Em uma cidade, celebrar o ato de caminhar tornou-se uma forma de planejamento não convencional. Na era dos carros, ao longo de quase todo o século XX, desafiar a supremacia do transporte automotivo ao promover a experiência pedestre não era muito comum. Por essa razão, as passarelas para pedestres em todo o mundo se destacam como símbolos de conectividade e engenhosidade arquitetônica. Inicialmente concebidas como soluções práticas para o gerenciamento de tráfego, essas passarelas às vezes assumem o caráter de marcos icônicos e elementos cruciais no planejamento urbano.
A importância desses projetos representa uma mudança em direção ao design centrado no ser humano e paisagens urbanas. A Ponte Kusugibashi no Japão, reconstruída por Kengo Kuma & Associates, simboliza a resiliência, enquanto a Ponte de Seda na margem do rio em Hangzhou, destaca a conectividade urbana ao revitalizar a área ribeirinha. A Ponte para Tráfego Lento na Área Central de Dongguan aborda questões de conectividade e áreas verdes, e a Ponte Vlasburg da SBE NV dedica-se a aprimorar as rotas aquáticas para a comunidade. Coletivamente, essas passarelas impulsionam a revitalização urbana para o futuro, enfatizando sustentabilidade e integração com as necessidades da comunidade.
Leio intrigado no UOL que bilionários do Vale do Silício planejam construir do zero uma cidade perfeita na Califórnia. Mas o que, afinal, seria uma cidade perfeita?
De acordo com a matéria, o local contaria com bons serviços públicos, seria caminhável, sustentável, arborizado, seguro, teria casas de diferentes preços e tamanhos, todas integradas com comércios, escolas e restaurantes.
Além disso, a cidade ainda contaria com empregos bem remunerados para os seus moradores; e as escolas formariam pessoas da região para que elas também trabalhassem nas empresas locais.
https://www.archdaily.com.br/br/1012155/bairros-planejados-de-sao-paulo-oportunidades-desperdicadasVitor Meira França
O BIG divulgou um novo projeto para a turnê mundial da banda dinamarquesa WhoMadeWho. Com elementos audiovisuais desenvolvidos em colaboração com flora&faunavisions, EyeMix Studio e Christopher Mulligan, o projeto conta com uma esfera inflável criada para se tornar uma tela para as projeções de vídeo tridimensionais que contribuem para a experiência do show. A turnê começou em novembro de 2023 e passará por várias cidades ao redor do mundo, incluindo Paris, Madri, Berlim, Istambul, Nova York, Los Angeles, Santiago do Chile, Londres, bem como a cidade natal da banda, Copenhagen.
A Populous revelou o projeto da Qiddiya City EsportsArena, uma nova instalação que se tornará o ponto focal da Qiddiya City, um megaprojeto planejado de entretenimento e turismo em Riyadh, na Arábia Saudita. Com a maior área de telas de vídeo dentre todas as arena de jogos virtuais do mundo, além de tecnologias imersivas 4D, a nova arena busca se tornar a atração central no "primeiro distrito de jogos e esports de uso misto do mundo".
Um dos principais temas do ano passado está no resgate do vínculo entre o ser humano e a natureza - ou a compreensão de que não estamos separados dela. Estratégias como a biofilia, biomimética e as aproximações ao olhar de técnicas vernaculares e ancestrais demonstram que trazer elementos naturais para a arquitetura deixou de ser apenas um ato compositivo e passou a influenciar em diversas questões comportamentais e de saúde. Assim, o paisagismo vai além da mera estética, transformando quintais, jardins e espaços externos em extensões funcionais e terapêuticas dos lares.
https://www.archdaily.com.br/br/1012234/os-melhores-projetos-brasileiros-de-paisagismo-residencial-em-2023ArchDaily Team
A arquitetura informal é o modo dominante de urbanização em cidades de rápido crescimento e industrialização em todo o mundo. Em Délhi, cidade com a maior população da Índia, metade de seus moradores vive em assentamentos informais. Lagos, na Nigéria, com uma população de mais de 22 milhões, também tem 60% de seus moradores vivendo em assentamentos informais. Esse padrão também é observado no Cairo, Johannesburg, Kinshasa e outras cidades do sul global que enfrentam desafios semelhantes de desigualdade e escassez de moradias. À medida que sua população cresce e a urbanização avança, a exploração da arquitetura informal para atender à demanda por moradias acessíveis e serviços básicos só aumentará.
