Muitas vezes eu mesmo não fui capaz de decifrar se um edifício em meio ao bosque poderia ser considerado “sustentável”. Ao longo do caminho, fui obrigado a convencer amigos e familiares de que este ou aquele edifício poderia ser completamente a antítese do próprio termo.
O greenwashing transformou-se em uma importante ferramenta de marketing na arquitetura contemporânea. O conceito de sustentabilidade na arquitetura foi banalizado a tal ponto que já não significa absolutamente nada de concreto. Neste contexto, é praticamente impossível diferenciar um projeto que contribui de fato para minimizar o impacto ambiental e para construir ambientes mais saudáveis daqueles que simplesmente pretendem estar fazendo algo similar. Quando observamos projetos residenciais sob esta lente, esta questão se torna ainda mais nebulosa.
O Conselho Universitário da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) decidiu conceder o título de Doutora Honoris Causa a Adélia Borges, curadora, jornalista e crítica atuante na área do design. O processo para a concessão do título teve a iniciativa do Departamento de Design da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), do campus de Bauru. Na justificativa do título, o Conselho afirma que ele foi conferido “por sua atuação como crítica e curadora com relevante contribuição para a pesquisa, divulgação e valorização do Design Brasileiro no cenário nacional e internacional, demonstrando profundo conhecimento da área e abrangente visão sociopolítica e cultural”. A cerimônia solene de entrega ocorrerá em 8 de março de 2021, Dia Internacional da Mulher, às 14h30, com transmissão pelo canal da TV Unesp no YouTube.
https://www.archdaily.com.br/br/958204/unesp-concede-titulo-de-doutora-honoris-causa-na-area-de-design-a-adelia-borgesEquipe ArchDaily Brasil
A altura do teto de um espaço influencia muito da nossa percepção sobre o mesmo. Geralmente, códigos construtivos locais definem as dimensões mínimas, que são calculadas para proporcionar uma qualidade de vida adequada no ambiente. Mas a altura exata dos pés-direitos é, muitas vezes, definida pela dimensão dos materiais que constituem a edificação, a altura das lajes ou, até, por conta do arredondamento nas dimensões dos degraus da escada. É comum que, com a densificação das cidades e visando um aumento na lucratividade, os empreendedores optem por criar pés-direitos mínimos em habitações e escritórios, reduzindo os custos de construção. Por outro lado, nas arquiteturas mais antigas, são observados pés-direitos mais generosos, que geralmente possibilitam um maior grau de liberdade projetual. Mas como tirar partido da melhor forma destes espaços?
Mais um ano e mais um Dia Internacional da Mulher. Embora recentemente o debate sobre gênero tenha recebido considerável atenção, a batalha pela equidade está longe de acabar. Mesmo no século XXI, a arquitetura ainda pode ser uma profissão desafiadora para as mulheres. No entanto, o progresso está acontecendo e, em 2020, Yvonne Farrell e Shelley McNamara se tornaram a 4ª e 5ª mulheres a receber o prêmio Pritzker desde a sua criação em 1979.
Sem limitar nossa cobertura do tema ao dia 8 de março, o ArchDaily reconhece todos os dias a força feminina que está moldando o ambiente construído em todo o mundo. Na verdade, Mulheres na Arquitetura é um dos principais pilares da nossa estratégia de conteúdo. Este ano, para o Dia Internacional da Mulher, o ArchDaily decidiu apresentar uma semana inteira de conteúdo dedicado, com entrevistas exclusivas e editoriais instigantes. Junte-se a nós e conheça mulheres que estão se destacando no universo da arquitetura, do design e do ambiente construído.
Já não há dúvidas sobre os muitos benefícios que as plantas trazem para o espaço doméstico uma vez incorporadas a um projeto de “paisagismo de interiores” ou Plantscaping, como tal prática tem sido chamada. Integrar jardins e hortas em projetos residenciais atende a muitos propósitos, sejam eles práticos, estéticos ou psicológicos. Embora existam alguns requisitos básicos que devemos considerar ao incorporar plantas e jardins em nossos espaços interiores, as espécies de plantas assim como as soluções técnicas de projeto costumam variar enormemente de acordo com a sua localização. Ao explorarmos alguns dos principais projetos de interiores que incorporam plantas e jardins em seus espaços, identificamos uma série de padrões recorrentes, cada um refletindo características relevantes ao clima, ao estilo e às soluções construtivas específicas.
