Muitas vezes não consegui decifrar se uma construção cheia de árvores se encaixa bem na categoria de arquitetura sustentável. Da mesma forma, já tive que argumentar com amigos ou familiares, ou seja, pessoas que não estão familiarizadas com a ideia de infraestrutura verde, que essas edificações podem estar muito longe de serem realmente sustentáveis.
Atualmente, o marketing feito em cima da ideia de arquitetura sustentável está, em grande medida, ligado ao greenwashing. Não há mais uma lacuna clara entre o que pode ou não contribuir para a criação de ambientes mais saudáveis. Quando trazemos essa inquietação para a tipologia residencial, isto é, o tipo de arquitetura mais produzido no planeta, a questão se torna realmente preocupante. Então nos perguntamos: o que torna uma casa "verde"?
O escritório Studio Gang divulgou o projeto de um hotel de 13 pavimentos localizado em Denver, EUA. O edifício de mais de 14 mil metros quadrados receberá o nome de Populus e será construído próximo ao parque do centro cívico da cidade. Planejado para ocupar uma movimentada esquina, o edifício busca conectar os distritos cívico, artístico e comercial de Denver.
A Kéré Architecture acaba de revelar as primeiras imagens de seu projeto para a Assembléia Nacional do Benin. Implantada na cidade de Porto Novo, na República Popular do Benin, a nova Casa do Parlamento foi encomendada em 2018 ao escritório de Francis Kéré pelo Ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável. Representando os principais valores da democracia e da identidade cultural da República Popular do Benin, o projeto da nova assembléia começará a ser construído já no início de março de 2021.
Um dos aspectos mais desafiadores dessa mudança será atender às crescentes demandas de resfriamento de uma maneira ecologicamente correta. O resfriamento é inatamente mais difícil do que o aquecimento: qualquer forma de energia pode se transformar em calor, e nossos corpos e máquinas geram calor naturalmente, mesmo na ausência de sistemas de aquecimento ativos. O resfriamento não se beneficia igualmente da geração espontânea, tornando-o frequentemente mais difícil, mais caro ou menos eficiente de implementar. O aquecimento global e seus efeitos de aquecimento muito tangíveis apenas exacerbam essa realidade, intensificando uma demanda já acelerada por sistemas de refrigeração artificial. Do jeito que estão, muitos desses sistemas requerem grandes quantidades de eletricidade e dependem fortemente de combustíveis fósseis para funcionar. O setor de construção deve encontrar maneiras de atender à crescente demanda por refrigeração que, simultaneamente, elimina esses efeitos insustentáveis.
https://www.archdaily.com.br/br/956290/resfriar-os-interiores-sera-o-desafio-arquitetonico-do-futuroLilly Cao
Em poucos anos, o arquiteto e engenheiro ítalo-argentino Francisco Salamone projetou e construiu mais de 60 edifícios em diferentes cidades da província de Buenos Aires. Entre 1936 e 1940, promover o crescimento e o desenvolvimento dos municípios do interior de Buenos Aires por meio de obras públicas foi uma estratégia do governo local. Com liberdade para projetar – de mobiliário urbano até praças e edifícios públicos, entre os quais cemitérios em estilo art déco, matadouros e prefeituras – Salamone revelou a busca de uma identidade monumental para o Estado.
Desde que as cidades existem, surge uma questão fundamental para o seu futuro: "O que torna as áreas urbanas desejáveis?" Mais da metade dos habitantes do mundo vive em cidades e esse número deve aumentar na próxima década, com mais de 5 bilhões de pessoas vivendo em centros urbanos em todo o mundo. Para se preparar para essa demanda, as cidades estão encontrando maneiras de ser mais desejáveis e atrair talentos para grandes e pequenas empresas, enquanto encontram outras maneiras de criar oportunidades de vida igualitárias para todos.
Uma breve prévia de Uncertainty, o Pavilhão da Espanha para a XVII Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, que acontecerá entre o próximo dia 22 de maio e 21 de novembro.
Compreender os motivos que engendram desigualdades econômicas e sociais em nossa sociedade é um dos tópicos mais controversos e amplamente debatidos no campo do urbanismo. É evidente que esta é uma questão complexa, onde muitos fatores devem ser considerados—sendo um deles a localização e acessibilidade às áreas verdes em uma cidade. Embora parques urbanos sirvam como espaços de convívio e lazer, construindo comunidades, seus benefícios para a saúde pública nem sempre compensam. Em muitos casos, a instalação de áreas verdes se dá às custas de um amplo processo de gentrificação e expulsão das comunidades mais pobres. Neste contexto, nos cabe pensar em soluções que nos permitam construir cidades melhores, mais verdes e principalmente, mais inclusivas e portanto, menos desiguais.
