O 6º Prêmio {CURA} dá continuidade à proposta de realização de concursos de ideias com temas que se alinham às discussões atuais da arquitetura, cidade e sociedade, buscando aprofundar-se na discussão sobre o Brasil atual. Em 2021, a equipe curatorial da 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza decidiu dar um Leão de Ouro póstumo pela carreira a Lina Bo Bardi (1914-1992), a maior arquiteta brasileira, pois, apesar de nascida em Roma, se naturalizou brasileira em 1953. Também celebramos o lançamento do livro Lina: Uma Biografia de Francesco Perrotta-Bosch, da editora Todavia.
Para comemorar a premiação e pensando em homenagear Lina e seu incrível trabalho, o tema do 6º Prêmio {CURA} é Lina Bo Bardi.
https://www.archdaily.com.br/br/964547/6o-premio-cura-aberto-a-estudantes-e-jovens-arquitetos-tem-como-tema-lina-bo-bardiEquipe ArchDaily Brasil
A viabilidade da impressão em 3D na arquitetura - passou por uma mudança sísmica nos últimos anos. Geralmente rebaixados a protótipos ou modelos conceituais, os projetos de construção impressos em 3D estão cada vez mais atualizados com os projetos físicos. Em 2013, a WinSun, uma empresa chinesa - conseguiu imprimir 10 casas em um período de 24 horas, tornando-se uma das primeiras empresas a obter esse resultado ao usar a tecnologia de impressão 3D. Mais recentemente, em 2018, uma família na França tornou-se a primeira no mundo a morar em uma casa impressa em 3D. A cidade de Dubai também pretende que um quarto de seus prédios sejam impressos até 2025. Esses exemplos indicam a ascensão dessa tecnologia e com o passar dos anos, é possível que a automação na fabricação de edifícios seja uniforme e mais integrada ao processo de construção.
Manter os materiais em sua forma natural e aparentes nos projetos parece uma estratégia cada vez mais disseminada na prática da arquitetura contemporânea. Herdada das formulações modernas, a ideia de manter em vista os elementos que constituem as construções, além de estabelecer uma relação franca entre o usuário e o espaço construído, diversifica a paleta material das obras e pode ser uma ferramenta muito importante no momento de pensar as composições de interiores. O tijolo talvez seja o material mais aplicado nesse contexto: hoje em dia, fala-se em "revestimento" de tijolo à vista, o que leva a noção da exposição dos materiais para um outro lugar, o do ornamento, sendo reproduzido inclusive como papel de parede ou peças exclusivamente de acabamento.
A idade média de uma casa em Cuba é de pouco mais de 75 anos, e além disso, três delas desaparecem a cada novo dia que nasce. Neste contexto, a crise habitacional cubana talvez seja um dos exemplos mais dramáticos da desigualdade urbana no planeta. Embora em sua extensa história, Cuba tenha testemunhado diversas ondas de influência estrangeira em seu governo e, por sua vez, em suas políticas públicas e estratégias de planejamento urbano, nenhum de seus habitantes jamais foi privado de um teto onde morar. Neste momento, entretanto, o seu estoque imobiliário envelhecido está ruindo e milhares de pessoas se vêm forçadas a viver em abrigos compartilhados. Dito isso, o acesso à moradia digna em Cuba nunca esteve tão ameaçado e muito se pergunta sobre como o país está enfrentando esta crise habitacional sem precedentes. Investir na preservação e manutenção de um patrimônio construído maltratado por anos ou lançar-se a construir novas casas, bairros e cidades? Como está se dando o processo de atualização das normas locais e códigos de obras específicos no que se refere ao processo de transferência de propriedade e autonomia em relações aos projetos de reforma e construção?
Rogers Stirk Harbour + Partners, juntamente com AUBE Conception, ganharam o concurso de arquitetura para o projeto da TorreQianhai Financial Holdings, um edifício comercial de uso misto no centro do distrito de Qianhai em Shenzhen, China. Com 220 m de altura, a torre revestida de chapa metálica bronze incluirá um lobby com pé direito triplo, um átrio central e terraços abertos, todos elevados e apoiados em quatro colunas monumentais.
Muitas vezes, em projetos de interiores, podemos encontrar determinadas peças de mobiliário que são facilmente reconhecidas por representarem um marco para determinada época, local, cultura ou trajetória do profissional que a projetou.
A iconicidade de uma peça ou objeto, seja no contexto do design mobiliário ou não, não é obtida por um conjunto específico de regras. Pôr em questão o que confere a um design a condição de “ícone” pode levar a questionamentos sobre a sua capacidade de ser reconhecido, romper cânones, ser durável no tempo, ou ainda sobre quais são os atores responsáveis por definir esta iconicidade.
Ao definir a sexualidade como uma dentre as várias tecnologias sexuais, Michel Foucault expandiu nossa compreensão sobre o que se entende por sexo. Desta maneira, não só o artefato construído, com seus diversos mecanismos espaciais de produção de corporeidades, mas também o próprio pensamento, em forma de discurso disciplinar, modula a relação entre a arquitetura e o corpo. E o inverso também se verifica, com a incidência do gênero e da sexualidade sobre a teoria arquitetônica. De uma forma ou de outra, vê-se como esse campo de relações é rico e capaz de multiplicar nosso conhecimento acerca da arquitetura e dos próprios meios de constituição e entendimento do corpo generificado e sexuado.
