Depois de ler e compilar todas as mensagens recebidas, tanto de profissionais da construção, quanto estudantes e interessados em arquitetura, é hora de apresentar as principais posições. Muito obrigado por suas opiniões!
A arquitetura cresce do contexto. No planejamento de seu campus, uma instituição ou organização estabelece uma estratégia para o uso do terreno em longo prazo e no contexto imediato. Como a SCUP resume, o projeto de um campus pode ser acolhedor, convidativo e estimulante. "Pode ser a manifestação física da missão de uma instituição, um lembrete da promessa e um potencial esperando ser libertado". Hoje, o design de campi engloba abordagens integradas juntando espaços abertos, prédios, circulação e equipamentos.
O escritório holandês MVRDV divulgou seus planos de renovação de um complexo de edifícios ao sul de Munique, Alemanha. Mantendo seis dos nove blocos existentes, o projeto expande o programa atual e cria um novo marco para o bairro ao implementar uma praça no centro do empreendimento.
Os mais de 5000 novos projetos publicados ao longo de 2021 fazem do ArchDaily a maior bilioteca online de arquitetura do mundo. A equipe curatorial do ArchDaily pesquisa, contata escritórios, prepara e apresenta projetos construídos em todo o mundo diariamente com o objetivo de oferecer inspiração, conhecimento e ferramentas aos nossos leitores que contribuem na criação de melhores ambientes construídos.
https://www.archdaily.com.br/br/974045/os-melhores-projetos-de-arquitetura-de-2021Clara Ott
Nesta segunda edição das entrevistas em vídeo dos profissionais do ArchDaily, Christele Harrouk, editora-chefe do ArchDaily, reuniu-se com Mat Cash, coordenador do estúdio Heatherwick Studio, Signe Nielsen, diretor fundador da MNLA, e David Farnsworth, diretor da Arup, para discutir o projeto colaborativo em uma das mais recentes áreas verdes da cidade de Nova Iorque, o Parque Little Island no Pier 55.
À medida que 2021 chega ao fim, olhamos para trás e vemos como este ano introduziu novos padrões, e assim levantamos questões sobre como poderia ser o futuro do ambiente construído. Em retrospectiva, o local onde as pessoas estão passando a maior parte de seu tempo não sofreu grandes alterações. Após as constantes mudanças nas restrições de deslocamento e o desenvolvimento da pandemia, as pessoas reconheceram que a maior parte do tempo será gasto em ambientes fechados, por isso adaptaram suas casas e ambientes de trabalho.
Estas mudanças repentinas no estilo de vida forçaram as pessoas a tomar consciência de que o espaço que habitam tem grande influência em seu bem-estar físico e mental. Por isso, começaram a optar por recursos que promovem a sensibilidade, calma, otimismo e alegria, emoções que contrariam os eventos inconsistentes e problemáticos do mundo exterior e oferecem uma sensação implícita de escape.
A ética abrange todas as práticas da arquitetura. Da interseccionalidade e projetos à crise climática, um arquiteto deve trabalhar com uma gama de condições e contextos que informam o ambiente construído e o processo de sua criação. Em todas as culturas, políticas e climas, a arquitetura é tão funcional e estética quanto política, social, econômica e ecológica. Ao abordar a ética da prática, os arquitetos e urbanistas podem reimaginar o impacto da disciplina e a quem ela serve.
Sem solucionar os desafios das cidades, não resolveremos a crise climática. O papel central das cidades é inegável: elas contribuem com 75% das emissões de gases de efeito estufa relacionadas à energia. As escolhas das cidades influenciam e podem gerar mudanças em todos os sistemas que precisam ser descarbonizados e tornados resilientes, desde transporte até produção de alimentos e energia. Como mostrou o relatório de 2018 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, as cidades – com sua concentração de pessoas, atividade econômica e infraestrutura – estão entre as alavancas mais poderosas que temos para impulsionar a descarbonização e construir resiliência com rapidez suficiente para cumprir as metas do Acordo de Paris.
https://www.archdaily.com.br/br/974558/5-prioridades-para-as-cidades-apos-a-cop26Rogier van den Berg e Leo Horn-Phathanothai
Pantone revelou sua Cor do Ano para 2022;17-3938 Very Peri, uma cor totalmente nova "cuja presença corajosa estimula a inventividade e a criatividade pessoais". O tom origina na família da cor azul, mas com toques de vermelho e violeta, ilustrando a fusão dos nossos tempos modernos e como o mundo digital transformou o nosso mundo físico. Na arquitetura, os tons de azul pervinca e lavanda são usados há muito tempo em instalações, espaços comerciais e iluminação, incutindo um efeito geral tranquilizador, otimista e positivo na mente humana.
