De acordo com Plínio, os médicos do imperador romano Tibério o instruíram a consumir uma fruta da família Cucurbitaceae todos os dias. Para cultivar frutos como melão e pepino o ano todo em sua ilha natal de Capri, Tibério dirigiu a construção de uma obra: “[Ele] havia levantado canteiros feitos em estruturas sobre rodas, por meio dos quais os frutos eram movidos e expostos ao calor total do sol; enquanto, no inverno, eles eram retirados e colocados sob a proteção de molduras 'envidraçadas' com pedra.”
História da arquitetura: O mais recente de arquitetura e notícia
A bizarra igreja brutalista que é mais arte do que arquitetura
Localizada em uma colina em Mauer, nos arredores de Viena, a Igreja de Wotruba foi o ponto alto da carreira do escultor Fritz Wotruba (o arquiteto do projeto, Fritz G. Mayr, é muitas vezes esquecido). Construída em meados da década de 1970, Mayr completou o projeto um ano após a morte de Wotruba, ampliando o modelo de argila do artista para criar uma escultura de concreto. Como pode ser visto nessas imagens por Denis Esakov, o resultado é um conjunto brutalista caótico que brinca com os limites entre arte e arquitetura.
TikTok: o novo aplicativo favorito de arquitetos e designers?
Em um mundo que já foi tão obcecado por imagens, ou por uma arquitetura que apenas servisse para alimentar o feed do “insta”, a ascensão do TikTok está criando uma reviravolta na forma como experimentamos e consumimos arquitetura. Em se tratando de números, podemos dizer que o TikTok já não é mais apenas uma modinha: só com a hashtag #architecture podemos acessar mais de 950 milhões de vídeos carregados, frequentemente utilizados para apresentar edifícios e obras de arquitetura segundo um tema ou interesse específico. Com a disseminação deste fenômeno, talvez estejamos assistindo ao fim da era do “edifício instagramável” e presenciando um momento em que o TikTok chegou para provocar uma transformação na maneira como nos conectamos e nos relacionamos com a arquitetura.
O nascimento dos movimentos arquitetônicos: onde estamos agora?
A arquitetura, e todos os aspectos do mundo do design, experimentou vários movimentos ao longo do tempo que definiram a maneira como nos expressamos por meio de edifícios, artes e outros meios. Criadas a partir de uma insatisfação com o status quo ou do surgimento de novas tecnologias, houve mudanças arquitetônicas particularmente notáveis e ideologias emergentes nos últimos 100 anos. Isso nos deixa com a pergunta - em que momento estamos agora e o que o caracteriza? Como iremos refletir retroativamente sobre este momento arquitetônico, e a pandemia de COVID-19 irá acelerar a inovação para nos levar à nossa próxima era de projeto?
Harvard removerá nome de Philip Johnson do edifício que projetou enquanto estudante
A Harvard Graduate School of Design (Harvard GSD) não se referirá mais a uma residência particular na 9 Ash Street em Cambridge como a “Philip Johnson Thesis House”. A partir de agora, esta casa, projetada e habitada por Johnson quando estava matriculado na Harvard GSD na década de 1940, será conhecida apenas por seu endereço físico.
Protestos públicos e o legado urbano do colonialismo e ditadura militar na Nigéria
Este artigo foi publicado originalmente em Common Edge.
Revoltada com a contínua onda de violência policial no país, a população da Nigéria decidiu se manifestar tomando as ruas da maioria das grandes cidades para protestar. Indignados com os métodos antiquados ainda utilizados pelas Forças Especiais Anti-Roubo (SARS), uma unidade policial criada em 1992 para combater assaltos à mão armada na Nigéria, os manifestantes anti-SARS estão solicitando a extinção da unidade conhecida por sua arrogância, assassinatos extrajudiciais, extorsão e inúmeros abusos contra os direitos humanos mais elementares.
Tragicamente, os protestos chegaram a um clímax brutal no último dia 20 de outubro. Homens armados—que muitos acreditam ter sido agentes do governo nigeriano—dispararam contra os manifestantes reunidos na Estação de Pedágio de Lekki na cidade de Lagos. Muitas pessoas ficaram feridas e o governo admitiu que duas pessoas foram mortas; grupos como a Anistia Internacional insistem que estes números são muito maiores.
Reimpressão de livro sobre Louis Kahn traz seus desenhos de volta ao alcance do público
Existem muitos livros sobre os edifícios do arquiteto americano Louis I. Kahn, incluindo aqueles de sua autoria. Mas seus desenhos fomentam um fascínio especial em seus colegas e fãs, o que explica por que o blog Designers and Books está lançando um Kickstarter para financiar a reedição de uma compilação de 1962 de seus esboços, que está fora de catálogo há décadas.
Criando projetos a partir de um olhar decolonial
Descolonizar. Provavelmente você já ouviu essa palavra, mas se não fizer ideia do que se trata, talvez possa imaginar que tem a ver com colonização. Nós brasileiros, conhecemos bastante o que é colonização: fomos colônia de Portugal por muito anos, falamos português, comemos bacalhau na Páscoa e somos em grande maioria católicos por conta disso.