No artigo desta semana da Metropolis Magazine, Kelly Beamon explora “a simbologia do telhado em duas águas”, analisando como muitos arquitetos contemporâneos têm se apropriado desta tipologia fundamental para ressignificar a sua própria essência. De acordo com Beamon, o telhado em duas águas é uma das mais tradicionais soluções arquitetônicas de cobertura, utilizada amplamente tanto em regiões de clima frio quando temperado, a qual está composta por dois planos inclinados e opostos os quais se encontram para formar a cumeeira. Como uma das soluções construtivas mais emblemáticas na arquitetura residencial dos EUA, este artigo procura analisar como este tradicional recurso tem sido reinventado ao longo das últimas décadas.
No momento em que escrevo este artigo, o Brasil está na mais grave crise humanitária de sua história — não apenas uma “crise sanitária”, como se costuma comentar. A pandemia da COVID-19 matou, até 30 de abril de 2021, 411.854 de pessoas e, apenas nos últimos dias, a média móvel de mortes começou novamente a arrefecer — tendo chegado ao máximo de 3.125 em abril.
Epidemiologistas, microbiologistas, infectologistas etc. observam que o impacto da pandemia nas cidades brasileiras é fortemente idiossincrático: cada qual tem condições peculiares a considerar, antes de podermos ousar generalizações. Por outro lado, estima-se uma alta subnotificação (até um décimo dos casos reais), que, inclusive, varia entre cidades. Contudo, feitas as reservas, o que podemos observar no quadro geral?
O sofá é um elemento presente nos mais distintos programas. Marcado pelo conforto e aconchego que proporciona, sua cor, forma e textura ajudam a imprimir a personalidade de um ambiente, além de ajudar na estruturação do espaço. Buscamos em nosso arquivo vinte exemplos de como este componente pode agregar ainda mais valor a um projeto a partir de distintas soluções.
https://www.archdaily.com.br/br/963555/o-sofa-como-elemento-compositivo-na-arquitetura-em-20-exemplosEquipe ArchDaily Brasil
Arquitetura e automação são dois conceitos que na era moderna de projeto e avanços tecnológicos andam de mãos dadas - ou não? Por um lado, há um leve temor de que "robôs substituam os arquitetos", tornando a profissão mais automatizada e menos criativa. Por outro lado, a tecnologia tornou a prática da arquitetura mais eficiente, em termos de processo e custo. Até onde a tecnologia nos levará? Nosso trabalho será substituído pela tecnologia? A resposta curta é, provavelmente não.
No artigo do Commom Edge desta semana, Duo Dickinson faz uma análise de seu percurso como arquiteto, das salas de aula à prática profissional e finalmente, a volta à escola de arquitetura como professor. Explorando a fundo as transformações na prática da arquitetura ao longo destes anos, Dickinson afirma que “ninguém mais acredita que as nossas escolas de arquitetura estejam hoje preparadas para educar os profissionais que a arquitetura precisará daqui a dez anos”. Nesta jornada, o autor explica como o ensino da arquitetura evoluiu ao longo do tempo, apontando possíveis direções para garantir que o ensino da arquitetura permanece relevante no futuro.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) realiza estudo inédito para criar perfil do profissional de arquitetura e urbanismo que atua no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa se propõe, sobretudo, levantar informações dos profissionais que atuam fora da capital e daqueles trabalham no funcionalismo público. A iniciativa visa ainda captar contribuições para o planejamento estratégico da autarquia para o triênio 2021-2023.
O Havaí se tornou um lugar que define o paraíso. De praias imaculadas e um clima quente a paisagens naturais e vulcões ativos, as ilhas são o lar de paisagens e cultura incríveis. Com estilos de construção indígenas e modernos, a arquitetura do estado está intimamente ligada ao meio ambiente. Reinterpretando técnicas e tradições de construção histórica, a arquitetura havaiana contemporânea equilibra o desejo de honrar o passado enquanto celebra novas experiências e a cultura moderna. Isso levou à formação de espaços incríveis para habitar.
O Liceu Pasteur é uma instituição pública de direito privado que faz parte da rede de instituições francesas no exterior, presente em 135 países. Em São Paulo, está sediado na rua Mairinque, no bairro Vila Mariana, desde 1923, em um edifício de autoria do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, tombado pelo órgão municipal do patrimônio da cidade de São Paulo.
Talvez um dos mais emblemáticos espaços relacionados à profissão do arquiteto, o canteiro de obras é onde se materializa o projeto, onde a técnica é posta em prática, pondo à prova o projeto e o projetista. Amplamente praticado como espaço de trabalho alienante, o canteiro de obras já foi espaço de aprendizado de ofícios, de repassar conhecimento. Hoje, com a evolução das técnicas construtivas, processos milenares correm o risco de cair no esquecimento. É dentro deste contexto que o Castelo de Guédelon, localizado próximo ao vilarejo de Treigny, na França, está inserido.
