Em um esforço para encontrar estratégias eficazes para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas, a administração de Biden-Harris divulgou um rascunho de uma nova iniciativa legislativa que se esforça para impor uma Meta Nacional para Edifícios de Emissão Zero. Supervisionado pelo Departamento de Energia dos EUA (DOE), o rascunho propõe uma base padronizada e verificável para definir as condições mínimas comuns para tais edifícios, bem como caminhos para verificações transparentes por entidades públicas e privadas. O DOE lançou agora uma "solicitação de informações" pedindo feedback da indústria, academia, laboratórios de pesquisa e outros interessados antes de finalizar o documento.
Carbono Neutro: O mais recente de arquitetura e notícia
Estados Unidos planejam estabelecer meta nacional para edifícios de emissão zero
Conclusões da COP28: pontos-chave para reduzir as emissões na arquitetura e na construção
A COP28, ou a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, foi realizada em Dubai entre 30 de novembro e 13 de dezembro. O encontro anual reuniu representantes de 198 países, bem como líderes da indústria, para discutir e estabelecer estratégias para limitar a extensão das mudanças climáticas e seus efeitos adversos. O objetivo final dessas reuniões é encontrar maneiras de limitar o aumento da temperatura global em menos do que 1,5 graus Celsius em comparação com os tempos pré-industriais. No momento, o aumento da temperatura global já está em 1,2 graus Celsius. Como a indústria da construção em geral responde por 39% das emissões globais, arquitetos e urbanistas têm especial interesse nos resultados desta cúpula internacional.
BIG divulga projeto da "Mindfulness City" que une patrimônio histórico e o futuro do Butão
O BIG divulgou recentemente o projeto da cidade de Gelephu, um masterplan que se inspira na cultura do Butão, seus princípios de felicidade e seu patrimônio espiritual. Durante o 116º Dia Nacional do Butão, o Rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck apresentou os projetos para o futuro centro econômico do país. Desenvolvido em colaboração com a Arup e a Cistri, o plano adere aos padrões sustentáveis do primeiro país do mundo a apresentar índices negativos de emissão de carbono.
Edifícios neutros em carbono são caros?
A descarbonização do setor da construção já não é uma escolha, e sim, uma necessidade. À medida que as nações se esforçam para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa até 2050, está cada vez mais claro que os padrões de construção atuais não vão longe o suficiente para promover mudanças tangíveis. Alcançar metas climáticas requer que as economias defendam medidas que impulsionem a neutralidade de carbono, ao mesmo tempo em que gerenciam os custos associados de forma eficaz. Como as estratégias de desempenho neutro em carbono impactariam os custos de construção?
Carbono incorporado no setor imobiliário: a contribuição oculta para as mudanças climáticas
A janela para resolver a mudança climática está se estreitando; qualquer solução deve incluir o carbono incorporado. O Sexto Relatório de Avaliação publicado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) concluiu que o mundo poderia emitir apenas 500 gigatoneladas a mais de dióxido de carbono, contados a partir de janeiro de 2020, se quisermos ter 50% de chance de ficar abaixo de 1,5 grau. Somente em 2021, o mundo emitiu cerca de 36,3 gigatoneladas de carbono, a maior quantidade já registrada. Estamos no caminho para estourar nosso orçamento de carbono nos próximos anos e, segundo o relatório, “as escolhas e ações implementadas nesta década terão impactos agora e durante milhares de anos.”
BIG apresenta projeto de ilha experimental autossuficiente para marca de roupas canadense
O escritório BIG fez uma parceria com a marca de roupas Vollebak para criar uma proposta de ilha autossuficiente desconectada das redes de abastecimento de energia e água no Canadá. A Ilha Vollebak abrigará vários pavilhões construídos com materiais naturais e inovadores, como algas marinhas, concreto de cânhamo e concreto impresso em 3D, abastecidos por energia neutra em carbono. A ilha, localizada no porto de Jeddore, na Nova Escócia, será leiloada no Sotheby's Concierge a partir de 8 de junho. Os interessados disputarão a chance de serem donos da ilha e obterem direitos exclusivos sobre o projeto, incluindo a permissão de construí-los.
