Existe, ao estudar arquiteturas indeterminadas, um instinto, quase que natural, de tentar encontrar um rótulo para ela. E, se não um rótulo, uma forma de tentar solucioná-la para que ela possa, mesmo que momentaneamente, ser algo mais concreto. O que acontece se não tentarmos defini-la?
Em 2019, visitei, com alguns colegas, o Edifício Bonpland do escritório argentino Adamo Faiden. Antes de visitarmos, em conversa com amigos, tentei explicar o conceito por trás de muitos edifícios porteños do século XXI. A lógica de ocupação do terreno, que se articula como dois blocos, um frontal e outro traseiro ligados por uma circulação centralizada, os gabaritos e, no caso do edifício Bonpland, uma planta que tinha como elementos estruturais a circulação vertical e os núcleos hidráulicos. Comentei sobre o exercício de indeterminação que existia no prédio e recebi uma resposta muito interessante: fui dito que essa falta de resolução dos layouts dos espaços internos era preguiça dos arquitetos.
https://www.archdaily.com.br/br/966553/achando-potencial-no-nao-fazer-encarando-as-possibilidades-no-edificio-bonpland-de-adamo-faidenLeonardo Dias
CRA-Carlo Ratti Associati e Italo Rota projetaram o novo Museu MAE dedicado à fibra de carbono. Utilizando o mesmo material como elemento construtivo, o museu foi projetado para mostrar seu potencial ecológico. Sendo um material central para o futuro da manufatura, o projeto será construído em grande parte com fibra de carbono, nova e reciclada, seguindo uma abordagem de projeto circular.
O renomado arquiteto mexicano Miguel Ángel Aragonés apresenta dez anos de pesquisa materializada em seu mais recente projeto intitulado "Casa PI", cuja sigla se traduz em um novo método de construção de "pré-fabricados inteligentes". Patenteado na Suíça, este sistema busca quebrar o paradigma habitacional a partir de um projeto integral que combina a estrutura da casa com o mobiliário e as novas tecnologias de automação na arquitetura.
https://www.archdaily.com.br/br/965364/arquiteto-mexicano-cria-sistema-construtivo-com-tecnologia-de-pre-fabricacao-inteligenteArchDaily Team
Acompanhando as últimas notícias e relatórios sobre o setor de construção civil na China, percebemos que a paisagem construída do país está mudando radicalmente. De acordo com o Cultural Infrastructure Index, relatório publicado recentemente pela AEA Consulting, a China ou mais especificamente, a cidade de Shenzhen, é atualmente a líder mundial em investimentos em projetos de infraestruturas culturais. Apenas no ano passado foram anunciados 10 novos projetos culturais na cidade, todos eles desenvolvidos por alguns dos mais renomados escritórios de arquitetura do mundo. Por outro lado, as autoridades chinesas aprovaram no mês passado uma nova regulamentação que proíbe a construção de edifícios com mais de 500 metros de altura, marcando o fim de uma era—a China atualmente conta com 10 dos 20 edifícios mais altos do mundo.
Embora o bambu tenha um potencial incrível como material de construção, os esforços para construir estruturas duráveis de bambu muitas vezes falham, com erros cometidos tanto no projeto quanto no processo de construção. As estruturas de bambu são frequentemente criticadas por sua falta de durabilidade e, antes que a tecnologia de tratamento fosse descoberta, esta era uma das armadilhas para construir com o material. Hoje em dia, empresas de arquitetura como a IBUKU provaram que, se bem projetadas, tratadas e mantidas corretamente, uma estrutura de bambu pode durar toda a vida.
Além do tratamento inadequado, há outros erros cometidos ao construir com bambu e eles são frequentemente ignorados, mas têm o mesmo peso para garantir a longevidade de uma estrutura de bambu. Existem muitos guias excelentes que explicam como construir com bambu, no entanto, as informações são insuficientes ao abordar o que não fazer. Neste artigo, vamos compartilhar como evitar os erros mais comuns ao construir com bambu.
Uma equipe de arquitetas brasileiras foi premiada com o terceiro lugar no concurso internacional Toronto Affordable Housing Challenge, organizado pela Bee Breeders. Desenvolvido por Ana Luisa Rolim (Coletivo-rt arquitetura), Isabella Trindade, Beatriz Bueno e Larissa Falavigna, o projeto LaneWAY OF LIVING: Green Villages in The Heart Of Toronto’s Urban Fabric propõe uma série de unidades de estrutura de madeira laminada colada cruzada e acabamento externo em madeira carbonizada.
A designer e diretora de arte Serena Confalonieri, em parceira com um grupo e alunos voluntários, acaba de inaugurar a instalação gráfica “Quadra”, uma iniciativa desenvolvida no contexto do projeto “Piazze Aperte” promovido pela Prefeitura de Milão. Como uma série de projetos de intervenção urbana, a iniciativa pretende revalorizar espaços subutilizados da cidade através de intervenções urbanas pontuais.
