O organização Think Space, com sede em Zagreb, Croácia, se dedica, dentre outras coisas, a organiza competições de arquitetura que visam expandir as noções tradicionais da disciplina. No ano passado a organização promoveu um ciclo de três competições organizadas por Ethel Baraona Pohl e César Reyes Najera sobre o tema "Money" (dinheiro), cada uma com um subtema a ser explorado: Territórios; Cultura e Sociedade; e Meio Ambiente.
Com este terceiro artigo finalizamos a série de postagens, “Detroit: Mais leve, mais rápido, mais barato, a regeneração de uma cidade”. Para ler as postagens anteriores clique nos seguintes links: Parte I e a Parte II
O futuro da cidade de Detroit: a criação de uma estrutura conceitual para a Regeneração LQC (Lighter, Quicly, Cheaper / mais leve, mais rápido e mais barato)
Detroit tem trabalhado duro na construção de uma estrutura conceitual que sirva de base para a revitalização da cidade. O projeto “Detroit Future” influenciou o Plano Diretor de Detroit Future City (DFC) no início de 2013, originando a partir disso um documento forte, íntegro e inovador, destinado a servir de guia para a remodelagem da cidade nos próximos 50 anos. Também se converteu na base conceitual na qual está se erguendo um importante esforço de Placemaking em toda a cidade.
O urbanismo tático é a criação de projetos urbanos de baixo custo, rápidos de construir e temporários, com o objetivo de atrair pessoas e gerar um tráfego de pedestres no centro das cidades.
Em San Diego, nos Estados Unidos, uma organização está levando adiante um projeto que visa a ocupação de espaços urbanos. O terreno foi cedido pelo proprietário com a condição de “valorizar a comunidade” e a organização do projeto consultou a comunidade para saber o que eles gostariam de ver no novo espaço.
Em 2009, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, fechou parte da Avenida Broadway para os carros e instalou praças temporárias com o objetivo de aumentar a segurança para os pedestres e diminuir o congestionamento de veículos. A medida foi implementada como um experimento e se tornou um sucesso, assim, em fevereiro de 2010, tornou-se permanente entre as avenidas 42 e 47.
Desde então se passaram mais de 4 anos e a Times Square já se consolidou como um local de pedestres onde transitam diariamente 400 mil pessoas e se realizam grandes eventos todos os anos. Contudo, em consequência disso tem se desgastado, de modo que os departamentos de Projeto e Construção e de Trânsito da cidade contrataram o escritório de arquitetura norueguês Snohetta para desenvolver um projeto urbano para aumentar e melhorar o mobiliário da região e aumentar o espaço para pedestres.
Veja as medidas do projeto e mais imagens na continuação.
O artista britânico Luke Jerram, o mesmo que no final do ano passado instalou 20 pianos nas ruas de Santiago com sua intervenção “Play me, I’m yours”, lançou uma campanha de financiamento coletivo para intervir na Park Street, uma das principais avenidas de Bristol (Reino Unido), com um tobogã d’água de 90 metros de comprimento.
Caso consiga apoio, o município fecharia a avenida aos carros no dia 4 de maio como parte do programa “Make Sundays Special”, para os interessados possam escorregar pelo tobogã e desfrutar da cidade a partir de uma experiência mais divertida e inusitada.
LA-Más é uma organização estadunidense sem fins lucrativos que se dedica a desenvolver diversos projetos de design que promovem a cultura e a sustentabilidade em bairros vulneráveis.
A Diretora de Impacto Social de LA-Más, Helen Leung, é urbanista e recentemente trabalhou com o Coletivo das Artes do Valee Elysian de Los Angeles para projetar um plano de sinalização ao redor do rio da cidade, que está descuidado. Embora a cidade esteja fazendo seu próprio sistema, é preciso esperar alguns meses para que o projeto do coletivo se mantenha até que o plano municipal esteja pronto.
Tendo isto em vista, Leung fez uma lista de sete formas de baixo custo e de alto impacto que ajudariam a transformar os espaços vazios, até que se decida o que fazer com eles.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinou nesta quarta-feira, 16 de abril, o decreto que regulamenta a criação dos parklets na cidade, espaços temporários de lazer instalados sobre vagas de estacionamento em espaços públicos destinadas aos automóveis. Haddad visitou o novo espaço localizado na rua Padre João Manuel, nos Jardins, que ganhou novos assentos, floreiras e paraciclos. A iniciativa tem como objetivo humanizar e democratizar o uso da rua e desenvolver espaços de convivência que possam proporcionar aos pedestres maior interação social.
