Antes da abertura da Trienal de Arquitetura de Sharjah 2023, em 11 de novembro, os organizadores divulgaram detalhes de novas comissões e intervenções site-specific que abordarão os temas gerais da edição deste ano, que tem como tema A beleza da impermanência: uma arquitetura de adaptabilidade. Com curadoria da arquiteta Tosin Oshinowo, o evento busca explorar as inovações nascidas das condições de escassez no Sul Global e as formas como as culturas colaboram, adaptam-se, reutilizam e apropriam-se de recursos para avançar em direção a um futuro mais resiliente e equitativo. Arquitetos, designers e escritórios foram convidados a contribuir com instalações e projetos a serem exibidos por toda a cidade e no deserto adjacente. Os trabalhos buscam responder a um dos três conceitos-chave do evento: contextualização renovada, políticas de extração, e corpos intangíveis.
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Trienal de Arquitetura de Sharjah 2023 apresenta novas instalações site-specific e adaptáveis
Beirute, um ano depois: reconstrução cívica em uma nação devastada
Há um ano, no dia 4 de agosto de 2020, a terceira maior explosão não nuclear já registrada na história devastou metade da cidade de Beirute, destruindo o porto e a porção leste da capital libanesa. Uma das maiores tragédias urbanas dos tempos modernos, matou mais de 200 pessoas, feriu milhares e deixou cerca de 300 mil desabrigados, danificando mais de 80 mil estabelecimentos comerciais, residenciais e públicos. Sentida em países vizinhos, a explosão gerou cerca de US$ 15 bilhões em danos materiais — tudo isso em tempos de Covid-19, crise política, agitação social e colapso econômico.
Um ano depois, pouca coisa mudou. Apenas ficou mais difícil para a população de Beirute. Um ano depois, tudo na cidade ainda os lembra daquele dia. As principais questões permanecem sem resposta, nenhum resgate ou plano de ação foi colocado em marcha por instituições governamentais; na ausência completa do Estado, a sociedade civil se mobilizou para assumir com suas próprias mãos os esforços de reconstrução.