Em qualquer profissão é comum que filhos sigam a carreira dos pais, motivados pelo contexto em que cresceram e contagiados pela paixão pela profissão. Na arquitetura não poderia ser diferente. Viver rodeado de croquis, plantas e café parece despertar a vontade de seguir a mesma carreira.
Por razão do dia dos pais comemorado no Brasil neste próximo domingo, 12 de agosto, compilamos uma lista de arquitetos e arquitetas que seguiram os passos de seus pais. Confira a seguir:
Brasília não necessita de defesa. Sua realidade se impõe acima de qualquer discurso. Como escreveu Paulo Leminski, em seu Catatau: Brasília – alegria dos mapas.
Nestes tempos sombrios de nosso país, retoma-se a crítica sobre a inoportunidade, ou o erro, da transferência da capital do Rio de Janeiro para o cerrado do planalto central. Argumento conformista, com pretensão avant-garde, no qual se pretende estabelecer paralelo entre o desmonte da cidade do Rio de Janeiro e a mudança da capital.
A poeira da memória nos faz esquecer os embates e revoltas com a mudança da capital da Bahia para o Rio, também na ocasião considerada um erro. Junto com o deslocamento para o novo e belo recinto da baía da Guanabara, veio também o sistema escravocrata e a naturalização da violência, implícita em sua organização. O paralelo é possível entre Rio-Brasília e Bahia-Rio. A arquitetura ou o novo recinto geográfico não significa uma mudança das formas de organização ou gestão de uma sociedade.
Como exemplar figura contribuinte à produção arquitetônica moderna, Lúcio Costa atuou em diferentes frentes – do desenho do edifício ao desenvolvimento de planos urbanos, como é o caso da cidade de Brasília. Entre as muitas facetas do arquiteto, sua participação na valorização e estabelecimento de politicas capazes de atuar em prol da proteção do patrimônio histórico nacional são um marco em sua carreira e, sobretudo, aos bens do país.
"...Brasília é a execução, em alta modernidade, da ideia nutrida pelo Ocidente do que fora a plenitude grega" (Paulo Emilio Salles).
Sempre que, no eixo monumental, cruzo a linha imaginária que liga o Congresso Nacional ao Palácio do Itamaraty e vislumbro a Praça dos Três Poderes do alto da rampa que nela desemboca, me vem uma emoção genuína, que não se desgasta pela sua repetição. A visão privilegiada do conjunto da Praça, ladeada pelos seus três edifícios principais e adornada com a perspectiva do Itamaraty, à direita, é uma imagem que só se compara com a dos grandes espaços urbanos icônicos da humanidade.
Pensada como um microcosmo da vida e cultura brasileiras, Maison du Bresil é um exemplo significativo dos projetos residenciais de alta densidade de Le Corbusier. Inaugurada em 1959, é uma das vinte e três residências internacionais da Cité Internationale Universitaire de Paris, localizada no coração da capital francesa. Como "Casa do Brasil", o edifício funciona como residência para acadêmicos, estudantes, professores e artistas brasileiros, e como um centro para a cultura brasileira, fornecendo espaços de exposição e arquivos. Nomeadamente, o edifício tem proporcionado residência a famosos brasileiros, como o renomado jornalista Barroso Zózimo do Amaral.
Há 60 anos, Lucio Costa propôs uma cidade em forma de avião. Em 16 de março de 1957, a banca responsável por escolher o plano arquitetônico de Brasília assinou o documento que autorizava a execução do projeto apresentado pelo arquiteto, que elevou seu nome a um dos sinônimos da capital federal. A proposta apresentada pelo urbanista desbancou 26 projetos.
Para celebrar a data, o Arquivo Público do Distrito Federal exibe a exposição gratuita “A cidade que inventei” na Câmara Legislativa até 30 de março. A mostra reúne painéis de 2,5 metros de largura por 1,3 metro de altura, e apresenta croquis, frases e desenhos do arquiteto, além de fotos da construção da cidade na década de 1950.
