O Brasil produz cerca de 150 milhões de metros cúbicos de madeira por ano. Devido à ampla variedade de espécies de árvores no país, os designers que buscam materiais naturais e de origem local têm diversas opções à disposição. Por esse motivo, não é surpresa que a madeira seja um elemento comum em casas tradicionais e contemporâneas do Brasil, sendo usada tanto na construção como na criação de superfícies decorativas.
A beleza dos padrões de fibras da madeira, combinada com paletas de cores quentes, ricas e variadas, faz com que a madeira seja um material muito procurado para compor espaços interiores, ao mesmo tempo em que oferece a resistência e estabilidade necessárias para pisos e estruturas. Sua coloração natural e apelo estético permitem uma abordagem simples e minimalista, conferindo aos espaços uma sensação atemporal.
Quando o próximo projeto ocorre num antigo edifício, é comum encontramos plantas compartimentadas, espaços com pouca luz e circulações intricadas que dificultam a fluidez que a vida contemporânea pede. Deste modo, na hora de reformar, arquitetos tendem a fazer intervenções cirúrgicas ao demolir algumas paredes. Uma solução capaz de resolver diversos dos problemas apresentados, mas que deve seguir um cuidadoso planejamento para manter a obra em pé. E, neste caso, um dos recursos mais adotados é o reforço estrutural.
O protesto é uma ferramenta poderosa para gerar mudanças e os espaços públicos sempre foram uma plataforma para o engajamento social nas sociedades. No dia 15 de setembro foi comemorado o Dia Internacional da Democracia e para celebrar a data examinamos a África, os protestos emergentes do último ano e como os cidadãos de vários países africanos contestam a justiça política, exigem melhores condições de vida aos governos e questionam a soberania de suas nações.
Com manifestações que vão desde grandes marchas organizadas até movimentos espontâneos menores, os habitantes desses países ocupam os espaços públicos de maneiras simbólicas e significativas para amplificar suas vozes. Esses espaços incluem praças públicas com significado cultural e histórico, edifícios políticos ou áreas de protesto improvisadas, como estradas e locais abertos. Por meio disso, as cidades africanas mostram como as pessoas tornam esses espaços seus e como o poder de sua confluência não pode ser ignorado ao revelar a essência democrática dos espaços públicos.
A madeira engenheirada tem emergido como uma alternativa sustentável para substituir os componentes de concreto nas construções, uma vez que este contribui, sozinho, para 8% das emissões globais de CO2. Com variados exemplos nas mais distintas escalas e programas, este material tem se mostrado promissor para revolucionar a indústria, agregando eficiência, resistência e conforto. Mesmo quando lidamos com processos altamente padronizados e eficientes na fabricação das peças estruturais, sempre há espaço para aprimoramento e redução de desperdícios. Principalmente porque o processo industrial tradicional de serrar os troncos em partes pode gerar resíduos substanciais.
É nesse contexto que surge o A.I. Timber, um material de construção inovador projetado para minimizar o desperdício, ao preservar os contornos naturais das árvores. No lugar dos métodos convencionais de serrar troncos únicos em placas padronizadas, A.I. Timber utiliza a Inteligência Artificial de forma engenhosa para encaixar esses troncos como peças de um quebra-cabeça perfeitamente montado. Para entender mais sobre a iniciativa e o futuro deste material, conversamos com Carlo Ratti e Mykola Murashko, que coordenaram o projeto.
Em 2019, quando o mundo estava prestes a enfrentar a maior pandemia dos últimos tempos, o líder indígena, ambientalista e filósofo brasileiro Ailton Krenak lançou o livro “Ideias para adiar o fim do mundo”. O pequeno encarte, com um pouco mais de 80 páginas, não poderia ter surgido em melhor época servindo simultaneamente como alento e como alerta à uma humanidade que via os rumos da história se contorcendo diante dos seus olhos.
O Maximalismo pode ser definido como um movimento estético contrário ao minimalismo. Ao invés de pregar o “Menos é mais” , frase mais famosa do movimento minimalista, no maximalismo a frase da vez é “Mais é mais”.
Dentro das correntes do Movimento pós-moderno, que designa as condições sociais e estéticas que passaram a circular no mundo depois da Segunda Guerra Mundial, o maximalismo pode ser descrito como a ausência de valores e regras, imprecisão pluralidade, mistura do real e do imaginário, espontaneidade e liberdade de expressão.