Já entender a palavra descolonizar é compreender que a colonização não trouxe só heranças linguísticas, religiosas e culinárias, mas também envolveu muita exploração: culturas foram apagadas, líderes locais foram mortos, riquezas foram roubadas e memórias destruídas.
Quando foram inventadas as janelas de vidro?
Você já se fez essa pergunta? Pode parecer estranho imaginar, à primeira vista, que nem sempre tivemos janelas em nossas construções, nem tão pouco elas eram vedadas por um material transparente capaz de permitir a entrada de iluminação natural em recintos escuros ou de fazer uma barreira contra o frio: o vidro.
14 Cursos online sobre arquitetura para acompanhar durante a quarentena
Pouco mais de quatro meses após o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, e cerca de três meses e meio após os primeiros decretos da quarentena, muitas cidades ainda mantêm medidas restritivas como forma de promover o isolamento social. Apesar da recente flexibilização que alguns estados e municípios têm adotado, as mudanças no cotidiano de arquitetos e estudantes permanecem e a popularidade de atividades remotas, como os cursos online, tem crescido nos últimos meses.
Enquanto muitos escritórios de arquitetura se encontram diante de demandas reduzidas e obras paradas, estudantes estão com aulas interrompidas ou transferidas para a modalidade online. Com mais tempo livre, seja pela diminuição dos deslocamentos ou pela redução de atividades, estudantes e arquitetos têm buscado nos cursos online uma forma de aprimorar ou ampliar conhecimentos em ferramentas, programas e conteúdos teóricos.
A história da arquitetura: do Neolítico à Mesopotâmia e Egito Antigo
Até onde chega os antigos registros escritos da história da humanidade, a “pré-história” pode ser estabelecida em um período de tempo que vai de 35.000 a.C. até 3000 a.C. no caso do Oriente Médio e até 2000 a.C. na Europa Ocidental. Segundo o que foi possível observar, os construtores de outrora detinham um profundo conhecimento à respeito das condições ambientais e das necessidades físicas do ser humano em sua busca por abrigo. Inicialmente organizados em grupos ou tribos, humanos utilizavam estruturas construídas com pele e ossos de animais para se proteger da chuva e do sol, do frio e do calor assim como das ameaças do mundo exterior. Milhares de anos se passaram e as cabanas primitivas evoluíram para se tornarem estruturas complexas construídas em paredes de tijolos ou com solo compactado, assumindo formas geométricas pontuadas por aberturas responsáveis pela ventilação e iluminação natural dos espaços interiores.
Ao longo dos próximos meses, você poderá acompanhar aqui no ArchDaily uma série de pequenos artigos sobre a história da humanidade em busca de abrigo e como o habitat primitivo evoluiu para se transformar na arquitetura como a conhecemos hoje. Durante esta primeira semana, dedicaremos um pouco do nosso tempo para refletir sobre as estruturas das primeiras civilizações conhecidas pela humanidade: as Aldeias Neolíticas, a Mesopotâmia e o Antigo Egito.
Arquitetura transformada em narrativa: a reforma do Castello di Rivolli de Turim
Ainda que possamos reconhecer a sua enorme influência histórica, a Itália, enquanto país unificado, possui uma história surpreendentemente jovem. Durante séculos e séculos, a região esteve dividida entre cidades-estados extremamente poderosas e independentes (e conflitantes na maioria dos casos). Cada reino possuía sua própria identidade, cultura e influência regional. Alguns períodos históricos ficaram marcados eternamente na historia da humanidade. Roma é berço da história e da cultura ocidental e o coração de uma religião; Florença é o berço do renascimento e sinônimo de arte e arquitetura; e a agitada Milão é um dos principais centros de moda e design do mundo contemporâneo.
A história de Turim talvez seja um pouco menos romântica. A pequena cidade de Rivoli, na região metropolitana de Turim, não muito longe da fronteira entre a Itália e a França, estabeleceu-se como uma potência industrial. É onde nasceu a Fabrica Italiana Automobile Torino ou simplesmente, a FIAT. Turim é a casa de algumas das melhores e mais reconhecidas universidades da Itália; suas ruas estão repletas de obras de Pier Luigi Nervi, Mario Botta e Aldo Rossi. Mas, apesar de toda a glória de sua arquitetura moderna, talvez seja o Castello di Rivoli um de seus mais importantes exemplares.
Uma introdução a sete mulheres influentes e inovadoras da Bauhaus
Gropius, Mies van der Rohe, Albers, Klee, e Breuer são todos os nomes que lembram o excepcional talento artístico da escola Bauhaus. Mas um aspecto excepcional, ainda que menos conhecido da Bauhaus é que a escola de arte alemã experimental do início do século XX foi uma das primeiras instituições educacionais a aceitar abertamente mulheres qualificadas no programa.
