O maior evento de ficção científica do mundo, a Worldcon, acontecerá no Museu da Ficção Científica de Chengdu, projetado por Zaha Hadid Architects. Em construção, a edificação de 59 mil metros quadrados que sediará a 81ª Convenção Mundial de Ficção Científica e o Hugo Awards, será um vibrante centro de inovação e encontro para a “principal incubadora de escrita de ficção científica da China”. Com efeito, a cidade de Chengdu, com mais de 20 milhões de habitantes, está se transformando em um importante centro global de inovação e pesquisa científica.
Ficção Científica: O mais recente de arquitetura e notícia
Museu da Ficção Científica projetado por Zaha Hadid em Chengdu sediará a Worldcon 2023
A arquitetura de Star Wars: visualizações futuristas de uma galáxia muito, muito distante
Descrever visualizações arquitetônicas do futuro não é uma tarefa fácil, por isso faz muito sentido que os designers usem aspectos de nossa arquitetura existente como base para estes mundos fictícios. Apesar dos avanços recentes em termos de tecnologias de animação e CGI, ainda há uso substancial da arquitetura existente para fornecer elementos estruturais palpáveis ao filme.
Em termos de reciclagem de estética arquitetônica, elementos do passado e do futuro são frequentemente integrados para criar um estilo hibridizado, uma amálgama de temas retrô, distópicos, modernistas e futuristas. Desde o ressurgimento de antigas pirâmides e templos, até panoramas que lembram a cidade de Nova York, o visual varia de acordo com as diferentes noções de como será nosso futuro.
Desenhos de arquitetura: imaginando o futuro
O icônico desenho do Mausoléu para Newton, uma ilustração monocromática de Etienne-Louis Boullée; os desenhos experimentais de Lebbeus Woods, com cenas urbanas que evocam um futuro distante; ou os conhecidos desenhos da utópica Ville Radieuse de Le Corbusier. O desenho, assim como outras formas de representar arquitetura, sempre foram um meio útil para contemplar ideias arquitetônicas sobre o futuro. É fascinante olhar para esses desenhos futuristas feitos no passado.
Metaversos: da ficção científica ao "presente extremo"
Este ano marcou o 10.º aniversário do lançamento do primeiro episódio de Black Mirror. A série antológica de ficção científica distópica e onerosa, explora metaversos distorcidos de alta tecnologia, onde, segundo a IMDb, "as maiores inovações da humanidade e os instintos mais obscuros colidem". É por isso que esta série britânica, criada por Charlie Brooker para a Netflix, gerou reações diferentes entre os telespectadores. Embora apresentasse cenários futuros, a proximidade com os mesmos criava um certo sentimento de paranoia, medo e incerteza.
MAD divulga novas imagens do museu de George Lucas em Los Angeles
O Lucas Museum of Narrative Art, projetado pelo MAD Architects, teve suas obras iniciadas em Los Angeles, Califórnia. Fundado pelo criador de "Star Wars", George Lucas, e situado na porta de entrada para o Parque da Exposição da cidade, o projeto foi concebido como uma "nave espacial futurista" em meio a uma paisagem natural.
O interior do edifício foi projetado como uma caverna expansiva e aberta, inundada de luz natural pelas claraboias. Pelo menos US $ 400 milhões em peças serão alojados no museu, incluindo mais de 10.000 pinturas, ilustrações e objetos de filmes. O primeiro pavimento e a cobertura serão designados como áreas públicas para os visitantes se exercitarem, relaxarem e "experimentarem diretamente a natureza no meio ambiente urbano".
Cinema e Arquitetura: "O Doador de Memórias"
Muito antes da literatura juvenil se tornar uma tendência cinematográfica e estabelecer uma nova onda dentro dos mundos distópicos da ficção científica, Lois Lowry publicava seu livro The Giver”, em 1993. Sua história, como muitas outras, começava com o devaneio de um mundo perfeito onde a guerra e a dor haviam sido erradicadas para, de forma gradual descobrir que aquela realidade é somente um processo mecânico, um sistema quebrado onde a humanidade está inserida. O livro recebeu uma grande quantidade de prêmios e críticas positivas, adaptando-se ao teatro e tornando-se uma leitura obrigatória para crianças. O ator Bill cosby tratou de levá-lo aos cinemas em 1994, mas finalmente seria Jeff Bridges após vários de negociações que não somente concretizara o projeto, mas que também o protagonizara.
Com uma estética polida, o filme nos transporta até uma comunidade modelo, onde todos os aspectos da vida são positivos e onde todos os personagens convivem em harmonia. De imediato, salta aos olhos a falta de cor das imagens, um mundo preto e branco mas com uma estética muito moderna e tecnológica. Esta falta de pigmento, entretanto, não interfere nos seus protagonistas, e basta uma pincelada de cor para aclarar ao espectador que o que se vê é o reflexo do que na verdade percebem os protagonistas.
Cinema e Arquitetura: "Sleeper" (1973)
Após a estreia de "2001: Uma Odisseia no Espaço" em 1968, o cinema de ficção científica mudou de fantasias clássicas a representações mais maduras, palpáveis e cuja temática se centraria em futuros distópicos e pessimistas, nas quais o rumo da humanidade se tornaria duvidoso. A década de 70 se caracterizou pela consolidação desta tendência, encontrando nela um meio atrativo para denunciar os males da própria sociedade moderna. Através do exagero, o cinema tornaria-se uma advertência, um chamado de atenção diante de uma sociedade apática em busca de uma alternativa no modo de vida.