A aplicação da neurociência à arquitetura, mais especificamente no âmbito da neurogastronomia, proporciona uma compreensão singular da interseção entre os domínios sensoriais humanos e o ambiente construído. Busca-se compreender o funcionamento do cérebro em função da alimentação, até agora focada unicamente na boca e no estômago. Quem come na verdade é o cérebro. Desse modo, este artigo tem como objetivo reunir os conceitos científicos relacionados à neurogastronomia aplicada à arquitetura, considerando a experiência gastronômica e os espaços arquitetônicos, com especial atenção ao envelhecimento ativo.
https://www.archdaily.com.br/br/1012075/neurogastronomia-aplicada-a-arquitetura-em-prol-do-envelhecimento-humanoCiro Férrer Herbster Albuquerque e Paulo de Tarso Souza
O Prêmio Dinamarquês de Paisagismo 2023 foi concedido ao Jardim H.C. Andersen, projetado pela MASU Planning. O prêmio busca reconhecer trabalhos de arquitetura paisagística que servem de "inspiração" para a indústria. Situado na cidade dinamarquesa de Odense, o projeto vencedor deste ano foi elogiado propor a requalificação do centro da cidade, criando um espaço que se integra ao contexto existente.
O Royal Institute of British Architects (RIBA) e a Jencks Foundation anunciaram o escritório Dogma como vencedor do Charles Jencks Award de 2023. Anteriormente concedido a Zaha Hadid,Níall McLaughlin, Herzog & de Meuron, e OMA, o prêmio celebra outras formas de pensamento e produção que podem impulsionar a arquitetura além do design. Vencedores deste ano, Dogma é um escritório de arquitetura sediado em Bruxelas que se concentra na interação entre arquitetura e ambientes urbanos.
A relação entre a arquitetura e o meio ambiente é multifacetada e envolve uma interação dinâmica entre os espaços construídos e o contexto natural circundante, moldando a forma como os edifícios e as cidades funcionam, impactam os ecossistemas e influenciam no bem-estar dos habitantes.
São muitos os aspectos que relacionam a arquitetura e o meio ambiente, desde os mais práticos como a utilização de materiais naturais e fontes de energia renováveis, até os mais abrangentes como a incorporação e valorização da cultura local. Dentro dessa ampla gama de possibilidades, selecionamos a seguir cinco entrevistas que apresentam diferentes abordagens sobre este tema e fomentam reflexões fundamentais para o contexto arquitetônico contemporâneo.
As paisagens urbanas contemporâneas variam muito de seus precedentes iniciais, abrigando a vida urbana em espaços internos amplos como mega-hotéis, shoppings e hubs de transporte. Átrios imponentes e áreas de circulação agora são uma parte normal da experiência urbana, permitindo atividades públicas "dentro" da cidade. Interiores e urbanismo são frequentemente considerados extremos opostos do espectro espacial, com a arquitetura atuando como mediadora entre os dois. A crescente importância do "urbanismo interno" no funcionamento do ambiente construído demanda a pergunta — como as cidades podem ser reinventadas de dentro para fora?
A equipe de curadores do ArchDaily se esforça diariamente para apresentar aos nossos leitores os projetos mais significativos, inspiradores e inovadores a fim de expandir o conhecimento e repertório de estudantes, arquitetos e arquitetas do mundo todo. De pequenas reformas até projetos criados do zero, a arquitetura residencial está presente no cotidiano da maioria dos escritórios e, ano após ano, podemos observar o interesse que a tipologia desperta no público: a categoria é a mais popular entre a nossa audiência.
