Há 100 anos, em 1923, o livro Vers une Architecture de Le Corbusier foi publicado na revista L'Esprit Nouveau. A coleção controversa de ensaios do mestre modernista serviu como manifesto para o desenvolvimento da arquitetura moderna, influenciando gerações de arquitetos e gerando polêmicas sobre os princípios de design arquitetônico propostos. O livro defende a beleza de projetos industriais, como os de aviões, automóveis ou transatlânticos; propõe uma maneira completamente diferente de construir cidades, favorecendo torres altas e esbeltas cercadas por vegetação exuberante, e apresenta os cinco princípios de Le Corbusier para o desenho moderno.
Agora, um século depois, essas teorias se tornaram parte da educação de todos os arquitetos, mas também são altamente contestadas. Alguns críticos argumentam que a abordagem rígida, especialmente em relação aos princípios de planejamento urbano, não consegue envolver as nuances culturais e contextuais de diferentes comunidades, levando a ambientes urbanos alienantes. Ainda assim, o legado de Le Corbusier é significativo, servindo como um ponto de referência constante para os arquitetos ao explorar o equilíbrio entre funcionalidade, estética, simbolismo e impacto social em seus projetos.
A habitação sempre foi uma grande questão dentro das metrópoles. Tanto para acomodar a população da cidade como o impacto que a habitação pode ter em outras questões urbanas, como o deslocamento necessário para cumprir com a rotina individual – a distância entre residência e trabalho ou escola, por exemplo.
O adensamento citadino costuma ser uma premissa bem-aceita em geral dentro do campo do urbanismo, e na realidade contemporânea, a equação adensamento-habitação se resolve com metragens mais compactas em edifícios em altura. Os apartamentos resultantes podem ser reduzidos quase ao mínimo de funções, o que no Brasil se chama comumente quitinete. Como toda tipologia, essa mini-residência possui seus prós e contras, e pode ser vista como exemplo de praticidade ou representante de precarização habitacional.
Os finalistas do Festival Mundial de Arquitetura (WAF) de 2023 foram anunciados, destacando os projetos de arquitetura mais relevantes em todo o mundo. O anúncio antecede o evento ao vivo, que será realizado em Singapura em Marina Bay Sands de 29 de novembro a 1º de dezembro. O WAF é um programa de premiação de arquitetura com avaliação ao vivo, no qual os finalistas apresentam seus projetos a um painel de jurados durante o festival internacional. Alguns dos finalistas incluem Foster + Partners, Biroe Architecture, COX Architecture, Dabbagh Architects, MAD Architects, entre outros.
A máxima que, possivelmente, guarda a maior das verdades tanto em arquitetura como em outras áreas da vida diz: "aqueles que conhecem o passado, poderão controlar seu futuro". No México, isso se materializou nas escolas de arquitetura, onde ainda se ensinam textos e obras da arquitetura tradicional. No entanto, uma atenção muito maior é dada à arquitetura dos séculos XX e XXI. Se analisarmos a produção atual de arquitetura, porém, parece que os profissionais não conhecem sua própria história. Isso é problemático porque nossa identidade, expressa na arquitetura de nossas cidades, corre o risco de desaparecer. É com isso que se preocupam os fundadores da associação multidisciplinar INTBAU México.
Na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura da La Biennale di Venezia, o Pavilhão da Eslovênia explorou o tema da ecologia e as formas paradoxais pelas quais a arquitetura se relaciona com ela. Em vez de entendê-la estritamente por meio de adaptações energeticamente eficientes, como bombas de calor ou ventilação de recuperação, a exposição intitulada +/- 1 °C: Em busca de uma arquitetura bem temperada tem como objetivo abordar o tema holisticamente. Os curadores do Pavilhão, Jure Grohar, Eva Gusel, Maša Mertelj, Jure Grohar, Eva Gusel, Maša Mertelj, juntamente com cinquenta arquitetos e criadores, pesquisaram e analisaram edifícios vernaculares da Europa buscando exemplos vivos de adaptações intuitivas.
Assim como estilistas usam alfinetes, agulhas e tecidos para dar vida às suas criações, arquitetos dependem dos materiais para moldar o ambiente construído. Do aço e vidro à madeira e concreto, esses formam a paleta artística que transforma plantas em estruturas tangíveis, preenchendo a lacuna entre imaginação e realidade. É tão simples e tão complexo quanto isso. Mas, com tantos materiais e inúmeras formas, acabamentos, texturas e cores disponíveis nos dias de hoje, fazer as escolhas corretas para um projeto específico pode ser bastante desafiador. Várias perguntas naturalmente surgem: Como os arquitetos navegam pelas possibilidades infinitas para escolher os elementos que darão vida às suas criações? O que o processo de especificação de materiais envolve? Por onde começar?