Palco dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro apresenta diversos exemplares da Arquitetura Moderna brasileira que merecem uma visita. Confira uma seleção de obras icônicas que se localizam no Rio e em Niterói:
Planejador, preservacionista e pensador moderno, Lúcio Costa (27 de fevereiro de 1902 - 13 de junho de 1998) é o responsável pelo plano de Brasília, de 1957, que fez da capital nacional um monumento do modernismo. De personalidade firme e muitas vezes controversa, as contribuições de Costa para a arquitetura brasileira ajudaram a definir o modernismo nacional que continua até hoje a influenciar a arquitetura contemporânea produzida no Brasil.
"Marianne Peretti é uma artista de excepcional talento. Os vitrais maravilhosos que criou para a Catedral de Brasília são comparáveis, pelo seu valor e esforço físico, às monumentais obras da Renascença. Sua preocupação invariável é inventar coisas novas, influir com seu trabalho no campo das artes plásticas." Oscar Niemeyer.
Única mulher a fazer parte da equipe de Niemeyer em Brasília, a artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti deixou sua marca na capital federal. Autora dos vitrais de algumas das obras mais emblemáticas do modernismo brasileiro, como o Congresso, Palácio do Jaburu, Memorial JK e Teatro Nacional, Peretti tem em sua obra uma combinação de grandeza, leveza e transparência – aspectos vistos também na própria arquitetura de Oscar em Brasília.
A ideia do Plano Piloto de Brasília pode ter surgido "já pronta", segundo seu autor, mas se apoia numa vasta cultura teórica e está inserida no contexto do pensamento da sua época. Das cidades-jardins à separação do tráfego e da monumentalidade clássica à destruição do quarteirão, é um universo amplo e, por vezes, contraditório que está sintetizado no projeto de Brasília.
“Na esteira da industrialização, surgiram novos materiais e novas formas de se estruturar a vida nas cidades. A arquitetura e o urbanismo encamparam com entusiasmo o modernismo, criando artefatos que impactariam para sempre a história. Brasília é um exemplo vivo dessa fase e a Superquadra se consagra como uma das mais abarcantes e longevas experiências modernistas. Entretanto, a expansão da cidade vem desconsiderando a proposta e o conhecimento gerado sobre como se fazer uma cidade melhor.”
É assim que Mário Salimon apresenta seu curta-metragem “Superquadras”, lançado há pouco mais de três meses com o apoio financeiro do Fundo de Apoio à Cultuda do Distrito Federal (FAC-DF).
O edifício caracteriza-se por um volume de concreto aparente com vinte e cinco metros de altura e planta triangular com lado de cinquenta metros de comprimento, sustentado por três pilares que nascem com uma seção trapezoidal e se abrem plasticamente na forma de V para criar dois pontos de apoio. As partes internas dos pilares servem de ligação e suporte para a torre metálica, composta por uma pirâmide de base hexagonal variável e altura de cento e noventa e dois metros, completando os duzentos e dezessete metros totais do projeto.
Obra cujo projeto foi aprovado no mesmo ano do concurso do Plano Piloto de Brasilia, e concluída quando a nova capital se consolidava, a sede do Jockey Club Brasileiro (1956-72) é um curioso contraponto ao Ministério da Educação assinado pelo mesmo autor (e equipe) a duas quadras e uns quinze anos antes (1936-45). Tanto o Ministério quanto o Jockey ocupam toda uma quadra na mesma Esplanada do Castelo. Mas o Ministério abriga uma instituição pública, e constitui uma exceção à legislação dominante, que impõe o quarteirão fechado, construído no perímetro com um ou dois pátio centrais. Com um partido em T, o Ministério resulta num quarteirão quase aberto, singular e por isso mesmo memorável, monumental. Abrigo de instituição privada e necessitada de renda, o Jockey é uma variante do quarteirão fechado padrão, com o pátio central ocupado por uma garagem em altura para 785 carros.