A organização internacional sem fins lucrativos World Habitat, em parceria com a UN-Habitat, anunciou os Prêmios World Habitat 2024. Eles visam destacar projetos que demonstram abordagens inovadoras e transformadoras para as moradias, incorporando princípios de adaptação às mudanças climáticas e soluções orientadas para a comunidade. Neste ano, foram selecionados oito projetos, dos quais dois foram reconhecidos com o Prêmio Gold World Habitat.
Arquitetura emergencial: O mais recente de arquitetura e notícia
Prêmio World Habitat 2024 reconhece iniciativas habitacionais que capacitam as comunidades
Yasmeen Lari planeja construir um milhão de residências resistentes a inundações no Paquistão até 2024
Após as intensas enchentes que afetaram o Paquistão em 2022, a arquiteta Yasmeen Lari, da Heritage Foundation of Pakistan, comprometeu-se a auxiliar na construção de um milhão de casas resilientes no país. Em 2022, 33 milhões de pessoas foram deslocadas, e estima-se que 500.000 residências tenham sido destruídas ou gravemente danificadas. Em setembro de 2022, a ONG de Lari lançou um programa para iniciar a reconstrução e auxiliar as comunidades a se protegerem contra futuros desastres. O programa baseia-se na experiência de Lari em trabalhar com as comunidades e utilizar materiais de construção vernaculares e locais para criar estruturas resilientes e sustentáveis. De acordo com a Heritage Foundation of Pakistan, um terço da meta já foi alcançado.
Como as cidades podem criar resiliência frente aos desastres naturais
À medida que o mundo luta contra os efeitos das mudanças climáticas, desastres naturais como inundações e a propagação de incêndios incontroláveis estão cada vez mais ameaçando as cidades e seus habitantes. Embora a arquitetura e o urbanismo não possam evitar esses eventos, há estratégias para minimizar os danos associados a esses eventos e ajudar a proteger os cidadãos. Eventos trágicos ao longo do último ano, como o terremoto que atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria em fevereiro deste ano ou o terremoto mais recente no oeste do Afeganistão, as inundações e o rompimentos de barragens na Líbia, e os incêndios que devastaram a cidade de Lahaina, no Havaí, demonstram a urgência de implementar medidas preventivas e de mitigação, além de criar procedimentos para intervenção de emergência. Este artigo explora as estratégias e recursos disponíveis para arquitetos e urbanistas enfrentarem esses desafios em três tipos de desastres naturais: enchentes, incêndios florestais e terremotos.
Cidades e sítios do patrimônio são destruídos pelo terremoto no Marrocos
Na sexta-feira, 8 de setembro, um terremoto de magnitude 6,8 atingiu a cordilheira do Alto Atlas, no Marrocos. O epicentro se localiza a apenas 72 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a quarta maior cidade do país e um destino turístico popular. O terremoto é o mais forte a atingir a região central do país em mais de um século. Estimativas apontam que o número de vítimas passa de duas mil e há ainda mais feridos, mas, como várias cidades e vilas permanecem inacessíveis nas montanhas, estima-se que esse número aumente. Além do impacto humano, vários lugares históricos, incluindo sítios da lista de Patrimônio Mundial da UNESCO, foram afetados, e testemunhas oculares nas encostas das montanhas relatam que várias cidades remotas foram completamente destruídas, de acordo com a CNN.
DAGOpen OÜ vence concurso para projetar residência unifamiliar para a crise da Ucrânia
O escritório DAGOpen OÜ venceu recentemente o concurso de projeto de arquitetura para residências ucranianas com sua proposta "Hata". A competição convidou 17 escritórios estonianos e ucranianos para desenvolverem "um projeto padrão para pequenos grupos de residências unifamiliares modernas a serem construídas na Ucrânia".