Apropriar-se da luz natural fornecida pelo sol, usufruindo de todos os benefícios que ele oferece, é uma das principais estratégias que todo arquiteto ou arquiteta deve levar em consideração quando projeta um determinado espaço ou edifício. O trabalho começa antes mesmo de sentar-se à prancheta, analisando o trajeto do sol e as orientações possíveis que cada terreno nos sugere. O tamanho e a quantidade de aberturas é também algo muito importante a se considerar neste primeiro momento. Isso porque ambientes naturalmente iluminados são mais agradáveis de se viver e trabalhar, impactando decisivamente no humor e o no conforto dos moradores e usuários de um determinado edifício. Somado a isso, gerenciar a forma como a luz do sol penetra em um espaço é também uma maneira muito eficaz de controle passivo da temperatura assim como ajuda a reduzir a demanda por sistemas artificiais de iluminação e condicionamento de ar—resultando em uma maior economia global de energia. Por exemplo, através de sistemas de proteção solar os usuários podem melhor controlar as condições de iluminação de um determinado ambiente, minimizando ainda o ganho de calor e maximizando, assim, as condições de conforto no interior do edifício.
https://www.archdaily.com.br/br/965147/como-controlar-a-luz-natural-para-reduzir-despesas-e-aumentar-o-conforto-ambientalLilly Cao
A arquitetura é uma profissão de longa data, que produziu diversos marcos icônicos que admiramos e reverenciamos em todo o mundo, além de desempenhar um papel na organização das cidades em que vivemos hoje. Esta descrição, no entanto, contempla a arquitetura no sentido tradicional — e há inúmeros exemplos de indivíduos e empresas que desviaram da prática arquitetônica tradicional, seja por meio do aprofundamento em campos adjacentes ou pela exploração de novas tecnologias.
O escritório de arquitetura com sede no Reino Unido, AL_A, colaborou com a empresa canadense de energia General Fusion para desenvolver a primeira usina de energia por fusão de alvos magnetizados do mundo no campus da UK Atomic Energy Authority (UKAEA) em Culham, Reino Unido. A empresa de energia queria "transformar a forma como o mundo é energizado, replicando o processo que alimenta o sol e as estrelas". O design do AL_A propõe uma instalação inédita com espaços abertos e divisórias transparentes que fornecem soluções inovadoras de energia livre de carbono.
Madeira de demolição é aquela que tem origem no desmonte de uma construção, geralmente casas antigas, barracões ou armazéns rurais. Por desinteresse ou inviabilidade econômica de adaptação, resta a opção de demolir estas estruturas, resultando em escombros e, também, elementos que podem ser reciclados e reutilizados na arquitetura. É o caso da madeira de demolição, que vemos empregada, do revestimento à estrutura, em projetos contemporâneos em todo o mundo.
Para inspirar seus projetos, reunimos 12 casas brasileiras fazem uso deste material reciclado em pisos, paredes, decks, banheiros, áreas externas e escadas.
Projetos residenciais de casas podem ser campos de experimentação de formas, materiais, técnicas construtivas ou organizações espaciais. Um desses recursos é o pé-direito duplo, isto é, situações nas quais a distância livre entre o piso e o teto equivale a cerca do dobro de um pé-direito padrão (considerado entre 2,50 e 2,70 m). Os grandes espaços formados nessa condição são um prato cheio para se aproveitar de entradas de luz e ventilação naturais, além de estabelecer relações verticais mais interessantes.
Quando chegamos na etapa de projeto executivo nos deparamos com o momento do detalhamento das áreas molhadas, que inclui a escolha não só dos acabamentos de parede e piso, mas também das bancadas, louças e metais. O diálogo entre esses elementos é fundamental para um espaço bem ambientado, independentemente do estilo escolhido.
O Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro (DCAMN), em parceria com a Marinha do Brasil, e o Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ) anunciaram o resultado do Concurso de Arquitetura para o Museu Marítimo do Brasil. A equipe coordenada pelo arquiteto e urbanista Rodrigo Quintella Messina, de São Paulo-SP, conquistou o primeiro lugar no certame, que teve 110 estudos preliminares entregues. Ao todo, 191 equipes, distribuídas por 17 estados do país, candidataram-se para enviar projetos – um recorde na história das chamadas públicas do IAB/RJ.
Projetado pelos arquitetos do Foster + Partners, o Alif-The Mobility Pavilion exposto na Expo 2020 Dubai discute as fronteiras entre o mundo físico e digital e convida os visitantes a conhecer os ícones históricos da mobilidade, cujas inovações ajudaram a trilhar o caminho até os dias de hoje. O pavilhão possui o maior elevador de passageiros do mundo, capaz de transportar mais de 160 pessoas ao mesmo tempo, e uma pista semi-subterrânea de 330 metros de extensão que permite aos visitantes verem dispositivos de mobilidade de última geração em ação.
