Fundado pela arquiteta senegalesa Nzinga Mboup e pelo arquiteto francês Nicolas Rondet, o Worofila é um estúdio dedicado à arquitetura bioclimática e ecológica. Com sede em Dakar, Senegal, o escritório explora o potencial de materiais vernaculares, como tijolos de terra e fibras vegetais, aplicando técnicas contemporâneas para criar soluções construtivas eficazes. Seu trabalho aborda questões fundamentais relacionadas ao meio ambiente, sustentabilidade e urbanização, unindo materiais tradicionais a práticas inventivas.
Nesta entrevista, Nzinga e Nicolas compartilham sua visão sobre uma modernidade africana distinta, que integra métodos contemporâneos com conhecimentos e recursos tradicionais. Eles defendem uma abordagem de desenvolvimento que não apenas atenda às necessidades imediatas, mas também empodere comunidades e promova um progresso significativo e duradouro. Suas ideias oferecem uma perspectiva instigante sobre como a arquitetura pode impulsionar um futuro mais sustentável e contextual para as cidades africanas.
Cerca de 80% da população brasileira vive sobre o que um dia foi floresta e nem se dá conta disso. No Brasil, a história se fez e ainda se faz com a cidade se opondo à floresta, numa matriz civilizatória baseada fundamentalmente na devastação das ecologias nativas e sua substituição por monoculturas e espécies invasoras. Em poucos séculos, transformamos um continente florestal megadiverso em ambientes estéreis através de padronizações urbanísticas, arquiteturas desoladoras e paisagismos insustentáveis, impostos como projeto. Vivemos sobre ex-florestas mas resistimos a pensar as cidades como ruínas florestais. [1]
A arquitetura da América Latina é rica e diversificada, e isso também se reflete nos tipos de pedra utilizados ao longo dos séculos em suas diferentes regiões. Esses materiais não apenas refletem a geologia variada da América Latina, mas também mostram como as culturas locais adaptaram seus métodos de construção às condições naturais, criando uma arquitetura única e significativa. Na arquitetura contemporânea, o uso da pedra está alinhado com os preceitos da sustentabilidade por ser um material durável, com baixa pegada de carbono e disponível localmente. Seu apelo também pode ser enaltecido do ponto de vista estético, criando espaços atemporais e que fortalecem a relação com a natureza e a paisagem ao redor.
Sinopse O workshop Território Material: criar a partir do que já existe busca produzir, a partir de de contatos com a obsolescência em São Paulo, uma nova percepção do lixo - conceito entendido como crise e possibilidade contemporânea. Através práticas de investigação urbana, apoiadas nas experiências da Arquivo e do coletivo Mouraria 53, os alunos identificarão os nós (físicos, econômicos e culturais) da cultura de obsolescência na construção da cidade e também suas contrapartes - atores, políticas, e processos existentes ou desejáveis que se apresentem como soluções para uma cidade menos descartável.
Sobre a AkzoNobel Fornecemos tintas e revestimentos sustentáveis e
Nos últimos anos, o tema de descarbonização de edificações e cidades tem ganhado cada vez mais destaque no âmbito internacional e nacional. Entre os diferentes atores impulsionadores, destaca-se poder público, através de seus ministérios, como o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério das Cidades (MCID) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) que possuem diferentes políticas, programas e legislações. Instituições financeiras como bancos de desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e organismos internacionais, como as Nações Unidas (ONU) também têm sido atores-chave para alavancar parte dos recursos necessários para possibilitar a redução das emissões de carbono, que precisa ser cada vez mais urgente.
Reveja o melhor da arquitetura da última semana de acordo com nossos leitores e editores, com esta seleção dos artigos mais lidos, os projetos mais acessados e os produtos mais populares do ArchDaily Brasil.
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A relação das cidades com a sustentabilidade do oceano foi destaque no Pavilhão Brasil da COP28, a Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas. O painel “Cidades, portos e conservação: esforço integrado para cidades resilientes e adaptadas às mudanças climáticas”, reuniu representantes do Governo Federal, de governos subnacionais, do setor privado e da sociedade civil, além de marcar o lançamento da publicação “Oceano Sem Mistérios – Construindo Cidades Azuis”.
