A atual geografia humana de nosso planeta foi moldada ao longo dos séculos através de intensos processos migratórios e intercâmbios culturais. O constante movimento de bens e pessoas pelos quatro cantos do globo, inteiras comunidades que ao se afastar de seus lugares de origem levaram consigo traços de sua cultura e sociedade, acabou finalmente por influenciar o processo de desenvolvimento da arquitetura e construção de cidades ao redor do mundo. Isso significa também que, no processo de estabelecimento em um novo território, muitas destas comunidades costumam reproduzir seus antigos padrões que geralmente, resultam na formação de pequenos enclaves que muito de distinguem das cidades onde se encontram.
Mauritius: O mais recente de arquitetura e notícia
Cidades dentro de cidades: as Chinatowns ao redor do mundo
Invasive Aesthetics: um manifesto para reviver a identidade arquitetônica em nações em desenvolvimento
Entramos em uma era de "modernização", liderada pelo mundo ocidental. Em nossos tempos de expansão demográfica sem precedentes, o desenvolvimento de infraestruturas está correndo para atender a demanda da oferta. Como arquitetos e designers, temos sido pressionados a adotar o consumismo. A globalização tem sido adotada como uma solução para o problema. Os países em desenvolvimento têm equiparado a prosperidade econômica e sucesso com a adoção da "arquitetura contemporânea", numa tentativa de demonstrar liderança e inovação. E voilà, temos uma paleta de edifícios elegantes para atender as necessidades da população, bem como para "modernizar" a nossa paisagem. Sem dúvida, imitar a fórmula de países tecnologicamente avançados atrairá olhares para nós
Bem, certamente sim, mas não necessariamente de uma forma positiva. Está se criando uma uniformidade arquitetônica global com projetos promovidos por "gurus arquitetônicos" ocidentais que são replicados em todo o mundo. Estamos negligenciando elementos contextuais vibrantes e, consequentemente, construindo um mundo genérico que carece de facetas humanas. Não seria uma tragédia se Paris, Veneza e Barcelona fossem semelhantes? Não lamentaríamos a vibração das ruas parisienses em torno da Torre Eiffel, o romantismo das águas de Veneza e a monumental Sagrada Familia, que domina os céus de Barcelona? Será que realmente queremos um mundo que é, basicamente, uma imagem espelhada dos Estados Unidos?
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