Ao longo da história da arquitetura, a madeira tem sido um elemento fundamental na evolução do projeto e da construção de edifícios. Desde as antigas estruturas de madeira do Japão até as catedrais europeias medievais, a capacidade estrutural e o apelo estético da madeira deixaram uma marca indelével na civilização humana. Somente na Revolução Industrial é que ocorreu uma mudança significativa em direção aos materiais de construção alternativos, como aço e concreto, relegando o material a um papel secundário na construção. No entanto, à medida que os arquitetos contemporâneos enfrentam as consequências das alterações climáticas, a madeira tem registado um regresso notável, oferecendo uma alternativa ecológica e estruturalmente robusta. Empresas de renome internacional estão centrando seus projetos no potencial da madeira, abraçando a sua rica história e, ao mesmo tempo, aproveitando tecnologias avançadas para criar estruturas inspiradoras e sustentáveis que representam uma mistura harmoniosa de sabedoria histórica e inovação moderna.
O deck é uma palavra que surgiu na língua inglesa para designar o convés dos navios. Hoje, adotamos o termo para nomear as superfícies geradas por tábuas de madeiras, em áreas externas, que podem circundar ou não piscinas, jacuzzis e ofurôs. As soluções podem ser extremamente variadas, tanto que surgiu uma nova modalidade no mercado e que se aponta como possível tendência: o deck molhado.
https://www.archdaily.com.br/br/1007068/deck-molhado-inovando-na-arquitetura-de-piscinasArchDaily Team
A madeira, um material de construção milenar, deixou uma marca significativa na evolução da arquitetura. Estruturas como casas geminadas e antigas catedrais têm testemunhado o uso criativo da madeira como principal material construtivo. Com o avanço da tecnologia e o crescimento vertical das paisagens urbanas, a madeira emergiu como uma forte concorrente do aço e do concreto no projeto de arranha-céus.
Recentes avanços na engenharia, na ciência dos materiais e nas técnicas de construção abriram portas para uma nova era de experimentação, permitindo a construção de arranha-céus de madeira em todo o mundo. Eles representam uma mudança em relação aos métodos tradicionais de construção, combinando funcionalidade com a preocupação com o meio ambiente. A madeira, como material, com sua resistência mecânica e ao fogo, é uma esperança para uma indústria em busca de um futuro mais sustentável.
Arquitetura é uma disciplina multifacetada influenciada por diversas fontes de dados e informações, que desempenham um papel fundamental para moldar a produção arquitetônica. No passado, instrumentos horológicos como o relógio de sol eram usados para obter dados, como o tempo, e obter conhecimento sobre a incidência solar em diferentes épocas do ano e locais geográficos. Isso possibilitou determinar a orientação ideal dos edifícios, resultando em benefícios como melhor aproveitamento da luz solar e maior conforto térmico.
Embora fatores culturais, sociais e até religiosos possam influenciar o projeto arquitetônico, fatores quantitativos são especialmente relevantes ao tomar decisões nas fases iniciais do processo criativo, durante a construção e ao longo do ciclo de vida de um edifício. Portanto, é importante coletar e processar informações relevantes, como localização, incidência solar, capacidade de ocupação, interações dos ocupantes, desempenho energético e emissões de carbono, entre outros aspectos.
https://www.archdaily.com.br/br/1006649/arquitetura-orientada-a-dados-explorando-4-ferramentasEnrique Tovar
A construção do primeiro projeto da OMA em Bangladesh, a Torre Dhaka, acaba de começar. Com 150 metros de altura e 180.000 m² de área para escritórios, será um dos edifícios mais altos do país. Projetado pelo OMA em colaboração com a incorporadora local Shanta Holdings, a torre representa um marco significativo na paisagem urbana de Bangladesh.
Há alguns dias, num belo domingo de sol em pleno inverno, minha esposa e eu resolvemos levar nossos dois filhos pequenos para conhecerem o Parque Villa-Lobos, no extremo oeste da cidade de São Paulo, já quase na divisa com Osasco.