Imagine se há alguns anos você acordasse com a notícia de que alguém pagou mais de um milhão de dólares por três lotes de terreno digital ao lado da famosa mansão digital do rapper Snoop Dogg. Você provavelmente se perguntaria: "O que é um terreno digital, e por que alguém pagaria por isso?" Durante o ano, uma corrida para comprar propriedades, arte e terras aconteceu — mas tudo isso existe em um mundo virtual chamado de metaverso. Embora este mundo já existisse muito antes da pandemia, os lockdowns impulsionaram o mundo online para um novo nível, chamando a atenção de compradores privados e corretores que começaram a canalizar dinheiro para esta realidade. Mas como surgiu este mundo, o que o futuro nos reserva, e qualquer um pode se juntar a esta realidade virtual?
O 6º Prêmio {CURA} revelou o resultado de seu concurso para estudantes e jovens arquitetos. Nesta edição, os participantes foram convidados a propor intervenções temporárias em obras da Lina Bo Bardi. A proposta poderia ser implantada em qualquer cidade do Brasil, desde que fosse uma intervenção em obra da arquiteta.
https://www.archdaily.com.br/br/973890/resultado-do-6o-premio-cura-intervencao-na-obra-de-lina-bo-bardiEquipe ArchDaily Brasil
Mais simples de construir, porém menos comuns que os tradicionais telhados de duas águas, as coberturas de apenas uma água - ou meia água, como são conhecidas em alguns lugares no Brasil - são conformadas por um único plano inclinado, responsável pelo escoamento das águas pluviais.
Há uma diversidade de revestimentos de paredes, fachadas e forros no mercado, com múltiplas opções estéticas, cumprindo diferentes funções e fornecidos por muitas empresas. Algo que todos têm em comum é que se estruturam sobre montantes, os quais dificilmente recebem a devida atenção, uma vez que influenciam diretamente na instalação e no resultado final. Estes montantes podem variar em materiais e complexidade, bem como a forma como os painéis serão conectados ali. Nem sempre a fixação dos painéis consegue ser feita ocultamente, fazendo com que parafusos ou outras peças permaneçam aparentes, demandando outros artifícios para escondê-los.
A empresa neozelandesa Fastmount é especializada no desenvolvimento de sistemas de painéis ocultos e acaba de lançar um novo sistema para interiores: Stratlock. O diferencial é que o produto oferece aos projetistas e construtores um sistema completo e integrado, especialmente desenvolvido para a construção de estruturas de teto e parede em substratos irregulares para fixar com precisão o painel interno, podendo ser cortado sob medida para construir-se a grade para fixação dos painéis.
À medida que as obras de reconstrução e restauração na Catedral de Notre Dame avançam, os especialistas em patrimônio responsáveis pela obra estão tendo que tomar importantes decisões no que se refere à aparência de alguns elementos que precisam ser substituídos. A Secretária de Arquitetura e Patrimônio Histórico da França aprovou recentemente o projeto de restauro do interior da catedral, o qual engloba o completo redesenho e reorganização do mobiliário, assim como a inclusão de obras de arte contemporânea e projeções de luz. A proposta foi encomendada e defendida pela diocese de Paris, que acredita na capacidade desta nova versão do projeto em promover um melhor engajamento com os usuários e visitantes. Por outro lado, muitas pessoas criticaram a decisão da Secretaria, argumentando que as intervenções contemporâneas não dialogam com a estrutura gótica da catedral.
Metrópoles de países em desenvolvimento compartilham os mesmos problemas de mobilidade com baixos níveis de serviço do transporte público, desigualdade de acessibilidade, altos índices de acidentes de trânsito, congestionamento e poluição ambiental. Há iniquidade geral de acessibilidade, segurança e conforto nas condições de transporte que reproduz e perpetua a desigualdade socioespacial (VASCONCELLOS, 2000) fruto do processo histórico de urbanização da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) que constituiu um território caracterizado pela setorização habitacional por renda, concentração de oferta de empregos e distribuição heterogênea da infraestrutura de transportes (VILLAÇA, 1998). Políticas que retomam a década de 1950 em níveis federal, estadual e municipal foram favoráveis ao uso do automóvel, logo refletindo na baixa qualidade e eficiência do transporte coletivo sobre pneus, e na lenta expansão do sistema de alta capacidade sobre trilhos.
https://www.archdaily.com.br/br/974568/transicoes-de-modos-bicicletarios-em-estacoes-na-regiao-metropolitana-de-sao-pauloDeiny Façanha Costa
A arquitetura e a engenharia como conhecemos hoje são duas formações superiores distintas, que dividem escopos similares e que, portanto, têm momentos de intersecção, mas também resguardam diferenças fundamentais. Ainda que essa sobreposição de atuação acarrete na falta de consenso tanto em relação à história das profissões, quanto à prática profissional atual, é importante destacar as diferenças e especificidades que caracterizam cada uma dessas profissões na atualidade.