Criar um espaço lúdico, voltado especialmente para as necessidades das crianças na primeira infância. Essa foi a intenção da prefeitura de São Paulo ao desenvolver sua primeira “Praça Conceito” – inaugurada na Praça São Sebastião, no bairro Ipiranga. A primeira infância, que vai de zero a seis anos, é o período considerado extremamente importante para o desenvolvimento do ser humano. Diversas pesquisas têm apontado que as experiências vividas no começo da vida, desde o período de gestação, influenciam diretamente na formação do adulto.
Entre um total de 576 obras apresentadas, o Prêmio FAD 2023 divulgou a lista de projetos finalistas e selecionados, que poderão ser vistos de 5 de outubro de 2023 a 7 de janeiro de 2024 na exposição O melhor projeto do ano que ocupará os espaços do Disseny Hub Barcelona.
Copenhague sediou por cinco dias o maior encontro no campo da arquitetura sustentável, reunindo mais de 6.000 participantes de 135 nações. O Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023 teve como foco o tema "Futuros Sustentáveis - Não Deixar Ninguém para Trás". O evento serviu como um fórum para pesquisadores e profissionais renomados de diversas áreas e idades se aprofundarem em métodos de criação de edifícios que abordam as mudanças climáticas, fortalecem a biodiversidade e promovem a inclusão social. À medida que o congresso chegava ao fim, foram reveladas as “lições de Copenhague": dez princípios destinados a facilitar o progresso rápido e transformador no campo da construção sustentável.
A princípio, adicionar um mezanino a um layout parece um completo desperdício de espaço útil ou uma tentativa desajeitada de espremer dois pavimentos em um — ambos os espaços acabam ficando restritos e desconfortáveis.
Mas se o piso intermediário é obtido por adição – erguendo um nível extra em uma sala de pé direito alto, ou por subtração – removendo parte do piso para conectá-lo com o piso inferior, os mezaninos podem se tornar uma maneira relativamente simples de mudar e melhorar drasticamente como usamos e interagimos com nossos ambientes existentes.
Dizem que nossa capacidade de formar facilmente fortes laços emocionais com criaturas de outra espécie é uma das características únicas que diferenciam os humanos dos animais. Mas e quanto ao amor que recebemos em troca? Os cientistas até mediram e compararam a pressão sanguínea e os níveis de ocitocina de nossos animais de estimação quando estamos juntos e quando estamos separados para provar tal fato.
Com o amor recíproco entre animais de estimação e seus tutores se aproximando em medida daquele vivenciado entre os próprios membros familiares, não é se de admirar que nossos animais de estimação se sintam parte da família. Mas por que, então, estamos menos propensos a incluí-los nas principais decisões de projeto de nossas casas?
Após 8 anos da última inauguração de uma galeria permanente no Inhotim, no dia 15 de julho o instituto inaugurou a GaleriaYayoi Kusama, que abriga as instalações imersivas “I'm Here, But Nothing” (2000) e “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009) da artista japonesa conhecida mundialmente pelo seu trabalho diverso e criativo envolvendo obras como pinturas, esculturas, instalações e performances.
O projeto arquitetônico da GaleriaYayoi Kusama começou a ser desenvolvido em 2016 pelos escritórios MACh Arquitetos e Rizoma Arquitetura. Com uma área de 1.437 m2 em que a arquitetura e o paisagismo são pensados, executados e transformados de forma indissociada, a galeria pode ser definida como uma espécie de espaço de transição — um mediador entre interior e exterior —, mas também um espaço em transição, que transforma-se à medida em que a vegetação se desenvolve com o passar dos anos e toma conta da cobertura.
A XIV Bienal de Arte e Design de Florença premiou Santiago Calatrava com o Lifetime Achievement Award, um "tributo a um dos arquitetos mais influentes de nossos tempos e um reconhecimento à sua audaciosa experimentação, talento extraordinário e habilidade engenhosa de combinar arquitetura e arte em projetos imaginados e desenhados em harmonia com a natureza e orientados para os ideais de beleza."
Arquitetura e moda compartilham uma interação interessante na formação de expressões e identidades culturais. Ambas as disciplinas podem se tornar veículos para a criatividade em diferentes níveis. A arquitetura é frequentemente descrita como a "terceira pele" dos seres humanos, enquanto as roupas representam a segunda pele, destacando uma funcionalidade semelhante de proteção do corpo, ao mesmo tempo que permite a expressão da individualidade.
A relação entre arquitetura e moda também pode ser vista nos princípios de design compartilhados, como forma, proporção, escala humana e materialidade. Mais do que um simples cenário para desfiles de moda, a arquitetura pode contribuir para a ambientação, tornando-se uma fonte de inspiração e orientando o movimento no espaço. Colaborações entre arquitetos e empresas de moda, como a renomada parceria entre OMA/AMO e Prada, diluem ainda mais os limites entre as duas disciplinas, demonstrando a infinidade de interconexões entre os dois campos criativos.
Parte da concepção de arquitetura – como se entende desde a modernidade – passa necessariamente pela permanência. A construção tectônica pretende-se durável, e muitas são as reflexões articuladas a partir dessa durabilidade. O que significa, então, associar a arquitetura com a efemeridade? E quando a própria ideia de permanência está atrelada ao transitório? A cerimônia do Shikinen Sengu, no Japão, pode ajudar a responder a essas perguntas.