Não é um parque a que costumamos ir com frequência hoje em dia; mas é, sem dúvida, um local que faz parte da nossa memória afetiva. Ela cresceu em Cotia; eu, em Osasco. Ambas as cidades ficam na parte oeste da Região Metropolitana de São Paulo e o Parque talvez fosse o principal espaço público relativamente próximo das nossas casas durante nossa infância e juventude. Temos inclusive algumas fotos de lá no começo do nosso namoro, em 2013, à toa, ora estirados num amplo gramado verde, ora abraçados embaixo de uma árvore florida.
https://www.archdaily.com.br/br/1007014/zeladoria-de-espacos-publicos-a-solucao-e-alugar-o-brasilVitor Meira França
Rayon, uma inovadora ferramenta de projeto online que tem como objetivo criar uma nova abordagem colaborativa para o desenvolvimento de "prédios mundanos" na cidade, foi selecionada como uma das melhores Novas Práticas do ArchDaily 2023. Fundado em 2021 por Bastien Dolla e Stanislas Chaillou, o software de projeto colaborativo reúne profissionais das indústrias de arquitetura, engenharia e construção. A empresa acredita que existe uma "cultura do ordinário" na arquitetura. Essa cultura representa um ecossistema de edifícios que podem parecer comuns ou não são marcos impressionantes na cidade. No entanto, esses edifícios e seus profissionais da construção constituem 90% do tecido urbano e contribuem para a cultura do design que coletivamente dá identidade à cidade. Os fundadores acreditam que as gerações anteriores de software negligenciaram essa cultura e propõem o Rayon como uma nova ferramenta para preencher essa lacuna, aprimorando a colaboração e a ergonomia do usuário.
The Sphere, no Venetian Resort (anteriormente conhecida como MSG Sphere), abriu suas portas ao público na noite de sexta-feira passada em Las Vegas, com uma série de shows que tiveram como atração principal a banda de rock irlandesa U2. Anunciado pela primeira vez em 2018, foi projetado pelo renomado escritório de arquitetura Populous, especializado em estádios. Com 34 metros de altura e 157 de largura, o projeto custou US$ 2,3 bilhões e é considerado a maior estrutura esférica do mundo. Localizado a leste da Las Vegas Strip e conectado ao complexo do Venetian Resort, este projeto foi concebido para ser palco de diversos eventos, incluindo shows de música, exibições de cinema — a fachada externa é revestida com uma tela LED de alta resolução — e até mesmo algumas competições esportivas.
A equipe liderada por Dominique Perrault Architecture venceu um concurso internacional para reimaginar e reabilitar a área da Esplanada-Coupole no Campus da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça. O projeto inclui a construção de um novo edifício e a ampliação da Coupole, além de melhorias nos espaços públicos. A intervenção reutiliza o antigo estacionamento subterrâneo da Esplanada, aproveitando sua localização central no campus para criar uma nova topografia que integra as novas edificações ao denso tecido do campus. O projeto deverá ser construído entre 2025 e 2028.
O primeiro dos dois hotéis projetados pelo escritório Zaha Hadid Architects em seu resort inspirado em Hollywood, chamado Studio City, acaba de ser aberto ao público. Localizado no distrito de Cotai, em Macau, o resort conta com 557 quartos distribuídos por 40 pavimentos e oferece instalações de lazer, entretenimento e turismo, incluindo um dos maiores parques aquáticos da Ásia.
O Serviço Social do Comércio (Sesc) oferece uma ampla gama de atividades nas áreas de cultura, esportes, lazer, educação, saúde e assistência social. Desde 1946, a instituição também desempenha um papel fundamental na Arquitetura ao trazer edifícios com abordagens inovadoras que priorizam a integração com a comunidade. Arquitetos renomados como Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha já assinaram projetos icônicos como as unidades Pompeia e 24 de Maio, que demonstram como o espaço pode ser fundamental para transformar e revitalizar áreas urbanas, e conceber pontos de referência cultural e social nas cidades. São Paulo receberá 12 novas unidades na próxima década e uma delas inaugura ainda nesta semana, a 14 Bis.
Até os meus 17 anos, mudei-me 11 vezes. Devido à minha própria experiência de mudança de um lugar para outro, dediquei a maior parte das últimas décadas a assegurar que todos tenham um lugar para chamar de lar e desfrutar do direito humano à habitação. No entanto, foi apenas durante o meu tempo na Enterprise Community Partners, uma organização sem fins lucrativos focada no desenvolvimento comunitário e habitação acessível, que percebi a importância dos métodos e materiais que usamos para garantir esse direito humano.
A madeira tem desempenhado um papel importante na arquitetura mexicana contemporânea devido à sua versatilidade e conexão cultural com a história arquitetônica do país. Atualmente, a arquitetura do país tem se destacado por sua sensibilidade no design de espaços do dia a dia por meio de diversas técnicas que abordam questões de sustentabilidade, estética e design bioclimático.
