As teorias em evolução do design urbano buscam reformular como as cidades são construídas e vivenciadas. Com uma crescente empatia em relação às necessidades de diversos grupos, o design urbano queer representa uma mudança abrangente e holística na compreensão da identidade e da comunidade nos espaços públicos. Essa abordagem desafia os métodos tradicionais - que costumam ser rígidos - de planejamento urbano ao aplicar os princípios da teoria queer, que valoriza a fluidez e a interconexão. Em comemoração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+ de 2024, o ArchDaily explora os fundamentos do "design urbano queer" para influenciar práticas mais inclusivas no planejamento das cidades.
Desenho Urbano: O mais recente de arquitetura e notícia
As grades do condomínio são para trazer proteção? O dilema dos prisioneiros urbanos
Acredito que muitos leitores aqui passam pelo mesmo, digamos, “constrangimento” que eu: basta sairmos da nossa “bolha” e a defesa de questões urbanísticas que, para nós, parecem óbvias (como a necessidade de eliminação de grades e muros, a adoção de fruição pública, de permeabilidade visual, uso misto e fachada ativa, por exemplo), sempre esbarra no mesmo obstáculo — a falta de segurança pública.
Como a Holanda se tornou o país das bicicletas
Os Países Baixos, chamados coloquialmente de Holanda, são sinônimo de suas bicicletas, elemento icônico do panorama urbano da cidade. A integração dos ciclistas com veículos automotores muitas vezes surpreende os visitantes.
A ligação dos holandeses com as bicicletas é visível nas estatísticas: em 2021, 84% da população da Holanda utilizava bicicletas diariamente. Em Amsterdam, esse número chega a cerca de 63% da população, demonstrando uma forte preferência pelo veículo. Em contrapartida, apenas 7% dos brasileiros optam pela bicicleta como meio de transporte principal.
Projetando quadras urbanas para crianças
Alguma vez você já parou para refletir em como o espaço é visto, sentido e usufruído a partir da altura de 95 cm? Pensar um desenho urbano que incorpore a escala da criança é fundamental para criar cidades mais inclusivas, saudáveis e seguras, uma vez que componentes desenhados para acolher essas necessidades tendem a atender melhor a todos que os usam, o que inclui desde adultos às pessoas idosas ou com deficiências. Um dos elementos urbanos que são fundamentais para essa discussão, e para a reflexão dos planejadores, são as quadras, espaços que abrigam diversas possibilidades de uso e apropriação nas cidades, e que podem ser modificadas e pensadas de diversas formas, o que inclui estratégias para que possam ser mais adaptadas ao universo infantil.
Afinal, para que servem as calçadas?
Passados 21 anos da aprovação da lei federal do Estatuto da Cidade, que regulamentou o capítulo de “Política Urbana” da Constituição Brasileira, e resultou na elaboração de diversos planos diretores para as cidades do século XXI com mais de 20 mil habitantes e na oportunidade de revisão de uma série deles, parece-me oportuno despertar nossos radares sensoriais para um tema de extrema relevância para todas as cidades e que vimos colecionando enorme dificuldade em lidar: nossas calçadas!
Refiro-me a diversos aspectos relativos a seu uso e finalidade, seus mecanismos regulatórios, sua manutenção e seu desenho... Vamos a eles!
Benefícios de ativar o espaço público ao redor do mundo
O espaço público urbano é, e deve continuar sendo, um ambiente para manifestação social, cultural e política. Estudos como o da ONU-Habitat reconhecem que espaços públicos acessíveis, seguros e inclusivos são meios reais para a abreviação da desigualdade urbana.
Além disso, idealizando estes espaços como uma “sala de estar”, é esperado que eles sejam funcionais e adaptados a todos, para que os usuários se sintam “convidados” a permanecer, utilizar e cuidar. Ao longo das últimas duas décadas, espaços públicos abertos (ruas, cruzamentos, largos, praças, parques etc.) têm sido alvo de ativações e experiências estratégicas e táticas.
Desenho urbano em grelha: a arte esquecida de fazer cidades
A locomoção em algumas cidades pelo mundo é mais simples de compreender, assim como achar um endereço sem o GPS não se torna uma tarefa tão difícil, mesmo para quem visita um lugar pela primeira vez. O desenho dos municípios ajuda a explicar essa sensação que determinadas localidades transmitem. Espaços urbanos projetados em grelha (ou grid, do original em inglês), como Barcelona (Espanha), Nova York, Chicago e Phoenix (EUA) e Toronto (Canadá), por exemplo, no qual as vias se cruzam formando ângulos retos — compondo um mapa parecido com uma grade — facilitam a orientação dos indivíduos e otimizam a utilização dos ambientes.
