Hoje, quando imaginamos um espaço coberto, provavelmente um teto estruturado por uma laje de concreto é a imagem que nos vem na cabeça. Também hoje, quando pensamos em concreto, surge um leve desconforto na possibilidade de utilizá-lo em construções, visto os levantamentos que apontam como ele contribui para a crise climática e danos ao meio ambiente. Ampliar nosso repertório para técnicas vernaculares e tradicionais pode ser uma boa alternativa neste cenário. E, neste sentido, as coberturas naturais surgem como uma ótima solução. Utilizadas por muito mais tempo que o concreto para abrigar os humanos, elas ainda são pouco atribuídas a edificações contemporâneas, apesar de estarem alinhadas com muitas das qualidades que buscamos num projeto: materiais biodegradáveis, portanto, mais sustentáveis, apelo estético e conforto térmico.
Biodegradável: O mais recente de arquitetura e notícia
Coberturas naturais: alternativas sustentáveis para construções modernas
Mexicano transforma alga em blocos de construção como solução para infestação em praias
Periodicamente, a costa de Quintana Roo, no México, sofre fortes infestações de sargaço, uma alga marinha comum em regiões tropicais. Isso representa um grande problema para os habitantes locais, que ano após ano têm se dedicado exaustivamente à limpeza das praias durante a temporada de abril a agosto. A causa do sargaço ainda é desconhecida, mas algumas teorias ligam sua ocorrência à mudança climática e às mudanças no Oceano Atlântico. Atualmente, a Organização Não-Governamental Red de Monitoreo del Sargazo de Quintana Roo monitora a presença da alga na região e, de acordo com seu mais recente levantamento, há 22 locais com presença excessiva destes seres.
A simplicidade e conforto das coberturas de palha em 13 restaurantes vietnamitas
Empregar materiais naturais biodegradáveis é uma das estratégias ambientais mais eficientes da construção civil atualmente. Embora alguns possam considerá-la passadista, é uma maneira fácil e acessível de promover uma arquitetura ecológica. A implementação de telhados de palha é um excelente exemplo de solução construtiva sustentável e, ainda, eficiente em termos de conforto ambiental.
8 Materiais biodegradáveis que o setor da construção civil precisa conhecer
Na arquitetura, estamos tão envolvidos na criação de coisas novas que muitas vezes esquecemos o que acontece no final do ciclo de vida de um edifício - a infeliz e inevitável demolição. Podemos querer que nossos prédios sejam atemporais e vivam para sempre, mas a dura realidade é que eles não são. Então, para onde espera-se que todo o lixo vá?
Assim como a maioria dos resíduos não recicláveis, eles acabam nos aterros e, como a terra necessária para esse tipo de infraestrutura torna-se um recurso cada vez mais escasso, precisamos encontrar soluções alternativas. Todos os anos, apenas no Reino Unido, 70 a 105 milhões de toneladas de resíduos são criados a partir da demolição de edifícios, e apenas 20% disso é biodegradável, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Cardiff. Com um projeto inteligente e uma melhor percepção dos materiais biodegradáveis disponíveis na construção, cabe a nós, arquitetos, tomarmos as decisões corretas durante toda a vida útil de um edifício.
Pavilhão é projetado para retornar à natureza, degradando-se após cumprir sua função
Os edifícios de concreto que construímos são um sinal de progresso arquitetônico? Os projetos de habitação em extinção, os shopping centers abandonados e os projetos urbanos pouco conhecidos são mais frequentemente condenados a uma vida de vazio após cumprir sua finalidade. O concreto permanece e se transforma em uma lembrança persistente do que antes era um símbolo da ambição moderna. Os estádios e seus legados, em particular, estão sob alto escrutínio de como suas estruturas gigantes acabaram depois do fim dos jogos, com poucos estádios olímpicos que realizam transições de sucesso na vida cotidiana. Com uma nova abordagem para a sustentabilidade, o pavilhão Shell Mycelium faz parte de um manifesto para uma tomada mais crítica sobre a construção civil. Segundo os arquitetos: "Criticamos essas escolhas políticas inconscientes, através dos edifícios vivos, que surgem da natureza e retornam à natureza, como se nunca tivessem existido".
O Shell Mycelium Pavillion é uma colaboração entre BEETLES 3.3 e Yassin Areddia Designs e oferece uma alternativa ao design consciente através de estruturas temporárias. Localizado no espaço do Projeto MAP no Armazém Holandês, o pavilhão formou parte da Bienal de Kochi Muziris 2016 na Índia. Leia mais para obter mais informações dos arquitetos:
Estudantes criam um pavilhão biodegradável para o Sukkahville 2014
No concurso anual de projeto Sukkahville, que acontece em Toronto, os participantes são desafiados a reimaginar o sukkah, uma estrutura descrita pelos organizadores do concurso como um "abrigo que simboliza a fragilidade e a transitoriedade da vida", tradicionalmente construído durante o festival Judeu do Sukkot para comemorar os 40 anos que os judeus passaram vagando pelo deserto. Para o concurso de 2014, os estudantes de New Jersey Michael Signorile e Edward Perez propuseram o "Reflect.Reveal.Rebirth", uma estrutura que responde ao desafio de criar um espaço transitório de contemplação a partir de uma pele biodegradável.