Arnau Rovira é um fotógrafo que chegou ao Turquemenistão por acidente. De Barcelona, ele nos lembra a história de como acabou na capital, Asgabade, acompanhando jornalistas esportivos para os Jogos Asiáticos de 2017. Este país da Ásia Central, que já fez parte da União Soviética, é reconhecido não apenas por suas fortes restrições de acesso e controle, mas também por suas construções brancas e douradas que parecem uma cidade futurista perto da fronteira com o Irã.
A 3ª edição do Shaping the City, um fórum sobre desenvolvimento urbano sustentável, ocorreu em Veneza entre os dias 24 e 25 de novembro, após eventos bem-sucedidos em Chicago e Nova Orleans. Organizado pelo European Cultural Centre, o fórum faz parte da exposição Time Space Existence, da Bienal de Arquitetura de Veneza, e reuniu urbanistas, arquitetos, acadêmicos e políticos de todo o mundo. O arquiteto japonês Kengo Kuma estava entre os especialistas convidados para falar sobre a interseção entre a natureza e o ambiente construído na arquitetura japonesa.
Ao longo de dois dias, a conferência buscou explorar temas cruciais como educação, bens comuns urbanos, deslocamento, integração da natureza e o futuro da mídia arquitetônica, assunto discutido durante um painel com a presença de Christele Harrouk, editora-chefe do ArchDaily. Enquanto estava em Veneza, a equipe do ArchDaily conversou com Kengo Kuma para discutir sua abordagem única nos projetos inspirados na natureza e específicos para cada local.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foi agraciada com o Prêmio ULI 2023 de Visionários em Desenvolvimento Urbano, uma das mais respeitadas distinções globais em uso do solo e desenvolvimento comunitário. A honraria reconhece a visão da prefeita Hidalgo de uma Paris mais inclusiva e sustentável, assim como o impacto global de suas políticas. Hidalgo, a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita em Paris, é reconhecida por impulsionar políticas ambiciosas que reduziram as emissões de carbono da cidade em 40% em uma década, além de aumentar a proporção de habitações acessíveis. Em 2020, Hidalgo também foi destacada na lista das 100 Pessoas Mais Influentes pela revista Time
À medida que nos aproximamos do final de 2023, um ano repleto de acontecimentos que poderia ser definido como o ano das "mudanças", analisamos como eventos e tendências globais impactaram o design de espaços internos. Olhando para trás, as pessoas questionaram tudo, e a prática arquitetônica não foi exceção. Uma nova voz foi dada a nações frequentemente esquecidas, enquanto os arquitetos buscavam maneiras alternativas de projetar e construir. Questionamos o colonialismo, a cultura do consumo, o desperdício, a tradição e autenticidade, trazendo novas perspectivas dentro da disciplina. No entanto, o design de interiores em 2023 foi reservado; exploratório, mas muito mais modesto e sutil em comparação com os anos anteriores. Após anos de mudanças constantes, parece que as pessoas sentiram a necessidade de pausar, desacelerar e abraçar a simplicidade, expressando sua individualidade por meio de intervenções pontuais.
A COP28, ou a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, foi realizada em Dubai entre 30 de novembro e 13 de dezembro. O encontro anual reuniu representantes de 198 países, bem como líderes da indústria, para discutir e estabelecer estratégias para limitar a extensão das mudanças climáticas e seus efeitos adversos. O objetivo final dessas reuniões é encontrar maneiras de limitar o aumento da temperatura global em menos do que 1,5 graus Celsius em comparação com os tempos pré-industriais. No momento, o aumento da temperatura global já está em 1,2 graus Celsius. Como a indústria da construção em geral responde por 39% das emissões globais, arquitetos e urbanistas têm especial interesse nos resultados desta cúpula internacional.
