O Palácio Gustavo Capanema, localizado no Rio de Janeiro (RJ) e reconhecido como referência para a arquitetura e as artes brasileiras, tem previsão de ser entregue à população em 2024. No dia 15 deste mês, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentou uma nova proposta para a ocupação do edifício. Do térreo ao terraço, o prédio será transformado em um conjunto de espaços dedicados a exposições sobre temas relacionados à arte e à formação da sociedade brasileira, além de abrigar atividades administrativas dos órgãos ligados ao Ministério da Cultura.
Lucio Costa: O mais recente de arquitetura e notícia
Iphan e Ministério da Cultura elaboram plano de ocupação para o Palácio Gustavo Capanema
Clássicos da Arquitetura: Congresso Nacional / Oscar Niemeyer
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Arquitetos: Oscar Niemeyer
- Ano: 1960
Localizado no topo do plano piloto de Lúcio Costa, e como o único edifício sobre o canteiro central da asa leste do Eixo Monumental, o palácio do Congresso Nacional conta com uma localização privilegiada entre os edifícios públicos de Oscar Niemeyer em Brasília. O mais sóbrio dos palácios da Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional reflete a forte influência de Le Corbusier, ao mesmo tempo que insinua as formas mais românticas e caprichosas que caracterizam o modernismo brasileiro de Niemeyer.
Reimaginando o modernismo de Brasília
Há mais de 60 anos, Brasília surgiu do interior do Brasil. Desenvolvida em um cerrado deserto entre 1956 e 1960, a cidade que substituiu o Rio de Janeiro como capital do país foi um empreendimento conjunto do urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer.
Com sua forma alada, Brasília tornou-se um poderoso símbolo, pois representa uma das mais puras encarnações da esperança, do esplendor e da ingenuidade da arquitetura do século 20.
Brasília não é óbvia quando percorrida a pé
“Se eu dissesse que Brasília é bonita, veriam imediatamente que gostei da cidade. Mas se digo que Brasília é a imagem de minha insônia, veem nisso uma acusação; mas a minha insônia não é bonita nem feia — minha insônia sou eu, é vivida, é o meu espanto.” — Clarice Lispector
Em 2020, Brasília completou 60 anos. O aniversário quase me escapou, mas, em tempos de isolamento, lembrei-me das caminhadas que tive oportunidade de fazer por lá no ano passado e que me despertaram para o belo, o não belo, e também para o “não óbvio” da famosa cidade modernista. Dito isso, compartilho aqui o meu espanto ao percorrer a pé a cidade-máquina.
"Metade dos problemas da vida dos brasileiros é urbanística ou arquitetônica": entrevista com Gregorio Duvivier
Seja como ator, seja como escritor, Gregorio Duvivier faz a gente rir – e pensar – mesmo quando comenta os assuntos mais cinzentos dos dias de hoje. Uma forma, segundo ele, de criar laços e consolidar amizades.
Convidado do Betoneira Podcast, ele conversa também sobre Carnaval, espaços públicos e a rivalidade Rio-São Paulo, tema frequente de seu trabalho.
Economia de meios e adaptação ao Cerrado: entrevista com BLOCO Arquitetos
Divididos entre a admiração pela arquitetura moderna de Brasília, cidade onde estão sediados, e o respeito pelo bioma do Cerrado, onde estão inseridos, os arquitetos Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco, sócios do escritório BLOCO Arquitetos, têm desenvolvido uma prática fundada na racionalização de recursos, simplicidade formal e atenção ao contexto natural ou urbano. Seus projetos variam da pequena à grande escala, compreendendo interiores comerciais, casas, edifícios residenciais, clubes e propostas urbanísticas.
Clássicos e boa arquitetura: a habitação moderna no continente americano entre 1930 e 1960
Grande parte da produção da arquitetura moderna no continente americano foi baseada no modelo dos arquitetos europeus que, com suas obras, lançaram as premissas e ideias fundamentais para a vida moderna. Estes pilares da arquitetura foram transferidos, e consequentemente adaptados, ao território americano, introduzindo, ao mesmo tempo, suas próprias características de acordo com o contexto territorial, sócio-cultural e econômico.
Entendemos que uma boa arquitetura é aquela que serve como modelo para resolver problemas inerentes ao campo em geral. É por isso que certas referências que consideramos hoje como "clássicos" são exemplos de boas práticas arquitetônicas que foram apropriadas por outros arquitetos, a partir da adoção de elementos pertinentes e necessários para alcançar um resultado de acordo com cada contexto particular.
Arquitetura moderna e patrimônio cultural: a história do Palácio Gustavo Capanema
O projeto para o então denominado Ministério da Educação e Saúde Pública foi elaborado no decorrer do ano de 1936 pela equipe integrada pelos arquitetos Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Jorge Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcelos, sob coordenação de Lucio Costa. A pedido do então Ministro Gustavo Capanema e com orientação de Le Corbusier, a equipe de jovens modernistas brasileiros ficou incumbida de dar identidade nacional ao edifício que viria a se tornar um dos maiores ícones de nossa arquitetura, em frontal oposição à estética dominante. A não contratação do projeto original, vencedor do concurso público realizado para este fim, é apenas uma parte desta incrível história.
