Da teoria das cores de Le Corbusier às propostas estéticas da Bauhaus, as cores desempenharam um papel essencial ao longo da história arquitetônica. No entanto, estamos no limiar de uma nova era de inovação, na qual o significado, a aplicação e o impacto das cores na arquitetura também estão em transformação. Com isso, novas questões surgem: novos materiais e acabamentos poderiam revolucionar a paleta de cores? Quais as possibilidades de coloração em espaços virtuais? Quais serão as próximas tendências de cor no mundo do design de interiores?
Noticias de Arquitetura
Qual o futuro das cores na arquitetura?
O icônico complexo Gallaratese em Milão, pelas lentes de Kane Hulse
Após a Segunda Guerra Mundial, a falta de moradia se espalhou por grande parte da Europa e Milão não foi uma exceção. Vários planos e soluções foram concebidos para enfrentar essa crise, e comunidades satélites para acomodar entre 50.000 e 130.000 residentes foram erguidas. A primeira dessas comunidades começou a ser construída em 1946, apenas um ano após o fim da guerra: o projeto Gallaratese.
No final de 1967, o renomado Studio Ayde, liderado por Carlo Aymonino, foi escolhido para projetar o Gallaratese 2. Aymonino convidou Aldo Rossi para contribuir com suas visões singulares para uma comunidade microcósmica ideal. Juntos, os dois arquitetos italianos começaram uma jornada para moldar um ícone habitacional inovador e historicamente significativo para Milão. Registrada pelas lentes de Kane Hulse, a obra e sua importância para a arquitetura são revisitadas nesta série de fotografias.
O que dizem os dados sobre a população de rua no Brasil?
Há uma percepção na sociedade de que o número de pessoas em situação de rua tem crescido no Brasil. Para compreender melhor o tema, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, criado no âmbito do Programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais, compilou dados de milhares de municípios em uma série histórica que vai de 2012 a 2021. Infelizmente, os dados indicam que esse problema realmente vem se agravando em nosso país.
Sun Tower projetada pela OPEN tem estrutura concluída em Yantai
A Sun Tower, da OPEN Architecture, projetada como um marco para a cidade costeira chinesa de Yantai, atingiu sua altura máxima — 50 metros — no mês passado, no dia do solstício de verão. A inauguração está prevista para 2024. Projetada para ser um espaço cultural, o edifício se propõe a redefinir o entendimento comum de "projetar com a natureza".
La Fábrica de Ricardo Bofill: uma mistura harmônica de passado e presente
La Fábrica, icônico projeto de Ricardo Bofill, é um testemunho do poder transformador da arquitetura. Localizada nos arredores de Barcelona, essa criação mostra a notável metamorfose de uma fábrica de cimento abandonada em uma impressionante obra-prima arquitetônica.
Hello Wood testa técnicas de construção para reviver uma pedreira abandonada na Hungria
Após uma pausa de três anos, o festival de construção da Hello Wood está de volta para receber estudantes, arquitetos e jovens profissionais de todo o mundo para participar do camp de construção de 10 dias e testar suas habilidades de construção em madeira, além de aprender a participar ativamente do projeto e da construção no próprio local. Pela primeira vez na história do evento, o workshop deste ano acontece em um novo local, uma cratera de uma pedreira de basalto abandonada na montanha Haláp, na Hungria. O workshop também se alinha e apoia o título de Veszprém de Capital Europeia da Cultura de 2023, que também inclui mais de uma centena de outras vilas e cidades em toda a região de Bakony-Balaton. O evento aconteceu entre 6 e 15 de julho, culminando num festival de música de dois dias aberto a todos.
Urbanismo sustentável: de volta para o futuro?
“A arquitetura do futuro é a volta às nossas origens?”, nos questiona recente reportagem do Canal DW Brasil.
De fato, diante das mudanças climáticas, parece bem razoável voltarmos a valorizar nas construções aspectos como ventilação e iluminação naturais, por exemplo, tal qual se fazia no passado — e, com isto, reduzir o consumo de energia e a produção de gases de efeito estufa.
Oppenheim Architecture vence concurso para restaurar o Museu Besa na Albânia
O escritório suíço Oppenheim Architecture venceu um concurso de duas etapas para o projeto e restauração do Museu Besa em Tirana, Albânia. A instituição é dedicada a exibir o código de honra albanês representado pelo nome "Besa", um conceito que, resumidamente, significa receber qualquer hóspede como se fosse seu. O museu é uma extensão do Museu Judaico em Vlora, aprofundando-se no princípio de Besa e seu papel na ajuda prestada aos judeus na Albânia durante o Holocausto.