Respondendo ao desafio de projetar um espaço para o lançamento da coleção Prada FW Menswear 2021, de Miuccia Prada e Raf Simons, Rem Koolhaas e AMO projetaram quatro salas geométricas interligadas que permitem a circulação contínua dos modelos apresentando suas diferentes peças. O tema geral do design centra a estimulação sensorial. Tal como as criações apresentadas, os materiais utilizados e a sua distribuição pelo espaço falam de uma ligação mais íntima com o nosso entorno, lembrando-nos que a moda e a arquitetura são mais do que um contentor funcional; eles são uma oportunidade para excitar e provocar ativamente nossos sentidos.
O OMA e o escritório GMP venceram o concurso de planejamento e arquitetura para a Cidade da Ciência e Tecnologia do Futuro de Chengdu, na China. A equipe desenvolverá a primeira fase do plano diretor geral, segundo preceitos de Desenvolvimento Orientado para o Trânsito (TOD), e um Parque Educacional Internacional de 460 mil metros quadrados.
O escritório Zaha Hadid Architects venceu o concurso para construir a segunda fase do Centro Internacional de Exposições em Pequim. Localizado próximo ao Aeroporto Internacional, o complexo atualmente conta com um espaço para conferências, feiras comerciais e exposições. A fase 2 prevê uma significativa expansão para o espaço expositivo.
Com base nos principais acontecimentos do ano passado, o ambiente arquitetônico, as cidades e as necessidades das pessoas dentro dela parecem ter mudado. Diferentes reflexões arquitetônicas e soluções de projeto foram propostas, mostrando como os eventos globais são capazes de ultrapassar os limites da profissão, ampliando nossa responsabilidade, e também nossas oportunidades em contribuir para a melhoria da qualidade de vida de diferentes formas. No ArchDaily, continuamos a nos conectar com arquitetos e designers de todo o mundo e compartilhamos diversas obras, todas exibindo implementações relevantes e soluções arquitetônicas que tenham um impacto em nossa comunidade.
Em resposta às obras publicadas, analisamos diferentes comportamentos do leitor que indicam como a produção arquitetônica pode realmente ter um impacto sobre profisisinais da arquitetura e não profissionais em todo o mundo. Isso nos levou a criar o Relatório Anual de Arquitetura do ArchDaily, que analisa as tendências e tópicos mais populares no mundo da arquitetura no ano passado, em um esforço para compreender, discutir e prever as tendências para 2021.
O período compreendido entre o século XVI e início do século XIX no Brasil, conhecido como Brasil Colônia, tem início a partir do momento em que os portugueses invadem o território brasileiro e impõem o processo de colonização. Na arquitetura e no urbanismo, esse processo será responsável por uma série de padrões que moldaram, ao longo dos séculos, a arquitetura e as cidades no país.
Com a chegada dos portugueses, surgem as primeiras instalações dos colonizadores no território brasileiro, caracterizadas sobretudo pela sua precariedade e insuficiência na defesa de outros invasores. A partir da decisão da Coroa portuguesa de dividir as terras em capitanias hereditárias administradas por donatários, começam a surgir vilas e aglomerados urbanos.
Motivadas pelo ingresso de um colega portador de deficiência na Escola Técnica Estadual (Etec) Dona Escolástica Rosa, estudantes do curso técnico de Logística da unidade desenvolveram um projeto que pode provocar mudanças no transporte público coletivo da cidade de Santos, em São Paulo. Trata-se de um sistema sonoro para auxiliar e dar autonomia aos passageiros que enfrentam dificuldades para se deslocar.
https://www.archdaily.com.br/br/956741/estudantes-criam-sistema-sonoro-para-ajudar-cegos-no-transporte-publicoEquipe ArchDaily Brasil
Nos últimos anos, órgãos públicos, arquitetos e urbanistas de todo o mundo têm cada vez mais discutido o futuro das cidades, buscando refletir sobre os rumos que o urbanismo contemporâneo deverá tomar como enfrentamento do emaranhado de problemas - urbanos e sociais - enfrentados. Mas, uma das perguntas que parece prevalecer no imaginário dos profissionais é como criar espaços capazes de melhorar a qualidade de vida e saúde do espaço público sem a necessidade de obras de grande escala.
A partir disso, alguns movimentos vêm surgindo na tentativa de aplicar simples ações que possam colaborar para o desenvolvimento de “novos” espaços públicos em resposta a necessidade imediata de espaços urbanos de qualidade. Tais ações têm apontado que as cidades do futuro serão cada vez mais convidativas, num manifesto de aproximação do pedestre à rua. São exemplos destas ações, a implementação de parklets; o fechamento de algumas avenidas e impedimento da circulação de veículos por algumas horas, abrindo-as ao pedestre e transformando as mesmas em áreas livres como parques urbanos temporários; a implantação e extensão de novas ciclovias; jardins verticais urbanos; e também, dos Pocket Parks.
