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Arquitetos: Kengo Kuma & Associates
- Área: 585 m²
- Ano: 2024
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Há algo muito atraente na combinação entre vegetação exuberante e a aspereza do concreto aparente. É isso que se propõe a investigar o livro Concrete Jungle: Tropical architecture and its surprising origins, publicado pela editora alemã gestalten. A publicação traz uma leitura sobre "arquiteturas tropicais" modernas, apresentando casas situadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio e suas relações com seus meios culturais, construtivos e ambientais de origem. Mobiliza diversos projetos e arquitetos, num longo período de tempo que vai desde os anos de 1950 até os dias de hoje, traçando um panorama multifacetado que abrange construções residenciais localizadas em regiões tão distintas quando o Brasil, México, Índia e Quênia.
A origem dos pátios internos é antiga. Eles serviam como uma forma de abrigo, segurança e proteção e, ao mesmo tempo, visavam o conforto e o bem-estar internos por meio da inserção de elementos externos. Nas habitações contemporâneas, há uma ampla gama de usos e atividades que promovem a relação entre o ambiente interno e o exterior e, ao mesmo tempo, incorporam noções de eficiência energética, regulação térmica, ventilação e iluminação naturais, entre outras.
Seguindo as descobertas de um estudo publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution em abril, tornou-se conhecimento público que a ilha artificial de lixo plástico conhecida como Great Pacific Garbage Patch (uma área de mais de 1,6 milhões de quilômetros quadrados entre a Califórnia e o Havaí) serve como lar de um ecossistema costeiro inteiro. A vida marinha está usando a enorme área aglomerada de resíduos plásticos humanos como habitat flutuante, e os cientistas ficaram chocados com o número de espécies que conseguiram estabelecer vida nesse ambiente hostil.
A notícia mais uma vez traz à tona não apenas questões urgentes de mudanças climáticas e poluição do oceano, mas também a questão da migração induzida pelo meio ambiente, mesmo em nível microbiano. A arquitetura está se movendo cada vez mais para reinos experimentais quando se trata de considerar locais para as comunidades do nosso futuro. O aumento do nível do mar colocou a água ao topo da lista desses locais. Mas essas deliberações não são tão recentes quanto se poderia pensar: cidades flutuantes existem há séculos e casas na água são comuns em áreas do Benin, Peru ou Iraque, entre outros.
O clima tropical é famoso pela exuberância de sua flora. Não à toa, projetos arquitetônicos realizados na região mantém um constante diálogo entre a natureza e o ambiente construído. Afinal, não é novidade como a biofilia agrega diversos benefícios para o usuário. No entanto, altas temperaturas, chuvas frequentes e elevados níveis de umidade do clima apresentam desafios únicos para conciliar a conexão entre interior e exterior com a construção de casas que sejam confortáveis e eficientes ao longo do tempo. Na busca por soluções que atendam às necessidades e demandas, fizemos uma seleção com projetos residenciais que se apropriam do contexto para se tornarem únicos nesse ambiente.
Quando se trata de design de interiores com visão de futuro, adaptabilidade e atemporalidade são dois fatores-chave que podem garantir que uma casa pareça tão atual quanto no momento da sua construção. Ao emprestar elementos de vários estilos proeminentes e combiná-los em um todo harmônico, os interiores contemporâneos permanecem atuais mesmo com o avanço das tendências. Mas quais são os componentes que se mantém presentes mesmo com as frequentes mudanças? Exploramos sete elementos de design que resistem ao tempo e definem os interiores contemporâneos.
Fazer arquitetura envolve mobilizar aspectos diversos em relação ao meio onde se insere o edifício: contexto sócio-cultural, político, econômico; estética, legislação, funcionalidade, e, dentro desta última, eficiência de uso, ocupação e conforto. As obras de Laurent Troost têm mostrado a articulação entre esses diversos fatores, com particular atenção ao último: o conforto, especialmente o térmico. Em geral, seus projetos priorizam a ventilação natural em detrimento do uso de climatização artificial, quase que obrigatória nas construções dentro do modelo de cidade atual.
Moradias podem ser entendidas como a forma mais significativa e primária de arquitetura, já que a casa está intimamente relacionada à ideia de abrigo, uma das necessidades básicas da humanidade. Nas palavras do arquiteto Mario Botta, “Enquanto houver um homem que precisa de uma casa, a arquitetura ainda existirá.” No entanto, apesar de sua ubiquidade, ou talvez por causa dela, é difícil encontrar uma definição exata de uma casa. Ao longo da história, diferentes funções e espaços foram adicionados e subtraídos desta unidade, refletindo diretamente o caráter da sociedade que a produziu.
