Inspirado no ensaio de Despina Stratigako intitulado "Unforgetting Women Architects: From the Pritzker to Wikipedia", o ArchiteXX lançou o #wikiD, um evento global que coincidirá com o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março. Com o slogan "Women. Wikipedia. Design", #wikiD convida as pessoas a "inscreverem na Wikipedia mulheres designers, arquitetas e todas aquelas envolvidas na criação de nosso ambiente."
Saiba mais sobre o evento e como participar, a seguir.
Em sua quarta edição, a pesquisa Women in Architecture, realizada pelo Architect's Journal, está fortemente inserida na discussão de gênero na profissão da arquitetura. Utilizando dados de oriundos de diversas partes envolvidas - clientes, consultores, engenheiros, construtores e acadêmicos - o levantamento de 2015 focou apenas no Reino Unido e viu o número de participantes aumentar para inéditos 1.104 entrevistados, 20% dos quais eram homens.
Os resultados das edições anteriores da pesquisa levantaram a discussão no meio arquitetônico e na mídia, tendo sido citados pelo RIBA e pelo governo britânico. A pesquisa cobre quatro tópicos principais - pagamento, prática, educação e filhos - começando com questões mais amplas sobre discriminação antes de se aprofundar em temas mais específicos. Veja a seguir os resultados do levantamento de 2015.
O Architects’ Journal divulgou a lista de finalistas do seu prêmio anual Women in Architecture, nomeando 17 profissionais estabelecidas e emergentes que contribuíram com a profissão "em uma área em que as mulheres ainda sofrem uma alarmante discriminação." Honradas com a escolha, as nomeadas compartilharam alguns conselhos às arqui tetas.
Veja quem foram as selecionadas e saiba o que elas acreditam ser necessário para que as mulheres sejam bem sucedidas na profissão, a seguir.
"As mulheres são os fantasmas da arquitetura moderna, sempre presentes, cruciais, mas estranhamente invisíveis", escreveu a historiadora Beatriz Colomina em "With, Or Without You", ensaio do catálogo de 2010 do museu de Arte Moderna: Modern Women. "A arquitetura é altamente colaborativa, mais como a cinematografia do que a arte visual, por exemplo. Mas ao contrário dos filmes, isto é raramente reconhecido".
Colomina prossegue, registrando a história das mulheres esquecidas do modernismo, reconhecidas, quando muito, por ter trabalhado "com" Mies van der Rohe, Le Corbusier, Alvar Aalto, ou Charles Eames. Para se colocar no lugar de Lilly Reich, Charlotte Perriand, e Aino Aalto, simplesmente assista o casal Eames no Home Show em 1956, quando Ray é apresentada indignamente como a "mulher hábil por trás de Charles", que entra após ele gracejar com a apresentadora Arlene Francis.
Neste semestre, esses fantasmas voltaram para nos assombrar: Arielle Assouline-Lichten, estudante da Faculdade de Design de Harvard, divulgou trechos de uma entrevista com Denise Scott Brown no qual ela menciona a própria omissão do Prêmio Pritzker do parceiro Robert Venturi em 1991. "Me devem não um Prêmio Pritzker, mas sim uma cerimônia de inclusão no Pritzker", Scott Brown diz. "Saudemos a noção de trabalho colaborativo".
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https://www.archdaily.com.br/br/01-134611/porque-a-arquitetura-tem-que-ouvir-suas-mulheres-esquecidasAlexandra Lange
O Prêmio Pritzker finalmente divulgou um comunicado oficial em resposta ao pedido dos estudantes de Harvard Arielle Assouline-Lichten e Caroline James,propondo que Denise Scott Brown receba de forma retroativa o Prêmio Pritzker de Arquitetura de 1991, que foi concedido somente ao seu marido Robert Venturi.
Lord Palumbo, que está à frente deste prêmio, respondeu que essa ação seria impossível dada a forma em que o júri do Pritzker delibera: "O júri do Pritzker, ao longo dos anos, é composto de pessoas diferentes, cada qual faz o seu melhor para encontrar os candidatos mais qualificados. Um júri atual não pode reabrir o processo, ou questionar o trabalho de um júri anterior."
A carta sugere que Scott Brown é, no entanto, uma candidata que ainda poderia receber um próximo Prêmio Pritzker, além disso, agradece a Assouline-Lichten e James por " chamar a nossa atenção diretamente sobre um problema mais geral, ou seja, o de garantir um lugar justo e igual para as mulheres na profissão. Entregar esta garantia é, naturalmente, uma obrigação adotado por todas as partes da profissão, das escolas que podem incentivar os alunos a ingressar na profissão, assim como os escritórios que devem fomentar a capacidade das mulheres para desenvolverem seu potencial como arquitetos.Acreditamos que o papel especial que o júri do Prêmio Pritzker deve cumprir neste aspecto é ter em mente o fato de que certas recomendações e discussões em relação ao projeto arquitetônico geralmente são um reflexo de tempos e lugares determinados, os quais podem refletir preconceitos culturais que minimizam o papel das mulheres no processo criativo. Quando isso acontece, nós devemos e faremos com que o assunto seja tratado com toda a consideração que merece."