Google Arts & Culture inaugura exposição virtual gratuita sobre Brasília
Após lançar exposições virtuais das cidades de Parma, na Itália, Pittsburgh e Milwaukee, nos EUA, e Lagos, na Nigéria, a plataforma Google Arts & Culture inaugura agora a coleção Brasília: um Sonho Construído, que apresenta um passeio imersivo pela capital federal projetada por Lúcio Costa.
Com curadoria do Museu Nacional da República, a mostra contou com a colaboração do Arquivo Público do Distrito Federal, Instituto de Arquitetos do Brasil, Museu da Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal e outras organizações sediadas em Brasília. Através de imagens do Google Street View, os visitantes percorrem, por meio de tours virtuais em 360°, os corredores de seis museus da capital, entre os quais Museu de Valores, o Centro Cultural dos Três Poderes e também o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).
Brasília receberá arquivos digitais do acervo de Lucio Costa doado à Portugal
Após a polêmica gerada pela notícia de que o espólio de Lúcio Costa fora doado à Casa da Arquitectura, instituição portuguesa que se dedica a salvaguardar o arquivo de arquitetos nacionais e internacionais, o Arquivo Público do Distrito Federal, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) buscam agora estabelecer um acordo de cooperação com a instituição sediada em Portugal.
Lucio Costa, entre o tradicional e o moderno
Hoje, dia 27 de fevereiro, celebramos o aniversário de Lucio Costa. Nascido em 1902 e falecido em 1998, esteve à frente de importantes projetos, mais notavelmente o plano piloto de Brasília e o Ministério da Educação e Saúde do Rio de Janeiro, com impactos marcantes na arquitetura e urbanismo do país. Nascido na França, por conta da profissão de seu pai almirante, morar em países como Inglaterra e Suíça durante seus anos de formação deu a ele uma formação pluralista e uma conexão relevante com o velho continente.
Carlo Ratti Associati divulga projeto de parque tecnológico em Brasília
Trabalhando em parceria com a Ernst&Young em um projeto que vem sendo desenvolvido desde 2018, o escritório Carlo Ratti Associati (CRA) divulgou detalhes de sua mais recente empreitada, um arrojado projeto de expansão urbana para a cidade de Brasília que reinterpreta as superquadras e o plano diretor modernista concebido por Lúcio Costa em um “novo distrito de inovação e tecnologia imerso em natureza”.
Modernidade e tradição em Lucio Costa: debate com Ana Luiza Nobre, Guilherme Wisnik e Arquicast
A cidade brasileira está no centro dos debates atuais sobre qualidade de vida e justiça social em função do quadro pandêmico generalizado em que se encontram nossos núcleos urbanos. Há muito tempo, tanto a relevância do planejamento urbano, quanto o valor do bom projeto habitacional, não tinham o protagonismo que estão tendo hoje, para além dos ambientes sociais e técnicos onde atua o arquiteto. É como se tivéssemos esquecido que a cidade em que vivemos é de nossa responsabilidade e que o descaso é também uma forma de projeto. Agora a realidade cobra o seu preço.
Ninguém nasce moderno: as primeiras obras de mestres da arquitetura do século XX
No âmbito da arquitetura, grande parte do século XX é marcada por uma produção que se lê, de modo geral, como moderna. As bases que configuram essa produção têm sido, há pelo menos seis décadas, objeto de discussão, reunindo opiniões divergentes sobre a verdadeira intenção por trás da gestalt moderna.
Lições da arquitetura: leituras a partir de poéticas
O arquiteto Luciano Margotto, orientado pela Profa. Dra. Mônica Junqueira de Camargo, apresenta nessa tese de doutorado cinco lições da arquitetura: Austeridade, Generosidade, Liberdade, Público e Espacialidade. O autor investiga no trabalho as obras de arquitetos como Carlos Millan, Marcello Fragelli, Eduardo Souto de Moura, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas, Fábio Penteado, Lucio Costa, Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Brasil Arquitetura, Gabriel Guarda, Martín Correa e Alvaro Siza. Veja abaixo o resumo da tese defendida na FAUUSP em 2016.
"Registro de uma vivência": autobiografia de Lucio Costa é relançada pela Editora 34
Publicada originalmente em 1995, Registro de uma vivência é uma autobiografia de Lucio Costa (1902-1998) formada de textos críticos e memorialísticos, planos, projetos, fotografias e desenhos especialmente escolhidos e compostos pelo autor.
Esgotada há quase 20 anos, a publicação foi reeditada pela Editora 34 em parceria com Edições Sesc SP, respeitando integralmente o projeto gráfico original, acrescida de uma apresentação de Maria Elisa Costa, filha de Lucio, de um índice onomástico, e de um ensaio de Sophia da Silva Telles, que procura decifrar o sentido da obra deste grande arquiteto e urbanista que foi também um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX.