A umidade do ar é famosa, atingindo percentuais inclementes para quem nunca visitou um deserto. Árvores de troncos retorcidos, de cascas grossas e de folhas peludas saem do solo tentando vencer a gravidade, mas se contorcem de tal forma que é como se o calor as empurrasse novamente em direção ao chão. O vermelho da terra é onipresente, acrescentando uma dose de drama por todo o canto, como se a temperatura fustigasse a terra a ponto de ela sangrar. Aqui, no cerrado, não há a densidade da mata úmida, escura, como uma floresta de ameaçadora saída de um romance de Jack London, ou como uma testemunha em transe imemorial, como vista numa novela de Joseph Conrad.
Modernismo: O mais recente de arquitetura e notícia
A construção da paisagem: uma crônica brasiliense
Modernidade e tradição em Lucio Costa: debate com Ana Luiza Nobre, Guilherme Wisnik e Arquicast
A cidade brasileira está no centro dos debates atuais sobre qualidade de vida e justiça social em função do quadro pandêmico generalizado em que se encontram nossos núcleos urbanos. Há muito tempo, tanto a relevância do planejamento urbano, quanto o valor do bom projeto habitacional, não tinham o protagonismo que estão tendo hoje, para além dos ambientes sociais e técnicos onde atua o arquiteto. É como se tivéssemos esquecido que a cidade em que vivemos é de nossa responsabilidade e que o descaso é também uma forma de projeto. Agora a realidade cobra o seu preço.
Documentário "O Corpo e a Cidade Modernista" é disponibilizado gratuitamente online
Em celebração ao 60º aniversário de Brasília, o cineasta Pedro Rodolpho disponibilizou gratuitamente ao público seu documentário O Corpo e a Cidade Modernista, que participou de alguns dos mais prestigiados festivais de cinema da Europa em 2018, ano de seu lançamento.
Brasília, 60 anos: a urbanidade e o caminhar na capital brasileira
Aos 60 anos, Brasília continua chamando a atenção. Ninguém parece ficar indiferente aos defeitos e qualidades da primeira cidade contemporânea a se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade. No aniversário da capital brasileira, escolhemos falar da caminhabilidade, para mostrar que as polêmicas sobre a falta de urbanidade têm razão de ser.
O modernismo colonialista ataca novamente
Imagine o seguinte cenário. Estamos em 1902, e para grande choque e angústia dos cidadãos de Veneza, a bela torre campanária da Piazza San Marco acaba de desabar. Nessa mesma noite, o conselho municipal da cidade vota para aprovar 500.000 Liras para a pronta reconstrução, “com’era, dov’era” — “como era, onde era”. Os futuros residentes e visitantes podem agora continuar a desfrutar desta bela estrutura, que de qualquer forma já antes tinha sido restaurada e acrescentada várias vezes.
Mas depois uma autoridade, de algures muito longe, decide intervir. “Os nossos regulamentos não permitem isto! As nossas políticas de financiamento exigem que ‘um projeto use design contemporâneo’ — o que significa que podem usar apenas os estilos atuais que nós aprovamos, e não pode usar os estilos tradicionais de Veneza. Isso seria uma ‘falsificação da história’, uma ‘mistura do falso com o genuíno’, e nós decretamos que isso teria consequências nefastas!” O projeto não vai adiante, e algo inteiramente “contemporâneo” é construído em seu lugar.
Artista celebra o patrimônio moderno de Goiânia com série de ilustrações
O artista André Chiote compartilhou conosco sua mais recente série de ilustrações, desta vez, retratando a arquitetura art déco e moderna de Goiânia. Realizadas a pedido 31º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica na capital goiana, as ilustrações de Chiote fazem uso das cores do logotipo oficial do congresso para representar alguns dos ícones mais celebrados do patrimônio de Goiânia.
Modernismo tropical: a nova arquitetura de Porto Rico
A história de Porto Rico se reflete em suas cidades. A arquitetura do território evoluiu de estruturas simples de madeira e palha para obras monumentais e modernas. Moldados por forças internas e externas em suas variadas paisagens, os diversos estilos de Porto Rico representam mais de 400 anos de domínio espanhol e mais de 100 anos como um território não incorporado dos Estados Unidos. Hoje, a arquitetura moderna da ilha reflete seu histórico multicultural.
5 Casas modernas de Amancio Williams que nunca foram construídas
Quando estudamos os projetos residenciais desenhados por Amancio Williams, geralmente fazemos referência a sua emblemática Casa sobre o arroio - construída em Mar del Plata entre os anos de 1943 e 1946 - ou a sua ativa participação na direção técnica da Casa Curutchet de Le Corbusier. Mas, existem projetos de residência desenhados por este arquiteto? Que ideias e conceitos chave da modernidade eles nos permitem vislumbrar? Que influências tiveram no desenvolvimento da arquitetura argentina?
