O Arquicast conversa com um dos mais instigantes e renomados arquitetos brasileiros, Eduardo Longo. Descrever a obra de um profissional é um desafio complexo, especialmente quando falamos de uma figura como ele, cujo trabalho se destaca por uma negação aos princípios estabelecidos em sua época, buscando constantemente inovações e experimentações na arquitetura.
Eduardo Longo: O mais recente de arquitetura e notícia
Experimentação formal e pré-fabricação: entrevista com Eduardo Longo
As residências de Eduardo Longo: utopia e experimentação
Descrever a obra de um arquiteto é, por vezes, um trabalho árduo. Pontuar a produção pelos diferentes quesitos a qual o conjunto está atrelado é sujeito a categorizações no quadro contextual inserido. No caso de Eduardo Longo, parece haver distinção a este aspecto, uma vez que o trabalho do arquiteto apresenta certa negação aos princípios presentes na época na busca por experimentações. Ingressando em 1961 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, deparou-se com um momento particular da arquitetura brasileira: a formação da chamada “Escola Paulista” e também junto a instabilidade no quadro político nacional, pelo processo inicial da ditadura militar no Brasil e construção da capital do país.
Enquanto estudante, afastou-se dos cânones da Escola Paulista na busca de experimentação e desenvolvimento de novas discussões. É neste cenário que, no quarto ano da academia, Longo desenha a Casa de praia Mar Casado, projeto destinado a seus tios e altamente criticado pelo corpo docente e estudantes, decorrente da “forma independente de interpretar a arquitetura” [1] e conformação estrutural – que incorporava um desenho não ortogonal, com ângulos agudos e obtusos junto à cobertura multifacetada –, não se adequando ao brutalismo paulista. Mesmo em meio às críticas, o projeto viria a ser construído e receber reconhecimento por sua relevância pelo crítico de arte Pietro Maria Bardi em 1967, na Revista Domus em 1968 e instituído ao livro de Yves Bruand em 1981 [2].
Clássicos da Arquitetura: Seis Casas de Arquiteto
Relembre as seis residências de arquiteto que publicamos nas últimas semanas.
Palestra com Eduardo Longo no Studio-X Rio
Nesta terça-feira, 23 de setembro, o Studio-X Rio recebe o arquiteto Eduardo Longo para uma palestra sobre sua trajetória profissional. Amplamente conhecido pelo projeto da Casa Bola - descrita por Rem Koolhaas como "uma das experiências arquitetônicas mais fortes da minha vida" - o arquiteto paulista soma cinquenta anos de uma carreira particular, alimentada pela investigação e pelo desafio aos limites da profissão.
VISITA GUIADA: Casa-Bola de Eduardo Longo
Exposição audiovisual sobre a Casa Bola, de Eduardo Longo, construída na década de 70, no Jardim Europa. Com diâmetro de 8 metros, a casa de ferro-cimento serviu como o protótipo para uma produção em série. Moradia do próprio arquiteto, é um contínuo campo de experimentação até hoje e representa um exemplo de radicalidade na arquitetura brasileira.
X Bienal de Arquitetura de São Paulo no MCB apresenta exposições que promovem o debate sobre os modos de habitar
Em sua 10ª edição, a Bienal de Arquitetura de São Paulo ocupa uma rede de espaços culturais para discutir questões urbanísticas sob o tema “Cidade: modos de fazer, modos de usar". O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, integrará o sistema expositivo conectado por meio do transporte público, com programação que promove o debate sobre os modos de habitar.