Ao mesmo tempo, dentro do campo da arquitetura e do urbanismo, vivia-se um momento decisivo a respeito do movimento moderno. Atormentada por dogmas, uma nova geração de arquitetos procurava opor-se a suas regras que impunham uma retangularidade agoniante e uma limitante nos métodos de desenho que a tornavam repetitivo, chato e carente de personalidade. Esta busca formal desembocava na arquitetura pós-moderna, cujo caráter vanguardista seria representado dentro do cinema para retratar mundos futuros.
Cinema e Arquitetura: "O Demolidor"
O cinema de ação clássico, caracterizado por altas doses de testosterona fílmica e um estilo impróprio encontrou o final da sua era no início dos anos 90. O gosto do público se concentrou nos filmes com efeitos especiais revolucionários, onde fantasias como “Jurasic Park” (1993) tornaram-se clássicos instantâneos no momento da sua estreia. Justo neste ano, onde se produziu o ponto de inflexão, vemos a estreia de “Demolition Man”. Apesar do mencionado anteriormente, sua acolhida entre o público foi boa, em grande parte pelo caráter irreverente e cômico que mostrava, quase como uma paródia, a fórmula clássica do cinema de ação, transportando-nos à um futuro pacífico onde somente os homens vindos do passado "bárbaro" da humanidade poderiam corrigir o rumo da mesma.
A premissa do filme, mesmo que simples, nos permite observar o processo de evolução da área metropolitana de Los Angeles. No presente (1996) nos mostra uma versão apocalíptica, uma cidade consumida pela violência e criminalidade onde somente a brutalidade policial consegue manter a ordem a preço de converter o território em um campo de batalha. Tal situação imaginária foi baseada no aumento da criminalidade na cidade e no ceticismo em encontrar uma solução clara para erradicá-la.
Cinema e Arquitetura: "As Crônicas de Riddick"
O personagem de Richard B. Riddick viu seu nascimento no ano de 2000 dentro do filme de baixo orçamento "Pitch Black", que mesmo com poucos recursos conseguiu captar a atenção do público e crítica através do seu estilo de humor negro e um universo espacial intrigante, que embora não fosse tão bem representado na tela, contextualizava a ação dentro do filme. Seu diretor, David Twohy teria a oportunidade de levar aos cinemas uma nova aventura do personagem de Riddick quatro anos mais tarde, dando à história um rumo inesperado.
Ao invés de criar um filme seguindo a fórmula do original, ele optou por uma expansão abrupta dos seus elementos, construindo um universo rico e palpável dentro da tela. Se no filme prévio contava-se com cenários limitados e elementos minimalistas, agora conta com uma arquitetura detalhista, intimista e exuberante, que tem tanto peso quanto os próprios personagens na história.
Cinema e Arquitetura: Corredores de ficção científica em 3D
O projeto pessoal do artista e pesquisador espanhol Serafín Álvarez gerou como resultado uma impressionante coleção de corredores presentes em mais de 150 filmes de ficção científica. Agora seu trabalho atingiu outro nível, levando estes espaços às três dimensões através de seu levantamento posterior modelado.
Os diferentes corredores foram montados para conformar o Maze Walkthrough, um cenário 3D que pode ser percorrido pelo usuário em tempo real, mostrando diferentes estéticas comuns ao gênero e intersectando os corredores para acentuar suas diferenças e contrastes. O resultado é um aplicativo que está entre a visualização arquitetônica e um jogo FPS (First-Person Shooter), no qual o usuário controla em primeira pessoa um avatar situado no interior do labirinto, podendo percorrê-lo com relativa liberdade de movimentos.
11 filmes imperdíveis do "Cinema e Arquitetura": utopia e cidades do futuro
Há vários anos o cinema tem se perguntado como serão nossas cidades no futuro e, na maioria dos casos, o panorama não é muito otimista. As projeções do que estamos fazendo hoje não parecem entregar um melhor pronóstico; a natureza tem sido devastada e a tecnologia ultrapassou o homem, as cidades aparecem desordenadas e caóticas... o ser humano está em segundo plano e foi minimizado frente a grandes arranha-céus e vias elevadas.
Até que ponto as cidades reais e as fictícias se aproximarão? Está nas nossas mãos a possibilidade de mudar o rumo?
Através das Lentes: Ficção Científica & Arquitetura
Pode-se pensar que, de todos os gêneros de filmes, a ficção científica seria o menos provável a apresentar edifícios reais. É evidente que os diretores de arte sempre buscam evitar conexões com elementos tão ligados à realidade, no entanto, existe, de certo modo, uma tradição em utilizar a arquitetura moderna como base para a criação de mundos cinematográficos fictícios.
A ficção científica apresenta uma peculiaridade: sua audiência acredita nos mundos que lhe são apresentados. Movimentos de câmera bem pensados, perspectivas e os materiais certos contribuem para isso. Além disso, a escolha de edifícios modernos reais - ao invés de cenários inteiramente construídos - contribui para a autenticidade e atmosfera destes filmes.
Saiba mais sobre o uso da arquitetura moderna em filmes de ficção científica como Blade Runner, Gattaca, Aeon Flux e outros, após o intervalo...