O escritório Stefano Boeri Architetti divulgou o projeto de um masterplan para Ramagrama Stupa, um local sagrado de peregrinação budista no Nepal. A proposta inclui um jardim rico em biodiversidade e um Prado da Paz, que circunda a reverenciada Árvore Bodhi. Localizado na região de Parasi, o município de Ramagrama possui um profundo significado cultural e religioso, abrigando uma porção preservada das relíquias de Buda.
O BIG divulgou recentemente o projeto da cidade de Gelephu, um masterplan que se inspira na cultura do Butão, seus princípios de felicidade e seu patrimônio espiritual. Durante o 116º Dia Nacional do Butão, o Rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck apresentou os projetos para o futuro centro econômico do país. Desenvolvido em colaboração com a Arup e a Cistri, o plano adere aos padrões sustentáveis do primeiro país do mundo a apresentar índices negativos de emissão de carbono.
As autoridades de Bolonha anunciaram planos para reparar a torre inclinada Garisenda, uma estrutura medieval localizada no centro da cidade italiana. Recentemente, a área ao redor da torre foi isolada devido a preocupações com seu colapso, pois monitoramentos identificaram deslocamentos na direção da inclinação. A torre de 47 metros de altura inclina-se a um ângulo de quatro graus, semelhante ao de sua contraparte mais famosa, a Torre de Pisa. A Torre Garisenda é um marco de Bolonha, ao lado de sua vizinha, a Torre Asinelli, que tem o dobro da altura, também se inclina, embora em um ângulo menor, e geralmente está aberta para turistas.
Você já parou para refletir se as ruas do centro da sua cidade influenciam na sua forma de agir?
O centro das cidades é um microcosmo urbano onde, especialmente, as experiências das mulheres são profundas e silenciosas. Em 2022, um exercício etnográfico lançou luz sobre as dinâmicas vividas por mulheres que circulam por quatro pontos da região central de Curitiba: o Terminal do Guadalupe, a esquina entre a Rua Pedro Ivo e a Travessa da Lapa, o trecho pedonal da Rua XV de Novembro, entre a Rua Marechal Floriano Peixoto e a Rua Monsenhor Celso, e a Praça General Osório.
https://www.archdaily.com.br/br/1012023/ser-mulher-nas-ruas-da-cidade-um-olhar-filosofico-e-etnograficoLuíza Chiarelli de Almeida Barbosa e Aline Barbosa
As cidades são sistemas vibrantes que têm significado e se movem com o ritmo da vida humana que as alimenta. No tecido das paisagens urbanas, arquitetos e urbanistas colaboram para criar harmonias espaciais que vão além da estética e buscam justiça social e expressão poética. Nelas, os cidadãos se envolvem, tornando-se participantes ativos na narrativa contínua da cidade — a melodia metropolitana.
Em 2023, o ArchDaily publicou matérias sobre a poética do urbanismo, explorando um futuro em que as cidades atendem às necessidades sociais e emocionais de seus habitantes.
A cidade de São Paulo, marcada por sua imensidão e diversidade cultural, por vezes também é palco de muitos conflitos relacionados à ocupação de seu espaço urbano. Uma história que se estendeu por mais de quatro décadas, a disputa pelo terreno ao lado do Teatro Oficina, projetado por Lina Bo Bardi na região do Bixiga, finalmente culminou na criação de um tão esperado equipamento público: o Parque do Rio Bixiga. Esse processo não é apenas uma vitória para a comunidade local e artística, mas também uma conquista notável na perspectiva do direito à cidade e do lazer paulistano, especialmente após anos de confronto com o Grupo Silvio Santos.
A URB divulgou um estudo para a Dubai Cycle City 2040, visando uma infraestrutura para ciclismo diversificada no Emirados Árabes Unidos. A iniciativa tem como objetivo revolucionar o transporte em Dubai, proporcionando aos residentes acesso rápido a serviços essenciais e locais por meio de ciclismo ou caminhada. Em uma cidade onde os carros sempre foram a principal forma de transporte, atualmente estão sendo desenvolvidos planos para revolucionar a mobilidade urbana.