A relação entre a arquitetura e o meio ambiente é multifacetada e envolve uma interação dinâmica entre os espaços construídos e o contexto natural circundante, moldando a forma como os edifícios e as cidades funcionam, impactam os ecossistemas e influenciam no bem-estar dos habitantes.
São muitos os aspectos que relacionam a arquitetura e o meio ambiente, desde os mais práticos como a utilização de materiais naturais e fontes de energia renováveis, até os mais abrangentes como a incorporação e valorização da cultura local. Dentro dessa ampla gama de possibilidades, selecionamos a seguir cinco entrevistas que apresentam diferentes abordagens sobre este tema e fomentam reflexões fundamentais para o contexto arquitetônico contemporâneo.
A reciclagem é o processo de reaproveitamento de materiais descartados. Seu objetivo é reintroduzi-los na cadeia produtiva a fim de que ainda gerem valor e sejam reutilizados, aumentando a preservação dos recursos naturais e melhorando a qualidade de vida das pessoas. É considerada uma das alternativas mais eficientes para tratar os resíduos sólidos, tanto do ponto de vista ambiental quanto social, e está diretamente inserida no contexto da economia circular.
Embora haja registros de latrinas desde 3.100 a.C., a primeira privada foi criada em 1596 pelo inglês John Harington. Ele fez duas unidades: uma para ele e outra para a rainha Elizabeth 1ª.
A ideia não pegou à época e só em 1775 o escocês Alexander Cumming patenteou a privada moderna, já visando o escoamento num sistema de esgoto. Em 1885, outro inglês, Thomas Twyford criou a primeira privada em porcelana que substituiu as peças de madeira, descritas anteriormente.
Em uma viagem recente aos Estados Unidos, olhei a vista da janela do avião ao decolar de Tampa, na Flórida, e chamou atenção a perfeita paisagem verde do subúrbio americano. Sequências organizadas de árvores que pareciam iguais, cobrindo o território plano como um tapete verde. Para alguns, o verde pode parecer um sonho de sustentabilidade integrada ao meio ambiente.
Nada poderia ser mais distante da verdade. O subúrbio americano, baseado no conceito ultrapassado da “cidade jardim”, foi projetado para incentivar o automóvel, a moradia unifamiliar residencial de baixa densidade e o zoneamento de atividades. Tal modelo inviabiliza transporte ativo (a pé ou de bicicleta) e torna o transporte de massa, que exige densidade e caminhabilidade, inviável.
Faltando alguns dias para o fim do mês de novembro, Gramado, cidade conhecida como um dos destinos turísticos mais procurados do sul do Brasil, ganhou os holofotes da mídia nacional e internacional e, infelizmente, não foi por causa do seu festival de cinema ou pelas tradicionais e suntuosas festividades de natal. A cidade, que já vinha sendo castigada pela chuva persistente há semanas, viu o surgimento de enormes sulcos geológicos que rasgaram suas ruas e contribuíram para a formação de um cenário digno de filme pós-apocalíptico.
O perigo eminente da movimentação do solo colocou em alerta a população e os governantes que agilmente evacuaram as edificações localizadas nas colinas do bairro condenado. A conduta foi completamente efetiva e responsável, visto que um dos prédios que estavam na região delimitada, de fato, veio a desabar 3 dias após a evacuação. Entretanto, vale a pena reparar em um detalhe, o bairro em questão era composto por moradias de alto padrão, além de hotéis e pousadas de luxo, o que levanta uma pergunta: será que os esforços seriam os mesmos se a situação ocorresse em bairros periféricos de população de baixa renda?
