No Teatro do Sesc Pompéia, Lina Bo Bardi projeta um palco central com duas plateias, descortina a estrutura e todas as funções do programa e abre mão de mobiliários tradicionais para os assentos. Sua ideia era que as poltronas não tivessem um estofado, que fossem próximas entre si e que estimulassem uma mais postura altiva, atenta e consciente do público, que segundo ela, honrava a antiga arte do teatro.
Da mesma forma que temos ciência de que as características dos espaços alteram nosso humor, sentimentos, concentração e aprendizado, quando considera-se a experiência integral do usuário o design dos mobiliários deve ser levado em conta com seriedade. E quando falamos de escolas e ambientes de aprendizado, muitas vezes a mesma atenção dada à área pedagógica não é conferida aos espaços e à estrutura física.
Atualmente, os materiais mais comuns utilizados na construção de edifícios em altura – o aço e o concreto –, são materiais não renováveis, cuja produção emprega alto consumo energético. Neste cenário, a madeira representa uma alternativa mais sustentável na estrutura de edifícios em altura, apresentando vantagens já muito difundidas, como renovabilidade, absorção de carbono, baixo consumo energético na sua extração e rapidez de construção. Além disso, ao contrário do que ainda se imagina, a madeira pode apresentar bom desempenho na resistência ao fogo, como apresentamos em um artigo publicado anteriormente.
O ambiente em que habitamos nos influencia diretamente. Quando pensamos nas crianças, é sempre desejável que consideremos que este ambiente seja seguro, acessível e, ao mesmo tempo estimulante, para que eles possam se mover e se desenvolver livremente sem colocar sua integridade física em perigo. Já falamos em outra oportunidade sobre como criar playgrounds dentro de casa, mas hoje, decidimos reunir uma série de exemplos que usam o calor e a versatilidade da madeira para criar interiores interativos, criativos e divertidos para as crianças.
O mundo da arquitetura e construção tem observado, com cada vez mais atenção, às inovações tecnológicas envolvendo madeira. Tratando-se de um material altamente utilizado em todo o mundo há milhares de anos, diversas pesquisas envolvendo tecnologias de fabricação industrial e usinagem têm proporcionado um maior controle de qualidade, aumento da diversidade de usos, apontado por muitos como um material do futuro. Além disso, mitos têm sido quebrados em relação à madeira, como o de sua resistência ao fogo e mesmo às possibilidades da utilização para estruturar edificações de grande altura.
Os protótipos de residências unifamiliares aqui apresentados surgiram da necessidade de validar o sistema construtivo desenvolvido pelo CAUH. Como todos os sistemas pré-fabricados e industrializados que não são considerados sistemas construtivos tradicionais, é necessário passar por um processo de certificações e validações empíricas. Este processo permite adquirir o CAT (Certificado de Aptidão Técnica) fornecido pela Subsecretaria de Habitação da Argentina. Para isso não apenas são feitos testes das partes do sistema, mas também se constrói um protótipo em escala real ou residência tipo que possa passar duas temporadas para que então seja verificado seu desempenho no local.
Facilmente reconhecido a partir de sua estética característica, o OSB (Oriented Strand Board) é um material em que lascas de madeira são prensadas em camadas perpendiculares e unidas com resina aplicada sob alta pressão e temperatura. Como resultado, os painéis padronizados apresentam rigidez, resistência e estabilidade, frequentemente utilizados como revestimento estrutural do esqueleto metálico de edifícios ou como divisórias, além de apresentar boa capacidade de isolamento acústico, uma vez que apresenta uniformidade e não possui espaços vazios em seu interior. Também vale destacar que o OSB permite ser integralmente reciclado, tornando-se ecologicamente correto.
Como um de seus principais atrativos, a madeira é um material que tem por característica a capacidade de trazer a sensação de aquecimento visual do espaço, tornando-o mais acolhedor e confortável. Por isso, é muito comum que arquitetos e designers de interiores especifiquem este material para o revestimento de pisos e paredes em seus projetos numa variedade de espécies, padrões e tonalidades. Porém, indo além do uso tradicional, tem se tornado cada vez mais comum a aplicação deste material em forros residenciais, auxiliando na ambiência acolhedora e sensação de rebaixamento do forro, mas sobretudo, nos parâmetros de comodidade acústica.
A madeira é um dos materiais construtivos mais antigos usados na arquitetura. Versátil, pode ser empregada em soluções estruturais, revestimentos, divisórias, encaixes e, com muita frequência, no mobiliário. Outra qualidade do material é seu apelo em relação à sustentabilidade - se bem manejada durante o plantio e processos de corte e tratamento, pode ser considerado um bem renovável e de baixa emissão de carbono, agregando valor ao edifício concluído.
Os pisos de taco de madeira, ou simplesmente pisos de taco, são feitos a partir do conjunto de peças retangulares de madeira maciça, que podem ser instaladas seguindo padrões gráficos em diagonal, espinha de peixe, xadrez, entre outros. Os diferentes desenhos, somados aos variados padrões de textura e cores das peças, abrem caminho para inumeráveis arranjos compositivos a partir da aplicação e repetição de unidades de mesma dimensão.