Desenho conceitual de Lina Bo Bardi gentilmente cedido pelo Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. Fonte: Sesc Pompeia
Nascida em 1914 em Roma, Itália, Lina Bo Bardiescolheu o Brasil como lar e foi aqui que se fez seu nome. Este ano marca seu centenário e em comemoração foram organizados diversos eventos e exposições em algumas cidades brasileiras do exterior.
Para participar das celebrações, o Sesc Pompeia – instituição que ocupa uma das obras mais importantes da arquiteta – promove duas exposições, “A Arquitetura Política de Lina Bo Bardi” e “Lina Gráfica”, ambas com abertura marcada para a semana que vem, no dia 08 de outubro.
O vencedor na categoria Prêmio da Audiência foi um documentário austro-alemão dirigido por Belinda Rukschcio intitulado “Precise Poetry / Lina Bo Bardi's Architecture”, que conta a trajetória de um dos maiores ícones da arquitetura moderna e brutalista brasileira que completaria este ano seu centésimo aniversário.
Esta semana em Cinema e Arquitetura, apresentamos uma produção nacional: “Arquitetura, A Transformação do Espaço”, dirigido por Walter Lima Jr, o filme é dividido em três movimentos e nos apresenta uma síntese histórica da arquitetura brasileira, com depoimentos de grandes ícones como Burle Marx, Lina Bo Bardi e Gregori Warchavchik. Além disso, o diretor nos traz a visão de outros importantes arquitetos, peões, estudantes e transeuntes anônimos, brindando uma outra perspectiva sobre a concepção dos espaços e da Arquitetura.
Sob o título Fundamentals, a Biennale Architettura 2014 tem como curador o arquiteto holandês Rem Koolhaas, que propôs um tema específico aos países participantes: Absorbing Modernity 1914-2014, procurando entender como as arquiteturas nacionais absorveram a modernidade no último século e como, eventualmente, mantiveram elementos tradicionais.
A unidade do Sesc Pompeia comemora 30 anos de existência com uma exposição especial sobre sua história. O projeto, a única unidade do Sesc tombada, é de autoria da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, em colaboração com André Vainer e Marcelo Ferraz que são os responsáveis pela exposição.
O designer e fotógrafo paulistano Fernando Pires realizou ano passado uma série fotográfica no icônico Sesc Pompéia, uma das mais expressivas obras da arquiteta Lina Bo Bardi.
Partindo da obra arquitetônica - um projeto brutalista onde duas cores, o vermelho e o cinza do concreto, se unem com harmoniosamente – o fotógrafo faz uma releitura bastante pessoal em um ensaio que explora a simetria e busca transmitir a sensação de conforto visual.
O ensaio mostra profundo respeito pela obra da arquiteta, entretanto, através da linguagem da fotografia, cria narrativas outras que têm como base o próprio edifício do Sesc Pompéia.
Veja a seguir algumas das fotografias deste ensaio
Neste sábado, 20 de abril de 2013, um ônibus sairá às 9 horas da manhã da última obra de Lina Bo Bardi em São Paulo, que é o próprio Teatro Oficina, que fica no Bexiga, na Rua Jaceguai, 520. Dali sairá uma pequena equipe para realizar ações pontuais que se estendem em rizoma pela cidade, tendo como fio do labirinto as criações de Lina Bo Bardi, realizadas, não realizadas ou bloqueadas.
“A arquitetura é criada, 'inventada de novo', por cada homem que anda nela, que percorre o espaço, subindo as escadas, ou descansando sobre um guarda-corpo, levantando a cabeça para olhar, abrir, fechar uma porta, sentar-se ou levantar-se e ter um contato íntimo e ao mesmo tempo criar 'formas' no espaço; o ritual primitivo do qual surgiu a dança, primeira expressão do que viria a ser a arte dramática. Este contato íntimo, ardente, que era outrora percebido pelo homem, é hoje esquecido. A rotina e os lugares comuns fizeram o homem esquecer a beleza de seu 'mover-se no espaço', de seu movimento consciente, dos mínimos gestos, da menor atitude..."
Com esta frase celebramos o dia que seria o 99º aniversário desta renomada arquiteta moderna ítalo-brasileira. Lina estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma e, logo após graduar-se, mudou-se para Milão, onde chegou a ser editora da Revista Quiaderni di Domus, depois de ter trabalhando para Gio Ponti.
A exposição “O Asfalto e a Areia” relaciona a produção de importantes artistas e arquitetos brasileiros na virada dos anos 1960 para os 1970, em torno da promulgação do AI-5. São eles: Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Lina Bo Bardi, Hélio Oiticica e Cildo Meireles. Os elementos do asfalto e da areia, presentes nos diversos trabalhos, encarnam a imagem metafórica das duas principais áreas coletivas no Brasil: a rua e a praia.
Amanhã, 13/11, às 19h30, no Masp (Avenida Paulista, 1574 – Metrô Trianon-Masp), acontece o debate “Bo Bardi, Black blocs e novas políticas de liberdade” como parte do lançamento da revista serrote #15, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles. Nesta edição, a publicação traz o caderno especial “Retrato da Rua”, com três verbetes-ensaios escritos por intelectuais que aceitaram analisar, no calor do momento, os protestos que varreram o país.
Em 1981, Lina Bo Bardi participou do Concurso Nacional de Projetos para a Recuperação do Vale do Anhangabaú com uma proposta provocadora. Para a transformação do fundo do vale em um parque com solo permeável e densa vegetação, Lina criou um longo viaduto elevado para os carros. A altura, largura e desenho sinuoso geraram o apelido “tobogã” e chamaram a atenção dos arquitetos. Segundo Renato Anelli, curador da exposição, “as proporções e formas do viaduto diferiam das obras de infraestrutura existentes na cidade – os pilares em forma de árvore erguiam o fluxo dos carros para uma altura muito superior aos viadutos que atravessam o vale”.
O Instituto Lina Bo e P. M. Bardi promove, nos dias 19 e 20 de outubro, o colóquio “Conversando sobre Lina Bo Bardi” que reunirá especialistas do Brasil e do exterior para debater a obra da arquiteta. O colóquio será gravado e poderá ser visto através da página do Instituto Bardi.
O colóquio, organizado em dois dias , reúne pesquisadores de vários países com o objetivo de contextualizar a trajetória da arquiteta Lina Bo Bardi. As mesas têm 40 vagas e para participar é necessário se inscrever, até 18 de outubro, pelo e-mail: coloquio@institutobardi.com.br
Cortesia de Instituto Lina Bo e P.M. Bardi. Autor desconhecido
“Quando não posso construir, desenho; quando não posso desenhar, escrevo; quando não posso escrever, falo.” Com essa máxima, Le Corbusier não deixa dúvidas de que, para ele, a missão maior do arquiteto é a construção. É ela que fundamenta e alimenta o desenvolvimento tecnológico e intelectual em torno da disciplina arquitetura: modos de construir, de criar espaços e habitar. Mas, diz ele, qualquer recurso de linguagem –desenho, escrita ou fala– pode ser veículo da construção.