Enquanto as espécies de plantas escolhidas costumam variar de acordo com as condições climáticas do lugar, as principais diferenciações nos projetos avaliados estão relacionadas ao espaço em si e como os projetistas procuram aclimatá-las. Embora saibamos da importância do contanto direto com a natureza para a nossa saúde física e mental, plantas também são utilizadas em projetos residenciais com a finalidade de criar micro-climas ou para oferecer espaços onde as pessoas podem cultivar seus próprios alimentos.
A crise climática revelou o mau planejamento de nossas cidades e dos espaços que habitamos. Tanto a construção quanto seus projetos contribuem para altas emissões de gás carbônico. Felizmente, há várias formas de intervir para trazer mudanças neste cenário, seja através dos materiais e técnicas adotadas em cada iniciativa ou mesmo através do impacto geográfico e social. Neste cenário, a única certeza é que para pensar o futuro não podemos ignorar o "verde" em todos os seus recentes significados: natureza, sustentabilidade, ecologia.
Com um dos melhores sistemas de ensino superior do mundo, os Países Baixos oferecem anualmente bolsas de estudos para brasileiros através do programa Orange Tulip Scholarships. As inscrições para o ano letivo de 2021/2022 já estão abertas para estudantes de graduação, pós-graduação ou MBA.
Mais de 20 universidades holandesas participam do programa, oferecendo opções de bolsas para cursos das áreas de Artes, Ciências Biológicas, Saúde, Exatas, Tecnológicas e Humanas, incluindo alguns voltados à arquitetura e planejamento urbano – todos ministrados em inglês.
Simplesmente colocar a palavra "inteligente" antes de qualquer tipo de termo arquitetônico ou tecnológico, ou qualquer termo nesse sentido, parece convertê-lo em algo novo e futurístico. Alguns exemplos, como cidade inteligente, indústria inteligente ou comércio inteligente nos mostram que o adjetivo já é mais comum do que pensamos e que não parece mais tão estranho. O edifício inteligente também é um conceito inovador usado no mundo arquitetônico de hoje. A dificuldade de discutir esse conceito, como todo termo inovador e ambíguo, é encontrar uma definição clara dele. Já há muito escrito sobre isso, e não encontraremos uma definição absolutamente clara, mas de forma geral, poderíamos definir um edifício inteligente como: "Uma construção que busca a plena eficiência energética em seu uso, atingindo este objetivo graças a integração e gestão e controle automatizados de todos os seus sistemas. "
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti, autor de Território da arquitetura (1966), acreditava que a arquitetura tem origem no gesto de fincar a primeira pedra no chão. O reconhecimento do lugar é, voluntariamente ou não, o primeiro passo em um projeto arquitetônico. A compreensão do contexto em que a obra será inserida é responsável pela fundamentação de uma série de decisões de desenho, configurando-se assim como uma atividade substancial no ofício dos arquitetos e arquitetas.
Depois da Hyatt Foundation ter anunciado que divulgará o nome do vencedor do Prêmio Pritzker 2021 no início de março, as especulações em torno de quem será o próximo laureado começaram. O que costumava ser um prêmio um tanto previsível, tornou-se menos óbvio nos últimos anos. Analisando quem já ganhou, percebemos que tudo é possível.
Queremos ouvir nossos leitores – não apenas sobre quem tem maiores chances de ganhar o prêmio, mas sobre quem deveria ganhar o prêmio e por quê. Vote no formulário abaixo.
https://www.archdaily.com.br/br/957578/quem-deveria-ganhar-o-premio-pritzker-2021ArchDaily Team
Possivelmente as edificações industriais sejam as que melhor exemplificam a célebre frase proferida por Louis Sullivan de que “a forma segue a função”. Geralmente, elas se tratam de edificações funcionais, eficientes, de construção rápida e sem ornamentos. É por isso que, ao estudarmos o patrimônio industrial das cidades e países, somos capazes de entender sobre os materiais locais, as tecnologias e tradições construtivas da época, além de relembrar o passado da indústria. As fábricas de tijolos vermelhos da Inglaterra logo vêm à mente, bem como os lanternins nos telhados utilizados para proporcionar iluminação natural às fábricas e muitas outras soluções típicas. Estruturas metálicas e de concreto pré-moldado atualmente são as mais utilizadas por conta da combinação entre eficiência construtiva, custo e possibilidade de vãos expressivos. Muitas vezes, estes galpões industriais também caracterizam-se por serem extremamente frios e impessoais, além de conterem uma pegada de carbono considerável. Mas a experiência do Canadá, nos últimos anos, chama a atenção. Há cada vez mais aceitação de edifícios de madeira para programas industriais.