Uma das últimas intervenções do coletivo Boa Mistura foi realizada no Mercado de la Cebada, um dos locais mais emblemáticos do bairro de La Latina, em Madri.
O prédio onde funciona o mercado tem uma história que começou há 144 anos, quando foi inaugurado o mercado de alimentos que o converteu em um dos lugares mais representativos para seus vizinhos. O telhado é composto por seis cúpulas de ferro que o diferem das construções adjacentes, no entanto, nos últimos anos, as cúpulas já refletiam a passagem do tempo, tornando-se opacas e em mal estado de conservação.
Por esta razão, o grupo escolheu este lugar para o seu trabalho "Llena la vida de COLOR” que é feito a partir do que já é uma marca deste grupo: devolver a alegria aos lugares através da cor.
Veja as imagens e saiba como foi realizada a intervenção, a seguir.
A primeira parte de “Detroit: Mais leve, mais rápido e mais barato. A regeneração de uma cidade” pode ser lida aqui.
O foco nas atividades e nos usos do espaço público são as estratégias que atraem habitantes de toda a região de Detroit ao centro da cidade. Segundo Gregory, mais de um bilhão de dólares investidos no setor imobiliário tem reflutuado a área ao redor do Campo de Marte em menos de uma década. E Gregory, que iniciou sua carreira trabalhando no entorno empresarial da indústria automobilística na cidade de General Motors antes de unir-se ao DDP, é rápido em apontar que o Parque do Campo de Marte foi o resultado do investimento privado com consciência cívica, um presente para a cidade no aniversário de seus 300 anos, este sim, diretamente ligado à construção do novo edifício da sede de Compuware, quando a empresa de tecnologia decidiu se mudar para o centro.
O caminho entre a casa e a escola é um dos primeiros contatos das crianças com sua cidade. Dependendo de como o fazem - a pé, de carro, de bicicleta ou em algum transporte público - altera o que sabem de seu entorno e como o vêem, como mostrou um estudo feito pela Universidade de Aarhus (Dinamarca). A pesquisa demonstrou que uma criança que vai ao colégio a pé ou de bicicleta sabe mais de seu bairro e tem níveis de concentração mais elevados durante as quatro horas seguintes em comparação com outras crianças que vão de carro.
Aproxima-se um dos momentos mais esperados do XX Congresso Brasileiro de Arquitetos (XX CBA) – que acontece neste mês, de 22 a 25 de abril, em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará. Com nove importantes nomes da arquitetura, do Brasil e de outros países, o grupo temático “Espaço Público e Mobilidade” promete enriquecer o debate sobre o direito à cidade, na perspectiva do planejamento urbano. As inscrições com valores especiais seguem até o dia 11 de abril e se aplicam a estudantes, sócios do IAB e para grupos.
Saber quantas pessoas estão em um lugar em tempo real é uma informação muito útil para se ter uma noção de quanto um indivíduo pode demorar para realizar um trajeto antes mesmo de chegar ao seu destino. Em Nova York, isto pode ser visto há alguns meses com a utilização do aplicativo Placemeter, que combina dados de câmeras de segurança das ruas e dos uploads das fotos que as pessoas fazem de seus celulares.
Por enquanto, o sistema só utiliza os vídeos de 500 câmeras, gerando informação de certos setores da cidade. Contudo, quando o aplicativo tiver acesso a 3000 câmeras - quantidade total que há em Nova York - poderia ampliar a contagem de pedestres para a cidade toda, o que já foi criticado por aqueles que consideram que será uma perda de privacidade.
A melhor forma para que arquitetos e urbanistas possam projetar cidades habitáveis, ou seja, com espaços públicos pensados para os cidadãos, é observando o comportamento humano nas cidades. É assim que definem o arquiteto dinamarquês Jan Gehl e a especialista em espaços urbanos Birgitte Svarre em seu livro “How to Study Public Life”, onde resgatam a observação como uma prática que ajuda a entender por que as pessoas agem de certa maneira em determinados lugares, como estes espaços tornam isso possível e qual a relação das pessoas com um determinado lugar, entre outros temas.