Uma vez inseridas no programa, as mulheres não eram exatamente tratadas como iguais aos seus pares masculinos, mas em 1919 a aceitação dessas mulheres apaixonadas foi o início de uma onda de artesãs modernas que fizeram significativas contribuições, ainda que não tão reconhecidas, ao movimento Bauhaus. Uma introdução a sete dessas mulheres pode ser encontrada abaixo:
Um laboratório de arquitetura: a história das exposições mundiais
Exposições Mundiais têm sido importantes no avanço da inovação e do discurso arquitetônico. Muitos dos nossos monumentos mais amados foram projetados e construídos especificamente para as feiras mundiais, apenas para permanecerem como objetos icônicos nas cidades que os hospedam. Mas como as Expos já criaram marcos arquitetônicos tão duradouros, e esse ainda é o caso hoje? Ao longo da história, cada nova Expo ofereceu aos arquitetos uma oportunidade de apresentar ideias radicais e usar esses eventos como um laboratório criativo para testar inovações ousadas em tecnologia de projeto e construção. As feiras mundiais inevitavelmente encorajam a concorrência, com todos os países se esforçando para dar o melhor de si a qualquer custo. Essa carta branca permite que os arquitetos evitem muitas das restrições programáticas das comissões diárias e se concentrem em expressar ideias em sua forma mais pura. Muitas obras-primas como o Pavilhão Alemão de Mies van der Rohe (mais conhecido como o Pavilhão de Barcelona), para a Exposição Internacional de Barcelona de 1929 são tão dedicadas à sua abordagem conceitual que só poderiam ser possíveis no contexto de um pavilhão de exposições.
Reunimos algumas das mais importantes Exposições Mundiais da história para observar mais de perto o impacto delas no desenvolvimento arquitetônico.
Estudantes de arquitetura da Somália preservam digitalmente o patrimônio construído de seu país - antes que seja tarde demais
Desde o início da guerra civil em 1991, as paisagens política e arquitetônica da Somália, no Leste da África, têm sido instáveis. Enquanto os centros urbanos do país, como a capital Mogadíscio, ostentam um tecido diversificado de mesquitas históricas, cidadelas e monumentos ao lado de estruturas cívicas modernistas, as décadas de conflito resultaram na destruição de muitas estruturas importantes. E, embora a luta tenha diminuído substancialmente nos últimos anos, o futuro do patrimônio arquitetônico do país ainda está longe de alguma segurança.
Em resposta a isso, estudantes de arquitetura somali residentes no Reino Unido, Itália e Estados Unidos se uniram para criar o Somali Architecture, um projeto de pesquisa que arquiva e "reconstrói" digitalmente estruturas icônicas por meio de modelos 3D. O objetivo é “preservar a identidade e a autenticidade” da Somália por meio de sua arquitetura - existente e destruída. “Queremos que cada construção icônica do passado seja reinterpretada para um futuro mais coerente”, dizem os estudantes.
Veja a seguir uma seleção das estruturas que a Somali Architecture descobriu e reconstruiu até agora.
Conheça a arquitetura iraniana através de 10 sítios históricos
Como remanescente de um império outrora abrangeu quase toda a área da Grécia à China, o Irã está cheio de maravilhas históricas. Devido à atual situação política do país, ele não é exatamente um destino turístico visado e, portanto, muitas destas maravilhas permanecem escondidas do resto do mundo. Tal como acontece com qualquer edifício histórico, cada um dos dez lugares listados abaixo contém uma rica história dentro de seus espaços. No entanto, a história do Irã é excepcionalmente complexa, com dinastias e governantes cuja influência se estendeu para além do Irã moderno. Estes locais, portanto, são memórias físicas da rica cultura que forma a base do povo iraniano hoje, apesar da mudança radical na esfera política do país após a Revolução de 1979. Locais sagrados para os zoroastrianos, por exemplo, ainda são visitados e lembrados, apesar das restrições impostas pelo governo iraniano. As essências desses lugares oferecem oportunidades para aprender e simpatizar com a história do Irã, além do que ouvimos nas notícias.
Brasileiro cria sobreposições fascinantes de estilos arquitetônicos no "Projeto Piranesi"
Impulsionado por uma intriga nas ruínas da arquitetura romana, o arquiteto e fotógrafo brasileiro Olympio Augusto Ribeiro realizou uma análise comparativa fascinante de gravuras arquitetônicas de Giovanni Battista Piranesi e as cenas tal como estão hoje. Ao viajar para cada uma dessas obras italianas, Ribeiro conseguiu recriar o ângulo original dos desenhos de Piranesi, criando uma composição entre a fotografia e o desenho para criar colagens que cruzam os diferentes momentos de cada projeto.
Os desenhos de Piranesi mostram diferentes estilos arquitetônicos, e foi essa convivência que incitou Ribeiro a investigar o que mudou em Roma e Tivoli desde a sua concepção. O projeto, oficialmente chamado de "Projeto Piranesi (Em busca da Roma de Giovanni Battista Piranesi, 1720-1778)", levou dois meses para fotografar e recriar meticulosamente as imagens de Roma, Villa Adriana e Tivoli.