Na semana passada, a Hassell apresentou o masterplan de Habitat Lunar, um conceito modular para uma base na lua. Desenvolvido em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Universidade de Cranfield, o projeto visa contribuir para a formação do primeiro assentamento humano permanente na lua. Vários arquitetos renomados já contribuíram anteriormente para a exploração espacial por meio da arquitetura. Desde Buckminster Fuller até Foster + Partners, BIG e SOM, o catálogo arquitetônico no espaço exterior tem visto muitos avanços. Representando um grande passo à frente na exploração interplanetária, este masterplan da Hassell espera apoiar o desenvolvimento de uma comunidade na lua.
Arquitetura espacial: O mais recente de arquitetura e notícia
Como a arquitetura e o design na Terra podem ajudar a planejar a vida em Marte
O fundador da SpaceX e fã de ficção científica, Elon Musk, está tentando tornar o sonho das viagens espaciais uma realidade científica. "A fim de salvaguardar a existência da humanidade", explica ele, "precisamos nos tornar uma civilização multiplanetária." Musk diz que está focado em garantir a construção de um segundo lar em outro lugar no espaço, e está de olho em Marte. E ele não está sozinho, claro. O recém-lançado Moon to Mars Architecture Concept Review da NASA é um “estudo das ferramentas e das operações necessárias para missões humanas à Lua e Marte”, que pode levar a descobertas científicas de longo prazo e, finalmente, à ocupação de outros lugares do espaço.
Mas há um longo caminho a ser percorrido antes de chegarmos lá – e não apenas os 60 milhões de quilômetros (distância média até Marte). O maior desafio para a habitação e eventual colonização de Marte é a própria humanidade e nossa indecisão. Muitos de nós questionamos por que deveríamos investir tanto de nossa energia – tanto esforço quanto recursos – em tal tarefa, quando há muitos assuntos mais urgentes para resolver aqui na Terra?
Pavilhão do Chipre explora sustentabilidade social na Bienal de Veneza 2023
O Pavilhão de Chipre na Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia anunciou o tema de sua mostra: os primeiros assentamentos Neolíticos de Khirokitia. A exposição usa essas comunidades como ponto de partida para discutir desafios de sustentabilidade social em um contexto humanístico e cultural. A mostra tem curadoria de Petros Lapithis, Lia Lapithi, Nikos Kouroussis e Ioanna Ioannou Xiari.
Como a arquitetura pode contribuir com projetos de ocupar a Lua e Marte?
De estruturas infláveis e impressas em 3D a habitats inteiros, a arquitetura desempenha um papel inédito nas missões de exploração do espaço. Como a NASA pretende a longo prazo enviar pessoas para explorar a Lua e Marte por meio das missões Artemis e CHAPEA, novas tecnologias são necessárias para enfrentar os desafios únicos de viver e trabalhar fora do nosso planeta. Em resposta a esses desafios, figuras como Buckminster Fuller, Foster + Partners, SOM e BIG-Bjarke Ingels Group, em colaboração com empresas emergentes como ICON e SEArch+, ampliaram o repertório arquitetônico do espaço sideral.
Na última atualização, a NASA concedeu à empresa de Austin ICON um contrato para continuar a Olympus em parceria com o BIG-Bjarke Ingels Group. O projeto ajudará a construir infraestruturas como plataformas de pouso, habitats, cápsulas e estradas na superfície lunar e em Marte, usando tecnologia de construção aditiva baseada em extrusão (impressão 3D) e materiais locais como o regolito lunar. O contrato vai até 2028 e colabora com Artemis, uma missão de exploração humana de longo prazo da Lua.
NASA e AI Space Factory desenvolvem estrutura lunar impressa em 3D
A NASA e a AI Space Factory desenvolveram o LINA (Lunar Infrastructure Asset), um posto avançado impresso em 3D in situ para proteger os astronautas em suas missões críticas na Lua. O projeto faz parte da Relevant Environment Additive Construction Technology (REACT), uma colaboração de vários anos para desenvolver tecnologias para construções na superfície lunar dentro do prazo da Missão Artemis: o retorno da humanidade à Lua. O LINA é um passo para expandir a civilização ao satélite natural da Terra e explorá-lo de forma sustentável, minimizando o impacto humano.