Bancos com divisórias e formatos desconfortáveis, pedras pontiagudas embaixo de viadutos, grades no entorno de praças e jardins, muros com pinos metálicos, construções sem marquises ou com gotejamento de água programado, cercas elétricas e arame farpado. Os elementos e materiais utilizados para afastar pessoas dos espaços públicos são muitos e acabam influenciando a maneira como os indivíduos vivenciam os municípios e convivem entre si. A arquitetura hostil, termo que abrange todas as barreiras e desenhos urbanos que parecem dizer “não se sinta em casa” — como define a repórter Winnie Hu, do The New York Times —, é parte da realidade da maioria das cidades pelo mundo e vem despertando debates sobre o impacto dessas ações, principalmente através das redes sociais.
https://www.archdaily.com.br/br/973752/arquitetura-hostil-quando-as-cidades-nao-sao-para-todosSomos Cidade
Sendo um dos principais modos de transporte da história, o transporte ferroviário auxilia no deslocamento de pessoas, matéria prima e produtos desde a revolução industrial. Largamente utilizado pelo mundo, as estradas de ferro tiveram sua primeira experiência no Brasil na década de 1850 no Rio de Janeiro, avançaram pelo território até que foram sendo subtraídas ao longo da história. Hoje enfrentamos um grande desafio em manter sua memória viva.
A arquitetura do espaço interno abraça o externo. Da mundialmente famosa Sydney Opera House às cabanas aborígines no deserto, a arquitetura australiana surge a partir dos elementos básicos enquanto aprende com eles. Os abrigos vernáculos, celeiros, galpões e varandas frequentemente eram convertidos em centros comunitários ou locais de reunião. Esse começo humilde se transformaria ao longo dos séculos seguintes, conforme as pessoas começassem a construir o "sonho australiano". Seja usando a construção tradicional em taipa ou fabricando formas totalmente novas, os arquitetos começaram a capitalizar os métodos de construção históricos e reinterpretá-los.
Sendo um dos espaços mais íntimos de uma residência, os dormitórios têm tido seu uso adaptado com o passar dos anos, principalmente após a pandemia de Covid-19. Um espaço de relaxamento que precisa também encaixar mobiliários, decorações e harmonizar com a arquitetura. Veja aqui uma seleção de ideias para se inspirar e reformular seu quarto.
A popularidade de casas pré-projetadas e pré-fabricadas vem crescendo, transferindo grande parte do processo de construção do canteiro de obras para as fábricas. Enquanto países como Cingapura, Austrália e Reino Unido estão adotando cada vez mais edifícios modulares para atender à escassez de mão de obra e moradias, países nórdicos como a Suécia já constroem 90% das residências unifamiliares em madeira pré-fabricada. Apesar do recente aumento de interesse, a construção off-site não é, de forma alguma, um conceito novo. Na verdade, o método construtivo esteve presente ao longo da história em muitas tentativas de consolidar seu uso: ainda em 43 DC, o exército romano trouxe consigo fortes pré-fabricados para a Grã-Bretanha, enquanto o Japão já vinha construindo em madeira off-site e partes móveis em pré-montagens por pelo menos mil anos.
Fora da China, as fachadas midiáticas geralmente aparecem como elementos individuais competindo por atenção. Na China, entretanto, é possível encontrar grandes grupos de fachadas com uma mensagem comum em várias áreas metropolitanas. Essas fachadas mesclam visualmente muitos arranha-céus em uma única entidade panorâmica. Mas quais são as razões pelas quais esse fenômeno é exclusivo da China? E como isso começou? A Media Architecture Biennale uniu cultura e política para fornecer uma resposta ao surgimento das paisagens midiáticas na China.
O MVRDV acaba de apresentar novas imagens de um projeto de intervenção temporária em Roterdã, uma estrutura que permitirá aos moradores e visitantes acessarem uma série de coberturas de edifícios históricos no centro da cidade. Procurando explorar todo o potencial destes espaços—tantas vezes ociosos e subutilizados—, expandindo assim o domínio público e a acessibilidade na cidade. Desenvolvido no contexto do festival Rotterdam Rooftop Days, a edição deste ano contará com uma ponte suspensa que permitirá aos moradores e turistas da cidade de Roterdã transitarem entre a cobertura do edifício The Bijenkorf e o topo do World Trade Center, a qual ficará aberta ao público entre os dias 26 de maio e 24 de junho de 2022, durante o Mês da Arquitetura de Roterdã.
Por definição, a arquitetura e o urbanismo costumam operam em um território repleto de incertezas. Isso significa dizer que a prática da arquitetura não busca apenas respostas para os problemas conhecidos no presente, mas principalmente soluções para os desafios imprevisíveis do futuro. Como resultado, arquitetos e arquitetas confronta-se constantemente com a ambiguidade do ofício: procurando respostas para questões bastante concretas, ao mesmo tempo que buscam abrir espaço para que novos cenários alternativos e imprevisíveis possam surgir. A incerteza é uma condição inerente não apenas ao campo da arquitetura, mas sobretudo, à sociedade contemporânea. O constante e progressivo processo de transformação nos âmbitos sociais, econômicos e até ambientais em nossa sociedade hoje, nos levam a refletir sobre a importância da incerteza no pensar e fazer arquitetura no tempo presente. Pensando nisso, apresentaremos a seguir uma série de abordagens em arquitetura que nos convidam a refletir sobre tudo aquilo que é incerto, e como a imprevisibilidade pode ser útil ao projetar espaços e cidades para o futuro.