“Devíamos admitir a natureza como uma imensa multidão de formas, incluindo cada pedaço de nós, que somos parte de tudo”, diz Ailton Krenak, renomado líder indígena, no seu livro Ideias para adiar o fim do mundo. A cultura dos povos originários não entende humanidade e meio ambiente como coisas separadas ou superiores uma à outra, mas sim, como partes de um todo. Por meio desse entendimento particular do universo, esse povos são conduzidos à uma apropriação sensível do território, com crenças estruturantes que se refletem também na sua arquitetura, elevando o próprio conceito de sustentabilidade a outro patamar, já que, a natureza não é vista como um recurso a ser utilizado, ela é pensada como parte da comunidade.
Indígena: O mais recente de arquitetura e notícia
Materiais e técnicas de construção dos povos indígenas brasileiros como futuro para a arquitetura
Grupo ][ Fresta projeta infraestruturas e equipamentos comunitários para 12 aldeias guaranis e tupis de São Paulo
Trabalhando na interseção entre projetos arquitetônicos o sociais, o Grupo ][ Fresta foi um dos escritórios agraciados pela Premiação IAB 2021 na categoria Urbanismo, Planejamento e Cidades. O trabalho destacado propõe um conjunto de infraestruturas e equipamentos culturais e comunitários em 12 aldeias guaranis e tupis distribuídas em 24 mil hectares de terra ao sul da maior cidade do país.
Espaço urbano e cotidiano dos povos indígenas no Brasil
A Escola da Cidade por meio da disciplina Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea, em 2017, então coordenada pelo professor José Guilherme Pereira, recebeu a antropóloga e doutora em Ciências Sociais, Manuela Carneiro da Cunha para discutir sobre o histórico, a espacialização e o cotidiano dos povos indígenas no Brasil evidenciando problemáticas do ponto de vista não apenas cultural, mas também legal e ambiental.
Manual de Arquitetura Kamayurá
Em Julho último (2019), na Plataforma habita-cidade [1] foi organizada a Oficina-viagem “Modos de Habitar: Arquiteturas Tradicionais” que levou alunos e professores para a Aldeia Ypawu, em território Kamayurá no Alto Xingu. O objetivo geral das Oficinas-viagem “Modos de Habitar” é a reflexão propositiva sobre as diversas formas do Habitat humano no planeta. Neste ano, a partir de uma demanda dos mestres construtores Kamayurá de produzir um Manual de Arquitetura local, a Oficina-viagem foi preparada para que o grupo para lá deslocado atuasse como apoio para essa importante empreitada. A ideia do Manual de Arquitetura Kamayurá foi inicialmente lançada por Kanawayuri L. Marcello Kamaiurá (liderança local) para a arquiteta Clarissa Morgenroth (arquiteta formada na Escola da Cidade) e para a diretora teatral Cibele Forjaz. A Escola da Cidade foi então convidada a participar do projeto, que foi encampado pela Plataforma habita-cidade, ligada ao curso de Pós-graduação lato sensu ‘Habitação e Cidade’.
Indígenas no espaço urbano: não foi a aldeia que chegou na cidade mas a cidade que chegou na aldeia
Quando se fala em indígenas sempre parece algo longe de nós, que não nos pertence, que está lá longe, na mata, na história etc. Para essa parcela da população, é reservado somente preconceitos e estereótipos. Até mesmo o termo “cultura indígena” costuma ser usado de forma romântica por quem se diz do meio, por desconhecimento, falta de acesso a informações mais coerentes ou preguiça. Mas o fato é: sempre tivemos indígenas entre nós.