Em meio à paisagem montanhosa de Blumenau, cidade localizada no estado de Santa Catarina, na região Sul do Brasil, encontra-se uma pérola da arquitetura moderna religiosa assinada por Gottfried Böhm, que faleceu recentemente com 101 anos: a Igreja São Paulo Apóstolo, construída entre os anos de 1953 e 1963.
Treze anos atrás, o então prefeito de Maceió, Cicero Almeida, inaugurou duas grandes obras na cidade, os viadutos Washington Luiz e João Lyra. A expectativa, na época, era de que ambos trouxessem uma possível solução para os problemas de mobilidade urbana na capital a partir de uma maior fluidez do tráfego na região. Porém, com o passar do tempo, o que se pôde observar foi um aumento da frota de veículos na cidade que trouxe de volta o fantasma dos congestionamentos nos horários de pico, e as obras que prometiam solucionar a mobilidade da cidade já não eram mais suficientes.
https://www.archdaily.com.br/br/963959/parem-de-construir-viadutos-para-resolver-problemas-de-mobilidadeRuan Victor Amaral
Safdie Architects divulgou as imagens de 'ORCA Toronto', um empreendimento urbano de uso misto com um parque integrado no coração de Toronto. O projeto cobre 6,5 hectares (65.000 m²) a oeste da Torre CN, 4,5 hectares (45.000 m²) dos quais são dedicados ao parque urbano acessível ao público, enquanto 2 hectares (20.000 m²) são para residências, comércio e instalações de mobilidade. O projeto proposto reconecta o centro da cidade à orla, prometendo se tornar um marco que anima as partes subutilizadas.
O Prêmio Europeu de Intervenção no Patrimônio Arquitetônico (AHI), organizado pelo Colégio de Arquitetos da Catalunha (COAC) e pela Associação de Arquitetos para a Defesa da Intervenção no Patrimônio Arquitetônico (AADIPA), acaba de anunciar os vencedores da sua última edição, em ocasião da Bienal Internacional de Intervenção no Patrimônio Arquitetônico de 2021.
É inquestionável que os ambientes influenciam diretamente no comportamento e nas emoções de seus usuários. Estima-se que os seres humanos passem cerca de 90% de seu tempo de vida em espaços internos, por isso é tão importante que eles favoreçam positivamente nossa capacidade cerebral. Um termo específico para relacionar os estímulos que o cérebro recebe dependendo do ambiente em que está é neuroarquitetura. Diversos estudos têm sido publicados sobre esse tema, a maioria sobre o impacto em ambientes de trabalho. Este artigo pretende abordar sobre esse conceito, enfatizando sua importância no projeto de espaços destinados a crianças na primeira infância.
Alguns pesquisadores definem que o início do Antropoceno se deu com a Revolução Industrial, outros com a explosão da bomba nuclear ou até no advento da agricultura. Isso ainda não é um consenso científico. Mas a noção de que as atividades humanas vêm gerando alterações com repercussão planetária, seja na temperatura da Terra, nos biomas e ecossistemas, é algo cada vez mais disseminado. O antropoceno seria uma nova era geológica marcada pelo impacto da ação humana no planeta Terra. Isso é particularmente perturbador se considerarmos que se toda a história da Terra fosse condensada em 24 horas, os humanos só apareceriam nos últimos 20 segundos. Seja na extração massiva de recursos naturais, liberação de carbono dos veículos e indústrias, é sabido que boa parte da culpa é da construção civil, sobretudo na produção de resíduos sólidos, por conta de desperdícios e demolições. No Brasil, por exemplo, os Resíduos da Construção Civil podem representar entre 50% e 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos [1]. Muitos acabarão descartados irregularmente ou utilizados como aterros soterrados por tempo indeterminado.
A dupla de cineastas Bêka & Lemoine acaba de lançar seu mais recente filme, OSLAVIA. The cave of the past future, realizado especialmente para a exposição Casa Balla - From the house to the universe and back, em cartaz no MAXXI Museu de Roma. O filme consiste em um passeio pelo interior da residência e ateliê onde viveu o pintor futurista Giacomo Balla. O apartamento onde o artista residiu e trabalhou de 1929 até o fim de sua vida será aberto ao público pela primeira vez durante o período da mostra.
Nos últimos anos, assistimos a um maior reconhecimento do esforço coletivo que é a arquitetura e a crescente valorização das diferentes profissões que participam no processo de projeto. Dentro de cada edifício extraordinário, a engenharia estrutural desempenha um papel essencial na materialização da ideia arquitetônica. O artigo destaca as contribuições passadas e presentes da engenharia para o ambiente construído, personalidades que ficaram à sombra dos arquitetos apresentando suas intenções de projeto e a colaboração entre engenheiros e arquitetos hoje.