Quando falamos em metodologia BIM, nos referimos a uma forma de trabalho nova e muito avançada tecnologicamente. Por outro lado, se prestarmos atenção, vemos que sempre falamos em tempos futuros, como: "daqui a 10 anos todo mundo vai ..." ou "essa é a metodologia de amanhã". No entanto, sempre surgem dúvidas sobre se essa metodologia é obrigatória e, mais importante, quando se tornará obrigatória. Pois bem, neste artigo iremos analisar de forma resumida como o BIM é atualmente tratado em todo o mundo.
Enquanto um espaço eminentemente hegemônico, em que os homens brancos cisgênero representaram ao longo do tempo e ainda representam a maioria nas posições de maior prestígio — desde as lideranças de grandes escritórios às premiações internacionais, como o Prêmio Pritzker —, a prática arquitetônica tradicionalmente tem invisibilizado a trajetória e experiência profissional de muitas arquitetas.
As cidades estão em constante transformação. Se orientadas por premissas parciais ou desatualizadas, as modificações no espaço urbano tendem a imprimir esses equívocos no território. Quando guiadas por uma visão comum que priorize a segurança das pessoas e a mobilidade ativa, essas intervenções têm o potencial de orientar a transformação da cidade em um lugar mais democrático, acolhedor, caminhável e seguro. É para esta cidade que aponta o novo Manual de Desenho Urbano e Obras Viárias de São Paulo.
https://www.archdaily.com.br/br/956907/5-inovacoes-do-novo-manual-de-desenho-urbano-e-obras-viarias-de-sao-pauloDiogo Lemos, Andressa Ribeiro e Fernando Corrêa
Após duas semanas de votação em nossa 12ª edição do Prêmio ArchDaily Building of the Year, nossos leitores reduziram mais de 4.500 projetos a apenas 75 finalistas, que representam o melhor da arquitetura publicada no ArchDaily. Com finalistas de seis continentes, este prêmio, desenvolvido em parceria com a Dornbracht, demonstra que a confiança depositada em nós por nossos leitores coloca desafios que estamos ansiosos para enfrentar.
Agora que os finalistas foram selecionados, tem início a segunda etapa do prêmio que reduzirá estes 75 projetos a apenas 15 vencedores – o melhor em cada categoria.
Os jardins sempre estiveram presentes nas composições arquitetônicas como testemunhas do momento cultural, do status e da religiosidade dos povos. Entretanto, há algumas décadas, é possível perceber um fortalecimento dessa relação entre arquitetura e espaços verdes. Uma situação que culminou em 2020, com grande aumento do protagonismo dos ambientes verdes, muito relacionado a pandemia do Covid-19 e o isolamento social que ela tem provocado. Nesse sentido, relação da casa com jardim se consolidou, de pequenos vasos em apartamentos no centro das cidades a exuberantes projetos paisagísticos dentro e ao redor de residências, representando – em diversas escalas – a busca pela reconexão com a natureza.
Ancestral, vernáculo, minimalista e harmonioso. Para muitos, essas palavras definem a arquitetura do Japão, um país que há muito tempo serve como fonte de inspiração cultural e tecnológica para inúmeras sociedades em todo o mundo. As técnicas populares japonesas atingiram até os cantos mais remotos do mundo, ganhando força em vários campos que variam de artesanato técnico à inovação digital. Dentro do campo da arquitetura, a apropriação e a reinvenção de vários materiais e sistemas de construção - como o uso de madeira carbonizada nas fachadas - tem sido um tema duradouro.
Muitas das expectativas que projetamos para o futuro das cidades estão mudando, principalmente à medida que nos deparamos com os atuais, e cada dia mais urgentes, desafios globais—da crise climática a como viveremos juntos.
“Quanto custa uma linha de metrô?” é uma pergunta feita com frequência quando se discute soluções ferroviárias de alta capacidade para cidades brasileiras. No entanto, o custo da implementação de projetos ferroviários varia enormemente em diferentes geografias globais.
Por exemplo: uma linha ferroviária em Nova York custa cerca de vinte vezes mais por quilômetro que uma linha em Seul, chegando ao orçamento de U$6,4 bilhões para um trecho de apenas 2,6 quilômetros na segunda fase do metrô Second Ave., ao norte da ilha de Manhattan. A questão geográfica, ou mesmo da alta densidade construída da metrópole americana, são respostas insuficientes para justificar tamanha disparidade em custos de construção.