caso das janelas de piso a teto, a dupla vantagem que se tem a partir da boa iluminação dos espaços internos e ampla vista para a paisagem talvez seja o fator mais atrativo para a sua adoção em edifícios residenciais. Normalmente localizadas em pontos estratégicos, como nos espaços de convívio ou em quartos não direcionados à rua, esse tipo de janela promove uma eficiente integração entre os espaços internos e externos.
Utilizado sobretudo em pisos, mas não apenas, o cimento queimado é uma técnica com bom custo benefício e com uma estética estimada por muitos arquitetos. Como é possível aplicar pigmentos na mistura, os resultados podem ser bem diversos, o que permite que uma mesma técnica seja capaz de criar diferentes ambientações.
O processo de “queima” envolvido na execução do cimento queimado consiste na aplicação de pó de cimento sobre a argamassa ainda fresca e alisamento da superfície com uma desempenadeira. Esta técnica é a responsável por conferir ao cimento queimado o seu aspecto característico.
Beijing Daxing International Airport / Zaha Hadid Architects. Image by @seven7panda
Na arquitetura e no urbanismo, os movimentos de aproximação e se afastamento de determinado objeto de estudo, seja na escala do edifício ou da cidade, são corriqueiros e permitem ora visualizar melhor os detalhes, ora ter uma visão mais ampla do todo – ambas essenciais para compreensão do objeto em questão. A mudança do ponto de vista possibilita percepções distintas de um mesmo local: ao nos deslocarmos do nível térreo, ou do observador, ao qual somos habituados a vivenciar no cotidiano, para o ponto de vista aéreo, podemos estabelecer relações que se aproximam das obtidas através plantas de situação, de localização e planos urbanísticos.
Historicamente associadas à imagem de fábricas e edifícios industriais em geral, as instalações aparentes também têm sido adotadas nos últimos anos em outras tipologias, entre elas a residencial. Os eletrodutos, tubos hidráulicos e demais elementos utilizados nas instalações, que por muito tempo foram relegados ao segundo plano, escondidos por paredes e forros, podem ser elementos chave de partidos arquitetônicos.