Shigeru Ban apresenta protótipo de habitação temporária para vítimas do terremoto na Turquia e Síria
Shigeru Ban Architects, em colaboração com a ONG Voluntary Architects’ Network, desenvolveu uma versão aprimorada da habitação temporária projetada para ajudar as pessoas afetadas pelo recente terremoto na Turquia e Síria. O novo protótipo representa uma atualização do sistema de tubos de papelão implantado no noroeste da Turquia após o terremoto de 1999. Esta nova versão leva em consideração questões de eficiência e a necessidade de minimizar o tempo de construção no local.
Estética da ruptura: os efeitos das mudanças abruptas na paisagem urbana
Espaços públicos desempenham um papel significativo na organização de cada comunidade, mas definir o que os diferencia de outros espaços da cidade não é uma tarefa fácil. Uma vez que esses espaços começam a se instalar na memória coletiva das comunidades locais, tornam-se elementos-chave que concentram a imagem mental de uma cidade. Enquanto esse processo geralmente acontece com espaços urbanos, monumentos e elementos arquitetônicos isolados também podem se tornar marcos para a vida urbana de uma determinada região. Então, o que acontece quando eventos catastróficos como incêndios, guerras ou mesmo a pandemia alteram essa imagem?
Shigeru Ban cria sistema de divisórias de papel em abrigos emergenciais para refugiados ucranianos
A guerra na Ucrânia continua e o número de refugiados aumentou para 5 milhões, de acordo com a ONU. Reconhecido por seu envolvimento em ajuda humanitária, Shigeru Ban e a ONG Voluntary Architects' Network estão implementando um sistema de divisórias de papel (PPS) para abrigos emergenciais na Ucrânia e países vizinhos, projetado para fornecer alguma privacidade aos refugiados ucranianos. Desde o início de março, o PPS foi instalado na Polônia, Eslováquia, França e Ucrânia, por Shigeru Ban Architects e VAN, em colaboração com arquitetos locais e estudantes voluntários.
Além da Sobrevivência - Um Espaço Seguro para Mulheres e Meninas Rohingya / Rizvi Hassan
-
Arquitetos: Rizvi Hassan
- Área: 204 m²
- Ano: 2019
Quando arquitetos se mobilizam em tempos de crise
Nos últimos meses, a comunidade de arquitetura vem tentando trazer sua contribuição para a luta contra a pandemia. A disseminação global dessa crise pode ter desencadeado um esforço coordenado e, mais visível, mas não é a primeira vez que os profissionais se mobilizam em momentos de crise. Ao longo dos anos, desastres naturais e emergências fizeram com que vários arquitetos se envolvessem em iniciativas de auxílio a desastres, bem como em uma ampla gama de ações humanitárias. Neste artigo, analisaremos diferentes ocasiões em que arquitetos e iniciativas contribuíram de forma significativa, ajudando as comunidades afetadas a superar as dificuldades.
A arquitetura da cura: situações de emergência e recuperação
A arquitetura pode funcionar tanto como cura quanto como bem estar. Seja como um espaço capaz de minimizar a transmissão de doenças, ou simplesmente proporcionando um espaço tranquilo para o consolo, as construções do nosso dia-a-dia moldam diretamente a nossa experiência. Em situações de emergência, a arquitetura opera como um espaço da saúde e abrigo. À medida que os arquitetos continuam a repensar os projetos de habitação e necessidades humanas básicas, eles também estenderam seu foco para o bem-estar mental, físico e espiritual.
Campos de refugiados: de assentamentos temporários a cidades permanentes
Segundo dados veiculados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mais de 70 milhões de pessoas têm sido forçadas à abandonar suas casas ao longo dos últimos anos devido a conflitos, violência e catástrofes naturais, sendo que 26 milhões destas são consideradas refugiados de guerra. Em um contexto tão crítico, não podemos apenas continuar pensando em números. É preciso considerar, em primeiro lugar, que cada unidade desta conta representa uma vida – seres humanos que precisam de ajuda. Portanto, chegou a hora de superarmos este permanente estado de perplexidade e partirmos para a ação, isso porque situações como esta não se resolvem da noite para o dia – elas podem durar uma vida inteira. Na atual conjuntura, campos de refugiados não mais podem ser vistos apenas como estruturas temporárias, e é exatamente ai que os arquitetos podem fazer a diferença.