Beatriz Colomina fala sobre gênero, trabalho coletivo e doença na arquitetura
A historiadora e curadora Beatriz Colomina fala sobre nossa disciplina e a dificuldade que temos de aceitar que a arquitetura é o resultado de um esforço coletivo. Quando questionada sobre sexismo e questões de gênero na arquitetura, Colomina amplia a discussão e aborda o mito histórico da arquitetura como o produto de uma mente única, brilhante - e sempre masculina. Uma ficção que obscureceu o papel de várias mulheres, e equipes inteiras, comprometidas com o processo de design.
Reitoria da UFMG: uma expressão do modernismo em Minas Gerais
O modernismo arquitetônico nasceu na esteira das vanguardas europeias no início do século XX. O movimento estava embalado pelo capitalismo industrial e pelo empolgante avanço tecnológico que ocorria diante dos olhos de todas as pessoas. A ruptura com o passado foi deliberadamente franqueada pelos movimentos intelectuais, artísticos e técnicos desde meados do século XIX. O Palácio de Cristal, por exemplo, projetado por Sir Joseph Paxton, foi construído em Londres para abrigar as grandes exposições de 1851 e representou uma revolução construtiva quanto às possibilidades de uso de materiais leves como o ferro e o vidro.
8 Casas que definem a arquitetura moderna na Argentina
O Movimento Moderno teve um papel inquestionável na renovação dos ideais arquitetônicos, aportando uma nova atitude frente ao entendimento dos modos de habitar, da técnica e da estética, marcando profundas mudanças na percepção geral do mundo. Em relação à Argentina, apesar de ser complexa a localização periódica da produção arquitetônica moderna, é possível mencionar alguns dos arquitetos que começaram, a partir dos anos 20, a vincular-se com estas ideias. As contribuições intelectuais e de criação arquitetônica de Alejandro Virasoro, Alberto Prebisch, Ernesto Vautier, Fermín Beretervide, Wladimiro Acosta, Alejo Martinez, Antonio e Carlos Vilar, Juan Kurchan, Jorge Ferrari Hardoy, Antonio Bonet, Abel López Chas, Eduardo Catalano, Eduardo Sacriste e Amancio Williams, entre outros, incluiram, em muitos casos, abordagens originais associadas a novos modos de pensar, manifestando uma arquitetura resultante da análise das condições locais e regionais de seus cidadãos.
Uma pista de testes na cobertura: a arquitetura industrial da Fábrica da Fiat em Lingotto
O projeto para a fábrica da Fiat no bairro de Lingotto, em Turim (Itália), foi realizado pelo engenheiro Giacomo Mattè-Trucco em 1915. A construção começou no ano seguinte e foi feita em etapas, até a sua conclusão em 1923. Inspirada no fordismo, modelo de fabricação surgido nos Estados Unidos nos anos 1910, a fábrica foi projetada de forma que a linha de montagem dos automóveis fosse ascendente. Ao chegar à cobertura, os automóveis estavam prontos para serem testados numa pista com extensão de aproximadamente 1km.
Brasília, leitores e leituras da cidade
Brasília é sempre objeto de interesse de arquitetos de todo o mundo. A prova disto é a quantidade volumosa de publicações feitas sobre a nova capital do Brasil ao longo dessas quase seis décadas de inauguração.
Sobre a cidade de Brasília, ficam as perguntas[1]: Quem falou sobre a cidade? Quem criticou sua construção? Como os brasileiros interpretaram a ideia de uma nova capital? O levantamento de seus debatedores possui o objetivo de compreender melhor o ‘Estado da Arte’ das interpretações sobre a arquitetura no Brasil. Em um horizonte futuro, este tipo de olhar historiográfico versa levantar perguntas e a elaboração de um olhar crítico para as formas mais usuais de leitura sobre a arquitetura moderna no Brasil.
Os jardins de Mina Klabin Warchavchik: modernidade pública e privada
A história de vida da paisagista paulistana Mina Klabin Warchavchik se confunde com a história da arte e arquitetura modernas no Brasil, sobretudo em São Paulo. Seu pai, Maurício Freeman Klabin, imigrante lituano, saíra da Rússia por um decreto que proibia os judeus de serem donos de terra no país. Recém chegado ao Brasil no fim do século XIX, passa a trabalhar em uma oficina que produzia livros em branco para o mercado tipográfico, da qual passa a ser proprietário em poucos anos.
Amey Kandalgaonkar reimagina os tradicionais pagodes chineses a partir da linguagem moderna
Amey Kandalgaonkar compartilhou conosco um projeto que reimagina o tradicional pagode chinês a partir de uma visão modernista. O designer reinterpreta a tipologia como uma homenagem a uma forma de construção que praticamente não sofreu influência do modernismo; seus novos pagodes são imaginados em concreto aparente, sem ornamentação e com grandes balanços que exprimem virtuosismo estrutural.