CARE, uma ferramenta digital para comparar as emissões de construções novas e de reuso
A reforma e a reutilização adaptativa têm estado na vanguarda do discurso arquitetônico nos últimos anos. Isso demonstra que a profissão está cada vez mais consciente de seu impacto no meio ambiente e das oportunidades de reaproveitar o que já foi construído. A Architecture 2030 lançou recentemente o CARE, ou Carbon Avoided Retrofit Estimator, uma nova ferramenta digital que permite que arquitetos, proprietários e comunidades quantifiquem a reutilização adaptativa. Ao inserir um conjunto simplificado de informações do projeto, como metas de energia e possíveis intervenções na construção, os usuários podem estimar rapidamente as emissões operacionais de carbono geradas pelo uso do edifício e as emissões de carbono incorporadas que estão vinculadas aos materiais de construção empregados.
Arquitetura e planejamento urbano podem combater as mudanças climáticas?
As mudanças climáticas têm sido um dos tópicos mais urgentes deste ano, e por um bom motivo. Seus efeitos são visíveis não apenas em habitats naturais, mas também em ambientes urbanos. A indústria da construção civil tem um papel importante nesta dinâmica. Ao longo do ano, eventos como a COP27 enfatizaram a importância dos esforços para zerar as emissões líquidas e os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento afetados por desastres naturais, cada vez mais devastadores. Possíveis direcionamentos rumo ao desenvolvimento incluem ações em vários estágios e escalas, desde a otimização de espaços verdes para controle de calor urbano até o uso de materiais de construção locais e inovadores para minimizar a pegada de carbono, ou a aprovação de leis que ajudam a criar ambientes urbanos e naturais mais sustentáveis.
Este artigo representa um resumo de artigos publicados no ArchDaily durante o ano de 2022 com temas relacionados às mudanças climáticas e o potencial da arquitetura para fazer a diferença. Ele divide o tópico em quatro questões principais: O que as cidades estão fazendo para mitigar o calor urbano? Como enfrentar o aumento do nível do mar? O que foi a COP27 e por que ela é importante? Os materiais de construção podem ajudar a atingir esses objetivos? A última seção apresenta um panorama das novas legislações aprovadas ao longo de 2022, como forma de entender como os governos estaduais e municipais estão impondo essa necessidade de mudança.
Aeroporto abandonado em Atenas será transformado no maior parque costeiro da Europa
O Aeroporto Internacional de Atenas foi desativado em 2001 e levou duas décadas para o governo local reunir fundos e estabelecer diretrizes para transformar os 242 hectares (600 acres) não utilizados no maior parque costeiro da Europa. O escritório de arquitetura Sasaki está liderando o projeto de transformação para criar o Parque Metropolitano Ellinikon, que contará com diversos equipamentos de uso público e um centro cultural para a cidade de Atenas.
Foster + Partners divulga projeto para um dos maiores empreendimentos em madeira de Londres
O escritório Foster + Partners divulgou o projeto para um novo empreendimento de uso misto no centro de Londres. O edifício está localizado na Queensway, em frente à famosa loja de departamentos Whitley, que também está sendo requalificada pela Foster + Partners como parte de um projeto de renovação urbana. Chamado de The William, em homenagem a William Whiteley, o fundador homônimo dos famosos Whiteleys, o projeto inclui seis pavimentos de escritórios, lojas e 32 unidades residenciais, 11 das quais terão preços acessíveis.
O significado da COP27 para a arquitetura e a indústria da construção
A Conferência das Partes das Nações Unidas de 2022, também conhecida como COP27, foi realizada entre 6 e 18 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, no Egito. A conferência contou com mais de 90 chefes de estado e cerca de 35.000 representantes, ou delegados, de 190 países. Essas conferências têm como objetivo encorajar e orientar os países a tomarem medidas efetivas contra as mudanças climáticas. Embora abordem mais questões, o ambiente construído é reconhecido por desempenhar um papel importante na garantia de que as metas de sustentabilidade sejam alcançadas.
XZero City é a proposta de cidade inteligente auto-suficiente do Kuwait
O Kuwait está planejando um empreendimento de 1.600 hectares que fornecerá unidades residenciais, empregos e comodidades para 100.000 moradores. Desenvolvido pela URB, o ambicioso projeto visa promover um estilo de vida sustentável de alto padrão, mas com baixo impacto no meio ambiente. O plano diretor da cidade inteligente foi projetado para otimizar a densidade e a distribuição de comodidades para criar uma cidade caminhável, além de otimizar a proporção de espaços verdes. Isso ajudará a mitigar os efeitos do aumento das temperaturas e o efeito da ilha de calor urbano. Os sistemas de transporte verde e as ciclovias tornarão a cidade livre de carros, à parte de um anel viário que permite acesso limitado de veículos. A cidade também promove uma economia circular que visa proporcionar segurança alimentar e energética aos moradores.