Em um momento da história onde alguns buscam alternativas em outros planetas e outros procuram refúgio em mundos virtuais, paradoxalmente, o futuro parece ser mesmo a terra. Essa talvez seja uma das grandes lições que 2023 ensinou à arquitetura. Compreender isso implica tomar consciência, também, de que nosso planeta está sendo exaurido a olhos vistos — e uma fatia generosa dessa responsabilidade pertence às cadeias produtivas que envolvem a arquitetura e a construção civil.
Se ainda há alguma coisa que pode ser feita para mitigarmos a crise climática e ambiental em que nos encontramos, ela deverá necessariamente passar por uma revisão de todos os paradigmas que definem a indústria. É preciso mudar o foco e buscar outras narrativas sobre as quais sustentar os modos de fazer arquitetura em escala planetária. Essas ideias ecoaram em muitas vozes este ano e, ao mesmo tempo em que se debateu a possibilidade de futuro para o planeta, igual atenção foi dedicada à escala, valores e culturas locais. As entrevistas selecionadas aqui contam histórias sobre comunidade, meio ambiente, cidades, práticas e novas narrativas para a arquitetura em 2023 e além.
O projeto Wild Mile é uma iniciativa ambiciosa da organização sem fins lucrativos Urban Rivers, que visa recuperar um trecho de 1,5 km do rio Chicago, nos Estados Unidos. O projeto envolve a criação de um oásis urbano vibrante e sustentável com calçadões e jardins flutuantes.
Desde a inauguração de sua primeira seção em julho de 2023, o Wild Mile já atraiu mais de 30.000 visitantes, incluindo moradores locais, programas educacionais e eventos especiais. Os líderes da Urban Rivers expressam seu orgulho das conquistas do projeto, destacando a transformação de um trecho do rio antes negligenciado em um espaço público próspero tanto para a vida selvagem quanto para as pessoas.
https://www.archdaily.com.br/br/1011072/jardins-flutuantes-estao-transformando-o-rio-chicagoMayra Rosa
Diante da previsão de chuvas fortes nas regiões onde moram, 64% dos brasileiros sentem medo. Para 76% das pessoas, as cidades não estão preparadas para enfrentar chuvas fortes, tempestades ou alagamentos. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em cooperação com a UNESCO no Brasil e o apoio da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA ) e da Aliança Bioconexão Urbana. O resultado completo do estudo será apresentado no dia 2 de dezembro durante a 28a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Quando o assunto é mudanças climáticas, as manchetes às vezes parecem contraditórias. Em um dia, lemos sobre incêndios florestais catastróficos causando estragos pelo mundo; no dia seguinte, temos um artigo otimista sobre o rápido avanço da energia solar e eólica. Juntas, essas narrativas podem dificultar a compreensão do panorama geral da ação climática. Os países estão de fato implementando soluções efetivas se as emissões de gases do efeito estufa (GEE) continuam aumentando? Em que áreas o mundo tem progredido o suficiente para superar a crise climática e quais são as lacunas? Que medidas específicas são necessárias para entrarmos no rumo certo?
https://www.archdaily.com.br/br/1010199/o-que-o-mundo-ainda-pode-fazer-para-manter-o-aquecimento-global-abaixo-de-15-degrees-cWRI Brasil
2023 registrou recordes de temperatura em todo o mundo. Pessoas de diferentes regiões do planeta já enfrentam ondas de calor históricas, incêndios florestais e secas com apenas 1,1°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais. Com as políticas atuais, que colocam o mundo a caminho de um cenário de 2,5°C a 2,9°C de aquecimento até 2100, o calor sufocante que sentimos este ano é apenas uma pequena amostra do futuro que temos pela frente.
O uso de plantas para filtrar as impurezas de lagos e rios já é uma prática comum dentro do contexto da sustentabilidade. Trata-se de uma alternativa que desconsidera agentes químicos artificiais em prol da manutenção de um ecossistema equilibrado. Agora, estudantes da Escola de Design de Rhode Island (RISD), uma faculdade de artes plásticas e design nos Estados Unidos, foram além dessa premissa, criando canteiros flutuantes feitos de micélio para limpar os cursos de água de poluentes e ao mesmo tempo restaurar o habitat de áreas úmidas.