Foram prorrogadas, até o dia 09 de setembro, as inscrições para o 8º Prêmio de ArquiteturaInstituto Tomie Ohtake AkzoNobel, que podem ser feitas gratuitamente, online, no site do prêmio.
A iniciativa – voltada a arquitetos brasileiros ou estrangeiros que vivam no Brasil há pelo menos dois anos e que apresentem projetos construídos durante os últimos dez anos – continua a mapear a produção arquitetônica contemporânea, destacando projetos significativos no panorama atual brasileiro. O comprometimento com o sítio de implantação e a sustentabilidade, bem como a inventividade projetual e construtiva, são aspectos fundamentais no processo de avaliação.
O Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha (IAAC) lançou uma bolsa de estudos para estudantes brasileiros de até 28 anos de idade. Criada em parceria com a empresa brasileira Quanta Consultoria e a Plataforma Redes do IAAC, a Bolsa Jaime Lerner, que homageia o influente urbanista falecido em maio deste ano, cobre todas as despesas do Mestrado Online em Cidades (MOeC): O Urbanismo Próximo, no ano letivo de 2021-22.
Após uma pausa de um ano, imposta pela pandemia de coronavírus, o Open House Porto (OHP) regressa numa versão adaptada que pretende celebrar a relação dos cidadãos com o espaço público. Entre os dias 3 e 4 de julho, o público poderá visitar e conhecer 16 espaços de Matosinhos, Porto, Vila Nova de Gaia e, pela primeira vez, Maia, que estreia no evento.
Um novo e inusitado edifício está sendo construído no campus da Universidade de Indiana em Bloomington para acolher parte do programa compartilhado da Eskenazi School of Art, Architecture + Design. O projeto original, desenvolvido por Mies van der Rohe no ano de 1952 para acolher uma casa de fraternidade no mesmo campus da IU, foi recentemente redescoberto e trazido de volta à vida. Incorporando as mesmas soluções estruturais e de fachada utilizada pelo arquiteto no projeto para a Farnsworth House, construída alguns anos antes, a proposta de Mies para a Universidade de Indiana ficou engavetada por mais seis décadas para então ressurgir em 2013.
À primeira vista, construir uma piscina na orla costeira pode parecer uma decisão pouco coerente. Afinal, por que alguém escolheria se banhar ali com a imensidão do mar ou do rio a poucos passos de distância? No entanto, apesar da nossa primeira impressão, em muitos casos essas obras acabam se tornando infraestruturas realmente significativas para pessoas com mobilidade reduzida, crianças ou outras pessoas para as quais o mar ou o rio pode trazer algum tipo de insegurança. Nesta perspetiva, as piscinas costeiras apresentam-se como dispositivos de conexão entre as pessoas e a paisagem, possibilitando a utilização dos territórios marítimos e fluviais para que mais pessoas possam desfrutar da água com segurança.
Países com clima predominantemente tropical ou equatorial, como o Brasil, permitem que as casas possuam uma relação mais fluida entre interior e exterior, não havendo necessidade, em grande parte do território nacional, de soluções arquitetônicas que limitem a conexão entre estes espaços para manter o ambiente aquecido. Em locais marcados por temperaturas mais quentes, soluções que buscam a integração entre espaços internos e externos podem ser bem-vindas, pois promovem maior ventilação e iluminação naturais para o ambiente residencial, além do seu característico apelo estético.
Um projeto de escala relevante, raramente é obra de um único homem. Desde os primórdios levantamentos de celeiros em aldeias, realizados nos séculos 18 e 19 até a força-tarefa padrão hoje em dia, uma edificação requer muitas mãos a bordo, trazendo diferentes contribuições e conhecimentos para moldá-la e executá-la.
O escritório Richard Meier & Partners Architects anunciou a aposentadoria de seu fundador, o arquiteto vencedor do Prêmio Pritzker Richard Meier. O anúncio também torna pública uma grande reorganização interna da empresa, bem como sua renomeação para Meier Partners. A mudança ocorre três anos após o arquiteto, agora com 86 anos, ser acusado de assédio sexual.
Dentre os escritórios mais amplamente difundidos e consolidados no mundo, o OMA - Office for Metropolitan Architecture, fundado na década de 1970 por Rem Koolhaas, Elia Zenghelis, Madelon Vriesendorp e Zoe Zenghelis, definitivamente faz parte do panteão dos mais famosos. Fato curioso é que, embora receba grandes comissões e já tenha construído obras emblemáticas em diversos países, o escritório é frequentemente associado a uma abordagem menos centrada no projeto arquitetônico, extrapolando os limites rígidos do campo disciplinar e englobando outras áreas de atuação.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no último dia 5, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, lançou o Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática. O documento norteará as metas ambientais da administração municipal para as próximas décadas. Entre as propostas está a adoção de somente ônibus elétricos nas linhas municipais.