A lista de expectativas que uma casa deve cumprir é longa e está sempre em evolução: fornecer espaços íntimos e seguros onde se possa recarregar energia, mas, ao mesmo tempo, permitir interação, acolhendo amigos e familiares; é o local de lazer e relaxamento, mas também o local da maioria dos trabalhos de cuidado, além de fornecer um pequeno escritório para o início de empreendimentos. Essa tendência de exigir que uma unidade residencial cumpra múltiplos papéis foi aumentada a níveis sem precedentes durante a pandemia. Preocupações com a saúde levaram ao fechamento da maioria dos espaços de trabalho, o segundo lugar onde as pessoas passam a maior parte do tempo, e de cafés, restaurantes, cinemas e shopping centers, os “terceiros lugares”. De repente, a casa teve que se tornar um espaço multiuso.
Pensar o modo como habitamos é pensar a arquitetura. Se foi na necessidade primordial de um abrigo que surgiu a disciplina, hoje a habitação ainda segue como uma das maiores inquietações dos arquitetos. Trazer conforto, buscar por materiais inovadores, respeitar a memória, transformar a cultura. São diversas as camadas que atravessam o projeto de uma residência. Por isso, imaginar o que seria a síntese da casa contemporânea é um grande desafio. Em busca de novos olhares, fizemos uma colaboração com o Ulises Design Studio para entender como a Inteligência Artificial (IA) olha para a casa contemporânea no contexto de 15 diferentes países. Entre dados que esbarram fatos da realidade e da ficção, as imagens que surgem podem trazer não só inspirações, mas também importantes reflexões sobre a prática espacial.
Desde as primeiras civilizações, a natureza tem sido um pilar fundamental para servir a humanidade como um habitat natural, oferecendo abrigo, alimentos e outros recursos. Nos tempos modernos, as revoluções industriais e tecnológicas tomaram conta da paisagem, remodelando a forma como os humanos interagem com a natureza. No entanto, hoje, e devido aos eventos que experimentamos enquanto sociedade, é cada vez mais necessário focar na criação de cidades e espaços que integrem a natureza à vida cotidiana
Alejo Martínez, um dos principais construtores da modernidade argentina, fez da cidade de Concordia uma referência para o movimento moderno sul-americano. A sua extensa produção residencial, como a Casa Péndola Díaz de 1925, a Casa Marcone de 1928 ou a Casa Camaño de 1930, "muda a tipologia da casa chorizo (casa pátio), para casas compactas, onde sobressaem volumes retos, em diferentes níveis e com terraços".
Na Espanha, a implementação de cozinhas integradas em residências tem se tornado cada vez mais comum na arquitetura contemporânea. Embora existam várias configurações e desenhos que são aplicados de acordo com os costumes e culturas das sociedades, como vimos na Argentina ou no Uruguai, a essência de conceber o espaço da cozinha como um aglutinador de atividades e um lugar de encontro entre seus habitantes e visitantes é uma fator comum. Isso tem levado os arquitetos a buscarem layouts, tecnologias e materiais capazes de proporcionar funcionalidade, amplitude e flexibilidade às residências.
Que estratégias de projeto ou novas tecnologias podem ser integradas ao projeto arquitetônico sem colocar em risco o meio ambiente? Nos últimos anos, as energias renováveis têm se tornado cada vez mais populares no mundo inteiro, e a energia solar fotovoltaica é uma das muitas que estão crescendo exponencialmente.
Embora a economia circular envolva outros princípios, como a regeneração de sistemas naturais, a reutilização ou reciclagem de materiais desempenha um papel importante na redução de resíduos gerados, dando uma segunda vida útil a elementos que poderiam ser considerados descartes. Madeira, chapas metálicas, tijolos, pedras, entre outros, podem ser reutilizados, trazendo critérios de sustentabilidade e eficiência aos projetos, contribuindo para consolidar este conceito que ainda tem um longo caminho a percorrer.
Dentro do território latino-americano, diversos profissionais da arquitetura se propuseram a aplicar em seus processos de projeto e construção a implementação de estratégias que colaborem com o uso dos recursos, seja reutilizando, reciclando ou restaurando diferentes materiais e elementos em busca da atender as necessidades e preocupações daqueles que habitam os espaços.
É raro que casas em favelas sejam reconhecidas por suas qualidades arquitetônicas. Na história do Prêmio ArchDaily Building of the Year, isso aconteceu apenas duas vezes: em 2016 com a Casa Vila Matilde, do Terra e Tuma Arquitetos, e na edição deste ano com a Casa no Pomar do Cafezal projetada pelo Coletivo LEVANTE. Localizada em Belo Horizonte, a casa foi construída para o músico e gestor cultural Kdu dos Anjos, que prefere chamar-la de "meu barraco".
Nos dois casos, área reduzida, materiais simples e orçamento modesto não foram impeditivos para um projeto arquitetônico virtuoso que tirou máximo proveito das qualidades do entorno e da orientação do terreno, provando que limitações podem servir de impulso para projetos de grande qualidade.