Há anos, o setor da construção civil vem enfrentando uma escassez de mão de obra especializada, algo que tem impulsionado o desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas automatizados de construção. A recente crise sanitária apenas exacerbou essa tendência, fazendo com que muitas empresas de automação—que antes se dedicavam principalmente à fabricação de automóveis—voltassem sua atenção à indústria da construção civil. Neste contexto, espera-se que a automatização dos meios de produção na engenharia e na arquitetura cresça até um 30% ao longo dos próximos anos. No artigo a seguir procuramos explorar as atuais capacidades desta tecnologia e as futuras possibilidades que ela ainda poderá trazer para os processos de construção, além de como tem sido integrada na atual prática e as possíveis mudanças que ela poderá nos trazer no futuro.
Em meio à paisagem montanhosa de Blumenau, cidade localizada no estado de Santa Catarina, na região Sul do Brasil, encontra-se uma pérola da arquitetura moderna religiosa assinada por Gottfried Böhm, que faleceu recentemente com 101 anos: a Igreja São Paulo Apóstolo, construída entre os anos de 1953 e 1963.
Treze anos atrás, o então prefeito de Maceió, Cicero Almeida, inaugurou duas grandes obras na cidade, os viadutos Washington Luiz e João Lyra. A expectativa, na época, era de que ambos trouxessem uma possível solução para os problemas de mobilidade urbana na capital a partir de uma maior fluidez do tráfego na região. Porém, com o passar do tempo, o que se pôde observar foi um aumento da frota de veículos na cidade que trouxe de volta o fantasma dos congestionamentos nos horários de pico, e as obras que prometiam solucionar a mobilidade da cidade já não eram mais suficientes.
https://www.archdaily.com.br/br/963959/parem-de-construir-viadutos-para-resolver-problemas-de-mobilidadeRuan Victor Amaral
Safdie Architects divulgou as imagens de 'ORCA Toronto', um empreendimento urbano de uso misto com um parque integrado no coração de Toronto. O projeto cobre 6,5 hectares (65.000 m²) a oeste da Torre CN, 4,5 hectares (45.000 m²) dos quais são dedicados ao parque urbano acessível ao público, enquanto 2 hectares (20.000 m²) são para residências, comércio e instalações de mobilidade. O projeto proposto reconecta o centro da cidade à orla, prometendo se tornar um marco que anima as partes subutilizadas.
O Prêmio Europeu de Intervenção no Patrimônio Arquitetônico (AHI), organizado pelo Colégio de Arquitetos da Catalunha (COAC) e pela Associação de Arquitetos para a Defesa da Intervenção no Patrimônio Arquitetônico (AADIPA), acaba de anunciar os vencedores da sua última edição, em ocasião da Bienal Internacional de Intervenção no Patrimônio Arquitetônico de 2021.
É inquestionável que os ambientes influenciam diretamente no comportamento e nas emoções de seus usuários. Estima-se que os seres humanos passem cerca de 90% de seu tempo de vida em espaços internos, por isso é tão importante que eles favoreçam positivamente nossa capacidade cerebral. Um termo específico para relacionar os estímulos que o cérebro recebe dependendo do ambiente em que está é neuroarquitetura. Diversos estudos têm sido publicados sobre esse tema, a maioria sobre o impacto em ambientes de trabalho. Este artigo pretende abordar sobre esse conceito, enfatizando sua importância no projeto de espaços destinados a crianças na primeira infância.
Alguns pesquisadores definem que o início do Antropoceno se deu com a Revolução Industrial, outros com a explosão da bomba nuclear ou até no advento da agricultura. Isso ainda não é um consenso científico. Mas a noção de que as atividades humanas vêm gerando alterações com repercussão planetária, seja na temperatura da Terra, nos biomas e ecossistemas, é algo cada vez mais disseminado. O antropoceno seria uma nova era geológica marcada pelo impacto da ação humana no planeta Terra. Isso é particularmente perturbador se considerarmos que se toda a história da Terra fosse condensada em 24 horas, os humanos só apareceriam nos últimos 20 segundos. Seja na extração massiva de recursos naturais, liberação de carbono dos veículos e indústrias, é sabido que boa parte da culpa é da construção civil, sobretudo na produção de resíduos sólidos, por conta de desperdícios e demolições. No Brasil, por exemplo, os Resíduos da Construção Civil podem representar entre 50% e 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos [1]. Muitos acabarão descartados irregularmente ou utilizados como aterros soterrados por tempo indeterminado.
A dupla de cineastas Bêka & Lemoine acaba de lançar seu mais recente filme, OSLAVIA. The cave of the past future, realizado especialmente para a exposição Casa Balla - From the house to the universe and back, em cartaz no MAXXI Museu de Roma. O filme consiste em um passeio pelo interior da residência e ateliê onde viveu o pintor futurista Giacomo Balla. O apartamento onde o artista residiu e trabalhou de 1929 até o fim de sua vida será aberto ao público pela primeira vez durante o período da mostra.