A construção do novo Aeroporto Internacional do Mar Vermelho, projetado pelo escritório Foster + Partners, teve início na Arábia Saudita. O aeroporto está localizado na costa oeste do país e faz parte do masterplan Red Sea Project para o desenvolvimento do turismo na região. O projeto foi inspirado nas "cores e texturas da paisagem do deserto" e contará com cinco estruturas dispostas radialmente em torno de uma área central.
A religião é uma realidade exclusivamente humana. Assim como as cidades. À medida que emergimos de nosso isolamento, as cidades silenciosas e locais de adoração serão novamente humanizados, em comparação com a triste memória do que já foram.
Vamos nos recuperar dessa estranha realidade, a pandemia e, quando o fizermos, seremos forçados a responder a algumas questões. Antes deste século, o automóvel já foi visto como a forma como os americanos podiam criar uma nova realidade: uma enorme classe média que podia controlar sua vida usando a liberdade que os carros lhes davam para ir onde quisessem, quando quisessem e viver onde eles quisessem viver. Entretanto, antes do isolamento, essa visão do que os carros significavam para nossa cultura estava mudando - especialmente nas cidades.
Qualquer atividade humana impacta de alguma forma o meio ambiente. Algumas menos, outras muito mais. Segundo o United Nations Environment Programme (Unep), o setor da construção é responsável por até 30% de todas as emissões de gases que contribuem ao efeito estufa. Atividades como mineração, processamento, transporte, operação de indústria e combinação de produtos químicos resultam na liberação de gases como o CO2, CH4, N2O, O3, halocarbonos e vapor d’ água. Estes, quando lançados na atmosfera, absorvem uma parte dos raios do sol e os redistribuem em forma de radiação na atmosfera, aquecendo o planeta. Com uma quantidade desenfreada de gases sendo lançados cotidianamente, essa camada é engrossada, fazendo com que a radiação solar entre e não consiga sair do planeta, acarretando em impactos quase incalculáveis para a humanidade, como desertificação, derretimento das geladeiras, escassez de água, tempestades, furacões, inundações, alterações de ecossistemas, redução da biodiversidade.
Como arquitetos, uma das nossas maiores preocupações deveria ser de que forma é possível diminuir as emissões de carbono incorporados nas construções. Conseguir mensurar, quantificar e qualificar os impactos é um primeiro caminho.
Com quase cinquenta mil espécies vegetais – das quais mais da metade são endêmicas, ou seja, só existem naturalmente aqui – a flora brasileira é uma das mais diversas e ricas do mundo. Dados como estes fazem parte da maior e mais completa biblioteca virtual de botânica do país, o Flora do Brasil 2020, elaborado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
https://www.archdaily.com.br/br/957957/flora-do-brasil-2020-biblioteca-digital-gratuita-da-biodiversidade-vegetal-no-paisEquipe ArchDaily Brasil
A construção do novo projeto de uso misto de 23 pavimentos do MVRDV começou em San Francisco. Um dos quatro edifícios de um plano diretor planejado em etapas, a torre está sendo construída ao lado de obras do Studio Gang, Henning Larsen e WORKac. O plano Mission Rock visa transformar 28 acres em um novo bairro para destinado a residentes e visitantes de São Francisco, conectado ao China Basin Park.
Como explicar para o publico geral a importância de contratar um arquiteto? No décimo terceiro episódio do Betoneira a convidada é Stephanie Ribeiro, que nos conta como venceu esse desafio com a oportunidade de estar a frente do programa Decore-seda GNT. A conversa gira em torno dos erros e acertos dos arquitetos e clientes na hora de se comunicar.
A palavra patrimônio vem do latim “patrimonium”, na junção das palavras pater (pai) e monium (sufixo que indica condição, estado, ação). Por meio dessa etimologia, entende-se a relação do termo com a ideia de herança, daquilo que era transmitido de geração para geração.