Juntando-se a Copenhague e Rio de Janeiro, Barcelona foi nomeada Capital Mundial da Arquitetura para 2026 pela Unesco e sediará o Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos dois anos após o evento em Copenhague. Barcelona e Pequim foram candidatas ao título de 2026, mas a cidade espanhola venceu com a proposta de tema Um hoje, um amanhã, que explora a abordagem da cidade em relação à sustentabilidade e o futuro do ambiente construído.
Na arquitetura residencial, sempre houve espaços indispensáveis e outros que podemos ignorar. Ao projetar uma residência, nossa tarefa é basicamente configurar, conectar e integrar diferentes funções da forma mais eficaz e eficiente possível, obrigando-nos a priorizar. E embora hoje muitos apostem numa arquitetura cada vez mais fluida e indeterminada, poderíamos dizer que o dormitório, o banheiro e a cozinha são o núcleo fundamental de toda casa, permitindo o descanso, o preparo da comida e a higiene pessoal. Em seguida, surgem alguns espaços de reunião e outras áreas de serviço, e com eles possivelmente existem saguões, corredores e escadas que os conectam. Cada espaço agrega novas funções que seus moradores podem desempenhar com maior facilidade e conforto, e assim a vida começa a se desenvolver de forma mais adequada.
No entanto, menos metros quadrados no banheiro podem nos permitir ampliar a sala de estar. Ou ainda, eliminar alguns espaços aparentemente dispensáveis poderia proporcionar uma agradável espaço aos seus futuros habitantes. Em um mundo superpovoado com cidades cada vez mais densas, quais funções temos descartando para dar mais espaço ao essencial? Analisamos o caso da lavanderia, que foi reduzida e integrada nas outras zonas da casa para dar o seu espaço a outras funções.
Em termos históricos, a industrialização é um processo no qual o setor industrial se torna dominante em uma economia por meio da substituição dos processos e técnicas artesanais, visando principalmente o aumento da produtividade e a consequente geração de riqueza. Essa produção serial, mecânica e padronizada gera transformações profundas não somente nos modos de vida e relações sociais, mas também, e principalmente, implica uma enorme mudança na paisagem urbana.
Em nosso país vizinho, o Paraguai, tijolo pode significar muitas coisas. Desde paredes, divisórias, muros, anteparos, lajes, abóbadas, pisos e pavimentos. Ao longo das últimas duas décadas, a arquitetura contemporânea paraguaia não só evidencia a grande versatilidade deste nobre material, mas sobretudo nos mostra a capacidade de seus arquitetos em reinventar constantemente a sua aplicação, explorando a fundo todo o seu potencial expressivo.
No início deste mês, a cidade de Miami divulgou uma versão preliminar de seu plano abrangente de combate aos efeitos das mudanças climáticas. O chamado Stormwater Master Plan (SWMP) será implementado para diminuir a ameaça de inundações em toda a cidade, melhorar a qualidade da água na Baía de Biscayne e fortalecer seu litoral contra tempestades mais fortes e frequentes nos próximos 40 anos, em uma estimativa de custo geral de US $ 3,8 bilhões.
Há mais de um ano em pandemia, o fluxo de viagens e turismo diminui no mundo todo. Mas nem por isso precisamos deixar de conhecer cidades distantes. Desde o início da quarentena, diversos museus e organizações prepararam tours virtuais que levam os usuários a imersões digitais pelas suas localidades. Pensando nisso, reunimos aqui quatro diferentes formas para você explorar lugares sem sair de casa.
Dizem que os shopping centers e as galerias comerciais, outrora tão frequentadas, estão com os dias contados. Embora em grande parte, a forma como costumávamos consumir tenha mudado consideravelmente ao longo dos últimos anos e sobretudo após o início da crise sanitária de Covid-19, com muitas lojas passando a operar apenas no mundo virtual, parece que muitas das mudanças que a pandemia nos trouxe chegaram para ficar. À medida que as nossas cidades continuam a crescer a um ritmo bastante acelerado, e os grandes centros comerciais e shopping centers—por outro lado—permanecem vazios e ociosos, há uma pergunta a se fazer: existe alguma possibilidade de transformarmos estes ambientes de consumo em moradia para aqueles que mais necessitam?
A migração entre cidades, estados, países e continentes faz parte da vida cotidiana. À medida que buscamos novas oportunidades em nossas vidas pessoais e profissionais, nossas escolhas individuais têm, na verdade, impactos maiores nos grandes sistemas socioeconômicos, altamente interconectados em todo o mundo. Mudar de uma pequena cidade rural para uma grande metrópole, ou de um continente para outro, traz mais implicações do que você possa imaginar — e a arquitetura, combinada com o conceito de "fuga de capital humano", pode estar auxiliando o processo nos bastidores, influenciando você a ir de um lugar para o outro.