A mobilidade elétrica no Brasil, sobretudo no que diz respeito ao transporte público, ainda é incipiente. Há soluções interessantes, como é o caso dos ônibus elétricos movidos a energia solar desenvolvidos no Ceará e em Florianópolis, porém a adoção das tecnologias ainda é bastante pontual.
Concluído em 2020, em meio à pandemia,ANOHA- The Children’s World, projetado por Olson Kundig para o Museu Judaico de Berlim, está finalmente abrindo suas portas para o público. O projeto reinterpreta o mito da Arca de Noé e promove o conceito e as ideias de uma instalação semelhante construída no Skirball Cultural Center em Los Angeles, desenvolvida pelo escritório então chamado Olson Sundberg Kundig Allen. Mais do que uma experiência espacial, o projeto é um lugar de imaginação e brincadeira que materializa uma fábula universal, oferecendo um ambiente inclusivo para crianças.
No clássico filme de Jacques Tati, Mon Oncle (1958), a casa, como materialização cenográfica da “máquina de morar”, é a protagonista. Seus aparatos tecnológicos, por vezes indomáveis, são os que ditam as regras. A proprietária da casa, Madame Arpel, é uma tecnocentrista típica, maravilhada com toda a tecnologia que a cerca acreditando que ela seja a solução para todos seus problemas diários. No lado oposto de Arpel está seu irmão, Mr. Hulot, que chega para uma visita e se desentende com toda essa inovação. Ao longo da sua estadia, conhecemos uma casa que se mostra muito complexa e ao mesmo tempo não permite o controle do usuário.
Pouco conhecida pela maioria das pessoas, o Cáucaso do Norte é uma região extremamente complexa e remota, composta por uma enorme variedade de diferentes etnias, línguas, religiões e, conseqüentemente, arquiteturas. Em sua herança construída encontramos desde edifícios da era czarista a mesquitas, assim como mosaicos tradicionais da era soviética, monumentos e edifícios de estilo brutalista. Cenário de eventos polêmicos e disputas históricas, o norte do Cáucaso é um território culturalmente heterogêneo e está localizado na fronteira entre a Europa e a Ásia, entre a antiga União Soviética e o Oriente Médio, entre a fé Cristã e o mundo Islâmico. Ilustrado com fotografias de Gianluca Pardelli, Thomas Paul Mayer e Nikolai Vassiliev, este artigo é um convite à descoberta da historia e da arquitetura desta peculiar região do planeta: o Ciscáucaso, ou Cáucaso Norte.
“Desde a Revolução Industrial, linhas de montagem ditaram um mundo feito de partes enquadrando a imaginação de arquitetos e designers que foram treinados a pensar nos seus projetos como resultados de pedaços com funções distintas”, essa foi uma frase proferida pela arquiteta israelense e pesquisadora do MIT Media Lab, Neri Oxman em sua palestra do TED intitulada “Projetando na intersecção entre tecnologia e biologia”.
Neri reforça que a maneira tradicional de se construir é feita do mesmo modo há milênios e precisa ser reinventada. De fato, fomos ensinados a construir edifícios e cidades de forma racionalizada, em partes, sem pensar no todo. Até hoje essa lógica ainda é ensinada nas universidades.
Um número crescente de teóricos e profissionais está discutindo o impacto de gênero e raça na profissão e na teoria da arquitetura. Questões ligadas à relação entre o ambiente construído, orientação sexual e identidade de gênero, no entanto, permanecem particularmente pouco estudadas, talvez por causa de sua relativa invisibilidade e consequências discriminatórias menos claramente identificáveis; elas também são completamente negligenciadas pela teoria do design no mundo francófono. Este artigo corrige parcialmente a situação.
Conhecida antigamente como “ciclópica”, essa técnica se baseia na utilização de grandes blocos de pedra que, sobrepostos e ligados entre si, sem qualquer tipo de argamassa, permitiam materializar várias estruturas. As civilizações às quais se atribui o uso desta técnica são muito diversas e é possível vê-la aplicada a diferentes funções que vão desde a construção de muralhas defensivas até templos e tumbas. Em geral, esse tipo de sistema costuma estar associado a qualquer construção antiga que utilize grandes elementos de pedra, cujo aparelhamento é mais ou menos poligonal.