Originalmente publicado na Metropolis Magazine como “Playing in Traffic“, este artigo de Jack Hockenberry investiga a relação entre o homem e o veículo, ilustrando a dinâmica complexa criada em Nova Iorque - uma cidade com mais de 2,1 milhões de veículos registrados. Ao contrário dos esquemas que colocavam o carro como elemento central, do famoso ex-chefe de planejamento urbano de Nova Iorque, Robert Moses, Hockenberry argumenta que a cidade é o "espaço negativo", ao passo que os veículos são obscurecidos pelo nosso inconsciente.
É uma curiosidade da vida urbana moderna que, quanto mais carros se aglomeram em cidades, mais eles se tornam invisíveis. É uma característica padrão em qualquer cidade grande de hoje. Infelizmente, não podemos controlá-la a partir do assento do condutor - por mais que gostaríamos de acenar as mãos e assistir através de nossos pára-brisas os carros desaparecendo e libertando-nos da prisão do tráfego. A invisibilidade de que estou falando só ocorre se você é um pedestre ou ciclista. O número de veículos motorizados estacionados ou em movimento em qualquer hora nas ruas de Nova Iorque é surpreendente. De acordo com o Departamento de Veículos Motorizados do Estado, estima-se que 2,1 milhões estão registrados na cidade. Ainda assim, registrá-los nunca os farão totalmente visíveis quando estamos andando nas ruas. A cidade é o espaço negativo e é assim que nossos olhos percebem cada vez mais as paisagens urbanas. Tudo em torno dos carros e caminhões se entrelaçada pelo olho e, apesar de os veículos estarem presentes, gradualmente aprendemos a ignorá-los, menos quando estamos parados na linha direta do fluxo de trânsito.