A escassez de água é uma das situações mais degradantes que alguém pode enfrentar. E, no entanto, na Índia, um país que abriga 18% da população mundial, mas possui apenas 4% dos seus recursos hídricos, essa é uma luta recorrente, com um número significativo de famílias indianas tendo que lidar com a escassez de água diariamente.
Lá, o ciclo da água oscila entre extremos. Monções severas e períodos de enchentes se transformam em secas implacáveis, tornando cada vez mais difícil controlar e preservar os recursos hídricos. Embora a maioria das ações em larga escala se concentre nas consequências para os setores agrícola e de produção, o resultado também é percebido no nível individual das residências. Assim, ações cumulativas em pequena escala oferecem um caminho possível para os cidadãos mitigarem o problema.
A biofilia, ou amor à vida e à natureza, é um conceito que tem inspirado arquitetos ao redor do mundo a criarem espaços que se conectam de forma profunda com os elementos naturais. Esses projetos arquitetônicos buscam reintroduzir estes nos ambientes construídos, resultando em espaços que promovem o bem-estar, a saúde, a inspiração e, até mesmo, a produtividade. No caso brasileiro, as possibilidades são ainda maiores, visto o clima e a vegetação exuberante que encontramos nos diversos biomas presentes no país. Neste artigo, exploraremos sete projetos de distintos programas que abraçam o conceito, e possibilitam uma simbiose entre arquitetura, humanos e natureza.
A pontuação do índice global deste ano voltou aos dias pré-Covid-19, sugerindo que o mundo se recuperou quase totalmente da pandemia. Classificando as condições de vida em 173 cidades com base em estabilidade, cuidados de saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura, a pesquisa sugere que atualmente "a vida nas cidades está um pouco melhor do que em qualquer outro momento dos últimos 15 anos", embora as pontuações de estabilidade tenham caído em média em 2023, devido a conflitos, crises políticas, protestos sociais, inflação e guerras.
Quando se trata de fachadas, há muitas opções a serem consideradas para definir a aparência e a mensagem que um edifício busca transmitir. Enquanto superfícies envidraçadas trazem sofisticação e remetem ao mundo corporativo, o concreto aparente sobriedade e a madeira aconchego, poucos materiais são tão versáteis quanto o HPL (laminado de alta pressão) para fachadas. Com uma ampla variedade de dimensões, cores e texturas, esses painéis se adaptam facilmente a diferentes estilos arquitetônicos, proporcionando uma infinidade de possibilidades criativas.
Um ambiente árido remete a regiões específicas caracterizadas por uma severa falta de água disponível e condições climáticas extremamente secas. Por definição, as regiões áridas são as que recebem menos de 25 centímetros de chuva por ano. Na imensa vastidão dos ambientes áridos, onde climas extremos trazem grandes desafios, o papel da água na arquitetura assume uma nova dimensão.
Por séculos, arquitetos e designers inventaram técnicas, tecnologias e novas estruturas para lidar com paisagens desérticas áridas e a necessidade de água. Além disso, é preciso criatividade para aproveitar, coletar e resfriar a água em ambientes áridos.
A falta de água potável e saneamento adequado é uma problemática que ainda afeta milhões de pessoas em todo o mundo e, mesmo no século XXI, uma grande parcela da população ainda carece de pleno acesso a tais recursos básicos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam que cerca de 3 em cada 10 pessoas, o equivalente a 2,1 bilhões de pessoas em todo o mundo, não possuem acesso à água potável em casa, e cerca de 60% da população global, não tem acesso a sistemas de saneamento adequados e geridos de forma segura, mesmo os que residem em áreas urbanizadas.
Arquitetura é um negócio. Quer os arquitetos admitam abertamente ou não, administrar um escritório de arquitetura funciona como qualquer outra empresa. As empresas – e seus fundadores, líderes e partes interessadas – são influenciadas pelas forças da economia do mundo real. Você não pode fazer folha de pagamento com amor ao trabalho.
Em nosso sistema econômico atual, as empresas devem considerar a lucratividade para poder pagar a seus funcionários um salário digno, operar de forma sustentável e ética e continuar oferecendo seus serviços.
É fácil se sentir perdido e ansioso em um ambiente novo. Mesmo com a qualidade dos aplicativos de mapas via satélite, ainda nos estressamos quando nosso mapa mental do lugar onde estamos falha.
Enquanto os mapas digitais nos ajudam a encontrar a rota mais rápida pelas ruas, quando nossa necessidade de direção é mais urgente — como encontrar o departamento certo em um vasto campus hospitalar, o alívio de um banheiro em um aeroporto ou a plataforma certa 30 segundos antes do trem partir — mesmo com a tecnologia IPS inovadora, as interfaces digitais ainda ficam em segundo plano em relação às placas bem posicionadas ou outras soluções mais intuitivas.