A estética da era espacial: influenciando a arquitetura e os interiores
O surgimento da energia nuclear, avanços dramáticos no desenvolvimento de foguetes e o desejo de ser o primeiro a colocar homens no espaço e na lua deram início a uma era conhecida como a "Era Espacial". Após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, tanto os soviéticos quanto os aliados se encontraram em um estado de antagonismo, pois ambos começaram a lutar para avançar na exploração espacial antes do outro, uma corrida pelo espaço. A era daria lugar a rápidos avanços na tecnologia e grandes realizações, incluindo o pouso na Lua em 1969. A estética da Era Espacial mudou completamente a forma como os designers visualizavam o novo mundo e deixou uma marca dramática na arquitetura e nos interiores. Uma nova visão de futurismo e prosperidade.
O retorno do Superstudio e da ideologia anti-arquitetura
Nos anos 1960, Cristiano Toraldo di Francia e Adolfo Natalini, então estudantes de arquitetura da Universidade de Florença, assumiram um posicionamento pungente e questionador em relação à disciplina da arquitetura, despertando uma onda revolucionária que viria a se espalhar rapidamente por toda a Europa. Inspirados em histórias de fantasia e ficção científica e buscando encontrar respostas para os principais problemas de sua época, a dupla que se autodenominava Superstudio, buscou continuamente reinventar o próprio significado do que é ser um arquiteto. Os projetos desenvolvidos pelos dois logo chamaram a atenção da comunidade internacional de arquitetos, uma abordagem que ficaria conhecida como “anti-arquitetura”, uma estratégia concebida para direcionar as atenções não para o conteúdo formal dos projetos em si, mas para o campo do debate político, elaborando críticas ferrenhas ao capitalismo e ao idealismo modernista. Em suas propostas, o Superstudio propunha edifícios e cidades onde os seres humanos parecem se desconectar do tempo, do lugar onde vivem e principalmente, das necessidades impostas por uma sociedade baseada em consumo de massa.
SOM e a Agência Espacial Europeia buscam soluções para habitações na lua
A empresa SOM (Skidmore, Owings & Merrill) assinou um memorando de colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA), de modo a aprofundar suas pesquisas existentes para a Comunidade Lunar. Assinado em Paris, por Colin Koop, parceiro de design da SOM, e Johann-Dietrich Wörner, diretor-geral da ESA, o anúncio foi feito no início deste mês.
A nova corrida espacial: seis desafios ao projetar estruturas extraterrestres
A corrida espacial pode parecer um desafio puramente técnico, relacionado apenas ao universo da tecnologia e da engenharia. Historicamente, a arquitetura do espaço esteve focada principalmente no desenvolvimento de projetos para estações espaciais ou bases não tripuladas para a exploração de outros planetas, quase sempre encomendados e financiados pelas principais agências espaciais como a ESA (Europa) ou a NASA (EUA). Entretanto, ao longo dos últimos anos, esta tendência tem começado a mudar. A corrida espacial tem atraindo um espectro cada vez maior de profissionais (como arquitetos e sociólogos), bem como uma variada gama de diferentes empreendedores e investidores (nem sempre bem-intencionados). Diversas áreas do conhecimento estão juntando forças por um interesse em comum: a nova corrida espacial.
São diversos fatores que têm contribuído para esta mudança: o desenvolvimento de novas tecnologias, o crescente aumento da população mundial e as crises climáticas que a cada ano se tornam mais frequentes. Estas condições desfavoráveis acabaram por criar um cenário perfeito para que os seres humanos voltassem a se interessar pela vida no espaço, não apenas como uma solução, mas como uma urgência. A medida que essa tendência continua a ganhar força, novas possibilidades começam a aparecer (NEOM), bem como novas organizações de apoio à pesquisa espacial (como a SATC e a SICSA). Embora ainda não tenhamos botado o pé em Marte sequer uma única vez, há pelo menos uma dezenas de projetos em andamento que pretendem estabelecer colônias humanas no planeta vermelho (tenhamos como exemplo o projeto MARS-ONE ou o Mars City Science).