Quando lidamos com crises humanitárias provocadas por conflitos armados, não estamos falando de um fenômeno passageiro. Trata-se, na maioria dos casos, de um caminho sem volta. De fato, segundo o próprio Comissariado das Nações Unidas do Quênia, de todas aquelas pessoas que se veem forçadas a abandonar os seus países de origem ––e têm a felicidade de encontrar um lugar para viver––, “a maioria delas passam mais de 16 anos vivendo em estruturas temporárias.”
5 Organizações que usam a arquitetura como resposta a emergências
A arquitetura pode ser uma ferramenta de transformação social, e a crença nesta afirmação é o que motiva o trabalho de muitas ONGs dedicadas à construção de moradias em comunidades carentes, promovendo a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico além de proporcionar uma maior resiliência destas pessoas e comunidades. Essas organizações costumam operar em duas grandes fretes: assistência em situações emergenciais e estratégias de desenvolvimento sócio-econômico – sendo que muitas delas procuram atuar em ambas frentes. Neste artigo procuramos elencar algumas das principais fundações que têm se dedicado à arquitetura de emergência ao longo dos últimos anos, destacando seu papel em recentes crises humanitárias assim como de que maneira podemos colaborar para fortalecer estas rede de assistência humanitária em tempos de crise.
O uso da pré-fabricação em 6 projetos emergenciais ao redor do mundo
A noção de situação emergencial abrange uma série de cenários contemporâneos que vão desde desastres naturais a situações de extrema pobreza ou isolamento por conflitos sociais e políticos. Em todos os casos, o caráter de suspensão da normalidade e afloramento das mais básicas necessidades para a manutenção de uma qualidade de vida digna se tornam os motes para pensar alternativas de desenho rápidas e eficientes que ofereçam uma resposta a este tipo de situação de urgência.
Como a participação comunitária pode ajudar na reconstrução arquitetônica e urbana pós-desastres
Os conceitos de autonomia, colaboração e participação têm ganhado destaque no âmbito da arquitetura e urbanismo em práticas realizadas por comunidades em conjunto com arquitetos, urbanistas e designers. Em um período no qual o número de desastres climáticos tem aumentado significativamente – a quantidade dobrou nos últimos 40 anos segundo relatório divulgado em 2016 pelo CRED (Centre for Research on the Epidemiology of Disasters) –, somado a conflitos e outras tragédias, a demanda por reconstrução de habitações e da infraestrutura nas localidades atingidas têm crescido simultaneamente. Este fator tem demandado um grande esforço colaborativo para a reconstrução arquitetônica e urbana.
Os projetos humanitários de Shigeru Ban
Shigeru Ban, Premio Pritzker de 2014, é conhecido pelo seu uso inovador de materiais assim como pela sua abordagem compassiva em seus projetos. Por um pouco mais de três décadas, Ban, fundador da Voluntary Architects Network, também aplicou seu extenso conhecimento em materiais recicláveis, principalmente papel e papelão, para construções de alta qualidade, abrigos de baixo custo para vítimas de desastres em todo o mundo – Ruanda, Haiti, Turquia e Japão, são alguns dos países que receberam seus projetos.
Projeto "A arquitetura como direito humano" de EA-HR é premiado na Bienal do Chile
Na recente XX Bienal de Arquitetura e Urbanismo do Chile denominada "Diálogos Impostergables", a organização internacional fundada pelo arquiteto chileno Jorge Lobos, Arquitectura Emergencia y Derechos Humanos (EA-HR.ORG), obteve o Prêmio MASISA pela Melhor Proposta Profissional.