Crescendo tanto em tamanho quanto em número, as cidades em todo o mundo estão experimentando uma expansão acelerada. Com áreas verdes sendo regularmente perdidas para a urbanização ou seus efeitos — como o aumento do nível do mar ou desastres ambientais — e populações em expansão trazendo mais bocas para alimentar, as indústrias agrícolas estão em crise. Visto por muitos como solução, a agricultura vertical é a prática de empilhar camadas de cultivos uns sobre os outros, usando a mais recente tecnologia de design e engenharia para produzir mais em menos espaço.
A agricultura tradicional horizontal, no entanto, faz mais pelo meio ambiente do que simplesmente cultivar nossa comida. Os espaços verdes ao ar livre muitas vezes servem como habitats naturais, filtragem do ar e controle de temperatura para a área circundante. Ao levar o conceito de agricultura vertical para o mundo da arquitetura, podemos trazer toda a bondade da fazenda diretamente para nossa porta.
O bairro Liberdade, na região central da capital paulista, começa a testar neste domingo (1º) o Programa Ruas Abertas. A exemplo do que ocorre na Avenida Paulista, desde 2016, quatro ruas da região ficarão abertas exclusivamente para a circulação de pedestres das 9h às 20h aos domingos e feriados.
A iniciativa, conduzida pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, visa priorizar o uso do espaço urbano a partir das necessidades dos pedestres. “A intenção é oferecer condições que estimulem a permanência das pessoas, a caminhabilidade e o fortalecimento da região como atrativo turístico e comercial”, afirma a prefeitura de São Paulo em nota.
O Museu de Arte Moderna de Nova York anunciou a abertura de uma exposição focada nos primeiros projetos construídos e não construídos que abordam preocupações ecológicas e ambientais. Apresentando obras de arquitetos que atuaram principalmente nos Estados Unidos nas décadas de 1930 a 1990, a exposição intitulada Emerging Ecologies: Architecture and the Rise of Environmentalism está em exibição de 17 de setembro de 2023 a 20 de janeiro de 2024. As mais de 150 obras em destaque revelam o surgimento do movimento ambiental por meio da prática e do pensamento arquitetônico.
Antes da abertura da Trienal de Arquitetura de Sharjah 2023, em 11 de novembro, os organizadores divulgaram detalhes de novas comissões e intervenções site-specific que abordarão os temas gerais da edição deste ano, que tem como tema A beleza da impermanência: uma arquitetura de adaptabilidade. Com curadoria da arquiteta Tosin Oshinowo, o evento busca explorar as inovações nascidas das condições de escassez no Sul Global e as formas como as culturas colaboram, adaptam-se, reutilizam e apropriam-se de recursos para avançar em direção a um futuro mais resiliente e equitativo. Arquitetos, designers e escritórios foram convidados a contribuir com instalações e projetos a serem exibidos por toda a cidade e no deserto adjacente. Os trabalhos buscam responder a um dos três conceitos-chave do evento: contextualização renovada, políticas de extração, e corpos intangíveis.
Toda primeira segunda-feira de outubro, celebramos o Dia Mundial da Arquitetura e o Dia Mundial do Habitat, datas que servem como um lembrete para a comunidade global de sua responsabilidade coletiva pelo bem-estar do ambiente construído. Esta edição, assim como nos anos anteriores, lança luz sobre o campo da arquitetura e os desafios enfrentados por nossas cidades, introduzindo novos temas, contemplando o estado de nossas áreas urbanas e propondo estratégias construtivas.
Uma vez que as economias urbanas enfrentaram dificuldades significativas este ano, o Dia Mundial do Habitat promovido pela ONU concentra-se em no tema Economias Urbanas Resilientes: cidades como impulsionadoras do crescimento e da recuperação. Lançando o Outubro Urbano, este evento busca reunir diversos atores para deliberar políticas que ajudem as cidades a se recuperarem após os impactos econômicos duplos causados pela pandemia de Covid-19 e conflitos em todo o mundo. Alinhado a esse conceito, o Dia Mundial da Arquitetura, criado pela UIA em 1985, foca em Arquitetura para Comunidades Resilientes, enfatizando o papel e o dever da arquitetura em promover a existência próspera entre comunidades, ao mesmo tempo em que inicia um diálogo global sobre a interconexão das regiões urbanas e rurais dentro de cada país.