10 Startups que estão criando materiais de construção inovadores e sustentáveis
A indústria da construção é uma das maiores poluidoras do mundo, com algumas pesquisas dizendo que 38% de todas as emissões de CO2 estão ligadas a ela. Como resposta, arquitetos, designers e pesquisadores estão tomando medidas para reduzir sua pegada de carbono durante e após a construção. Muitas iniciativas atuais se mostram interessadas em analisar materiais de construção para encontrar soluções de baixo carbono e reduzir os impactos da profissão.
Um dos campos de pesquisa mais proeminentes diz respeito à biofabricação, um tipo de processo que envolve o uso de organismos biológicos para a confecção de materiais. Ao se compreender as habilidades de organismos como algas de fungos, materiais amplamente utilizados poderão ser substituídos por alternativas de carbono neutro ou até carbono negativo. Outras iniciativas buscam, ainda, novas maneiras de usar recursos inexplorados, mas prontamente disponíveis, como areia do deserto, terra ou resíduos de demolições.
Nova ferramenta baseada na web ajuda arquitetos no planejamento climático de edifícios sustentáveis
A EHDD lançou recentemente a ferramenta Early-Phase Integrated Carbon (EPIC), um novo aplicativo gratuito baseado na web desenvolvido para que os arquitetos definam metas e estratégias para reduzir as emissões de carbono nos projetos e construções. A ferramenta visa preencher uma lacuna no processo de avaliação do ciclo de vida e permitir aos projetistas identificar as medidas de maior impacto no início da concepção do projeto. Ao mesmo tempo, outros recursos como Tally e EC3 são vistos como cruciais mais tarde no desnvolvimento.
"Para mudar a forma que construímos, precisamos todos participar": nossos leitores opinam sobre arquitetura neutra em carbono
É fato conhecido que a indústria da construção civil está entre os maiores produtores de CO2. Embora muito progresso tenha sido feito em tecnologia e em processos de projeto e construção, ainda há um longo caminho a percorrer para minimizar ou quase zerar as emissões de carbono no desenvolvimento de ambientes construídos.
Redesenhando o caminho para uma arquitetura neutra em carbono: entrevista com CO Adaptive Architecture
A crise climática reformulou a arquitetura contemporânea. A sustentabilidade se tornou uma força orientadora importante no projeto e, por sua vez, os arquitetos estão repensando como devem construir. Para o escritório CO Adaptive Architecture, abordar a crise climática começa com uma prática orientada a processos. Juntos, Ruth Mandl e Bobby Johnston criaram uma empresa que incorpora como uma abordagem baseada em valores pode abordar as questões mais urgentes de nosso tempo. O resultado é uma arquitetura elegante e impactante trazida à vida com equilíbrio e finesse.
Jardins verticais podem contribuir para uma arquitetura neutra em carbono?
Um edifício neutro em carbono é alcançado quando a quantidade de emissões de CO2 é equilibrada por iniciativas positivas para o clima, de modo que a pegada líquida de carbono ao longo do tempo seja zero. Considerando sua capacidade inigualável de absorver CO2, plantar árvores é muitas vezes visto como a melhor solução de compensação de carbono. Mas à medida que as cidades se tornam mais densas e a quantidade de espaço horizontal disponível para áreas verdes reduz drasticamente, os arquitetos têm sido forçados a explorar outras abordagens. Para enfrentar esses desafios climáticos e conectar as pessoas à natureza, as paredes verdes externas tornaram-se uma tendência crescente em cidades cada vez mais verticais. Embora haja pesquisas para afirmar que estes podem impactar positivamente o meio ambiente, muitos questionam se eles podem realmente contribuir para uma arquitetura neutra em carbono. A resposta pode ser bastante complexa, mas parece apontar para: até certo ponto através de um bom projeto.
O que podemos aprender sobre Carbono Zero com a obra de Lelé?
A política do Carbono Zero tem como intuito criar uma espécie de balança ecológica para neutralizar a emissão de gases do efeito estufa. Diversos estudos relatam que o setor da construção civil é um um dos principais responsáveis pelo desequilíbrio no qual nos encontramos atualmente, afinal, consome recursos naturais em escala gigantesca e ainda constrói edifícios que não colaboram com a manutenção do meio ambiente. Sendo assim, buscar por caminhos para uma arquitetura neutra em carbono se tornou fundamental e um deles está em aprender com mestres do passado, como o arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, o Lelé.