Shigeru Ban projeta hospital de madeira laminada cruzada na Ucrânia
O arquiteto japonês Shigeru Ban anunciou a intenção de colaborar com a prefeitura de Lviv para projetar uma expansão para o hospital municipal. Maior hospital da Ucrânia, esta unidade viu um aumento no número de pacientes desde o início da guerra, levando à necessidade de aumentar sua capacidade. A proposta de Shigeru Ban utiliza madeira laminada cruzada e juntas inspiradas em técnicas tradicionais de construção em madeira para criar um ambiente seguro e acolhedor para cura e recuperação.
Explore o futuro da arquitetura com a realidade aumentada
Os softwares de realidade aumentada (RA) têm marcado presença entre as ferramentas profissionais de projeto há algum tempo. Mas o recente lançamento dos óculos Vision Pro da Apple mostra que o setor de dispositivos vestíveis de realidade mista está ganhando espaço também nos mercados de consumo, à medida que uma das maiores marcas mundiais de design e tecnologia entra nesse ramo.
Uma das principais razões para a imensa expectativa em torno da incursão da Apple no hardware de RA/RV é a decisão de posicioná-lo como "computação espacial". Ao utilizar a complexidade da realidade aumentada para aprimorar um setor familiar ao consumidor - a computação pessoal - a marca sediada em Cupertino simplificou toda a experiência, ampliando sua compreensão e apelo.
Guia de arquitetura do século XX em Paris: das vilas modernas de Le Corbusier aos edifícios brutalistas
O século XX viu um período de experimentação e inovação em um ritmo sem precedentes, um rumo que também marcou as expressões e arquitetura da época. Paris, como um dos principais centros europeus de expressão artística e cultural, também foi o epicentro para a formação de novos estilos arquitetônicos, desde a revolução da arquitetura moderna de Le Corbusier até as expressões do estilo High-Tech, como visto no design do Centre Pompidou de Renzo Piano e Richard Rogers. A transformação social encontrou sua expressão através de instituições públicas ou conjuntos residenciais brutalistas, como os projetados por Renée Gailhoustet e Jean Renaudie em Irvy-Sur-Seine, enquanto movimentos políticos atraíam arquitetos de todo o mundo, incluindo Oscar Niemeyer, que projetou seu primeiro edifício europeu na capital francesa.
"Arquitetura como suporte para a vida que queremos viver": Bjarke Ingels explica a sustentabilidade hedonista
Durante a palestra de abertura do Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023, Bjarke Ingels, líder e fundador do BIG, compartilhou insights sobre desafios globais urgentes, juntamente com a abordagem distinta do escritório para enfrentá-los. Após a conferência, o ArchDaily teve a chance de conversar com Bjarke Ingels para expandir ainda mais esses tópicos. A discussão levantou diversos assuntos, incluindo a abordagem projetual do BIG, com base no princípio de "Sustentabilidade Hedonista", o significado e as oportunidades por trás dessa mudança de mentalidade, a aplicabilidade de inovações tecnológicas em diferentes campos e até mesmo em outros planetas, e a urgência de desenvolver uma Nova Bauhaus Europeia como resposta às emergentes necessidades ambientais.
Construir sem água: um debate sobre a pegada hídrica (e a água da chuva como novo material)
É possível construir edifícios usando menos água? O ArchDaily abriu o debate sobre o tema dos recursos hídricos na arquitetura durante todo o mês de junho, convidando os nossos leitores a participarem da discussão.
Os dados do uso global da água não são encorajadores e o mercado da construção tem uma grande participação no seu consumo. Está na hora de pensar em formas de reduzir esse impacto. A necessidade de projetar edifícios a partir dessa perspectiva nos proporciona uma oportunidade única para explorar alternativas inovadoras e sustentáveis que minimizem ou até mesmo eliminem completamente o uso de água na construção.
Como funcionam as superfícies táteis para cegos?
Teoricamente, a arquitetura é uma disciplina multisensorial que envolve texturas, cores, sombras, sons e aromas. No entanto, na prática, a linguagem visual é frequentemente priorizada para explorá-la, limitando-se principalmente à visão para identificar elementos arquitetônicos e navegar autonomamente em ambientes construídos e contextos urbanos. Portanto, é crucial integrar superfícies de pavimentação tátil na arquitetura.
Cegueira e deficiência visual transcendem ser uma condição ou deficiência; elas representam uma forma alternativa de perceber o ambiente ao nosso redor. Nesse sentido, o toque se torna uma linguagem e um guia fundamental para interagir com a arquitetura. De acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Artigo 9), todas as pessoas têm o direito inerente de acessar o ambiente físico em igualdade de condições com as outras.