Para observar o comportamento das pessoas nas cidades, os autores fizeram uma lista de sete ferramentas, citadas a seguir junto com alguns exemplos do livro.
A forma em que nos relacionamos nas nossas cidades tem sido modificada pela Internet, fazendo com que muitas vezes nos comuniquemos mais através desse meio do que pessoalmente. Com base nisso, o arquiteto italiano Paolo Francesco Ronchi desenvolveu seu projeto “Surfing Architecture 2.0” que busca entender como seria possível construir novos espaços que sigam as condições operativas da Internet e que consigam induzir as pessoas a se relacionarem cara a cara.
Uma das propostas incluída no projeto é o sistema de residências Inter-Active Dwelling que foi projetado para a parte leste de Bogotá (Colômbia). Como esse setor é caracterizado pela sua fragmentação urbana, a idéia é que as residências misturem espaços públicos, privados e divididos, como ocorre nas redes sociais da Internet, criando, assim, comunidades mais integradas.
A arquiteta restauradora e especialista em conservação do patrimônio Cristina Mampaso Cerrillos, compartilhou conosco o desafio Cinema America Occupato, que tem como objetivo frear a demolição do Cinema América no bairro central de Trastevere, em Roma. Trata-se de um cinema dos anos 50, no final do movimento moderno, símbolo de uma arquitetura pensada e desenhada para os sentidos e símbolo do auge e da decadência do cinema arte nessa cidade.
Como propriedade privada, seu dono desejar demolir o edifício a fim de construir apartamentos de luxo para turistas. O objetivo é conseguir que o edifício passe a fazer parte da "Carta per la Qualità" do planejamento metropolitano de Roma, que protege o patrimônio moderno. A situação é preocupante porque não é o único caso na cidade: no total são quase 120 salas de cinema, a maioria abandonadas o convertidas em multisalas. Um patrimônio moderno do século XX que vem sendo esquecido e apagado por uma Roma Imperial, mas que não é a Roma das pessoas.
As ruas, estações de metrô e alguns parques em Paris estão vendo sua paisagem se transformar em uma sala de exposições com a "OMG, Who Stole my Ads?" (Meu Deus, quem roubou meus anúncios?), uma intervenção do artista francês Etienne Lavie. Sua proposta é colocar pinturas clássicas francesas nas placas e outdoors de publicidade para não apenas reconquistar um lugar onde os cidadãos podem apreciar a arte, mas para permitir mais opções de apropriações dos espaços públicos.
A comunidade de La Morán se localiza em uma colina à oeste da cidade de Caracas, entre a Urbanización Casalta e a Avenida Morán. Sua extensão cobre uma superfície de 15.2 hectares que corresponde a Unidade de Planejamento Físico UPF 6 e as Unidades de Desenho Urbano UDU 6.6.
Com uma população de aproximadamente 8.000 pessoas - e apesar de contar com o apoio de valiosas organizações comunitárias e vários conselhos comunitários - La Morán está sendo seriamente afetada pelos riscos ambientais, falta de segurança, violência entre os jovens e a gravidez na adolescência. Os dois últimos estão relacionados com as escassas oportunidades de crescimento pessoal e de uso produtivo do tempo, instigando um conjunto de projetos enfocados no saneamento do ambiente e a criação de espaços públicos, que buscam servir como oportunidades de participação e trabalho para os jovens em risco.
Mais detalhe do projeto desenvolvido pelos arquitetos do Enlace Arquitecturaa seguir.
Este artigo foi escrito por Paula Ramón e Taylor Barnes e publicado originalmente no The New York Times com o título “Brazil’s Latest Clash With Its Urban Youth Takes Place at the Mall”
As imagens foram têm sido tão agressivas às elites brasileiras que a Presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com os principais assessores para elaborar uma resposta, enquanto que os proprietários de alguns shoppings centers obtiveram liminares judiciais para fechar suas portas: milhares de adolescentes e jovens, majoritariamente de periferias urbanas e organizados através de redes sociais, em passeios estridentes por alguns shoppings.