Como criar cidades acessíveis para crianças
Ao estudar e viajar por cidades do mundo inteiro, uma das cenas urbanas mais marcantes que vi foi uma praça em Tóquio cheia de crianças uniformizadas, brincando durante seu intervalo escolar. A praça tinha apenas uma cerca baixa, mas pessoas diversas (como eu) podiam se misturar e interagir em meio às crianças. A independência infantil no Japão é mundialmente conhecida e foi recentemente retratada na série “Old Enough” do Netflix, onde crianças com menos de 6 anos fazem tarefas fora de casa, sozinhas, sem os pais. Para um morador de Tóquio talvez sejam cenas corriqueiras, mas para alguém com outro referencial urbano, é imediata a pergunta “como isso é possível?”, tão distante é da realidade da maior parte das nossas grandes cidades.
Prêmio reconhece projetos que transformam as cidades em “caminháveis”
No Brasil, mais de 80% da população vive em ambientes urbanos e o modo de locomoção principal nas cidades é o caminhar, que representa 39% dos deslocamentos diários, segundo a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). Se considerarmos que os deslocamentos por transporte público terminam e começam a pé, o caminhar está presente em cerca de 67% dos deslocamentos diários. Já sendo a mobilidade à pé a realidade dos brasileiros, o que falta? Melhorar as estruturas das cidades para que elas sejam mais “caminháveis”.
Uma metrópole fluvial: projeto para a Bacia Hidrográfica do Lageado em São Paulo
Rios urbanos, nas suas diferentes escalas, podem ser eixos estruturadores de uma urbanização com qualidade ambiental urbana. O objeto deste artigo, que se baseia em conceitos desenvolvidos pelo Grupo Metrópole Fluvial, é a Bacia Hidrográfica do córrego Lageado, situada no extremo leste do município de São Paulo e parte do município de Ferraz de Vasconcelos. O Tietê, rio para onde confluem as águas dessa bacia, o Lageado e seus afluentes estabelecem três escalas de rios e de urbanização, que comportam programas distintos relacionados aos usos da água: da navegação e energia, no âmbito regional, ao parque fluvial do bairro, passando pelo abastecimento, drenagem, energia e irrigação.
5 Mitos sobre a redução da velocidade do trânsito urbano
Cidades em todo o mundo podem salvar milhares de vidas todos os anos por meio de medidas bastante simples: a moderação do tráfego e a gestão das velocidades. Readequar os limites de velocidade veicular nas vias urbanas é uma das iniciativas destacadas pela ONU e a OMS para que países cumpram a meta de reduzir à metade as mortes e lesões graves no trânsito até 2030.
Vagas de garagem: inimigas das moradias baratas
Uma pesquisa do Journal of Transport and Land Use (JTLU), publicada no começo de 2022, revelou que 37% dos proprietários de casas unifamiliares de Sacramento, na Califórnia (EUA), não guardavam os automóveis em suas garagens. Esses espaços acabaram virando depósitos ou grandes closets, como compara a pesquisadora Catie Gould em artigo do Instituto Sightline. Apesar de ser o retrato de uma cidade, os dados estão alinhados com informações obtidas em uma série de estudos mundiais que apontam a ociosidade dos estacionamentos nas residências. Em São Francisco, também na Califórnia, um levantamento verificou que 49% das 97 vagas de garagens analisadas no bairro Mission District não eram utilizadas para guardar veículos, exemplifica Catie.
Fortaleza testa faixa que ilumina pedestre durante travessia
Fortaleza, capital do Ceará, acaba de implantar um modelo inteligente de iluminação para faixa de pedestre. Instalado na rotatória da Praça Portugal, ao meio do cruzamento de duas importantes vias da cidade, o sistema pode contribuir para a redução de acidentes de trânsito.
Composto por inteligência artificial, o sistema é capaz de identificar a presença humana a partir do movimento. Quando a iluminação dinâmica é ativada, feixes de luz pairam sobre quem caminha, do início ao fim da travessia na faixa de pedestre. A luz ajuda a visibilidade do motorista, sobretudo no local em que o sistema foi instalado: onde há a circulação de veículos em curva.
Mais novo parque de São Paulo na margem do Rio Pinheiros apresenta problemas de acessibilidade para quem chega a pé
Localizado em uma das áreas mais urbanizadas de São Paulo, o Parque Bruno Covas Novo Rio Pinheiros será o maior parque linear da cidade, acompanhando toda a margem oeste do rio. Inaugurado em 2022, o primeiro trecho com 8,2 km conta com diversas atrações, como ciclovias, playgrounds, áreas para piqueniques e trilhas. Apesar disso, as pessoas que moram ao lado do rio desconhecem que a área é aberta ao público e que é possível usufruir do espaço, ainda que passem com frequência nas pontes sobre ele.