De moradia a comércio e vice-versa: a reabilitação de casas e casarões antigos
Ao longo da história da cidade, as edificações passam por mudanças de uso e de programa. Não teria como ser diferente, já que cada época possui suas questões e necessidades específicas. O tipo de moradia, a densidade demográfica em determinadas regiões e os novos comércios e serviços alteram a configuração da cidade, sem que as construções acompanhem as mudanças na mesma velocidade. Sendo assim, a requalificação – ou reabilitação – das construções não só fazem sentido, como também são necessárias.
Como a arquitetura cinética pode melhorar o espaço público?
Os avanços tecnológicos abriram caminho para uma abordagem revolucionária da arquitetura, que envolve responsividade e movimento. Este conceito chamado de "arquitetura cinética" permite que os edifícios se adaptem dinamicamente ao seu ambiente em constante mudança. Hoje em dia, os princípios cinéticos são aplicados para melhorar a sustentabilidade ambiental dos prédios, especialmente por meio das fachadas. No entanto, a arquitetura cinética também tem o potencial de impactar o ambiente construído em outros aspectos. Nos espaços públicos, a arquitetura cinética tem um grande potencial, apresentando oportunidades para torná-los mais acessíveis, inclusivos e amigáveis ao usuário. A introdução de elementos cinéticos nos espaços públicos desafia as suposições tradicionais sobre a arquitetura como um arranjo passivo, inaugurando uma nova era de ambientes urbanos interativos e envolventes.
Projetando sem cliente: 6 casas desenhadas por arquitetos famosos para eles mesmos
Analisar casas que arquitetos projetaram para si mesmos pode abrir perspectivas sobre seu processo de design, prioridades e filosofia. Embora muitas vezes reduzidas em escala, essas residências pessoais oferecem um olhar sobre o processo dos arquitetos e a maneira como eles traduzem suas ideias em espaços habitáveis sem restrições impostas pelo cliente no resultado final. As estruturas também refletem os valores pessoais, estilos de vida e preferências estéticas de seus criadores.
Frequentemente, esses projetos são experimentos e campos de testes para seus próprios princípios de design, ampliando os limites da expressão arquitetônica. Desde Ray e Charles Eames, que acabaram passando suas vidas em uma casa experimental criada para a pré-fabricação, até Frank Gehry, que usou sua casa holandesa colonial em Santa Monica para testar as ideias de desconstrutivismo que mais tarde viriam a definir sua carreira, esses projetos representam uma face diferente do processo de projeto de arquitetos renomados mundialmente.
Websérie apresenta uma viagem pela história da arquitetura de Curitiba
A websérie Atemporal ‑ A arquitetura permanece apresenta uma compilação de 9 episódios que retratam os diversos movimentos arquitetônicos que marcaram a história de Curitiba. Iniciado em 2020, o projeto abrange desde os primeiros impactos da arquitetura na cidade, durante a era colonial e a influência dos imigrantes, até a arquitetura eclética, passando pelo art decó e os primeiros vislumbres do modernismo, culminando em uma verticalização mais densa e um plano urbano internacionalmente reconhecido.
Neuroarquitetura e "wayfinding" inclusivo: novos caminhos para mentes diversas
Evidências científicas cada vez mais robustas e promissoras podem auxiliar arquitetos e demais projetistas que busquem pelo design inclusivo, levando em consideração as mentes diversas, ou seja, elaborar ambientes construídos que dialoguem com a neurodiversidade. A existência da neurodiversidade sempre esteve presente na humanidade. O termo abrange as pessoas com as mais diversas condições neurológicas e foi criado pela socióloga Judy Singer, em 1999.
O urbanismo tático enquanto processo para projetos urbanos de maior escala
O urbanismo tático é um tipo de intervenção no espaço urbano que vem ganhando destaque e levantando discussões em diversos locais nos últimos tempos. Ele parte da ideia de que ações civis de baixo custo e de pequena escala podem ter um impacto significativo no ambiente urbano, melhorando suas dinâmicas e o cotidiano das pessoas. No entanto, de uma intervenção pontual, temporária ou de escala reduzida, a partir de sua aceitação e reconhecimento, muitas dessas iniciativas extrapolaram suas pretensões iniciais e se transformaram em disparadoras de processos urbanos mais amplos, desencadeando novas atuações que envolvem outros atores, esferas e até o próprio poder público.
Rotas escolares seguras e acessíveis para as crianças: um plano de ação
Em busca de rotas escolares com mais acessibilidade e ações que incluem as crianças na mobilidade urbana, o coletivo Cidade Ativa, em parceria com a IDOM, desenhou um plano de ação baseado no diagnóstico de dois casos da cidade de São Paulo. Disponível gratuitamente e online, o material serve como inspiração para outras cidades que pretendem tornar o espaço urbano mais seguro e acessível.