De uma concepção individual e privativa, com o passar do tempo, – mais precisamente no período entre guerras –, o conceito de patrimônio adquiriu uma abordagem abrangente, passando a ser aplicado em diferentes áreas.
O confinamento forçado, resultado da política de isolamento da pandemia global de COVID-19, fez com que todos passassem um bom tempo olhando pela janela. Às vezes, quando estamos exaustos com o trabalho e a vida cotidiana, desejamos apenas uma fuga rápida para oceanos e florestas, em algum lugar perto da natureza.
O escritório Foster + Partners compartilhou seu novo projeto para um hotel na Arábia Saudita, localizado dentro de dunas de areia. Chamado Southern Dunes, o projeto faz parte do desenvolvimento turístico de The Red Sea Project. O hotel incluirá 40 vilas construídas em madeira, organizadas de modo a aproveitar as vistas da paisagem.
A Un-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo principal foco é encontrar soluções para os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de crescimento e expansão urbana em países de economias emergentes, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas no usuário e nos processos participativos. Pensando nisso, o ArchDaily associou-se à UN-Habitat para trazer notícias semanais, artigos e entrevistas que se destacam neste setor, disponibilizando a nossos leitores conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
“Ao longo deste ano pandêmico, os espaços públicos desempenharam um papel fundamental para a manutenção da saúde física e mental das pessoas em diferentes comunidades urbanas no mundo todo”, afirma James Delaney, presidente da Block by Block. Na verdade, as pessoas sempre precisaram sair de casa, e agora isso se faz mais evidente que nunca. Pensando nisso, com o principal objetivo de qualificar uma série de espaços públicos para melhor enfrentar os desafios impostos pela pandemia de COVID-19, a UN-Habitat uniu forças com a Fundação Block by Block para desenvolver soluções urbanas em dez diferentes cidades do planeta para ajudá-las a voltarem com segurança à normalidade. Desenvolvidas em parceira com as autoridades e governos locais além de contar com a ativa participação das comunidades envolvidas, estas iniciativas ajudaram a estabelecer espaços públicos seguros e saudáveis, especialmente em bairros pobres, onde historicamente há uma carência de áreas verdes e espaços de convívio. Embora estas sejam soluções imediatas para um problema recente, elas são também uma oportunidade para resolvermos problemas históricos, como a desigualdade, a falta de oportunidades e infra-estrutura pública nos bairros mais pobres das grandes cidades. Pensando nisso, a UN-Habitat lançou-se em uma empreitada que abrangeu desde a instalação de playgrounds móveis para as crianças de Hanói, no Vietnã, passando pela construção de estruturas temporárias para vendedores ambulantes nas cidades de Dhaka e Khulna, em Bangladesh, até a introdução de espaços públicos seguros em assentamentos informais de Bhopal, na Índia.
A conexão entre interior e exterior é quase sempre citada nos projetos de arquitetura, afinal, trazer vislumbres do espaço externo para um edifício é um dos artifícios mais utilizados ao pensar o bem-estar de seus habitantes. Além do contato com as paisagens do entorno, um fator importante desta estratégia está em permitir a entrada da luz natural no espaço, uma vez que ela pode transmitir uma mensagem visual que transforma a percepção espacial.
Há duas principais razões para que janelas de embarcações sejam redondas. São mais fáceis de selar e, principalmente, mais resistentes à pressão elevada que a água exerce sobre elas. Isso porque os cantos vivos são locais onde, naturalmente, as tensões se concentram, enfraquecendo a estrutura como um todo. Também é por esse motivo que as janelas dos aviões são pequenas e arredondadas; as elevadas pressões são distribuídas nas formas curvas, reduzindo a probabilidade de rachaduras ou quebras.
Na arquitetura, as aberturas circulares são bastante antigas. Um Oculus, janela circular, é uma característica da arquitetura clássica desde o século XVI. Também conhecidas pela expressão francesa oeil de boeuf, (olho de boi), as aberturas circulares ou semi-circulares são formadas a partir da construção dos arcos de alvenaria, que permitem a criação de aberturas e a conformação de vãos apenas através do travamento das peças. Com o tempo e a incorporação de novas tecnologias e conhecimentos construtivos, criar aberturas retangulares em edificações comuns tornou-se mais simples, racional e barato do que redondas. Mas ainda assim, elas continuam figurando em uma infinidade de projetos.